SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA prevenção e monitoração dos transtornos mentais no território de abrangência das Unidades de Saúde da Família Dr. EDUARDO.

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Transcrição da apresentação:

SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA prevenção e monitoração dos transtornos mentais no território de abrangência das Unidades de Saúde da Família Dr. EDUARDO GALVÃO BARBAN – PSIQUIATRA Mestre em Saúde Pública - USP Email: ebarban@uol.com.br

Programa Saúde da Família PSF. No Brasil atinge 50% da população Na União Européia já atinge 80% da população. Quando bem estruturada: Aumenta a qualidade de vida da população. Desafoga o sistema público de saúde. Diminui os gastos com saúde e obtemos indicadores epidemiológicos mais saudáveis. Um em cada três pacientes atendidos na Unidade Básica de Saúde da Família(UBSF) tem transtorno mental. 50% dos pacientes que procuram a UBSF têm somatizações.

Dados epidemiológicos Causas principais de incapacidade no mundo, 1990 Causas Percentual Depressão unipolar maior ----------------------------------------10,7 Anemia ferropriva------------ ----------------------------------------4,7 Acidentes---------------------------------------------------------------4,6 Alcoolismo------------------------------------------------------------3,3 Doença pulmonar obstrutiva crônica------------------------------3,1 Transtorno bipolar----------------------- --------------------------3,0 Anomalias congênitas------------------------------------------------2,9 Osteoartrite-------------------------------------------------------------2,8 Esquizofrenia---------------------------------------------------------2,6 Transtorno obsessivo compulsivo-------------------------------2,2 A depressão situa-se em 4º lugar entre as dez patologias mundiais mais freqüentes, podendo atingir o 2º lugar em 20 anos.

Parâmetros assistenciais •População brasileira: 185.770,630 habitantes (2006) – S. J. Rio Preto = 415.000 (21% ou 39 milhões de pessoas, necessita ou vai necessitar em algum momento da vida, de atenção e atendimento de saúde mental.) ( 87.150 ) → Grupo I : 3 % tem transtornos mentais graves e persistentes (5,5 milhões de pessoas). ( 12.450 ) → Grupo II : 6% terão transtornos psiquiátricos psiquiátricos graves decorrente do uso de álcool e outras drogas ( 11 milhões de pessoas ).(24.900) → Grupo III : 12% terão atendimentos eventuais ( é o grupo que mais cresce atualmente), compreende por ex: os transtornos depressivos e ansiosos. Lota os serviços extra-hospitalares e provoca grande número de afastamentos no trabalho. ( em torno de 22 milhões de pessoas). ( 49.800 )

USA BRASIL Atenção Primária Atenção Terciária CANADÁ INGLATERRA ESTRUTURAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE MENTAL NO BRASIL, CANADÁ, INGLATERRA E USA. CANADÁ 11% do total orçamento INGLATERRA 10% do total do orçamento USA 6% do total do orçamento BRASIL 2.3% do total do orçamento Atenção Primária Muito bem estruturada, eficiente e eficaz. Sufiiente Bem estruturada, eficiente e sobrecarregada. Estruturada e sobrecarregada Praticamente inexistente Atenção Secundária Suficiente Muito bem estruturada, eficiente e sobrecarregada. Mal estruturada, insuficiente e sobrecarregada. Atenção Terciária Suficiente: (1,92 leitos psiquiátricos por mil habitantes). Bem estruturada, insuficiente e sobrecarregada: (0,58 leitos psiquiátricos por mil habitantes). Estruturada insuficiente e sobrecarregada (0,95 leitos por mil habitantes). Mal estruturada insuficiente e sobrecarregada: (0,23 leitos por mil habitantes). MS: P0,45/1000hab

FINANCIAMENTO → Há 15 anos a dotação era de aproximadamente 5,8% do orçamento total da área da saúde; → Hoje é de 2,3%; → Destes gastos 56% é com internações hospitalares e 44% com os serviços extra-hospitalares; → Atualmente é investido em média 12 reais/habitante/ano → Os transtornos mentais correspondem a 12% da carga mundial de doenças.

DEFINIÇÕES DE SAÚDE MENTAL OMS: Completo bem-estar físico, mental e social; Henri Ey:Vincular-se-ia às possibilidades de transitar com graus distintos de liberdade sobre o mundo e sobre o próprio destino; Cyro Martins: Possibilidade de dispor de “senso de realidade, senso de humor e de um sentido poético perante a vida”, atributos esses que permitiriam ao indivíduo “relativizar” os sofrimentos e limitações inerentes à condição humana e, assim, desfrutar do resquício de liberdade e prazer que a existência nos oferece;

Normal em relação a que?

As 10 recomendações para uma política de saúde mental Fonte: Relatório Sobre a Saúde no Mundo 2001 OMS – OPAS PROPORCIONAR TRATAMENTO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA GARANTIR O ACESSO AOS PSICOTRÓPICOS GARANTIR ATENÇÃO NA COMUNIDADE EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA A POPULAÇÃO ENVOLVER AS COMUNIDADES, AS FAMÍLIAS E OS USUÁRIOS ESTABELECER POLÍTICAS, PROGRAMAS E LEGISLAÇÃO NACIONAIS FORMAR RECURSOS HUMANOS CRIAR VÍNCULOS COM OUTROS SETORES MONITORIZAR A SAÚDE MENTAL NA COMUNIDADE DAR MAIS APOIO À PESQUISA

Matriciamento de saúde mental na atenção básica “ Tem como missão, promover a saúde mental e prevenir os transtornos mentais no território de atuação de uma UBSF”

Habilidades necessárias - Capacitar e assessorar os integrantes das equipes das UBSFs, para detectar e tratar precocemente os acometidos de transtornos mentais; - Orientar as competências, responsabilidades e execução das ações de saúde mental para cada um dos profissionais das unidades de saúde; - Participar e promover orientações à população em relação às doenças mentais, buscando reduzir o estigma dos portadores de transtornos mentais; - Orientar preferencialmente as populações das escolas (alunos e professores) e de grupos e familiares responsáveis pelos pacientes incapacitados e dependentes devido à doença mental etc; - Praticar e promover a intersetorialidade;

|Objetivos → A detecção e o tratamento precoces contribuem para uma menor perda da capacidade do paciente; → Economia.

Modelo de trabalho construído e adaptado às distintas realidades Capacitação em Saúde Mental para Equipe de Saúde da Família; Visita Domiciliar compartilhada (Eq. Matricial de S. Mental e Profissionais da Equipe de Saúde ); Consulta compartilhada (Eq. Matricial e Médico Generalista ou Enfermeiro); Atendimento específico para avaliação quando necessário (Eq. Matricial de Saúde Mental). Encontros semanais alternando com os Agentes Comunitários de Saúde e com toda Equipe.

Premissas básicas para o trabalho de saúde mental nas UBSFs A equipe de saúde mental será volante, não estará locada em nenhuma das unidades, e atuará como suporte e assessoria às equipes de PSF S.J.R.Preto, quanto as questões da saúde mental. Não haverá referências e contra referências típicas, a equipe de PSF não encaminha pessoas a serem atendidas pela Equipe de Saúde Mental. As situações são discutidas e o atendimento se dá em conjunto (co-responsabilidade). Haverá prioridade absoluta para as chamadas “famílias em situação de risco” e casos de transtornos mentais graves. A equipe de saúde mental levará em conta alguns critérios para priorizar os trabalhos nas ESF`s: a demanda dirigida aos serviços de saúde , a carência de recursos terapêuticos, a complexidade socioeconômica e o perfil epidemiológico que indiquem as áreas de maior risco quanto às precárias condições de vida, morbidade e mortalidade.

A equipe de saúde mental prevê educação permanente às ESF`s, de acordo com a realidade local. Prevê a intersetorialidade e articulação dos serviços da rede e os serviços de saúde mental que atuam no PSF. As concepções de cuidados e prevenção da doença mental requisitam a saúde mental das equipes através do auto-conhecimento e no conhecimento do outro. Isto é, conhecer os limites e possibilidades e aprender a respeitá-los em si mesmo e no outro.

Atribuições dos profissionais da equipe de saúde mental Promover capacitações em saúde mental; Sensibilizar e instrumentalizar a equipe de saúde da família para lidar com o sofrimento psíquico e os transtornos mentais e de comportamentos; Coordenar discussões em reuniões sistematizadas com a equipe de saúde da família afim de elaborar projeto terapêutico-pedagógico para o usuário e seu núcleo familiar; Intervir diretamente, dependendo da gravidade e urgência dos casos (violência, risco de suicídio, internação psiquiátrica, uso pesado de drogas, etc.), sendo que a aproximação se dará junto com os agentes comunitários ou outras pessoas da equipe (médico ou enfermeiro); Assessorar a equipe de saúde da família quanto às ações terapêuticas propostas;

Instrumentalizar e assessorar a equipe de saúde da família quanto ao trabalho grupal (grupos terapêuticos, oficinas terapêuticas, etc.); Articular a rede de serviços públicos de saúde mental e orientar a equipe de saúde da família quanto à melhor forma de encaminhamento e acompanhamento, se necessário; Articular os serviços de saúde mental atuantes no PSF e a intersetorialidade. Desenvolver intervenções terapêuticas na equipe de saúde da família, quando solicitado (o lugar de quem escuta para acolher, devolver, propor transformação) Ao psiquiatra compete intrumentalizar médicos de saúde da família para o uso de psicotrópicos, se necessário, podendo inclusive realizar consultas conjuntas com os médicos.

B) Identificação do Risco: Abuso de drogas ilícitas Abuso de Álcool Uso de psicotrópicos (calmantes e outros) Tipo: Há quanto tempo: Motivo: Violência doméstica (maus tratos, agressão, negligência etc.). Qual? Estresse familiar máximo (doenças graves, exclusão social, morte, prisão, etc.). Internação em Hospital Psiquiátrico ou outros. Data da última internação: Local: Tentativa de suicídio

C) Formas de tratamento: SINTOMA ATUAL : ( A ) depressivo ( B ) ansioso ( C ) agressivo ( D ) confuso ( E ) outros C) Formas de tratamento: ( ) Psiquiátrico ( ) Psicológico ( ) Outros ( ) Nenhum D) Observações: E) Plano Terapêutico – Pedagógico:

GENOGRAMA

A estruturação da saúde mental na atenção básica: leis e diretrizes As leis 8.080/90 e lei 8.142/90 criam o Sistema Único de Saúde- SUS, estabelecendo a universalidade, integralidade, equidade e o controle social da atenção em saúde apontando para a concepção de saúde ampliada em uma vida de qualidade que diferencia da noção simplista de simples ausência de doença. A Declaração de Caracas, adotada pela Organização Mundial de Saúde, Venezuela, em 14 de Novembro de 1990: DECLARA, Que a reestruturação da assistência psiquiátrica ligada ao Atendimento Primário de Saúde, no quadro dos Sistemas Locais de Saúde, permite a promoção de modelos alternativos, centrados na comunidade e dentro de suas redes sociais;

A rede pública de saúde mental do município de S. J A rede pública de saúde mental do município de S. J. Rio Preto se organiza da seguinte forma: Rede de ações no âmbito das Unidades Básicas de Saúde – UBS. Conta com psicólogas para atendimento e a rede intersetorial multiprofissional Pronto Socorro Municipal Ambulatório de Saúde Mental Hospitais Psiquiátricos conveniados (S. J. Rio Preto, Catanduva e Nova Granada) Centro de Atenção Psicossocial para a infância e a juventude – CAPS CRIA Norte, Centro e Maria Lúcia de Oliveira (EMA) Centro de Atenção Psicossocial para usuários de álcool e outras drogas – CAPS AD Centro de Atenção Psicossocial - CAPS II para adultos Farmácia de Saúde Mental Equipe de Saúde Mental nas UBSFs

ÁREAS DE ABRANGÊNCIA DAS UNIDADES DE SAÚDE