ADEQUAÇÃO DA LAVRA DE CAULIM ÀS DIRETRIZES AMBIENTAIS UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS FACULDADE DE ENGENHARIA Campus João Monlevade ADEQUAÇÃO DA LAVRA DE CAULIM ÀS DIRETRIZES AMBIENTAIS Geraldo Sávio Kelly de Souza Letícia Martins Lílian Freitas João Monlevade 2012

INTRODUÇÃO A empresa Colorminas Colorifício e Mineração S.A. opera em Pantano Grande/RS desde 1977, extraindo cerca de 15 mil t/mês de matéria-prima para a indústria cerâmica.

- Nesse período as normas ambientais vigentes permitiram a geração de passivos ambientais, principalmente nas áreas exauridas de depósitos de caulim e argila/areia anortosítica. - Com a aplicação de novas diretrizes ambientais e a necessidade de licenciamento, a empresa reformulou sua estratégia de mineração. - As principais medidas adotadas foram sanear seus passivos e em cada frente de lavra recuperar as áreas em concordância com a legislação ambiental vigente. - Esse trabalho apresenta o resultado da recuperação de três área mineradas, a readequação dos procedimentos operacionais e o investimento realizado.

ASPECTOS GEOLÓGICOS - A região de Pantano Grande – RS, é a única região do Sul do Brasil onde ocorrem jazimentos de rochas anortosíticas. - A ação do intemperismo na faixa superior do maciço anortosítico deu origem às camadas de materail argiloso e caulins. - O material extraído na área é de fundamental importância na produção de revestimentos cerâmicos pelo processo de monoqueima porosa. - As unidades litológicas do local são: o Anortosito Capivarita e Granito Encruzilhada.

ASPECTOS ECONÔMICOS O valor total investido na implantação e execução do projeto foi dividido em 5 grupos: - Utilização de equipamentos ( 57%): conformação de bancadas, limpeza de bacias, implantação de sistema de drenagem, etc. - Administrativos (29%): horas dos técnicos, taxas licenças ambientais, transporte, hospedagem, alimentação, programas de educação ambiental. - Revegetação e Monitoramento (7%): aquisição de semente, adubação, mão-de-obra, mudas de árvores, análises de água. - Benfeitorias (2%): construção de almoxarifado, pisos impermeáveis, etc. Outros ( 5%) : demais atividades e imprevistos.

PROCEDIMENTOS DE READEQUAÇÃO E RECUPERAÇÃO - Readequação da topografia das frentes de lavra; - Foi implantado um sistema de drenagem para evitar que águas pluviais causassem a ruptura dos taludes e o desenvolvimento de focos de erosão. - As bancadas construídas foram corretamente dimensionadas para não haver movimento de blocos.

- O depósito de estéril (pilhas não conformadas) foi todo remodelado e foram construídas bancadas; - Foram feitos 3 ciclos de plantio para estancar a erosão e fixar a vegetação, minimizando os impactos de assoreamento e contaminação do recurso hídrico. Demora e dificuldade de recuperação devido a instabilidade do solo, porosidade, falta de estrutura; - Após a conformação final foi feito o processo de distribuição do solo, da parte orgânica e então iniciou-se a semeadura.

- Áreas de preservação permanente – modelo sucessional; - Minas cercadas; - Análises da água – 22 pontos; - Bacias de sedimentação e material depositado; - Pisos impermeáveis; - Parte social: palestras, visitação, plantio de mudas.

DISCUSSÕES - A implantação e operação do projeto “Colorminas: mineração com responsabilidade”, incidiu em 13,5% do custo de produção das três áreas mineradas. - O custo ambiental não cresce proporcional com a produção. - Os procedimentos ambientais devem ser iniciados durante a implantação e continuados após o término das operações de lavra, evitando-se que, ao final da lavra, quando não há mais ganhos financeiros, o capital destinado por ela para esse fim seja insuficiente.

CONCLUSÃO - As mudanças adotadas pela empresa para a recuperação das áreas degradadas foram satisfatórias. Todas as frentes exauridas estão em processo de recuperação e todas as áreas regularizadas. - O projeto será de extrema valia para outras empresas, já que visa minimizar o investimento necessário ao fechamento de uma mina.

REFERÊNCIA COSTA, João Felipe Coimbra Leite; KOPPE, Jair Carlos; LUFT, Cláudio F.; PICARELLI, Simone. Adequação da lavra de caulim às diretrizes ambientais. Ouro Preto: Revista Escola de Minas, 2008. pág.179-184.