LINK VIOLÊNCIA HUMANA - ABUSO ANIMAL: UMA REALIDADE MUNDIAL

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Link violência HUMANA - abuso animal: Uma realidade mundial
Transcrição da apresentação:

LINK VIOLÊNCIA HUMANA - ABUSO ANIMAL: UMA REALIDADE MUNDIAL Lar em paz que visa uma cultura de paz nos lares Barrero SM, Araujo GD, Garcia RCMG, 2015

LINK VIOLÊNCIA HUMANA - ABUSO ANIMAL: UMA REALIDADE MUNDIAL PARTE I LAR EM PAZ é uma Rede multidisciplinar de prevenção à violência doméstica e de promoção da cultura de paz para todas as formas de vida. A REDE LAR em PAZ foi criada a partir das discussões geradas durante Seminário Internacional “O elo entre a violência humana e o abuso animal” realizado em 31 de julho de 2013 na Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo, por profissionais de diversas áreas. Este grupo tem formação interdisciplinar e intersetorial sendo composto por instituições públicas, privadas e do terceiro setor; pesquisadores; estudantes e sociedade civil, tendo como principal objetivo a interligação de instituições e indivíduos que trabalham com a violência familiar; violência contra os idosos, as crianças, os adolescentes, as mulheres e os animais; bem como com as instituições que objetivam a segurança e saúde públicas; com vistas a promover a integração destes diferentes setores, de forma a facilitar a troca de informações e a elaboração de propostas de novas estratégias conjuntas de prevenção, educação e atuação. A REDE – LAR em PAZ com a ajuda de todos seus membros, tem como propostas: Criar um sistema de informações centralizado para a compilação de dados e informações científicas e didáticas sobre o assunto, de forma a facilitar o acesso às informações atualizadas para os interessados; Apoiar as comunidades a organizarem e promoverem a sustentação de estratégias de prevenção à violência familiar em todas as suas formas. Fornecer informações e dados relevantes sobre o elo entre a violência animal e humana, para todos os profissionais interessados; Fomentar a investigação cientifica acerca desta questão. Até o presente momento fazem parte da REDE – LAR em PAZ, integrantes das seguintes instituições: Departamento de Ética, Medicina Legal, do Trabalho, Faculdade de Medicina - USP Prefeitura de Curitiba Associação Brasileira de Medicina Veterinária Legal (ABMVL) Associação Cachoeirense de Defesa Animal (ACDA) - RJ Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV-SP) Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Paraná Departamento de Patologia da FMVZ USP (VPT) Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal Fluminense - RJ Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal (FNPDA) Instituto Técnico de Educação e Controle Animal (ITEC) Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA) Rancho dos Gnomos Associação Amigos Defensores dos Animais e do Meio Ambiente (AADAMA) - Pernambuco Ministério Público de São Paulo Ministério Público de Santa Catarina Essa apresentação foi montada com o intuito de divulgar a existência do elo entre a violência humana e o abuso animal. A PARTE II incluirá as propostas de enfrentamento e trabalhos intersetoriais e multidisciplinares.

Foto: http://www.biografiasyvidas.com A primeira pessoa a falar sobre a questão do “link” entre a violência humana e os maus tratos a animais foi São Tomás de Aquino, no século XIII, que disse que a crueldade contra os animais pode fazer-nos cruéis contra outras pessoas. Mas foi somente até o final dos anos 80 que começou um aumento de interesse por este tema, sendo desenvolvidas diferentes pesquisas, principalmente em países desenvolvidos como os EUA. Foto: http://www.biografiasyvidas.com Foto: PETA.org

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA (MULHERES E CRIANÇAS) Saúde pública PERDAS ECONÔMICAS 25% DAS CAUSAS DE FALTAS AO TRABALHO Taxas de morbidade e mortalidade Para conseguir enxergar a importância desta problemática, a violência doméstica dirigida contra mulheres e crianças, atualmente, é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um problema de saúde pública que gera inumeráveis perdas econômicas a nível mundial. Um estudo do banco interamericano mostrou que a violência contra a mulher é responsável por cerca de 25% das faltas ao trabalho em todo o mundo. Além de ter uma importante participação nas taxas de morbidade e mortalidade de diferentes doenças como consequência das lesões físicas e abusos psicológicos infligidos pelo abusador.  Foto: streetfootballworldBrasil Labronici et al. (2010); Nittis et al. (2013)

Foto: Mulher com Cigarro (Pablo Picasso) Mulheres vítimas de violência doméstica apresentam mais comumente doenças gastrointestinais, depressão, obesidade, abuso de álcool e drogas, tabagismo, entre outras. Nittis et al. (2013)

30% das mulheres (15-69 anos) no mundo inteiro são abusadas por parceiro íntimo. 1/5 de mulheres brasileiras são vítima de violência doméstica ou familiar. OMS (2010) Atualmente, há alta prevalência de violência doméstica a nível mundial, de maneira que se estima que aproximadamente 30% das mulheres do mundo entre 15 e 69 anos de idade são abusadas por seu companheiro. Aproximadamente uma em cada cinco brasileiras reconhece já ter sido vítima de violência doméstica ou familiar provocada por um homem. De acordo com dados coletados pela Secretaria da Transparência em 2013, 20% de um grupo de mulheres entrevistadas relataram terem sofrido algum tipo de violência doméstica. Secretaria de transparência (2013)

Zona da Mata de Pernambuco Estado de São Paulo Estado de Pernambuco (15 municípios da Zona da Mata) OMS Tipo de Violência São Paulo Zona da Mata de Pernambuco Psicológica 41,8% 48,9% Física 27,2% 33,7% Sexual 10,1% 14,3% Em uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS), na qual se determinou a prevalência da violência contra a mulher por parceiro intimo em diferentes países a nível mundial, foram selecionados o estado de São Paulo e 15 municípios da Zona da Mata de Pernambuco, sendo que, respectivamente, determinou-se que 41,8% e 48,9% das mulheres eram vítimas de violência psicológica; 27,2 % e 33,7% de violência física e, finalmente, 10,1% e 14,3% de violência sexual Schraiber et al. (2007) Schraiber et al. (2007)

Secretaria de transparência (2013) Sendo o marido, companheiro ou namorado o abusador na maioria dos casos seguido por o ex-marido, ex-companheiro ou ex-namorado Secretaria de transparência (2013)

Foto: Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), 2014 As principais razões de não realizar a denúncia são: medo do agressor, dependência financeira, dentre outras. Porém para que as pessoas vítimas de violência sejam protegidas e entrem dentro das estatísticas devem denunciar por isto é imprescindível promover a denuncia Foto: Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), 2014 Secretaria de transparência (2013)

Rio de Janeiro > Coocorrência 60,6% nos serviços de saúde. 40% das crianças vítimas de abuso, habitualmente, relatam violência doméstica em casa. Reichenheim (2006) UNICEF, 2006 Abuso infantil Abuso de idosos Violência doméstica É conhecido que quando uma pessoa em uma família é abusada existe uma alta probabilidade que os demais membros também estejam sendo abusados, assim diversas pesquisas tem encontrado uma coocorrência entre a presença de violência doméstica contra mulheres na família e abuso físico, psicológico ou negligência nas crianças e os idosos sendo este último o menos estudado. Rio de Janeiro, prevalência de coocorrência de violência física conjugal e contra os filhos de até um 60,6% nos serviços de saúde Reichenheim et al. (2006), demonstrando que num ambiente violento todas as pessoas que compõem esse entorno podem estar em risco de sofrer diferentes tipos de abuso. Segundo a UNICEF 40% das crianças vítimas de abuso, habitualmente, relatam violência doméstica em casa. Além disso é reconhecido que as crianças expostas ou vítimas de violência são crianças problema na escola, têm limitada capacidade de se relacionar, estão em maior risco de sofrer de depressão, ansiedade ou outros problemas psicológicos, assim como , de abusar de substancias, engravidar precocemente ou mostrar um comportamento criminal.

245 MÃES (RIO DE JANEIRO) 94,2% Abuso psicológico 24,7% Abuso físico leve 9,9% Abuso físico grave 245 MÃES (RIO DE JANEIRO) Anna Tereza M. Soares de Moura (2005) Estima-se que o abuso a crianças nas famílias é um problema que afeta 12 de cada 1000 crianças anualmente. Num estudo realizado no Rio de Janeiro de 245 mães entrevistadas 94,2% relataram agressão psicológica contra elas e seus filhos, 24,7% casos de abusos físicos leves e um 9,9% abusos físicos graves. Foto: André Roedel (2013)

Todas estas cifras levaram a priorizar o desenvolvimento de politicas e estratégias visando uma redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências. E em 2006, foram priorizadas as ações de prevenção de violências e promoção da saúde e cultura de paz, assim mesmo foi implantado Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes em Serviços Sentinela – Viva. Ministério da saúde, 2011

? Foto:petarelikefamily.org Se todas as pessoas que compõem o lar onde acontece algum tipo de violência estão em risco, que acontece com os animais que forman parte deste lar? Foto:petarelikefamily.org

44,3% dos lares brasileiros têm , pelo menos, um cão e 17,7% a menos um gato. Programa Nacional de Saúde (2013) É importante estar ciente que em muitos países a maioria das famílias não é apenas integrada por seres humanos. Muitos proprietários, ou responsáveis, reconhecem os animais de companhia como parte importante de sua família. Sendo este fato muito importante no contexto brasileiro, já que no Brasil animais de companhia estão presentes na maioria das famílias brasileiras, sendo Brasil o país que tem um maior numero de cães por cada 1000 habitantes segundo um estudo do 2012 feito pelo Euromonitor internacional Euromonitor International (2012)

44,3% dos domicílios possuem cachorro Em 2013, 44,3% dos domicílios do Brasil possuíam pelo menos um cachorro, o equivalente a 28,9 milhões de unidades domiciliares. A população de cachorros em domicílios brasileiros foi estimada em 52,2 milhões, o que indicou uma média de 1,8 cachorro por domicílio, sendo o numero de cachorros superior ao numero de crianças o qual é de 44,9 milhões. Em relação à presença de gatos, 17,7% dos domicílios possuíam pelo menos um, o equivalente a 11,5 milhões de unidades domiciliares. A população de gatos em domicílios brasileiros foi estimada em 22,1 milhões, o que representa aproximadamente 1,9 gato por domicílio com este animal. 44,3% dos domicílios possuem cachorro 28,9 milhões de unidades domiciliares 52,2 milhões de cães- 44,9 milhões de crianças 17,7% dos domicílios possuem gato 11,5 milhões de unidades domiciliares 22,1 milhões de gatos Programa Nacional de Saúde (2013)

Maus tratos contra animais VIOLÊNCIA INTERPESSOAL Link Maus tratos contra animais VIOLÊNCIA INTERPESSOAL McPhedran (2009) Abuso infantil Abuso de idosos Violência doméstica Se os animais fazem parte das famílias, surge a seguinte questão: animais que fazem parte das famílias onde se apresenta violência domestica estão em maior risco de serem abusados. Por essa razão os maus tratos contra animais foram adicionados ao termo “link” . O qual descreve a associação que existe entre os maus tratos contra animais e os diferentes tipos de violência interpessoal. Abuso animal Baltimore: Pets in safety plan

MAUS TRATOS CONTRA ANIMAIS Crueldade contra os animais EXPOSIÇÃO NA INFÂNCIA VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA MAUS TRATOS CONTRA ANIMAIS Física Psicológica sexual Dentro do link entre a crueldade animal e a violência tem-se estudado alguns aspectos importantes: o primeiro aspecto é se existe uma ligação entre a exposição à violência interparental ou contra os animais durante a infância e o desenvolvimento de um comportamento de crueldade animal patológica nas crianças expostas. Por tanto, crianças que são submetidas a testemunhar atos de abuso contra animais e violência doméstica, ou que são vítimas de violência física, psicológica e/ou sexual, mostram mais comumente crueldade contra os animais McPhedran (2009). Estima se que 275 milhoes de crianças no mundo são expostas a violência dentro de seus lares. Crueldade contra os animais McPhedran (2009) 275 milhões de crianças no mundo são expostas a violência dentro de seus lares. CNBSalvardor (2014) UNICEF (2006)

Foto:Reprodução youtube Uma das evidências desta problemática no Brasil é este caso amplamente difundido nos jornais e noticiários onde uma mulher comete atos de crueldade contra seu cachorro na presencia da sua filha. O desenho da direita de vocês mostra a realidade das famílias que sofrem violência mostra o abusador e suas vítimas entre elas o animal de companhia que independente da espécie pode ser abusado. Ascione (1997) http://www.gazetadopovo.com.br/ Foto:Reprodução youtube

Abrigo (utah) VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA MULHERES Crueldade contra animais por parceiro íntimo Crueldade animal infantil Conduta agressiva criminal Ascione (1998) Em um estudo feito num abrigo para mulheres vítimas de violência doméstica em Utah, 32% das mulheres vítimas de maus tratos que relataram abuso simultâneo de seus animais de companhia, responderam que um ou mais de seus filhos havia ferido ou assassinado animais de companhia Ascione (1998). Demonstra-se, portanto, que as crianças expostas à violência doméstica tem maior risco de cometer atos de crueldade Currie 2006 Foto: Campanha Policia Milwaukee, EU

SERIAL KILLERS Albert DeSalvo- “Estrangulador de Boston“ (bbc.co.uk) Igualmente dentro do “link” acredita-se na existência de uma ligação entre a exposição da violência interparental, ou contra os animais durante a infância, e a geração de uma conduta agressiva e criminal na vida adulta Vários serial killers têm relatado abusar de animais antes de cometer seus crimes contra as pessoas, assim por exemplo O "Estrangulador de Boston", Albert De salvo que foi responsável pelo assassinato de treze mulheres, era um especialista em armadilhas para animais. Albert e seus cinco irmãos foram criados em uma casa, eram considerados excepcionalmente violentos. O pai de Albert era alcoólatra e batia na mulher. Albert, em um de seus depoimentos, disse que o pai havia quebrados todos os seus dedos na frente de sua mãe. Entre 14 de junho de 1962 e 4 de janeiro de 1964, 13 mulheres solteiras entre 19 e 85 anos foram assassinadas na região de Boston. Foram chamadas de vítimas do "Estrangulador de Boston". A maioria das mulheres foram abusadas sexualmente em seus apartamentos, e depois estranguladas com artigos de vestuário Estudos do FBI demonstraram que ele capturava os cães e gatos em armadilhas e depois atirava setas neles. Albert DeSalvo- “Estrangulador de Boston“ (bbc.co.uk) Ascione (1997)

SERIAL KILLERS Foto: Noticias.bol.uol.com-br Padilha, 2011 No Brasil, Francisco de Asis Pereira, “ Maníaco do parque” quem confessou ter estuprado e assassinado 11 mulheres, enterrando os seus corpos no Parque do Estado de São Paulo, informações sobre sua vida mostram que, na infância, gostava de assistir ao abate de gado no matadouro clandestino do tio, caçava rolinhas e as fritava, ainda vivas, além de maltratar cães e gatos da vizinhança, com tiros de chumbinho e pedradas Foto: Noticias.bol.uol.com-br Padilha, 2011

Vínculo humano-animal Outro aspecto importante do Link é a importância do animal de companhia para as pessoas da família, principalmente para as mulheres e crianças vítimas de violência. Uma evidencia deste vinculo é a importância que têm para as pessoas que seus animais sejam salvos de desastres naturais e das situações de violência. http://www.catranchrescue.org/disaster-response.html http://www.kinshipcircle.org/disasters/gustav_ike/hurricanes.html

≠ MAUS TRATOS/VIOLÊNCIA DOMÉSTICA MAUS TRATOS/ NÃO VIOLÊNCIA DOMÉSTICA Crueldade contras os animais > Coercão e intimidação da vítima Perpetuação da violência MAUS TRATOS/VIOLÊNCIA DOMÉSTICA MAUS TRATOS/ NÃO VIOLÊNCIA DOMÉSTICA ≠ Adiar procura de ajuda Os maus tratos contra animais são utilizados como ferramenta de coerção e intimidação para lograr a perpetuação da violência e o controle da vítima humana por meio do abuso psicológico. Um estudo encontrou que o 52,5% das mulheres vítimas de abuso reportou que seu conjugue havia ameaçado, ferido ou assassinado seu animal de companhia, contra 12,5% do grupo das mulheres que não havia sofrido violência. Ascione 2007 No estudo da Califórnia do Sul, de 42 mulheres entrevistadas 73,2% reportaram que seu animal de companhia era um suporte emocional importante Flynn (2000). Em outro estudo, de 41 mulheres albergadas, 20 reportaram que seu parceiro havia ameaçado e/ou ferido seu animal, destas, 26,8% relataram que sua preocupação pelo bem-estar de seus animais havia afetado sua decisão de sair da situação de violência doméstica, colocando em risco sua própria integridade Faver; Strand (2003) Foto: Campanha Policia Milwaukee, EU Ascione et al. (2007), Faver & Strand (2003), Flynn (2000)

Quando animais são abusados, as pessoas estão em risco.... Crueldade animal indicador Williams et al. (2008). Quando animais são abusados, as pessoas estão em risco.... Quando as pessoas são abusadas, os animais estão em risco... E por último o uso da crueldade animal como indicador para a detecção e pronta intervenção de outros tipos de abuso Williams et al. (2008); ressaltando a importância que tem o médico veterinário, por ser o primeiro ou único a ter acesso a situações de abuso no contexto da família por meio do atendimento do animal de companhia. Landau (1999)

51% DE COOCORRÊNCIA DE ABUSO CONTRA OS ANIMAIS E VIOLÊNCIA DOMÉSTICA Especificamente no Brasil o único estudo realizado com violência doméstica, encontrou uma prevalência de 51% de violência contra os animais das mulheres vítimas de violência doméstica. Um estudo realizado com dados da polícia militar do estado de São Paulo demonstrou que 1/3 das pessoas atuadas por maus tratos aos animais também têm outros registros criminais, sendo que 50% desses registros são de crimes de violência contra as pessoas 51% DE COOCORRÊNCIA DE ABUSO CONTRA OS ANIMAIS E VIOLÊNCIA DOMÉSTICA Padilha (2011) Robis (2013)

larempaz@yahoogrupos.com.br Foto:occupyforanimals.net Os diferentes tipos de violência contra mulheres, crianças, idosos e animais se encontra estreitamente relacionados, a detecção de alguma vítima de violência pode indicar a presença de outras vítimas sejam pessoas ou animais. Foto:Davis Goukler

REFERÊNCIAS ASCIONE, F. R. Battered women’s reports of their partners’ and their children’s cruelty to animals. Journal of Emotional Abuse, v. 1, n. 1, p. 119–133, 1998. ASCIONE, F. R. et al. Battered pets and domestic violence: Animal abuse reported by women experiencing intimate violence and by nonabused women. Violence against women, v. 13, n. 4, p. 354–373, 2007. ASCIONE, F. R.; WEBER, C. V; WOOD, D. S. The abuse of animals and domestic violence: A national survey of shelther for women who are battered. Society & Animals, v. 5, n. 3, 1997 IBGE. http://censo2010.ibge.gov.br/pt/noticias?view=noticia&id=1&idnoticia=2902&busca=1&t=pns-2013-tres-cada-quatro-brasileiros-costumam-buscar-atendimento-medico-rede-publica. 2015 EUROMONITOR INTERNACIONAL. The Dog Economy Is Global. 2012. Disponível em: http://www.theatlantic.com/business/archive/2012/11/the-dog-economy-is-global-but-what-is-the-worlds-true-canine-capital/265155/ FAVER, C. A; STRAND, E. B. To leave or to stay?: Battered women’s concern for vulnerable pets. Journal of interpersonal violence, v. 18, n. 12, p. 1367–1377, 2003. FLYNN, C. P. Woman’s best friend pet abuse and the role of companion animals in the lives of battered women. Violence against women, v. 6, n. 2, p. 162–177, 2000. LABRONICI, L. M. et al. Perfil da violência contra mulheres atendidas na Pousada de Maria. Revista da Escola de Enfermagem, v. 44, n. 1, p. 126–133, 2010. LANDAU, R. A survey of teaching and implementation: the veterinarian’s role in recognizing and reporting abuse. Journal of the American Veterinary Medical Association, v. 215, n. 3, p. 328–331, 1999 MCPHEDRAN, S. Animal abuse, family violence, and child wellbeing: A review. Journal of Family Violence, v. 24, n. 1, p. 41–52, 2009 MINISTÉRIO DA SAÚDE. Instructivo de notificação de violência doméstica, sexual e outras violências, 2011 MOURA, Anna Tereza M. Soares de; REICHENHEIM, Michael E.. Estamos realmente detectando violência familiar contra a criança em serviços de saúde? A experiência de um serviço público do Rio de Janeiro, Brasil. Cad. Saúde Pública,  Rio de Janeiro ,  v. 21, n. 4, p. 1124-1133, Aug.  2005 . NITTIS, M. et al. Domestic violence documentation project 2012. Journal of Forensic and Legal Medicine, v. 20, n. 6, p. 683–689, 2013. PADILHA M.J. Crueldade com animais x violência doméstica contra mulheres: uma conexão real. AADAMA. 2011 REICHENHEIM, M. E.; DIAS, A. S.; MORAES, C. L. Co-ocorrêncian de violência física conjugal e contra filhos em serviços de saúde. Revista de Saude Publica, v. 40, n. 4, p. 595–603, 2006. ROBIS, M; NASSARO, F. Maus tratos aos animais e violência contra as pessoas. 2013 Secretaria da Transparência. Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, DataSenado ,Março de 2013. Disponível http://www.senado.gov.br/senado/datasenado/pdf/datasenado/DataSenado-Pesquisa-Violencia_Domestica_contra_a_Mulher_2013.pdf. SCHRAIBER, L. B. et al. Prevalência da violência contra a mulher por parceiro íntimo em regiões do Brasil. Revista de Saúde Pública, v. 41, n. 5, p. 797–807, 2007. UNICEF. Some of the biggest victims of domestic violence are the smallest. 2006. Disponível em http://www.unicef.org/media/media_35151.html