Nutrigenômica x Nutrição

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Transcrição da apresentação:

Nutrigenômica x Nutrição Prof. Luciene rabelo

Definição Nutrigenômica é definida como uma ciência que estuda genes específicos e componentes bioativos dos alimentos conjuntamente com suas possíveis interações (LAMPE, 2006), ou seja, o estudo da nutrigenômica determina a influência dos componentes da dieta no genoma humano, tentando relacionar as interações ocorridas com os diversos tipos de fenótipos celulares (MUTCH et al., 2005)

Surgimento... A nutrigenômica surgiu no contexto do pós-genoma humano e é considerada área-chave para a nutrição nesta década. Seu foco de estudo baseia-se na interação gene-nutriente, que pode ocorrer de duas formas: nutrientes e compostos bioativos dos alimentos (CBAs) que influenciam o funcionamento do genoma e variações no genoma que influenciam a forma pela qual o indivíduo responde à dieta (FIALHO, 2008).

Objetivo O objetivo da nutrigenômica é caracterizar um fenótipo saudável, tornando possível a distinção entre o estado saudável do estado predisposto a adquirir alguma doença, podendo assim intervir com dietas pertinentes ao estado gênico do indivíduo (LAMPE, 2006). Através de dietas personalizadas, com base no genótipo, a ciência visa a promoção da saúde e a redução do risco de doenças crônicas não transmissíveis, como as cardiovasculares, o câncer, o diabetes, entre outras (FIALHO, 2008).

Os alimentos são dotados de nutrientes e compostos bioativos que desencadeiam efeitos moleculares, benéficos ou não ao organismo, dependendo de quais genes apresentam sua atividade alterada. Os alimentos funcionais, por exemplo, são conhecidos por gerarem benefícios ao organismo; no entanto, este efeito não é similar em todas as pessoas e sim, dependente das características genéticas individuais: um indivíduo pode ser mais suscetível às propriedades funcionais que outro (GARCIA-CASAL, 2007). Nesse sentido, interesse tem sido atribuído à capacidade que nutrientes e estes compostos têm de alterar a expressão gênica.

Nossa alimentação é composta por inúmeras moléculas químicas nutricionais, sendo cada uma capaz de regular diferentes processos biológicos. Por isso, a nutrição é uma verdadeira ciência integradora que está bem posicionada por meio da ciência da nutrigenômica, que busca explorar todas as variáveis em vez de se manter estagnada em conceitos já aceitos (ZEISEL, 2008).

Atualmente, existe grande expectativa em torno da ciência da nutrigenômica, uma vez que com o sucesso dos objetivos propostos, será possível orientar dietas personalizadas. Desta maneira, cada pessoa receberia uma orientação individualizada, que atenderia às suas variadas necessidades fisiológicas.

Intervenção nutricional Uma intervenção nutricional baseada em conhecimentos específicos, como o requerimento individual de acordo com as características genéticas individuais, pode tanto prevenir como auxiliar no tratamento e cura de doenças. Isto porque já se tem o conhecimento de alguns genes que estão diretamente relacionados com o desenvolvimento de doenças, como diabetes, osteoporose, cardíacas, entre outras. Portanto, dependendo do tipo de alimentação esses genes são expressos de maneiras inadequadas, gerando posteriores riscos à saúde (GARCIA-CASAL, 2007).

A nutrigenômica, portanto, vem sendo cada vez mais discutida A nutrigenômica, portanto, vem sendo cada vez mais discutida. Alguns estudiosos denotam os pontos positivos, enquanto outros, os negativos. Lampe (2006) cita que ainda há pouca tecnologia padronizada para tal análise, além de existirem limitações quanto à distinção do grau de benefício ou malefício ocasionado por meio da dieta. Ainda há outros autores que simplificam a discussão, dizendo que a nutrigenômica não é necessária para as intervenções a fim de minimizar os riscos de doenças e que a melhoria da saúde pública seria mais efetiva se os esforços fossem focados na mudança de comportamento alimentar da população.

Apesar de todos os pós e contras, há expectativas de que em um futuro muito próximo as novas pesquisas forneçam informações suficientes para agregar inovações no ramo de intervenções nutricionais otimizadoras da homeostase metabólica de acordo com constituição genética individual (PALOU, 2007).

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS FIALHO, E.; MORENO, F. S.; ONG, T. P. Nutrição no pós-genoma: fundamentos e aplicações de ferramentas ômicas. Revista de Nutrição, Campinas, v. 21, n. 6, p. 757-766, nov./dez. 2008. GARCIA-CASAL, M. N. La alimentación del futuro: Nuevas tecnologías y su importância en la nutrición de la población, 2, 2007, Caracas: Anales Venezolanos de Nutrición ; 2007. P. 108-114. LAMPE, J. W. For debate: investment in nutrigenomics will advance the role of nutrition in public health. Cancer Epidemiol. Biomarkers Prev., Washington, v. 15, n. 12, p. 2329-2330, Dec, 2006. Editorial. MUTCH, D. M.; WAHLI, W.; WILLIAMSON, G. Nutrigenomics and nutrigenetics: the emerging faces of nutrition. The FASEB Journal, San Francisco, 19, Oct. 2005. PALOU, A. From nutrigenomics to personalised nutrition. Genes Nutr., Balears, v. 2, p. 05-07, 2007. ZEISEL, S. H. Nutrigenomics and metabolomics will change clinical nutrition and public health practice: insights from studies on dietary requirements for choline. American Journal of Clinical Nutrition, North Carolina, 18, Jun. 2008.