Conhecimento direto e conhecimento por descrição

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Transcrição da apresentação:

Conhecimento direto e conhecimento por descrição Vida marcada por três paixões: Sede de amor; Busca do conhecimento; Imensa piedade pelos sofrimentos humanos. Bertrand Arthur William Russell (1872-1970)

Nutre espírito de revolta contra: Todo dogmatismo Todo autoritarismo Teve como aluno L. Wittgenstein Foi professor em CAMBRIDGE. Escreve Russell em sua autobiografia sobre sua vida: “Acho que valeu à pena vivê-la e a reviveria alegremente se me fosse oferecida essa possibilidade. Uma vida que (...) foi dominada por três paixões simples, mas de força irresistível: a sede de amor, a busca do conhecimento e uma imensa piedade pelos sofrimentos humanos”.

Para Russell a filosofia não pode ser fecunda se está afastada da ciência: “Não pretendo dizer com isso que o filósofo deveria se manter informado de alguma ciência como passatempo dominical. Pretendo dizer algo de muito mais profundo, isto é, que a imaginação do filósofo deveria estar impregnada de concepções científicas e que ele deveria estar convencido de que a ciência nos pôs diante de um mundo novo, com conceitos novos e novos métodos, não conhecidos em outras épocas, que a experiência mostrou serem frutíferos lá onde os velhos conceitos e os velhos métodos se demonstraram estéreis”

Escreve Russell, (1918), em “A Filosofia do atomismo Lógico”: “A razão por que chamo minha doutrina de atomismo lógico é que os átomos aos quais desejo chegar como resíduos últimos da análise são átomos lógicos e não átomos físicos”. Proposição Atômica: Descreve um fato, afirma que uma coisa tem certa qualidade ou que determinadas coisas têm certas relações. Fato Atômico: É o que torna verdadeira ou falsa uma proposição atômica. Observação: Critério de verdade: Princípio de “Verificação”.

Observação Necessária Para Russell, o único resultado certo que a filosofia alcançou em seu caminho secular é justamente o solipsismo, ou “a teoria segundo a qual somente eu existo”. Em sua obra “L’analisi della materia”, Russell escreve: “Que eu saiba, não há como escapar da posição solipsista”. Mas tal ceticismo universal, embora teoricamente irrefutável, é entretanto praticamente árido; será, pois, por motivos extrateóricos, e em particular por seu sucesso pragmático, que a ciência e seus pilares, indução e causalidade, deverão ser aceitos como verdadeiros, se a filosofia quiser que sua presença no mundo tenha um sentido.

Qual é, pois, a tarefa que resta à filosofia no âmbito do conhecimento humano? Ela deve lançar uma ponte entre o mundo dos sentidos e o mundo da ciência. O filósofo deve tomar os resultados mais atualizados das várias ciências, tanto da física quanto da biologia, da astronomia e da psicologia, da lingüística e da matemática, e, despindo tais resultados de suas superestruturas técnicas, construir com eles um modo novo de olhar o mundo, que possa adequadamente substituir o modo próprio do senso comum, do qual conservará a clareza e a simplicidade, mas não os erros e as confusões .

Tal filosofia não buscará respostas imutáveis a verdades eternas, mas permanecerá a caminho, sempre pronta à atualização e à revisão, provisória e fragmentária como a ciência; Seu âmbito de interesse será o mundo e o homem enquanto parte deste.

Conhecimento direto e conhecimento por descrição Tipos de Conhecimento: Conhecimento de coisas Cada dado de fato Conhecimento de verdades Objetos Matemática Geometria Princípios lógicos Etc.

Conhecimento de Coisas: Conhecimento direto Conhecimento dos dados dos sentidos Mesa – aparência da mesa Cor, forma, dureza, lisura (conhecimento direto) Conhecimento por descrição

Conhecimento direto = sentidos = aparência da mesa. Conhecimento dos ‘dados dos sentidos’: Exemplo: Diretamente conheço a aparência da mesa: Cor Forma Dureza Lisura Conhecimento direto = sentidos = aparência da mesa.

Mesa: Objeto Físico – o conhecimento não é direto – conhecimento ‘via os dados dos sentidos’. Observação: Posso duvidar da mesa enquanto objeto físico, mas não posso duvidar dos dados dos sentidos, isto é, da aparência da mesa. Meu conhecimento da mesa (objeto físico) – conhecimento por descrição; Descreve-se a mesa (objeto físico) por meio dos dados dos sentidos; Para ‘descrever’ a mesa precisamos de um objeto físico que cause em nós os dados dos sentidos. Todo o nosso conhecimento tem por base o conhecimento direto.

Temos ainda conhecimento direto: Que espécies de coisas existem das quais temos conhecimento direto? Temos ainda conhecimento direto: Memória Possível conhecer o passado Introspecção Consciência de ter consciência Possível conhecer os objetos mentais

Conhecimento direto do ‘eu puro’: Razões para pensar que sim: Raciocínio: vejo o sol: existe Os dados dos sentidos Portanto, quando tenho conhecimento direto do ato de ver o sol, sou eu que conheço um dado dos sentidos Aquele que vê Conheço direto o ato de ver o sol, mas pelo ato de ver o sol, conheço aquele que conhece.

Observação: Afirma Russell: “... Embora pareça provável que o conhecimento direto de nós mesmo ocorra, não é sensato afirmar que seja indubitável”.

Resumo: Temos conhecimento direto: Da sensação = dados dos sentidos externos – representação das coisas externas Da introspecção = dados do sentido interno Pensamentos Sentimentos Desejos Etc. Da memória = coisas que nos provêm (sentidos externos e sentido interno) = passado Do Eu Puro? = Conhecimento direto do Eu? Provável, mas não certo!

Conhecimento direto dos universais: Das ideias gerais como: Brancura Diversidade Fraternidade Temos conhecimento direto, mas existem? São particulares e existentes? Observação: a tomada de consciência de um universal é denominada de concepção Um universal do qual temos consciência é chamado de conceito

Objetos que não temos conhecimento direto: Objetos físicos As mentes das outras pessoas São conhecidas por descrição: Toda frase da forma Um isto ou aquilo – descrição ambígua (problemática) O isto ou aquilo – descrição definida Quando dizemos que isto ou aquilo existe, queremos dizer que há justamente um objeto que é isto ou aquilo Nomes: Comuns próprios