Carregar apresentação
A apresentação está carregando. Por favor, espere
1
Aula 3: Alteridade em Antropologia
Cláudia Lago
2
Antropologia Ciência? (século XVIII)
Ciência? (século XIX) – sujeito x objeto Início séc. XX: método antropológico definidor x fim do objeto Antropologia como ciência do homem inteiro: abordagem epistemológica (um certo olhar) O homem em sua diversidade, “apreendido” naquilo em que “os homens não pensam habitualmente em fixar na pedra ou no papel” (LS) Observação direta, grupos humanos “minúsculos”, relação pessoal CULTURA
3
Laplatine “De fato, presos a uma única cultura, somos não apenas cegos à dos outros, mas míopes quando se trata da nossa. A experiência da Alteridade (e elaboração dessa experiência) leva-nos a ver aquilo que nem teríamos começado a imaginar, dada nossa dificuldade em fixar nossa atenção no que é habitual, familiar, cotidiano e que consideramos “evidente”. (...) O conhecimento (antropológico) da nossa cultura passa inevitavelmente pelo conhecimento das outras culturas; e devemos especialmente reconhecer que somos uma cultura possível entre tantas outras, mas não a única” (1989:21) Unidade humana = sua capacidade de se diferenciar
4
Abordagem Antropológica
Revolução epistemológica, uma revolução no olhar. Descentramento radical A partir da Europa – a constituição enquanto ciência, não a constituição de uma inquietação pelo Outro. Rompe-se com a naturalização do social
5
Roberto DaMatta “E com isso quero simplesmente dizer que talvez mais do que qualquer outra matéria devotada ao estudo do Homem, a Antropologia é aquela onde necessariamente se estabelece uma ponte entre dois universos (ou subuniversos) de significação, e tal ponte ou mediação é realizada comum mínimo de aparato institucional ou de instrumentos de mediação. Vale dizer, de modo artesanal e paciente, dependendo essencialmente de humores, temperamentos, fobias e todos os outros ingredientes das pessoas e do contato humano”
6
“De fato, só se tem Antropologia Social quando se tem de algum modo o exótico, e o exótico depende invariavelmente da distância social, e a distância social tem como componente a marginalidade (relativa ou absoluta), e a marginalidade se alimenta de um sentimento de segregação e a segregação implica estar só e tudo desemboca para comutar rapidamente essa longa cadeia na liminaridade e no estranhamento” (a) transformar o exótico no familiar e/ou (b) transformar o familiar em exótico
7
1ª. Etapa (exótico em familiar)
“De fato, o etnólogo é, na maioria dos casos, o último agente da sociedade colonial já que após a rapina dos bens, da força de trabalho e da terra segue o pesquisador para completar o inventario canibalístico: ele, portanto, busca as regras, os valores, as ideais — numa palavra, os imponderáveis da vida social que foi colonizada.” Intelectual
8
2ª Etapa “Na segunda transformação, a viagem é como a do xamã: um movimento drástico onde, paradoxalmente, não se sai do lugar. E, de fato, as viagens xamanísticas são viagens verticais (para dentro ou para cima) muito mais do que horizontais, como acontece na viagem clássica dos heróis homéricos. (...) ou seja, os que de algum modo se dispuseram a chegar no fundo do poço de sua própria cultura. Como consequência, a segunda transformação conduz igualmente a um encontro com o outro e ao estranhamento.” Emocional
9
A viagem só desperta sua subjetividade (o encontro com o Outro)
Estranhamento (sujeira...) Emoção “Descoberta” etnográfica – solidão
10
Tudo é Alteridade em Antropologia
“... pois só existe antropólogo quando há um nativo transformado em informante. E só há dados quando há um processo de empatia correndo de lado a lado. É isso que permite ao informante contar mais um mito, elaborar com novos dados uma relação social e discutir os motivos de um líder político de sua aldeia. São justamente esses nativos (transformados em informantes e em etnólogos) que salvam o pesquisador do marasmo do dia-a-dia da aldeia: do nascer e pôr-do- sol, do gado, da mandioca, do milho e das fossas sanitárias.”
11
“Mas para distinguir o piscar mecânico e fisiológico de uma piscadela sutil e comunicativa, é preciso sentir a marginalidade, a solidão e a saudade. É preciso cruzar os caminhos da empatia e da humildade” “É a admissão — romantismo e anthropological blues a parte — de que o homem não se enxerga sozinho e precisa do outro como seu espelho e seu guia”.
12
Gilberto Velho Neutralidade, objetividade, imparcialidade.
Dificuldades do empreendimento de “tentar por-se no lugar do Outro”, para captar suas experiências e vivências. Distância social Distância psicológica Marxismo: classe como experiência concreta e supranacional (?) cultural. Relativizar as categorias
13
Trabalho de campo em Sociedades “complexas”
Familiar x desconhecido; Conhecido x exótico Sempre essas categorias, no entanto Mapas construídos por dimensões de poder e dominação, que hierarquiza o mundo social e funda os estereótipos Papel das ciências sociais no questionamento das fundamentações do mapa = aproximação com a psicanálise
14
Interpretação Confronto com outras interpretações Quando o Outro se rebela com as conclusões: e como isso é feito.
Apresentações semelhantes
© 2025 SlidePlayer.com.br Inc.
All rights reserved.