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Liturgia do Vaticano II

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Apresentação em tema: "Liturgia do Vaticano II"— Transcrição da apresentação:

1 Liturgia do Vaticano II
Diocese de Jundiaí Paróquia São Francisco de Assis Jundiaí, outubro de 2014 Liturgia do Vaticano II “Um novo Pentecostes”

2 As Contribuições da Liturgia para a Igreja
A Liturgia contribui em sumo grau para que os fiéis expri­mam na vida e manifestem aos outros o mistério de Cristo e a autên­tica natureza da verdadeira Igreja. O Concílio recorda os princípios e determina as normas práticas para a reforma da Liturgia. Santo Cesário de Arles pregava raramente, mas quando o fazia mandava fechar as portas da Igreja para que o povo não fugisse. A história do padre recém ordenado que foi pregar na capela de uma fazenda.

3 O desafio vem de longe... Passados 50 anos da promulgação da Constituição Sacrosanctum Concilium sobre a Sagrada Liturgia, a Igreja ainda busca meios para que os fiéis possam viver na intereiza do ser o mistério de Cristo. A vivência deste mistério se dá por diversas formas: Celebração dos sacramentos (Eucaristia); Celebração da Palavra; Recitação do ODC ou LH; Hoje o maior desafio é criar nos fiéis a consciência de que Liturgia não é um cumprimento de normas e regras, mas sim, a totalidade do mistério que a comunidade vai celebrar. Em três passagens, a SC fala sobre a natureza da homilia. A primeira encontra-se no contexto na importância da Sagrada Escritura na celebração litúrgica: “Pois dela [da Sagrada Escritura] são lidas as lições e explicadas na homilia” (Ex ea enim lectiones leguntur et in homilia explicantur”) (SC, 24). A segunda aparece, onde se trata da leitura da Sagrada Escritura, da pregação, da catequese litúrgica e da celebração da Palavra de Deus: “Seja também anotado nas rubricas, conforme a cerimônia o permitir, o lugar mais apto para a pregação, como parte da ação litúrgica (utpote partis actionis liturgicae); e o ministério da pregação seja cumprido com muita fidelidade e exatidão. Deve a pregação, em primeiro lugar, haurir os seus temas da Sagrada Escritura e da Liturgia, sendo como que a proclamação das maravilhas divinas, na história da salvação ou no mistério de Cristo, que está sempre presente em nós e opera, sobretudo nas celebrações litúrgicas” (SC, n. 35,2). A terceira passagem encontra-se no capítulo sobre a reforma do Mistério de Eucaristia: “Recomenda-se vivamente como parte da própria Liturgia, a homilia pela qual, no decurso do ano litúrgico, são expostos os mistérios da fé e as normas da vida cristã a partir do texto sagrado”. (ut pars ipsius Liturgiae).

4 Sacrosanctum Concilium: Por que?
Nasce esta constituição, tão somente para devolver ao povo aquilo que é um direito da comunidade. Cuidadosamente preparado pela comissão litúrgica pré-conciliar, o projeto deste documento foi apresentado ao concílio para que a Liturgia recupera-se a límpida e rica fonte de inspiração para todos aqueles e aquelas que sentem a importância de aprofundar sempre mais a dimensão mística e melhorar continuamente o desempenho celebrativo na comunidade cristã. Em três passagens, a SC fala sobre a natureza da homilia. A primeira encontra-se no contexto na importância da Sagrada Escritura na celebração litúrgica: “Pois dela [da Sagrada Escritura] são lidas as lições e explicadas na homilia” (Ex ea enim lectiones leguntur et in homilia explicantur”) (SC, 24). A segunda aparece, onde se trata da leitura da Sagrada Escritura, da pregação, da catequese litúrgica e da celebração da Palavra de Deus: “Seja também anotado nas rubricas, conforme a cerimônia o permitir, o lugar mais apto para a pregação, como parte da ação litúrgica (utpote partis actionis liturgicae); e o ministério da pregação seja cumprido com muita fidelidade e exatidão. Deve a pregação, em primeiro lugar, haurir os seus temas da Sagrada Escritura e da Liturgia, sendo como que a proclamação das maravilhas divinas, na história da salvação ou no mistério de Cristo, que está sempre presente em nós e opera, sobretudo nas celebrações litúrgicas” (SC, n. 35,2). A terceira passagem encontra-se no capítulo sobre a reforma do Mistério de Eucaristia: “Recomenda-se vivamente como parte da própria Liturgia, a homilia pela qual, no decurso do ano litúrgico, são expostos os mistérios da fé e as normas da vida cristã a partir do texto sagrado”. (ut pars ipsius Liturgiae).

5 Um concílio: para que? para alimentar sempre melhor a vida cristã entre aqueles que fielmente participam da vida da Igreja; para ajustar melhor as necessidades do nosso tempo, tudo o que pode e precisa mudar; Para incentivar tudo o que possa contribuir para união de todos os cristãos; Para promover tudo o que possa chamar todas as pessoas ao seio da Igreja. Por esses motivos, os padres conciliares consideram como dever primeiro cuidar de modo especial da Liturgia, que é cume e fonte da vida cristã. Reformá-la para dar-lhe um novo impulso. Já a Instrução Geral do Missal Romano assim se expressa: “A homilia é uma parte da liturgia (...), sendo indispensável para nutrir a vida cristã. Convém que seja uma explicação de algum aspecto das leituras da Sagrada Escritura ou de outro texto do ordinário ou do Próprio da Missa do dia levando em conta tanto o Mistério celebrado, como as necessidades particulares dos ouvintes” (IGMR, n. 65) Aqui destacam-se as fontes da homilia: as leituras, o ordinário, ou o próprio da Missa. Note-se as referência da homilia: o mistério celebrado e as necessidades particulares dos ouvintes. Trata-se do binômio que caracteriza a liturgia cristã: recordação e atualização. O números 29 e 55 também falam a respeito da finalidade da homilia: “Recomenda-se vivamente a homilia, como parte da própria Liturgia (SC 52); Embora a palavra divinha contida nas leituras da Sagrada Escritura se dirija a todos os homens de qualquer época, e seja entendida por eles, a sua mais plena compreensão e eficácia é aumentada pela exposição viva, isto é, a homilia, que é parte da ação litúrgica.” (IGMR, 29) “Nas leituras explanadas pela homilia Deus fala ao seu povo (SC33), revela o mistério da redenção e da salvação, e oferece alimento espiritual; e o próprio Cristo, por sua palavra, se acha presente no meio dos fiéis(SC7)”. (IGMR,55)

6 Que importância tem a Liturgia para a vida da Igreja?
Pela Liturgia, e sobretudo pelo divino sacrifício da Eucaristia, a comunidade vivencia celebrando o que Deus fez pela humanidade, isto é, “a obra da redenção”. A Liturgia contribui para que a comunidade não só concretize o Mistério de Cristo em suas vidas, como também os manifestem aos demais. É aí que brilha a face da verdadeira Igreja: humana e divina. É a Liturgia que nos dá forças, para que possamos anunciar Jesus Cristo.

7 O que levar em conta, ao reformar e promover a Liturgia?
Jesus veio a esse mundo fazer oque? Leitura atenta do Evangelho Lc 10, 25-37

8 O que vem a ser a Liturgia?
A Liturgia, é por excelência servir, em outras palavras, é o exercício do sacerdócio de Jesus, o servo do Pai, através dos sinais sensíveis; e, de acordo com a especificidade de cada sinal realiza-se a santificação da humanidade e o corpo místico de Cristo, cabeça e membros, presta o culto público integral a Deus. - A própria proclamação da Palavra já se constitui numa ação memorial (recordação e atualização). "Nunca, depois disso, a Igreja deixou de reunir-se para celebrar o mistério pascal: lendo 'tudo quanto a Ele se referia em todas as Escrituras' (Lc 24, 27), celebrando a Eucaristia, na qual 'se torna novamente presente a vitória e o triunfo de sua morte' e, ao mesmo tempo, dando graças 'a Deus pelo dom inefável' (2Cor 9,15), em Jesus Cristo 'para louvor de sua glória' (Ef 1, 12), pela força do Espírito Santo" (SC, 6). Além disso, "presente está pela sua palavra, pois é Ele mesmo que fala quando se lêem as Sagradas Escrituras na Igreja" (SC, 7). A Palavra de Deus, o Verbo, não é apenas lida ou proclamada, mas é celebrada. Ela é atualizada no memorial da mesma. A proclamação da Palavra de Deus tem valor salvífico em si mesma. A homilia se situa entre a proclamação da Palavra de Deus ou a Liturgia da Palavra e a assim chamada Liturgia sacramental, onde ela se realiza, formando ambas as partes um só ato de culto, uma só celebração sacramental. Ela está a serviço tanto da Mesa da Palavra como da Mesa do Pão, sendo o elo entre ambas. Faz a transição entre a Palavra de Deus proclamada na Liturgia da Palavra e a resposta dada a ela. Situa-se entre a proposta de Deus, manifestada na Palavra e a resposta da assembléia, na Liturgia e na vida. À luz das Escrituras, o Senhor Ressuscitado iluminou os fatos acontecidos a respeito do Jesus de Nazaré, fazendo-os compreender o mistério pascal na celebração, em que Jesus deu graças e partiu o pão, e na vida, transformando-os em mensageiros da boa-nova (Cf. Lc 24, 13-35). Vale lembrar a participação de Jesus no culto sinagogal da Palavra em Nazaré, narrada por Lucas, onde Ele mostra a atualização da palavra proclamada (cf. Lc. 4,16-30). Na homilia, diferente do tradicional sermão, a Palavra de Deus proclamada é que orienta a pregação. Deixa a Palavra de Deus falar. No sermão, como o termo foi usado após o tempo dos Padres da Igreja, quando era praticamente sinônimo de homilia, o objetivo ou o tema é central. A Sagrada Escritura é usada para fundamentar a tese a ser exposta. A homilia não quer ser uma aula de Teologia. Não tem como primeira finalidade ensinar ou instruir na doutrina. Não é uma exposição de um assunto de Moral, de Exegese ou mesmo de Catequese, embora esses aspectos possam estar mais ou menos presentes. Pode-se dizer que a homilia tem, como objetivo primeiro, colaborar com Deus para que sua Palavra melhor se encarne, para que sua Palavra seja melhor compreendida, encontre uma terra boa que produza muito fruto. E quer ajudar a assembléia a dar, por sua vez, uma resposta adequada à Palavra proclamada, na celebração e na vida. Em outras palavras, a homilia é o momento do confronto entre a Palavra proclamada, no contexto do mistério celebrado e a vida do cristão. Deste confronto brotará, como resposta, a conversão. Esta conversão pode adquirir a forma de arrependimento, de adoração, de intercessão, de louvor, de ação de graças e de compromisso de vida. Em poucas palavras, podemos dizer que a homilia tem por finalidade colaborar com Deus para que sua Palavra se encarne no hoje da vida dos fiéis; ajudar o povo fiel e ao próprio homiliasta que celebram os mistérios de Cristo, a darem uma resposta à Palavra ouvida na fé, na esperança e na caridade, na celebração e na vida; levar à conversão permanente, voltando-se cada vez mais para Deus e para o próximo no amor; recolher os motivos de ação de graças; despertar as atitudes do sacrifício de Cristo, do seu Corpo dado e do seu Sangue derramado, na Liturgia e na vida; levar ao compromisso de viver de acordo com a Palavra ouvida e os mistérios celebrados.

9 Diante desta afirmação, nos questionamos:
Liturgia: cume e fonte de tudo que a Igreja é e faz! A Liturgia é o cume para onde converge toda a ação da Igreja e a fonte de onde brota toda a sua força. Diante desta afirmação, nos questionamos: QUAL É A IMPORTÂNCIA DA EUCARISTIA? Podemos afirmar que a Eucaristia tem importância maior, pois este sacramento é a renovação da Aliança do Senhor com a humanidade. Neste sentindo, mais do que as outras celebrações, a Eucaristia como uma fonte, faz brotar para nós a graça. Esta característica decorre do caráter memorial da homilia. A homilia, em si mesma, não desenvolve um tema, não expõe nem defende verdades. Proclamando, ela narra a Economia Divina da Salvação, ou o Plano de Deus da Salvação, manifestado na História da Salvação, sobretudo, em Jesus Cristo. A homilia deve expor os mistérios da fé, mas em sua dimensão salvífica, como boa-nova a se atualizar na celebração. Deve anunciar, sempre de novo, o Amor de Deus, o Deus-Amor, que pede uma resposta de amor da parte do ser humano. A homilia como ação litúrgica atualiza os mistérios do amor de Deus, manifestados em seu Filho Jesus Cristo, no mistério da Encarnação e em sua Igreja através dos séculos. Os fiéis, já iniciados na fé cristã e no seguimento de Cristo, não se reúnem em assembléia eucarística para conhecer mais, mas para amar mais. Creio que, em grande parte a pregação litúrgica adquiriu formas temáticas, doutrinárias ou catequéticas, pelo fato de a própria Liturgia em língua estranha e cristalizada, já por si mesma não ser anunciadora da boa-nova, de Jesus Cristo. No Brasil, até hoje, sentimos esta falha, e continuamos a transformar a celebração dos mistérios de Cristo nos Sacramentos e, sobretudo, na Celebração Eucarística, em instrumento de evangelização, em ocasião de catequese, em imposição de ideologias. A ação evangelizadora deve encontrar outros momentos e lugares para o primeiro anúncio e para a Catequese que não o momento celebrativo que os supõem. Os que se reúnem para participar da Ceia do Senhor ou celebrar os mistérios de Cristo nos sacramentos, vêm porque já crêem no Cristo, já foram iniciados na vida cristã pela Catequese.

10 Entrar no seu quarto e orar ao Pai em segredo (Mt 6,6).
A Liturgia, “para ser boa”, supõe o que? E deve levar a que? O cultivo da vida espiritual não se limita a participação na sagrada liturgia. Por esse motivo, o cristão chamado para a oração comunitária, precisa: Entrar no seu quarto e orar ao Pai em segredo (Mt 6,6). Orar continuamente; Ter o espírito de serviço; A homilia quer atingir o coração das pessoas, o ser humano em sua totalidade, em todos os seus sentidos e faculdades. Ajuda a assembléia a contemplar o mistério celebrado para lançar-se mais profundamente nele, para melhor vivenciá-lo na Liturgia celebrada e na liturgia da vida. Por isso, seu caráter orante. A Palavra de Deus celebrada, ritualmente proclamada, distingue-se por seu caráter orante. Ela é ouvida em atitude de fé, na esperança, visando sempre a caridade. Contemplando os mistérios de Cristo, a assembléia mergulha neles, é atingida por eles. A Palavra de Deus é contemplada na sua escuta. Hoje em dia, fala-se muito em leitura orante da Bíblia. Constitui certamente um exercício da espiritualidade cristã, normalmente em nível individual, embora esta leitura orante também se possa fazer comunitariamente. No entanto, importa ajudar a assembléia litúrgica a realizar uma escuta orante da Palavra de Deus. As leituras e o Evangelho devem ser rezados, constituindo verdadeiro diálogo entre a proposta de Deus e a resposta da assembléia. Esta escuta orante da Palavra de Deus, por vezes, toma a forma de oração propriamente dita. É o caso, por exemplo, do Salmo responsorial e da Aclamação ao Evangelho. Assim também a homilia. Nela estará presente a oração sob vários aspectos. Sendo a homilia antes de tudo contemplação do mistério da fé e sua explicação, (explanação) ou explicitação, atualizando-a no aqui e agora de uma Comunidade de fé, o ministro da homilia só poderá falar na força do Espírito Santo. É no Espírito recebido em sua ordenação, que o homiliasta exerce sua missão de profeta, sacerdote e guia da grei a ele confiada. Também para a pregação no culto, o sacerdote recebeu o Espírito Santo pela imposição das mãos e para isso foi enviado. Só na luz e na força do Espírito Santo, ele poderá dar testemunho do que prega e ser fiel ao mistério de Cristo contemplado e proclamado. Não estaria aqui a razão por que o ministro ordinário e próprio da homilia é o ministro ordenado, sobretudo o Bispo? Repito, a finalidade primeira da homilia não é a de transmitir verdades nem a mera explicação exegética da Palavra de Deus, mas a de evocar, contemplar, proclamar e testemunhar os mistérios de Deus revelados e realizados em Jesus Cristo e atualizados na Celebração memorial dos mesmos. Mas, a própria homilia constitui uma forma de oração, com caráter de contemplação dos mistérios celebrados, em forma de profissão e testemunho da fé, em forma de ação de graças pelas maravilhas de Deus, manifestadas na História da Salvação. Possui o caráter de louvor e de glorificação. Quando o homiliasta crê no que prega, reza o que contempla, também a homilia se torna uma forma de oração para toda a assembléia. Ela se reuniu para a oração, ela conseguiu entrar em íntima comunhão com Deus, por Cristo, no Espírito Santo. Então, ela não se dispersará com a impressão de não ter levado nada, pois ela carrega em si o mistério a ser vivido no dia-a-dia, na Liturgia vivida, na ação da caridade. Terá havido conversão, terá havido crescimento no amor de Deus e do próximo. É isto que entendemos por comunicação litúrgica na homilia, distinta da arte da comunicação também importante. Dá-se uma participação ativa e eficaz. Ao fazer a homilia, o sacerdote se inclui. Ele fala também para si mesmo. Ele proclama sua fé, ele dá testemunho do mistério pascal de Cristo, núcleo central de toda pregação cristã. Talvez tenhamos que dar o seguinte passo: da pergunta: “O que direi a eles?” à pergunta: “O que está Palavra nos quer dizer hoje?”. O homiliasta nunca deve esquecer de que a mensagem transmitida pela Palavra de Deus é sempre maior do que o conteúdo de sua pregação. Cada fiel ouvinte, hoje, quando a palavra de Deus é proclamada na língua do povo, captará também conteúdos da mensagem, diretamente, pela ação do Espírito Santo. Nesta acolhida da mensagem, o fiel será auxiliado, enriquecido pela homilia. Quando a Palavra era “lida” em língua desconhecida e em voz baixa, o homiliasta, tinha que se transformar em anunciador do conteúdo da fé, em catequista. A própria Palavra proclamada e rezada já é anúncio, já é mensagem. Cada ouvinte da Palavra é atingido pela ação do Espírito Santo. O homiliasta realça, explica (desdobra), ilumina o aspecto pascal do mistério pascal celebrado. Neste sentido, o discurso homilético talvez seja mais amplo do que a homilia propriamente dita. Ele se manifesta também nas introduções à celebração e à Liturgia da Palavra como um todo, dispondo os participantes a acolherem a Palavra em atitude orante, em atitude de conversão, abertos à ação do Espírito Santo. Quem faz a homilia dispõe-se a incluir toda essa ação da Palavra nos corações do fiéis na ação de graças e no sacrifício memorial de Cristo na Cruz. Esta contemplação vivenciada levará a um compromisso renovado de vida. Trata-se de despertar atitudes, evocar motivos de ação de graças, exortar para o crescimento e a perseverança no seguimento de Cristo.

11 Liturgia e as Devoções Populares
Devemos ter sempre o cuidado para não corrermos o risco de acharmos que tudo é Liturgia. As devoções do povo cristão, contando que estejam de acordo com as normas da Igreja, são encarecidamente recomendadas, sobretudo quando são propostas pela sé apostólica. É importante que se levem em conta os tempos litúrgicos, de tal maneira que essas devoções estejam em sintonia com a Sagrada Liturgia. Sejam de alguma forma, seu prolongamento e para ela encaminhem o povo, já que a Liturgia é, por sua natureza, a referência principal da nossa oração. Podemos dizer também que a homilia busca recolher os motivos de ação de graças a partir de uma penetração mais profunda na mensagem da Palavra de Deus e do mistério celebrado e dispor os corações para entrarem na atitude sacrifical de Cristo, isto é, do Corpo de Cristo dado e do Sangue de Cristo derramado, na atitude do amor, da entrega total a Deus e ao próximo. A homilia evoca, narra, proclama os benefícios de Deus em favor do ser humano, manifestados sobretudo em Jesus Cristo, razão ou motivo da ação de graças que se segue. Desperta a fé, a esperança e a caridade. Ajuda a assembléia a conformar sua vida com o plano de Deus que se torna presente na celebração. Ajudará a despertar a atitude sacrifical dos membros da assembléia, atitude que consiste em entrar na própria atitude de Cristo diante do Pai, manifestada no mistério de sua morte e ressurreição: atitude de entrega, atitude de Filho muito amado. A Assembléia, acolhendo a Palavra, deixa-se possuir por ela nas virtudes da fé, da esperança e da caridade, ela gera a Palavra e a devolve a Deus com frutos pela palavra e o testemunho de vida. Trata-se, pois, de ser ouvinte atento da palavra, de acolhê-la, de concebê-la no coração, a exemplo de Maria e restituí-la a Deus com frutos.

12 A Reforma da Liturgia Como responder aos desafios dos tempos modernos, sem perder a ligação com o passado? É preciso, ao mesmo tempo, manter a sã Tradição, mas abrir também caminho para um legítimo progresso; Para isto, é necessário, antes de tudo, empreender cuidadosa pesquisa teológica, histórica, e pastoral acerca de cada uma das partes da Liturgia a ser reformada; Não se façam inovações (perceber a beleza do rito); Cuide-se, na medida do possível, que não haja diferenças muito grandes nos ritos entre as Igrejas de regiões vizinhas. Sendo memorial dos mistérios de Cristo, do mistério do Cristo total, Cabeça e membros, a homilia tem dimensão pascal. Faz memória da Páscoa de Cristo e dos cristãos, ou das páscoas dos cristãos na Páscoa de Cristo. Os mistérios de Cristo, (páscoa de Cristo), continuam, por obra do Espírito Santo, nos cristãos. Cristo continua agindo pelo seu Espírito no serviço de salvação através dos cristãos. Estas ações pascais dos cristãos completam o mistério de Cristo. Neste sentido, a homilia possui também uma dimensão eclesial. É próprio da expressão significativa da Liturgia, o rito, acolher e expressar o mistério do Cristo total, Cabeça e membros, em sua dimensão pascal. Esta páscoa-fato da Igreja e da humanidade toda - mistérios de Cristo - realiza-se nas várias dimensões de sua vida. Penso que a Igreja no Brasil teve uma feliz inspiração, quando apresentou toda a sua vida e sua ação nas conhecidas seis dimensões. O mistério pascal não se restringe à morte e ressurreição de Jesus. Ele se consuma nos cristãos, nos membros de Cristo. Esta compreensão da páscoa adquire profundo significado no despertar da dimensão sócio-transformadora da vida cristã em geral e, em especial, na experiência libertadora dos povos da América Latina, incentivada e assumida pela Igreja. Penso aqui no ser humano nas suas diversas dimensões: o homo religiosus, o homo sapiens, o homo faber, o homo ludens, o homo solidarius, o homo patiens. Todas elas podem ser perpassadas do religioso, do sagrado, da dimensão pascal em Cristo, e todas elas deverão refletir-se no momento celebrativo de sua vida, portanto também na homilia. O homiliasta trará todas estas ações pascais dos cristãos à memória para que os fiéis as transformem em ação de graças e oblação, com Cristo e em Cristo. Ilumina todas essas realidades à luz do Plano de Deus da Salvação, para que os cristãos as vivam no dia-a-dia em dimensão pascal. Desse caráter da homilia se deduz a necessidade de o homiliasta, em sua pregação, levar sempre em consideração três elementos que nunca poderão faltar: O elemento exegético ou interpretação da mensagem da Sagrada Escritura proclamada na Liturgia da Palavra; o elemento vital, ou aplicação da mensagem à vida da comunidade e de cada um dos que a integram; e o elemento litúrgico ou aplicação da mensagem à celebração litúrgica e à assembléia que celebra. Daí a necessidade de o homiliasta estar por dentro das realidades da vida humana e da sociedade onde ele vive; a necessidade de, como bom pastor, caminhar com seu rebanho, para poder captar todas as realidades vividas por ele, iluminá-las pela Palavra de Deus e trazê-las para dentro da celebração. Como escreve Reginaldo Veloso: “A homilia é a leitura pascal da vida”.

13 A Participação Ativa dos Fiéis na Liturgia
Cristo é por excelência o protagonista do Pai. Por isso a Liturgia é OPUS TRINITATIS: ao Pai, por Cristo, no Espírito. Para promover a participação dos fiéis, nada melhor que incentivar: As aclamações do povo; As respostas; As salmodias; As antífonas ou refrãos; os cantos; As ações, os gestos, a postura; Os momentos do Sagrado Silêncio. Sendo que na Liturgia temos sempre a revelação e a ação da Trindade, também a homilia terá uma dimensão trinitária. A Liturgia é opus Trinitatis. O Pai revela e envia o Filho; o Filho, por sua vez, revela e envia o Espírito Santo. O Espírito Santo, por sua vez, revela, faz conhecer melhor o Filho e conduz para ele; o Filho vai levando a um conhecimento sempre maior do Pai e a ele conduz. Tudo isso acontece naquele dinamismo divino: ao Pai, por Cristo, no Espírito Santo, próprio da Liturgia. A homilia, pois, contempla e revela o Pai, que age na ordem da criação e da salvação pelo Filho, no Espírito Santo. A Economia divina da salvação brota da Trindade e manifesta-se na história, realizada pelo Filho, no Espírito Santo. O homiliasta contempla e narra esta maravilhosa economia divina à luz das atribuições às Pessoas da Trindade Santa. Trata-se de um Deus Trindade na história da humanidade e na vida de cada pessoa humana. O homiliasta ajudará a trazer esta realidade ao presente na celebração da Igreja, onde o Pai continua a obra da criação, o Filho continua salvando e o Espírito Santo, santificando. Ele ajudará os fiéis a viverem esta dimensão trinitária de suas vidas particularmente na Oração eucarística.

14 Na Liturgia não haja acepção de pessoas
Sendo a Liturgia, momento privilegiado do encontro da comunidade com a Trindade de maneira alguma seja feito distinção entre as pessoas. É preciso um cuidado imenso para não fazer qualquer tipo de discriminação, nem se conceder nenhum tipo de privilégio, nas celebrações. - Não sendo a homilia uma exposição exegética da Bíblia, ela deve, contudo, ser fiel à ciência exegética, para que a mensagem da Palavra de Deus seja autêntica. Claro, sempre à luz da Teologia e fiel ao Magistério da Igreja. - Contudo, a Sagrada Liturgia, tem uma hermenêutica própria no uso da Sagrada Escritura. Sendo uma ação cultual, fiel ao sentido literal das Escrituras, a Liturgia se interessa em haurir da Bíblia seu conteúdo mistérico, seu conteúdo salvífico. Toda interpretação das Sagradas Escrituras tem certamente seu fundamento na exegese literal. Mas, a exegese racional e científica apenas precede a exegese cristã dos livros sagrados e é como que seu fundamento. - Na Liturgia, a Igreja usa uma exegese espiritual. Ela consiste em reconhecer que o livro sagrado não é um documento puramente histórico, mas a Palavra de Deus. É uma palavra dirigida a pessoas e que exige hoje uma resposta pessoal. A exegese literal pode ser para o cristão somente o fundamento de uma hermenêutica litúrgica em que se atualiza a Palavra de Deus. A exegese espiritual, contudo, não se acrescenta simplesmente a uma interpretação puramente literal do texto: ela é a verdadeira, a plena interpretação duma Palavra que já para o hagiógrafo não era um simples documento humano, mas Palavra de Deus. A exegese espiritual prolonga no tempo a vida do livro saagrado. Os acontecimentos são proféticos: em cada acontecimento, cada pessoa que escuta, encontra-se a si mesma. Trata-se da Palavra de Deus que convoca e realiza a Comunidade, a Qahal Jahweh do Antigo Testamento, a Ecclesia dos cristãos, e prenuncia a Jerusalém celeste. - A Liturgia da Igreja interpreta a Palavra de Deus por aquilo que se cumpre nela mesma. A Sagrada Escritura revela um Deus que age na História, que por seu Verbo divino faz surgir a história e a conduz à consumação. - A Sagrada Liturgia, portanto, também o homiliasta, lê a Sagrada Escritura num sentido bem determinado, todo seu, sob uma luz própria, que constitui como que a sua norma de interpretação. É o princípio da unidade do mistério de Cristo e da História da Salvação. - O mistério de Cristo é um só, desde o plano eterno de Deus, passando pela criação do mundo e do ser humano, a história do povo de Deus do Antigo Testamento, o fato da encarnação do Verbo de Deus e sua expressão no tempo da Igreja até a consumação na parusia. - Nos textos bíblicos encontramos as três ou quatro dimensões do sinal litúrgico, dimensões que abrangem toda a história, toda a realidade, tornando-a atual, colocando-a, por assim dizer, acima do tempo, no mistério. - Os textos bíblicos e as fórmulas e os sinais inspirados na Bíblia, comemoram o passado e, comemorando o passado, indicam realidades presentes e anunciam o futuro. São sinais comemorativos, indicativos e proféticos, suscitando uma atitude e resposta na fé, o que chamamos de dimensão empenhativa.

15 O papel da Palavra de Deus na Liturgia
Para que apareça em intima ligação com os ritos: restaura-se o antigo costume de se proclamar com maior abundância, variedade e propriedade, a leitura da Sagrada Escritura; As rubricas indiquem, para cada tipo de celebração, o lugar mais apropriado da pregação, como parte da ação litúrgica; O ministério da pregação na Liturgia seja cumprido com muita fidelidade e exatidão, bebendo antes de tudo nas fontes das Escrituras e da Liturgia, como proclamação das maravilhas de Deus na História da Salvação, ou no mistério de Cristo, sempre presente em nós e agindo sobretudo nas celebrações litúrgicas. 5.1. Comunica Deus à assembléia: ajuda a Deus se comunicar, a encarnar sua Palavra. Para isso será necessário que ele entre em comunhão profunda com a Palavra, procure vivenciar a mensagem ouvida e dar testemunho dela. 5.2. Comunica a assembléia a Deus: ajuda a assembléia a responder à Palavra na celebração e na vida. Desperta adesão à Palavra, suscitando o arrependimento, a conversão, ou a intercessão, ou a ação de graças etc... 5.3. O homiliasta não é um professor, nem um técnico. É uma pessoa sábia, curtida na experiência da vida e da fé. Não oferece conhecimentos teóricos, ainda que teológicos. Fala a partir de sua própria busca, de como viver a fé, de como ser fiel a Jesus Cristo, de como viver a vida do Espírito Santo, na realidade atual, nas circunstâncias de nossa realidade pessoal, comunitária, eclesial, social... 5.4. Não é perfeito; é uma pessoa consciente de ser pecadora, junto com toda a humanidade desviada muitas vezes do caminho de Deus que - só Ele - pode nos levar à vida, à paz... Sofre por causa disso. E apresenta, agradecida, os caminhos que a tradição nos apontou; apresenta ‘o’ Caminho, Jesus Cristo. 5.5. O homiliasta não é um animador de auditório, preocupado em manter a audiência e entreter e satisfazer o público. Na liturgia não deve haver público e, sim, somente ‘atores’, ‘sujeitos’, ‘um povo celebrante’, que se deixa animar pelo Espírito Santo do Senhor, pelo fogo do amor e da misericórdia de Deus aceso em nossos corações. Por isso, interessa abrir o diálogo, ouvir os irmãos e irmãs. 5.6. O homiliasta é como um pai de família que olha com ternura e conhece profundamente cada uma das pessoas a ele confiadas e que tira do baú das sagradas escrituras e dos textos litúrgicos coisas novas e velhas, uma palavra capaz de animar, exortar, encorajar, consolar. 5.7. É como uma mãe de família que prepara e serve e alimento com competência e satisfação, levando em conta as necessidades e os gostos de cada membro da família e de cada hóspede ou visitante; que se preocupa em juntar e manter unidos os membros da família, desde o menor até o maior, desde o são até o doente e o deficiente... 5.8. É como um pastor que conhece as ovelhas pelo nome e se preocupa em que encontrem o alimento necessário, que não fiquem machucadas ou roubadas pelos inimigos da vida... 5.9. É um guia espiritual da comunidade, que orienta caminhando junto na vida de fé, de oração, do testemunho, da ação pastoral..., um mistagogo que introduz no mistério celebrado na liturgia e vivido no dia-a-dia. 5.10. O homiliasta é chamado para ser um profeta, profundamente desejoso do Reino de Deus, uma sentinela que aponta os sinais deste Reino (e do anti-Reino) em nossa realidade. Mantém viva a comunidade eclesial em sua missão, seu testemunho no mundo, seu serviço preferencial aos pobres, aos excluídos de nossos planos econômicos, sistemas políticos, organizações eclesiásticas... Denuncia e anuncia. Aponta os perigos e desvios; encoraja para o compromisso. 5.11. Mas, para que tudo isso seja possível, o/a homiliasta é antes de tudo como Maria que se deixa engravidar para poder dar à luz o Verbo de Deus, a Palavra viva, que vem ao mundo para que todos tenham vida e a tenham em abundância.

16 O que é preciso para uma boa homilia?
Comunica DEUS à assembleia Comunica a ASSEMBLÉIA a Deus É um “sábio da vida” Não é perfeito; tem consciência de ser pecador, por isso apresenta “o” Caminho; Não é animador de auditório É como um pai de família É como uma mãe de família É pastor que conhece as ovelhas É guia espiritual É um profeta-sentinela do Reino Seu modelo é a Mãe do Senhor

17 UM ESQUEMA DE HOMILIA (CNBB)
SITUANDO-NOS BREVEMENTE RECORDANDO A PALAVRA ATUALIZANDO A PALAVRA LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA

18 Estrutura da Celebração Eucarística
Não combina com o jeito de ser da Igreja impor a todos os povos uma forma única e rígida de celebrar. Porém é preciso seguir a estrutura de cada rito a ser celebrado. Para entendermos o porque do seguir cada rito analisemos os gestos de Jesus: Leitura atenta do Evangelho Lc 24, 13-35

19 Os Quatro gestos fundamentais de Jesus
A participação dos fiéis na Liturgia Tomou o Pão → Preparação das Oferendas Deus Graças → A Oração Eucarística Partiu → A Fração do Pão Deu → A Comunhão

20 Questões para os Grupos
Que importância tem a Liturgia para a vida de nossa comunidade paroquial de São Francisco de Assis? Como tem sido a participação dos fiéis em nossas celebrações? Temos cuidado da saúde espiritual de nossas celebrações?

21 "...Se, pelo contrário, nos deixamos guiar pelo Espírito, a riqueza, a variedade, a diversidade nunca dão origem ao conflito, porque Ele nos impele a viver a variedade na comunhão da Igreja. O caminhar juntos na Igreja, guiados pelos Pastores – que para isso têm um carisma e ministério especial – é sinal da ação do Espírito Santo; uma característica fundamental para cada cristão, cada comunidade, cada movimento é a eclesialidade. É a Igreja que me traz Cristo e me leva a Cristo; os caminhos paralelos são muito perigosos! Quando alguém se aventura ultrapassando ('proagon') a doutrina e a Comunidade eclesial – diz o apóstolo João na sua Segunda Carta - e deixa de permanecer nelas, não está unido ao Deus de Jesus Cristo (cf. 2 Jo v. 9). Por isso perguntemo-nos: Estou aberto à harmonia do Espírito Santo, superando todo o exclusivismo? Deixo-me guiar por Ele, vivendo na Igreja e com a Igreja?".- Papa Francisco, Homilia da Solenidade de Pentecostes. Roma,

22 Fim Pe. Márcio Felipe de Souza Alves Diocese de Jundiaí


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