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Tuberculose Ocupacional

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Apresentação em tema: "Tuberculose Ocupacional"— Transcrição da apresentação:

1 Tuberculose Ocupacional
Boa tarde. Lamento por não me apresentar na língua espanhola, mas espero que possamos nos comunicar satisfatoriamente. Meu nome é Ricardo José dos Reis. Sou médico do trabalho e diretor do Serviço de Atenção à Saúde do Trabalhador da Universidade Federal de Minas Gerais. Brasil. É uma honra muito grande fazer parte do GRAAL e principalmente deste momento, em que se consolida formalmente e o faz de forma muito sábia, ao agregar, oportunamente, a possibilidade de discutir tuberculose, uma má companhia do homem desde a pré-história. Essa companheira, indesejável, não poupa ninguém, e tem sido detectada com freqüência naqueles que cuidam da saúde das pessoas, o que tem merecido da literatura médica certa relevância ao caracterizar o que se tem chamado de tuberculose ocupacional. Ricardo José dos Reis Serviço de Atenção à Saúde do Trabalhador Pro Reitoria de Recursos Humanos Universidade Federal de Minas Gerais GRAAL MAYO 2005

2 Estrutura da Apresentação
Tuberculose no Brasil Tuberculose Ocupacional Conceitos Perspectivas Históricas Da negação às tentativas iniciais de controle Medidas de controle atuais Situação do Hospital das Clínicas UFMG A apresentação está estruturada em três blocos, da seguinte forma: Tuberculose no Brasil Tuberculose Ocupacional: conceitos, perspectivas históricas, medidas de controle atuais E para terminar vou falar sobre a Situação do Hospital das Clínicas da UFMG

3 Taxa de Notificação – 2003 - OMS
25-49 Este diapositivo mostra as taxas mundiais de notificação de casos de tuberculose em 2003, de acordo com a OMS. Foi dado destaque ao Brasil, nota-se que encontra-se na faixa de 25 a 49 casos para cada habitantes. Taxas de notificação, 2003 0-24 25-49 50-99 100 ou mais Não relatados The designations employed and the presentation of material on this map do not imply the expression of any opinion whatsoever on the part of the World Health Organization concerning the legal status of any country, territory, city or area or of its authorities, or concerning the delimitation of its frontiers or boundaries. White lines on maps represent approximate border lines for which there may not yet be full agreement. © WHO 2004

4 Taxa de Incidência Estimada – 2003 OMS
Taxas por 100 mil – todas as formas Ainda de acordo com a OMS, a taxa de incidência estimada encontra-se entre 50 e 99 casos novos por anos em cada grupo de habitantes. Bem acima da taxa de notificação. Há, portanto, sub notificação considerável dos casos. 0 - 24 300 ou mais Não estimados The designations employed and the presentation of material on this map do not imply the expression of any opinion whatsoever on the part of the World Health Organization concerning the legal status of any country, territory, city or area or of its authorities, or concerning the delimitation of its frontiers or boundaries. White lines on maps represent approximate border lines for which there may not yet be full agreement. © WHO 2004

5 Prevalência estimada de HIV em casos de TB, 2003 - OMS
Um dos motivos, aos quais se atribui o “ressurgimento” da tuberculose em todos os países, é a emergência da epidemia de HIV/AIDS. As estimativas da prevalência de portadores do vírus HIV pacientes com tuberculose, ainda de acordo com a OMS, está na faixa entre 0 e 4 pacientes por , nos casos entre 15 e 49 anos. 0 - 4 Prevalência de HIV em casos de TB, anos (%) HIV prevalence in TB cases, years (%) 0 - 4 5 - 19 50 or more Não estimado The designations employed and the presentation of material on this map do not imply the expression of any opinion whatsoever on the part of the World Health Organization concerning the legal status of any country, territory, city or area or of its authorities, or concerning the delimitation of its frontiers or boundaries. White lines on maps represent approximate border lines for which there may not yet be full agreement. © WHO 2004 The designations employed and the presentation of material on this map do not imply the expression of any opinion whatsoever on the part of the World Health Organization concerning the legal status of any country, territory, city or area or of its authorities, or concerning the delimitation of its frontiers or boundaries. White lines on maps represent approximate border lines for which there may not yet be full agreement. © WHO 2004

6 Tuberculose no Brasil População de 180 000 000 hab
80% dos casos de TB diagnosticados por ano estão em 22 países. Brasil é o 13.º Maior concentração na Região Sudeste: Rio de Janeiro e São Paulo Rio de Janeiro chega a ter 160/ hab Tuberculose sem medo 24-25 Um dos motivos pelos quais se atribui o grande número de casos de tuberculose no Brasil é a sua população bastante numerosa, hoje em torno de de habitantes. População bastante heterogênea, do ponto de vista social, econômico, da composição racial, da distribuição geográfica. 80% dos casos de tuberculose em todo mundo, estão localizados em apenas 22 países, sendo que o Brasil ocupa a 13.ª posição, em número absoluto de casos. O coeficiente de infecção gira em torno de 58,5 em cada

7 Tuberculose no Brasil – Distribuição Geográfica
A maior concentração de casos está na região sudeste, principalmente Rio de Janeiro e São Paulo. Sendo que no Rio de Janeiro chega a 160/ Interessante notar que 70% dos casos estão localizados em 315 municípios o que representa 5% do total. Os asteriscos em vermelho são para chamar a atenção de esses números referem-se às cidades e não ao Estado, que têm o mesmo nome. 70% dos casos: 315 municípios (5% do total) São Paulo* ((n=7.197), Rio de Janeiro* (n=6.605), Salvador (n=2.941), Belo Horizonte (n=1.777), Porto Alegre (n=1.642), Manaus (n=1624), Fortaleza (n=1.392) e Belém (n=1.148) Fonte: Secretaria de Vigilância em Saúde – MS 2005

8 TB no Brasil - Características Demográficas
Faixa Etária (anos) Número de casos Taxa de Incidência ( hab.) 0-4 1.585 9,7 5-9 875 5,3 10-19 7.686 21,8 20-39 42.519 98,8 40-59 28.827 90,7 >=60 10.980 75,5 Total (Brasil) 92.472 48,4 De acordo com dados recentes da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, essa é a distribuição dos caos de tuberculose no Brasil, de acordo com as faixas etárias. A taxa de incidência em 2004 foi estimada em 48,4 por habitantes. Idade mediana: 36 anos (intervalo= 1 mês a 99 anos) Fonte: Secretaria de Vigilância em Saúde – MS 2005

9 TB no Brasil - Características Demográficas - 2004
Últimos dados da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Nota-se que há predominância absoluta do sexo masculino. A tuberculose é companheira das pessoas de baixa escolaridade. Indicador preciso da situação sócio econômica da população e em conseqüência da pobreza e da marginalidade. Vejam que o risco relativo de ter o diagnóstico de tuberculose é quatro vezes maior nos analfabetos e com baixa escolaridade. Fonte: Secretaria de Vigilância em Saúde – MS 2005

10 TB no Brasil - Resultado de Tratamento
Sucesso de tratamento: 71% No que diz respeito ao sucesso do tratamento, o país ainda não atingiu a meta estimada pela OMS, que é de 80% de cura. A média de sucesso gira em torno dos 71%, mas varia de pouco mais de 40% a 80% em alguns locais.. Fonte: Secretaria de Vigilância em Saúde – MS 2005

11 TB NO BRASIL - AÇÕES RELEVANTES
Intensificações das ações de vigilância e controle da tuberculose para utilização no ano de 2005 Repasses extras, extra-teto, fundo a fundo Valor R$ Valor U$ Repasse aos 26 estados e Distrito Federal ,00 648000,00 Repasse a 155 municípios prioritários ,05 ,42 Repasse a 159 municípios prioritários ,76 626069,50 Incentivo aos estados e municípios prioritários ,00 800000,00 No ano de 2005 estão previstas intensificações das ações de vigilância e controle da tuberculose. Estão estimados repasses extras, extra-tetos e de fundo a fundo, o que diminui a possibilidade de desvio de verba. Notem que dão ênfase a alguns municípios prioritários.

12 Tuberculose no Brasil Sistema público de saúde
Programa de Controle da Tuberculose Crises econômicas Crescimento da população marginalizada Crescimento de migrações Expansão da epidemia da SIDA Por que o Brasil tem tantos casos de tuberculose? Podem perguntar. Os autores apontam alguns motivos. Entre esses destacam os seguintes: A falta de sistema público de saúde eficaz; Piora dos programas de controle da tuberculose controlados pelo governo; Crises econômicas; Crescimento da população marginalizada rural e urbana; Crescimento de migrações Epidemia da SIDA.

13 Tuberculose Ocupacional: Conceitos
Doença ocupacional Classificação de Schilling: CATEGORIA EXEMPLOS I – Necessidade Doenças profissionais (silicose) II – Contribuição Doença coronariana III – Provocação Asma ocupacional O segundo tópico da apresentação trata especificamente da Tuberculose Ocupacional. O conceito de doença ocupacional implica que a doença se relaciona de alguma forma com o trabalho. De acordo com Schilling 1984, essa relação pode ser estabelecida de acordo com três categorias: A primeira categoria é aquela em que o trabalho é necessário para a ocorrência da doença, o exemplo típico são as “doenças profissionais”, tipicamente a silicose. É praticamente impossível adquirir silicose fora do ambiente de trabalho. A segunda, o trabalho é um contribuinte para a ocorrência da doença, o exemplo seria a doença coronariana; a terceira categoria, o trabalho é provocador da doença; o trabalhador tem uma condição, que possivelmente, se não fosse o trabalho, esta não se manifestaria, o exemplo típico é a asma ocupacional. (Adaptado de Schilling, 1984) Citado em Doenças Relacionadas com o Trabalho: Diagnóstico e Conduta Manual de Procedimentos para os Serviços de Saúde – Ministério da Saúde – OPS. Capítulo 2 – Org. Elizabeth Costa Dias

14 Tuberculose Ocupacional: Conceitos
O ambiente de trabalho, em locais de risco, constitui fator contributivo para o desenvolvimento de tuberculose determinados trabalhadores Definição Formal (2000) MPAS – INSS Doença Relacionada ao Trabalho: (Schilling, II) A tuberculose se constitui, portanto, em condição presente no ambiente de trabalho, capaz de contaminar o trabalhador e provocar-lhe doença ou infecção, é fator contributivo, uma vez que pode-se contaminar tuberculose fora do ambiente de trabalho, ou seja o trabalho não é necessário para que haja a contaminação. Por outro lado não é provocador da doença. Em 2000 o Ministério da Previdência e Assistência Social e o Instituto Nacional de Segurança Social assumiram formalmente a tuberculose como doença ocupacional ao publicarem a Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho. De acordo com os critérios de Schilling. A tuberculose foi classificada na categoria II.

15 Tuberculose Ocupacional: Conceitos
Atributo ou exposição, necessariamente não é fator causal Aumento da probabilidade de ocorrência Nexo causal de natureza epidemiológica Eliminação dos fatores de risco reduz a incidência ou modifica o curso evolutivo da doença ou agravo O trabalho então é apenas um atributo, ao possibilitar a exposição ao microrganismo patogênico, não é, diretamente, o fator causal. Possibilita o aumento da probabilidade da ocorrência da doença. Nestes casos o nexo causal se faz principalmente por meio da epidemiologia. A eliminação dos fatores de risco presentes no trabalho reduz, de forma definitiva, a incidência da doença ou modifica o seu curso evolutivo.

16 Tuberculose Ocupacional: Conceitos
Infecção: Teste tuberculínico Doença ativa: Laboratório Caso clínico A tuberculose ocupacional pode ser detectada de duas formas: sob a forma de infecção, neste caso, a constatação se faz apenas pela viragem do teste tuberculínico. O trabalhador não apresenta os critérios clássicos de doença; sob a forma de doença, estabelecida, o trabalhador apresenta alterações laboratoriais e/ou clínicas suficientes para se estabelecer o diagnóstico de doença conforme a literatura médica.

17 Perspectivas Históricas – A negação inicial
1882, Sir Willian, Brompton Hospital: negação, questionava o contágio. 1909, Sir Willian confirmava. Fishberg and Dublin. Tuberculose é contagiosa; existe no algo no ar produzido pela doença Hipócrates já na Antigüidade, afirmava que a tuberculose era contagiosa, que existiria algo no ar produzindo a doença. No final do século XIX e início do XX acreditava-se que o trabalho com pacientes tuberculosos, não representava risco de contágio para os trabalhadores da enfermagem, pelo contrário, de alguma forma, protegia os trabalhadores do adoecimento, que não havia risco de contágio. Em 1882, Sir Willian, do Brompton Hospital publicou artigo, negando a possibilidade de doença e questiona a possibilidade de contágio. Em 1909, escreveu outro artigo, em que confirmava as suas assertivas a respeito, e concluía que o trabalho com tuberculose não envolvia risco especial entre os que estavam engajados com a doença. “...o trabalho com tuberculose não envolvia risco especial entre os que estavam engajados com a doença...”

18 Perspectivas Históricas – Definição do Risco
Década de 20: Cordeiros diante de lobos Admissão x perda do patrocínio (1924) ENFERMEIRAS: (1946) 37%, TT negativo, desenvolveram TB ativa + conversões apenas ESTUDANTES DE MEDICINA: estudantes de medicina, entre 1940 e 1950 – 3,34/1000 p.a x 0,32 a 1,0/1000 p.a (pop. geral) 23 estados norte-americanos: compensação Reconhecimento lento Inoculação em cobaias com poeira das enfermarias de tb e sala de necropsia: tb fatal em cobaias Início do século, declínio lento, aparecia principalmente naqueles que haviam se infectado no passado, declinou entre as pessoas mais jovens, que não tinham imunidade: cordeiros diante de lobos. Em 1924 hospitais que admitiam tuberculosos começaram a perder patrocínio. Em 1946 estudo mostrou que 37% das enfermeiras admitidas com TT negativo, desenvolveram tuberculose ativa ou positivaram o teste. Estudo entre 1940 e 1950, envolvendo estudantes de medicina mostro que a taxa de conversão do teste tuberculínico era de 3,34 por mil contra 0,32 a 1,0 por mil ao ano, quando comparado com a população geral. Nesta época 23 estados norte-americanos começaram a pagar compensação a trabalhadores com tuberculose atribuída a contaminação no ambiente de trabalho.

19 Perspectivas Históricas: 1as intervenções
Década de 50: afastamento de mulheres jovens da enfermagem TT (enfoque no coletivo), seguimento Excluir TB em recém admitidos Vigilância Técnicas assépticas Horas de trabalho, lenços de papel, férias, dieta Autores dão mais enfoque no excesso de taxas ou surtos no TT mais do que conversões individuais. Medidas para controle incipientes foram estabelecidas no início da década de 50, ao se afastar e evitar a admissão de mulheres jovens em hospitais. Passaram também a excluir tb em recém admitidos, Estabeleceram ações de vigilâncias, Começaram com técnicas de anti sepsia Redução das horas de trabalho, disponibilização de lenços, concessão de férias e cuidados com dieta.

20 Atualidade Profissionais da Saúde Controle urgente
Morte por tuberculose Definição (fácil) x Documentação (difícil) Perfil de susceptibilidade Análise do polimorfismo do comprimento de segmento Idêntica à de cepas de surto em hospitais Controle urgente Efeito desmoralizante da aquisição ocupacional Espectro da multi-resistência Documentação da doença é possível por essas técnicas, mas a infecção não é possível documentar. Inferências baseadas em comparações de informações demográficas e ocupacionais, em alguns casos não se identifica a fonte de contaminação. O efeito sobre o trabalhador da saúde ao se contaminar com tuberculose é maior, por ser desmoralizante, já que se contaminou no trabalho, cuidando de outras pessoas.

21 Locais de Exposição Ocupacional
Hospitais Prisões Instituições de pacientes crônicos Casas de saúde Cuidado domiciliar Ambulatórios Abrigos de sem-casa A exposição ocupacional não é atributo exclusivo de hospitais, mas também em prisões, instituições de pacientes crônicos, casas de saúde, no cuidado domiciliar, em ambulatórios e abrigos de sem-casa. Qualquer local em que se cuida de pessoas doentes, é capaz de propiciar o contágio ocupacional.

22 Quem está sob risco? Trabalhadores da saúde (vínculo)
Profissionais da saúde (formação específica) Pessoal da saúde (interseção) O risco de contaminação é diferente em função da prevalência e do local de trabalho. O que caracteriza maior risco ocupacional é o contato direto com pacientes. Desta forma é importante definir o trabalhador que está sob risco, em função do tipo de relação que tem com o paciente. Trabalhador da saúde são todos os trabalhadores que têm vínculo de trabalho com instituições que cuidam da saúde, independente da sua relação com o paciente. Profissional de saúde é o trabalhador que tem formação específica, necessariamente não tem relação com pacientes. Pessoal da saúde é a interseção das duas categorias anteriores, ou seja têm vínculo e formação específica. Este é o trabalhador que tem maior risco.

23 Medidas de Controle Administrativas Ambientais Proteção Respiratória
Eficácia comprovada Fácil implantação Baixo custo São preconizadas medidas de controle, que envolvem ações administrativas, controle ambiental e proteção individual. As ações administrativas são de eficácia comprovada, de fácil implantação e de baixo custo. Devem preceder sempre as outras duas.

24 Comissão de Controle de Infecção
Elaboração Implantação Coordenação Avaliação As medidas de controle devem ser realizadas, por comissão de profissionais, que devem elaborar plano de ações de controle da transmissão do bacilo no ambiente hospitalar, implantar, coordenar e avaliar periodicamente as medidas estabelecidas.. Plano de ações e controle da transmissão

25 Medidas Administrativas
Plano de Controle Identificação das áreas de risco Necessidade de treinamento Identificação precoce do sintomático Agilização do diagnóstico Redução da permanência por criação de rotinas Educação do paciente Determinação do número de casos entre profissionais Adoção de medidas específicas O plano de controle deve contemplar a identificação das áreas de risco, a necessidade de treinamento dos profissionais envolvidos, a forma de identificar precocemente o o sintomático respiratório, a forma de tornar ágil o diagnóstico, a forma de reduzir a permanência do paciente no ambiente de trabalho pela criação de rotinas, a educação do paciente, determinar o número de casos entre os profissionais e a adoção de medidas específicas.

26 Identificação das áreas de risco
Características da instituição Prevalência local Efetividade dos programas de controle: Taxa de negativação Número de casos por ano Identificação, classificação e sinalização O risco de transmissão do M. tuberculosis varia em função das características da instituição, da prevalência local da tuberculose e da efetividade dos programas de controle (principalmente a taxa de negativação dos pacientes em tratamento). Para determinar o risco devemos considerar o número de casos de tuberculose pulmonar por ano da unidade e em áreas especiais ou ocupadas pelo programa específico. No caso de Hospitais, todo aquele que tiver mais de 50 casos por ano, deve adotar plano de controle de biossegurança. Deve-se identificar, classificar e sinalizar, em toda a instituição, as áreas de risco de transmissão do M. tuberculosis. Nem todas as áreas de uma instituição possuem o mesmo risco.

27 Áreas especiais de risco
Salas de espera Áreas de isolamento Laboratórios Farmácia Ambulatórios Emergência Salas de exames Broncoscopia Espirometria Radiologia Deve-se atentar principalmente para as áreas onde os pacientes tuberculosos são atendidos (sala de espera, áreas de isolamento, laboratórios, farmácia, ambulatórios, emergências, salas de exame (broncoscopia, espirometria e radiologia).

28 Organização do atendimento
Hora da marcação Pouco movimento (final da tarde) Prioridade Pouco tempo de permanência Máscara cirúrgica Sala com ventilação adequada O atendimento deve ser organizado de forma que o paciente permaneça o menor tempo possível no ambiente de trabalho. Desta forma, deve-se marcar as consultas para horário de pouco movimento, de preferência no final da tarde; deve-se dar prioridade ao atendimento aos portadores de tuberculose para que se diminua o seu tempo de permanência; todo paciente bacilífero deve usar máscara, do tipo cirúrgica, e deve haver garantia que a sala tenha ventilação adequada.

29 Avaliação de risco Tempo de permanência Procedimentos especiais
Broncoscopia Escarro induzido Análise dos resultados dos TT Na avaliação do risco deve-se levar em conta principalmente o tempo de permanência do paciente no local de trabalho, a realização de procedimentos especiais como broncoscopia e escarro induzido, e deve-se fazer a análise do testes tuberculínicos, em que pese o fato de que são pouco específicos.

30 Treinamento dos profissionais de saúde
Orientação Compreensão Participação Conhecimento Áreas de risco Epidemiologia Risco Ocupacional O treinamento dos profissionais de saúde deve conter pelo menos os tópicos de orientação, nos quais são enfatizadas a necessidade de compreensão do problema e a garantia da participação de todos. Os profissionais de saúde devem ter conhecimento sobre as áreas de risco, sobre epidemiologia e sobre o risco ocupacional, da necessidade de isolamento e do uso de máscaras especiais. Isolamento Máscaras

31 Identificação e diagnóstico precoces
Sintomático respiratório Agilização do diagnóstico bacteriológico Coleta Realização Entrega 24 horas Todo esforço deve ser feito para a identificação precoce do sintomático respiratório, assim como da agilização do diagnóstico bacteriológico, todo processo (coleta, realização do exame e entrega do resultado) deve estar pronto em 24 horas. No caso de co-morbidades que exijam internação, o paciente deve ser isolado e tratado imediatamente. Isolamento (co-morbidades) Tratamento imediato

32 Outras medidas administrativas
Educação do paciente Transmissão Proteção da boca e nariz Coleta do escarro Local específico Separado Aberto ou bem ventilado Arejado Luz solar Triagem e avaliação dos suspeitos Hospitalização Isolamento Outras medidas que devem ser implantadas são educação do paciente, a respeito da transmissão e da necessidade de proteção da boca e do nariz. A coleta do material deve ser feita em local específico, separado, aberto, bem ventilado, arejado e sob luz solar. Todos os suspeitos devem ser triados.

33 Medidas de Controle Ambiental
Localização Número e fluxo de pacientes Setores de atendimento Áreas consideradas de risco Arquitetura Recurso disponível Medidas de controle ambiental: localização, número e fluxo de pacientes, setores de atendimento, áreas consideradas de risco, arquitetura e recurso disponível.

34 Controle ambiental Definição das áreas Ventilação Filtração Inativação
Natural Artificial: mecânica Filtração Filtros HEPA Remoção de 99,97 de partícula com diâmetro de 3 m Aumento do número de trocas de ar: 6 a 12/hora Inativação Radiação Ultra-violeta Controle ambiental: definição de áreas, ventilação (natural, artificial), filtração (HEPA), inativação.

35 Medidas de Proteção Respiratória
Máscaras especiais (complementar) Respiradores Partículas de 0,3 m de diâmetro Determinadas áreas de risco Máscaras cirúrgicas Mediadas de proteção respiratória: máscaras especiais: medida complementar, não a principal.

36 Avaliação das medidas de controle
Indicadores diretos Mudanças nas taxas nos profissionais de saúde: difícil Indicadores indiretos: (tempos) Admissão e suspeita Suspeita e realização de exames Baciloscopia e entrega do resultado Entrega do resultado e início do tratamento Admissão e isolamento Duração do isolamento Avaliação das medidas de controle Indicadores diretos: mudanças nas taxas nos profissionais de saúde: difícil. Indicadores indiretos: tempos entre admissão e suspeita, suspeita e realização de exames, baciloscopia e entrega de resultados, entrega de resultado e início de tratamento, admissão e isolamento, duração de isolamento.

37 Controle dos profissionais de saúde
Exames pré-admissionais e periódicos Teste tuberculínico Não reatores TT periódico BCG? Conversão recente Exclusão da doença? Controle dos profissionais de saúde: exames pré-admissionais, periódicos, teste tuberculínico, para os não reatores preconiza-se o TT periódico. BCG é questionável. No caso de conversão recente, excluir a doença, se excluída: quimioprofilaxia, se diagnósticada: tratamento. Os portadores de deficiência imunológica devem ser alocados em locais de baixo risco. Sim: quimioprofilaxia Não: tratamento Deficiência imunológica: Locais de baixo risco

38 Universidade Federal de Minas Gerais
Campus Pampulha x Campus Saúde Campus Pampulha Faculdade de Odontologia e outras Campus Saúde Faculdade de Medicina Escola de Enfermagem Hospital das Clínicas Hospital São Vicente Anexos A UFMG. Os campi. O campus saúde: medicina, enfermagem, HC, central e anexos.

39 Hospital das Clínicas Trabalhadores da Saúde: 2500
Pessoal da Saúde: 1586 Médicos Enfermeiros (superior e médio) Fisioterapeutas Terapeutas ocupacionais Psicólogos Assistentes sociais Técnicos de laboratório Técnicos de farmácia Força de trabalho: trabalhadores da saúde: pouco mais de Pessoal da saúde: 1586 em 2004, incluem médicos, enfermeiros (superior e médio), fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, assistentes sociais, técnicos de laboratório, técnicos de farmácia.

40 Situação do Hospital das Clínicas
Medidas Administrativas Comissão de controle de infecção hospitalar Controle Ambiental Isolamento HEPA Serviço de Atenção à Saúde do Trabalhador Assistência médica Exames de saúde ocupacional PPD (Booster?) Proteção Individual Respiradores Medidas administrativas: CCIH: controle ambiental (isolamento, HEPA). SAST: assistência médica, eso (ppd, booster), proteção individual.

41 SERVIÇO DE ATENÇÃO À SAÚDE DO TRABALHADOR – UFMG FICHA DE REGISTRO DE ATENDIMENTOS
Unidade _________ Local ____________ Setor ____________ Nome___________________________________________________________________Cargo __________________________________________Função __________________ Inscrição: ______________________ Data de Nascimento ___/___/___ Data Tipo* Afastamento? N.o 1.o dia N.o acum. ICPC2 CID10 Definitivo? Encaminhamento _/_/_  sim não A15-A19 Todos os atendimentos médicos no Serviço são sumarizados na ficha de registro de atendimentos. Diariamente são lançados em banco de dados. É possível o acompanhamento diários de todos os casos. Todos os contactantes no trabalho são convocados para exame médico antecipado. *Tipo de atendimento: M = médico, E = Enfermagem, F = fisioterapia, T = terapia ocupacional, P = perícia

42 Hospital das Clínicas Distribuição dos casos de tuberculose em trabalhadores do HC Distribuição dos casos de tuberculose no Hospital das Clínicas da UFMG no período de 2000 a 2005, notificados no SAST. Todos os casos pertencem a categoria de pessoal da saúde, não houve nenhum caso envolvendo outros trabalhadores do Hospital, que não tivesse contato direto com paciente. São casos isolados, não se demonstrou ainda a ocorrência de mais de um caso em um mesmo local. Nota-se discreto aumento em relação aos dados da população geral do Brasil, na faixa de 20 a 39 anos, que a faixa em que ocorreram os casos.

43 Situação no Hospital das Clínicas
Conduta frente a casos suspeitos Laboratório: pesquisa (todos os casos) Tempos: Admissão e suspeita ... NUVE e CCIH... Isolamento 24 horas. Todos os sintomáticos respiratórios são imediatamente localizados pelo NUVE (Núcleo de Vigilância Epidemiológica do Hospital das Clínicas e pela CCIH: Agilização e Isolamento.

44 Situação no Hospital das Clínicas
PPD Dificuldades históricas Realização parcial Nexo: muito difícil Identificação da bactéria Fonte única (trabalhador e suspeito) Banco de dados: laboratório de pesquisa Na realização do PPD tem-se encontrado dificuldades históricas no fornecimento pelo Ministério da Saúde. Atualmente a PBH tem disponibilizado com maior regularidade. O nexo em países com alta prevalência de tuberculose é difícil estabelecer o nexo. Necessita da identificação da bactéria, por biologia molecular. Possível em laboratórios de pesquisa. Há ainda a possibilidade de que o paciente fonte (suspeito) e o trabalhador tenham tido a mesma fonte. Problemas: BCG não garante imunidade; reinfecção não garante imunidade. Como estabelecer o nexo, diante da possibilidade de reativação e reinfecção?

45 E o futuro? Esforço para garantir controle total da situação
Aperfeiçoar sistema de informação para que não haja perda Maior interação com a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar Procurar garantir fornecimento regular de PPD Procurar definir qual a melhor forma de acompanhar o profissional

46 Pneumotorax Manoel Bandeira ( ) Libertinaje – 1930 Fiebre, hemoptisis, disnea y sudores nocturnos. La vida entera que pudo ser y no fue. Tos, tos, tos. Mando llamar al médico. – Diga treintaitrés. Treintaitrés ... treintaitrés ... treintaitrés ... – Respire... – Tiene usted una caverna en el pulmón izquierdo y el derecho infiltrado. – Entonces, ¿no es posible, doctor, intentar un pneumotorax? – No. Sólo le queda silbar un tango argentino. Traducción de Gabriel Prado Límaco – Peru, 1972 Um tango argentino é realmente muito bom. O tango argentino como terapêutica da tuberculose. O autor tuberculoso desde a juventude, escreveu o poema aos 44 anos e faleceu aos 82 anos. Hoje, 75 anos depois, temos feito muito, a tuberculose não pode consumir a vida das pessoas, como no início século passado, identificamos o bacilo pelo seu genoma. pneumotórax já não é mais tratamento de tuberculose. Ironia a tuberculose não tem jeito. – 08/05/05 -18:34 É necessário, no entanto, fazer ainda mais.

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