A apresentação está carregando. Por favor, espere

A apresentação está carregando. Por favor, espere

Capítulo 8: Tecnologia e Comércio Exterior

Apresentações semelhantes


Apresentação em tema: "Capítulo 8: Tecnologia e Comércio Exterior"— Transcrição da apresentação:

1 Capítulo 8: Tecnologia e Comércio Exterior
Paulo Tigre Curso de Economia da Tecnologia Paulo Tigre, Gestão da Inovação

2 Inovação e Comércio Internacional
Paulo Tigre, Gestão da Inovação

3 Tecnologia e Competitividade Internacional
David Ricardo (1817) atribuiu as vantagens comparativas das nações ao diferencial de custos relativos de produção. Os custos são funções da disponibilidade de fatores e da produtividade do trabalho que, por sua vez, depende da tecnologia utilizada no processo produtivo. Portanto, na visão ricardiana, a tecnologia de processo (ou de produção) é o fator determinante do comércio internacional. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

4 O que diz a literatura econômica?
Posner (1961): empresas inovadoras criam um monopólio exportador temporário para seus países de origem Freeman (1995): Competitividade internacional em determinadas industrias está associada ao esforço inovador (P&D) Soete (1987): Confirmou a teoria do gap tecnológico para 40 setores (exceto de base em recursos naturais) Paulo Tigre, Gestão da Inovação

5 M.V. Posner e a teoria do hiato tecnológico
Posner (1961) constatou que quando as empresas desenvolviam um novo produto, criavam um monopólio exportador em seu país de origem até a entrada de imitadores no mercado, sugerindo que a mudança técnica ocorrida em um país, e não originada nos demais, induz o comércio durante o período de tempo que leva para o restante do mundo imitar esta inovação. Hiato tecnológico: assimetria no acesso a tecnologia Paulo Tigre, Gestão da Inovação

6 Chris Freeman: inovação e competitividade
Freeman (1963, 1965, 1968), ao estudar a indústria de plásticos, concluiu que o progresso técnico leva à liderança na produção dessa indústria, porque as patentes e os segredos comerciais dão ao inovador proteção por um certo período. Quando o produto inovador começa a ser imitado, fatores mais tradicionais de ajustamento e especialização passariam a determinar os fluxos comerciais. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

7 Paulo Tigre, Gestão da Inovação
O que diz a literatura ? SPRU: 60% das importações européias envolvem produtos únicos: bens de k, eletroeletrônicos, farmacêuticos, software, produtos de marca. Sistema Nacional de Inovação (Nelson e Freeman): ambiente institucional e científico (infra-estrutura educacional e científica, mecanismos de apoio a inovação, estratégias empresariais) são críticos para a competitividade internacional. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

8 DOSI, G., PAVITT, K., SOETE, L. (1990)
Em alguns setores — por exemplo, em que a tecnologia já se encontra bastante difundida — uma vantagem em termos de custo pode compensar uma deficiência tecnológica. Em outros, o mercado internacional pode premiar a inovação, a qualidade e a sofisticação de produtos e processos, e nesses casos a presença de vantagens salariais não compensa a existência de atrasos tecnológicos, ocorrendo uma baixa participação no comércio internacional. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

9 Origem do capital e esforço tecnológico local
Zucolato (2005) verifica uma correlação negativa entre o esforço tecnológico relativo e a presença estrangeira na indústria de transformação brasileira. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

10 Conteúdo tecnológico das exportações
O valor médio das exportações brasileiras no período foi de US$ 7,12 por kg para os produtos de alta tecnologia, US$ 0,55/kg para os de média tecnologia e apenas US$ 0,03 para os produtos de baixa tecnologia. o valor médio das exportações por kg representa apenas 40% do valor das importações (Furtado, 2002). Paulo Tigre, Gestão da Inovação

11 Formas de transferência de tecnologia
Por meio da venda e distribuição de ferramentas, máquinas e equipamentos (tecnologia incorporada ao capital) Via assistência técnica, treinamento e programas educacionais (tecnologia incorporada aos recursos humanos) Por meio de empresas multinacionais e alianças estratégicas (transferências intra e inter-firmas) Através do licenciamento de patentes, projetos ou especificações técnicas (tecnologia desincorporada) Paulo Tigre, Gestão da Inovação

12 Alianças Estratégicas
Surgiram na década de 80 e 90 como forma de superar os altos custos de P&D , curvas íngreme de aprendizado e redução nos ciclos de vida dos produtos. Empresas carecem de capacitação em todas as áreas, evitam riscos, abreviam tempo de introdução de inovações. Ex: desenvolvimento do palmtop pela Motorola e Samsung Paulo Tigre, Gestão da Inovação

13 Modos organizacionais das alianças estratégicas
Com acordos societários: Fusões e aquisições Joint-ventures Empresas de propósito específico Criam dependência mútua Sem acordos societários: Projetos de desenvolvimento conjunto de produtos Compartilhamento de recursos Licenças cruzadas Paulo Tigre, Gestão da Inovação

14 Da transferencia de tecnologia para as alianças estratégicas
Inicialmente haviam apenas fluxos unidirecionais: licenças e second-sourcing Hoje evoluíram do simples licenciamento para alianças estratégicas e licenciamento cruzado: Ex: Texas Instrument e Hyundai trocando patentes de chips. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

15 As alianças são concentradas em tecnologias avançadas.
56% do número total de alianças na década de 90 foram na área de tecnologias da informação 12,3% em biotecnologia 7% na área aeroespacial Paulo Tigre, Gestão da Inovação

16 Classificação tecnológica de produtos
Alta tecnologia mais de 4% de gastos de P&D sobre o faturamento. Média intensidade tecnológica se caracterizam por investir entre 1% e 4% das vendas em P&D. Baixa intensidade tecnológica, menos de 1% em P&D. Neste grupo estão os segmentos de vidros, cerâmicas, alimentos e bebidas, refino de petróleo, metais ferrosos, papel, madeira e mobiliário, têxteis e calçados. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

17 Paulo Tigre, Gestão da Inovação
Produtos de alta tecnologia: gastos em P&D sobre faturamento dos (OECD) Farmacêuticos (10%) Informática (4,3%) Aeronaves (8%) Eletrônicos e comunicações (7,6%) Paulo Tigre, Gestão da Inovação

18 Setores de média intensidade tecnologica
automóveis, produtos químicos, borrachas e plásticos, metais não ferrosos, entre outros. Tal categoria pode ainda ser subdividida em média-alta e média-baixa intensidade tecnológica. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

19 Produtos de média tecnologia: P&D/vendas (OECD)
Média-alta tecnologia Química (2,0%) Materiais elétricos (2,2%) Veículos automotores (2,2%) Média-baixa tecnologia Borracha e plásticos (1%) Paulo Tigre, Gestão da Inovação

20 Intensidade tecnológica e comércio exterior
Os setores de maior crescimento no comércio mundial tendem a ser aqueles com elevada intensidade tecnológica. Os setores classificados como de tecnologia alta ou média-alta responderam por 63% do valor das exportações dos setores considerados dinâmicos no mercado internacional Paulo Tigre, Gestão da Inovação

21 Summary Innovation Index
O Summary Innovation Index (SII), oferece uma visão geral do desempenho relativo das inovações em diferentes países. O SII é calculado para todos os países baseado em um conjunto de indicadores disponíveis. O SII é um ranking relativo e não absoluto. Um país que tem um SSI o dobro de outro não significa que a performance absoluta é o dobro também. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

22 Necessidades tecnológicas das empresas exportadoras
Os resultados da pesquisa de campo do BNDES (Pinheiro, Markwald e Pereira, 2002), revelam que grande parte das necessidades tecnológicas das empresas exportadoras se refere à Tecnologia Industrial Básica (TIB). A importância da TIB para a competitividade internacional está associada aos ganhos de produtividade e as exigências dos diferentes mercados. A venda de um número crescente de produtos requer sua certificação por entidades credenciadas e com base em ensaios realizados por laboratórios credenciados e conduzidos segundo normas (campo voluntário) e regulamentos técnicos (campo compulsório). Sem o mútuo reconhecimento desses sistemas entre países, o preço de um produto será acrescido do custo de tantas certificações diferentes quanto forem os mercados de destino. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

23 Acordos Internacionais
A OMC criou o Acordo de Barreiras Técnicas, ao qual o Brasil aderiu. A idéia de unificação dos sistemas já foi abandonada, reconhecendo que há diferenças entre os modelos em uso nos diversos países que transcendem a questão puramente técnica. A tônica hoje é a harmonização dos sistemas de metrologia, normalização e avaliação da conformidade, tomando-se em conta as peculiaridades de cada modelo organizacional, através dos Acordos de Reconhecimento Mútuo. Os blocos econômicos e suas organizações nacionais, sub-regionais, regionais e internacionais (por exemplo: ABNT –Associação Brasileira de Normas Técnicas; CMN - Comitê MERCOSUL de Normalização; COPANT - Comissão Pan-americana de Normas Técnicas; e ISO - International Organization for Standardization, respectivamente) têm se preocupado com temas como o reconhecimento mútuo dos sistemas de normas e avaliação de conformidade. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

24 Barreiras tarifarias e não tarifarias ao comercio internacional
Trade Restrictions / Trade Barriers Dumping Subsidies Countervailing Duties Tariffs Nontariff Barriers Quotas VERs - Voluntary Export Restraints Non-Tariff Barriers subsidies aid (loans and grants) customs valuation quotas "buy national" policies standards trade sanctions Paulo Tigre, Gestão da Inovação

25 Barreiras tarifarias e não tarifarias
Desde o estabelecimento do GATT em 1947 as tarifas alfandegárias vem caindo consistentemente a cada rodada de negociações. O protecionismo passou a recair sobre as áreas de normalização e regulamentação técnica. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

26 Tecnologia Industrial Básica
Funções: metrologia, normalização, regulamentação técnica e avaliação de conformidade (ensaios, inspeção, certificação, homologação, exigências de reguladores) Barreiras técnicas as importações (OMC) Campo voluntário (certificação em laboratórios credenciados) Campo compulsório (normas técnicas) Reconhecimento mútuo (ISO, ABNT, COPANT) Paulo Tigre, Gestão da Inovação

27 Qualidade e Exportações
Qualidade reconhecida (ex: ISO 9000, selos de qualidade): comprovação por entidades independentes da adequação dos produtos e processos a parâmetros físicos e químicos estabelecidos pelos diferentes mercados e baixa tolerância as variações nos padrões de qualidade adotados pelo importador (ex: celulose, aço) Normas de qualidade específicas para exportação: diferenciadas segundo o mercado de destino (ex: calçados) 100% das empresas entrevistas nos setores de petróleo, máquinas e equipamentos elétricos, produtos eletrônicos e veículos e 80% das empresas entrevistadas nos setores têxtil, papel, produtos químicos, máquinas e equipamentos, borracha e plásticos, informática e médico hospitalar consideram importante ou muito importante a qualidade reconhecida através do certificado ISO 9000 e selos de qualidade. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

28 Qualidade reconhecida (ISO 9000, selos de qualidade) [1]
Setor [1] Percentual de empresas que respondeu importante e muito importante. Qualidade reconhecida (ISO 9000, selos de qualidade) [1] Necessidade de adotar normas de qualidade específicas, para exportação 2 Adaptação de produtos para atender padrões de qualidade de países ou regiões 3 Alim./Bebidas 79,2% 75% 91,7% Têxteis 84,4% 68,8% 87,5% Vest./Acess. 58,8% 70,6% Couro/Calçados 78,8% 90,9% 87,9% Madeira 50,1% Papel 81,8% 63,6% 100% Petróleo 50% Prod. Quimicos 85,3% 75,4% 67,2% Borr./Plástico 80,7% 41,9% 71% Não metal 81,3% 93,8% Metalúrgico 81% 57,1% 76,2% Met. Exclu 67,8% 58,1% Maq./Equip. 66,7% 86,4% Informática 83,4% Maq/M. Elet. 80,8% 57,7% Eletrônicos 73,3% 80% Medico/Hosp. 86,7% 93,3% Veículos 56,3% 71,9% Paulo Tigre, Gestão da Inovação

29 Paulo Tigre, Gestão da Inovação
Normas Técnicas Certificação junto a organismos de metrologia, entidades setoriais ou supra-nacionais. Produtos médico-hospitalares: legislações diferenciadas. Química e farmacêutica: testes de bio-equivalência; testes e ensaios para comprovar adequação as normas sanitárias e ambientais. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

30 Paulo Tigre, Gestão da Inovação
Normas técnicas A maioria absoluta das empresas adapta produtos para atender normas técnicas estrangeiras. Geralmente isso inclui certificação junto a organismos de metrologia, entidades setoriais ou supra-nacionais. Nos casos de papel e produtos médico-hospitalares, o percentual de concordância foi de 100%. Nas indústrias química e farmacêutica, a exemplo de outros setores muito regulados, as exigências de exames de bioequivalência e de testes e ensaios para comprovar segurança e adequação aos padrões sanitários e ambientais constituem importante barreira à entrada de empresas brasileiras no exterior. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

31 Adapta produtos para atender normas técnicas estrangeiras
Setor Consideram que Padrões e normas técnicas são importantes / muito importantes Adapta produtos para atender normas técnicas estrangeiras Alim./Bebidas 100% 95,8% Têxteis 90,6% 84,4% Vest./Acess. 94,1% 82,4% Couro/Calçados 90,9% 87,9% Madeira 87,6% 81,3% Papel Petróleo 50% Prod. Quimicos 93,5% 82% Borr./Plástico 83,9% 74,2% Não metal 87,5% 93,8% Metalúrgico 85,7% 76,2% Met. Exclu 77,4% 71% Maq./Equip. 95,5% 84,8% Informática 83,3% Maq/M. Elet. 69,2% Eletrônicos 80% Medico/Hosp. 93,3% Veículos Outros Paulo Tigre, Gestão da Inovação

32 Importância da certificação nas exportações de ração animal
Considerado o terceiro maior produtor mundial de rações animais, o Brasil praticamente não exporta para a Europa em função das exigências de certificação da Eurep (Euro-Ratailer Produce Working Group), uma associação de supermercados que define padrões de qualidade dos alimentos que importa de outros países. Para superar tal barreira, o Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal está implantando junto a seus associados um programa de certificação contemplando as regras do HSCCP (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle, na sigla em inglês) de boas praticas de fabricação. A vantagem do produto certificado, entretanto, vai além da exportação direta: interessa também as empresas brasileiras que hoje não exportam carnes por não conseguirem comprovar que toda a cadeia foi certificada, uma exigência da Eurep. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

33 Normas e Regulamentos do Comercio de Produtos Agrícolas
Saúde, normas fitosanitárias, qualidade, e regulamentos são muito importantes para o comércio internacional de agrobusiness. Alguns são regulações estabelecidas por governos e outras são padrões e normas estabelecidos pela industria. Tais exigências e restrições afetam todos os fornecedores agroindustriais, incluindo agricultores, pecuaristas, industriais, empacotadores, transportadores e demais participantes da cadeia produtiva internacional. Padrões e classificações: Produtores e exportadores precisam indicar os termos específicos de qualidade do produto que estão fornecendo, incluindo peso, aparência e outros fatores. International standards from the EU and CODEX Alimentarius. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

34 Patentes e Propriedade Industrial
TRIPS / OMC: Introduzida na Rodada do Uruguai, regula copyrights, marcas registradas, desenho industrial, patentes, topografia de circuitos integrados, confidencialidade. Brasil aderiu em 1996: incluiu produtos farmacêuticos e software Patentes e proibições a exportações. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

35 Patentes e Propriedade Intelectual
Os novos comprometimentos, derivados da necessidade de inserção na nova ordem internacional, revela a crescente importância da tecnologia explícita para competitividade internacional. No caso brasileiro, onde as inovações são geralmente tácitas e não formalizadas, as remessas por tecnologia mais que duplicaram, diante da necessidade de registrar e pagar por licenças, patentes e assistência técnica. As importações de produtos acabados também aumentaram, devido à dificuldade legal de produtores brasileiros em copiar produtos protegidos. A chamada “engenharia reversa” era uma fonte tecnológica adotada, por exemplo, por pequenas e médias empresas nas áreas químico-farmacêutica e software. Diante da impossibilidade de produzir no país produtos protegidos por patentes estrangeiras, o mercado passou a importar. Apenas dois anos após a nova legislação entrar em vigor, o déficit comercial brasileiro no setor farmacêutico subiu de cerca de US$ 500 milhões em 1995 para US$ 1,4 bilhão em 1997 (Bermudez et all 2000). Paulo Tigre, Gestão da Inovação

36 Paulo Tigre, Gestão da Inovação
Normas Ambientais ISO 14000: semelhante a ISO 9000 (qualidade), estabelecem um conjunto de atividades a serem formalmente monitoradas pelas empresas. Selo verde: adoção voluntária Setores mais afetados: celulose e papel, petróleo, alimentos e bebidas. Tecnologias limpas x end of pipe Paulo Tigre, Gestão da Inovação

37 Certificação ambiental no Brasil
No Brasil, a questão ambiental é relevante nos setores industriais onde se nota a prevalência de empresas competitivas internacionalmente. As industrias de celulose e papel, petróleo, alimentos e bebidas são as que consideram mais importante a adoção de padrões ambientais formalmente definidos. Também as empresas nos setores de couro e calçados, madeira, papel e minerais não metálicos fazem adaptações nos produtos e processos para atender normas ambientais estrangeiras. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

38 Selos verde: certificação ambiental
Os selos verdes, em sua maioria, não são de adoção ou exigência compulsória. No entanto, devem crescer as pressões de consumidores e governos nesta direção, aumentando barreiras não-tarifárias. Para superar esta barreira técnica, o exportador precisa investir em processos alternativos. Processos limpos costumam ser tecnologicamente mais sofisticados e requerem investimentos em tecnologia, compra de equipamentos, informação e capacitação de pessoal. Inovações ambientais são orientadas para tornar os processos mais limpos, procurando não gerar emissões, ao contrário do tratamento “end-of-pipe” que gera e depois trata (ou transforma) os poluentes Paulo Tigre, Gestão da Inovação

39 Importância da certificação na industria de madeira, celulose e papel
Os setores ligados a exploração florestal são os mais afetados pela necessidade de certificação ambiental. No Brasil, 87,5% dos exportadores de madeira e 90,9% dos de papel e celulose adaptam produtos e processos para atender normas ambientais estrangeiras Paulo Tigre, Gestão da Inovação

40 Paulo Tigre, Gestão da Inovação
Normas sociais Normas trabalhistas e ambientais passam a ser exigidas em toda a cadeia produtiva. Ex: fornecedores de gusa para a CVRD Paulo Tigre, Gestão da Inovação

41 Adapta produtos/processos para atender normas ambientais estrangeiras
Setor Consideram importante / muito importante os padrões ambientais (ISO 14000, selo verde) Adapta produtos/processos para atender normas ambientais estrangeiras Alim./Bebidas 79,2% 58,3% Têxteis 71,9% 59,4% Vest./Acess. 58,9% 41,2% Couro/Calçados 75,8% 81,8% Madeira 50% 87,5% Papel 90,9% Petróleo 100% Prod. Químicos 75,4% 65,6% Borr./Plástico 54,8% 48,4% Não metal Metalúrgico 71,4% 57,1% Met. Exclu 45,2% 38,7% Maq./Equip. 54,5% 62,1% Informática 66,6% 33,3% Maq/M. Elet. 57,7% 46,2% Eletrônicos 66,7% Medico/Hosp. 53,3% 60% Veículos 78,1% 56,3% Paulo Tigre, Gestão da Inovação

42 Paulo Tigre, Gestão da Inovação
Design e Marcas Importância do design para exportações varia conforme o setor: bens de consumo final, produtos embalados podem exigir redesenho para incorporar design adaptado a cultura, padrões estéticos, hábitos dos consumidores, materiais e componentes exigidos pelos consumidores. Ex: vestuário e acessórios, calçados. Marcas fortes = quase-monopolio OEM: não comanda preços. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

43 Importância da diferenciação do design do produto[1]
Setor Importância da diferenciação do design do produto[1] Desenvolve produtos específicos para atender a gostos de cada país ou região Importância das linhas de produtos voltadas para a exportação Importância das tecnologias de produção específicas para a exportação Alim./Bebidas 79,1% 70,8% 54,2% Têxteis 78,2% 75% 53,1% 43,8% Vest./Acess. 100% 94,1% 41,2% Couro/Calçados 87,9% 81,8% 72,7% 66,7% Madeira 50,1% 68,8% 62,5% 56,3% Papel 63,6% 27,3% Petróleo 50% 0% Prod. Quimicos 68,9% 52,5% 44,3% 42,6% Borr./Plástico 67,8% 48,4% 35,5% 29% Não metal 81,3% Metalúrgico 38,1% 52,4% 47,6% 42,9% Met. Exclu 61,3% 38,7% 45,2% Maq./Equip. 80,3% 54,5% 43,9% 51,5% Informática 83,3% Maq/M. Elet. 53,9% 42,3% 53,8% Eletrônicos 86,7% 60% 46,7% 40% Medico/Hosp. 86,6% Veículos 87,5% [1] Percentual de empresas que respondeu importante e muito importante Paulo Tigre, Gestão da Inovação

44 Tecnologias de Processo
Fundamental para a competitividade de produtos fabricados em larga escala: aço, automóveis, petroquímica, celulose. Fontes de melhoramentos tecnológicos: engenharia de produção, experiência operacional, fornecedores de equipamentos. Inovações incrementais: vintage K Paulo Tigre, Gestão da Inovação

45 Paulo Tigre, Gestão da Inovação

46 Fontes de Tecnologia para Exportações
a tecnologia desenvolvida internamente é considerada importante ou muito importante por mais de 80% das empresas entrevistadas nos setores têxtil, vestuário e acessórios, couro e calçados, borracha e plásticos, máquinas e equipamentos, informática e equipamentos médico-hospitalares. A tecnologia estrangeira obtida sob licença, em contraste, é apontada como importante para as exportações em apenas um setor (eletrônico), onde o nível de respostas foi superior a 50% (ver coluna 3). Neste setor, a forte presença de empresas multinacionais reforça o papel da tecnologia globalizada e da divisão de trabalho em diferentes subsidiárias. Para os demais setores analisados, a tecnologia licenciada não é considerada importante para as exportações por dois motivos: (i) restrições às exportações existentes explícita ou implicitamente em muitos contratos de licenciamento. (ii) Produtos fabricados sob licença geralmente não são competitivos no exterior, na medida que não apresentam originalidade de design e apresentam custos superiores aos produtos oferecidos pelos proprietários das licenças. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

47 Tecnologia desenvolvida internamente
Setor Tecnologia desenvolvida internamente Tecnologia nacional externa à empresa (centros de pesquisa, universidades, consultorias) Tecnologia estrangeira obtida sob licença Tecnologia / design suprida pelo próprio importador Alim./Bebidas 70,8% 33,3% 20,8% 4,2% Têxteis 84,4% 18,8% 21,9% 25% Vest./Acess. 88,2% 23,5% 11,8% 47,1% Couro/Calçados 84,8% 21,2% 15,2% Madeira 62,5% 0% 12,5% Papel 72,7% 18,2% 27,3% Petróleo 50% Prod. Quimicos 78,7% 14,8% 31,1% 6,6% Borr./Plástico 83,9% 9,7% 35,5% 19,4% Não metal 56,3% 6,3% 37,5% Metalúrgico 66,7% 19% 28,6% Met. Exclu 74,2% Maq./Equip. 80,3% 19,7% Informática 100% 16,7% Maq/M. Elet. 65,4% 11,5% 38,5% 7,7% Eletrônicos 73,3% 13,3% 53,3% 20% Medico/Hosp. 80% 6,7% Veículos 71,9% Outros 40% Paulo Tigre, Gestão da Inovação

48 Sugestões de políticas tecnológicas para exportações
Sugestão Número de empresas Investimentos em pesquisas 33 Acesso a tecnologias de produção 28 Intercâmbio com empresas de tecnologia 20 Divulgação de produtos nacionais no exterior 17 Isenção de taxa na importação de maquinários 14 Linhas de crédito 13 Cursos de capacitação em novas tecnologias Criar centros de pesquisas e tecnologias 10 Criar órgão que contacte empresas nacionais e estrangeiras 8 Investimentos em tecnologias de informática Intercâmbio entre indústrias e universidades 6 Maior ênfase na obtenção de informações no exterior 5 Facilitar o acesso a novas tecnologias para pequena e média empresa Outros 59 Paulo Tigre, Gestão da Inovação

49 Paulo Tigre, Gestão da Inovação
Conclusões Crescente importância da tecnologia para exportações: não apenas em mercados dinâmicos mas também tradicionais. A visão tradicional sobre a eficiência dinâmica da industria enfatiza variáveis políticas que são pouco relacionadas à tecnologia. A eficiência dinâmica não segue automaticamente a aquisição de maquinaria importada incorporando novas tecnologias e a acumulação de know-how operacional, pois depende fortemente da capacidade doméstica de gerar e administrar mudanças nas tecnologias utilizadas na produção. Tal capacitação está baseada principalmente em recursos especializados (RH, P&D, TIB) que não estão necessariamente incorporados em bens de capital e know-how tecnológico Paulo Tigre, Gestão da Inovação

50 Paulo Tigre, Gestão da Inovação
Conclusões (II) Necessidade de políticas públicas: política tecnológica não se articula com a de comércio exterior. A política tecnológica praticamente ignora a necessidade de exportações. Um dos raros programas que combinam tecnologia e exportações – o PROGEX – tem foco na micro e pequena empresa. Difusão de tecnologias existentes (catching up): A maioria das empresas, sobretudo as de pequeno e médio portes, se ressentem da falta de fontes tecnológicas confiáveis e acessíveis Paulo Tigre, Gestão da Inovação

51 Inovação – privilegiar setores com vantagens competitivas potenciais
O financiamento ao setor privado deve priorizar o desenvolvimento experimental de novos produtos e processos adaptados aos diferentes mercados no exterior. O apoio a inovação, seja através de financiamento às atividades de P&D na empresa ou em instituições de pesquisa e/ou do apoio a formação de redes de pesquisa cooperativas, pode também ajudar as empresas nacionais a se fortalecerem no mercado interno. A exemplo do que ocorre no Japão, o mercado doméstico poderia servir de teste para novos produtos, para posteriormente gerarem exportações. O apoio a geração de patentes e marcas internacionais constitui outro elemento desta estratégia. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

52 Processo de obtenção de certificação
Paulo Tigre, Gestão da Inovação

53 Esforços tecnológicos e competitividade
É possível identificar uma correlação positiva entre desempenho comercial e tecnológico para a indústria nacional, confirmando o sugerido por diversos estudos teóricos e empíricos. A participação setorial das exportações no total mundial e os saldos comerciais gerados são mais elevados, em geral, nos setores em que o esforço tecnológico relativo é mais significativo. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

54 M.V. Posner e a teoria do hiato tecnológico
Posner (1961) constatou que quando as empresas desenvolviam um novo produto, criavam um monopólio exportador em seu país de origem até a entrada de imitadores no mercado, sugerindo que a mudança técnica ocorrida em um país, e não originada nos demais, induz o comércio durante o período de tempo que leva para o restante do mundo imitar esta inovação. Hiato tecnológico: assimetria no acesso a tecnologia Paulo Tigre, Gestão da Inovação


Carregar ppt "Capítulo 8: Tecnologia e Comércio Exterior"

Apresentações semelhantes


Anúncios Google