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PublicouMartim Schmidt Borges Alterado mais de 8 anos atrás
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Carlos Alberto Ávila Araújo Fundamentos da Ciência da Informação
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Um segundo desafio contemporâneo A Ciência da Informação é uma ciência? Se sim, de que tipo? Literatura aponta: a)é uma ciência pós-moderna b)é uma ciência interdisciplinar c)é uma ciência social Mas o SIGNIFICADO disso está claro para a comunidade científica?
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A CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO NA VISÃO DOS PROFESSORES E PESQUISADORES BRASILEIROS Informação & Sociedade: Estudos. João Pessoa, v.17, n.2, maio/ago. 2007
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A ciência da informação na visão dos professores da ECI/UFMG Perspectivas em Ciência da Informação, v. 12, n. 2, 2007.
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1. A discussão da pós-modernidade “Postmodern science is not like classical science, driven by the search for complete understanding of how the world works, buy by the need to develop strategies to solve in particular those problems which have been caused by classical sciences and technologies” (WERSIG, 1993, p. 229)
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...“information science is not to be looked at as a classical discipline, but as a prototype of the new kind of science” (WERSIG, 1993, p. 235).
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1.1. Modernidade: origem e proposta Confusão conceitual Renascimento, Iluminismo, Rev. Francesa Grande projeto para a humanidade Antropocentrismo Razão como locus da verdade Rompimento com as trevas e preconceitos Weber: “desencantamento do mundo”
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Desdobramentos Ciência e descobertas tecnológicas Industrialização Explosão demográfica e urbana Democracia Liberalismo e Socialismo Ideais da Revolução Francesa
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Crise do projeto da Modernidade Totalitarismos e o projeto nazista Guerras e a bomba atômica Desastres ecológicos e poluição Aumento das desigualdades Esgotamento estético, arte como mercadoria Instrumentos de persuasão Adorno e Horkheimer: “O Iluminismo como mistificação das massas”
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1.2. Pós-Modernidade Grandes mudanças no modo de viver e pensar Queda das metanarrativas Pulverização do poder Desconfiança da razão (“reencantamento”) Simulação/tecnologias do virtual Niilismo Presenteísmo e hedonismo Globalização e fundamentalismos
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Compreensões da Pós-Modernidade Autores que acreditam se tratar de um acirramento do processo de implantação da Modernidade (Habermas, Giddens, Latour) Autores que proclamam a Pós-Modernidade e se encantam com ela (Maffesoli, Harvey, Lévy) Autores que vêem a Pós-Modernidade como o apocalipse (Baudrillard, Lyotard, Vattimo, Virilio)
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1.3. Ciência O desejo de conhecer a natureza, formular teorias e sistemas explicativos, inclusive com acumulação e aplicações práticas, sempre existiu na história da humanidade “consiste numa produção historicamente datada: surgiu no bojo das primeiras manifestações de um vasto período plurisecular, no qual se gestou o que conhecemos como ‘Iluminismo’ ” (CARDOSO, 1996, p. 64-65).
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Ciência moderna Ser humano como sujeito do conhecimento Se constrói em oposição ao senso comum e às demais formas de conhecimento - se apresenta como a única dotada de razão Rigor metodológico Leis de aplicação universal
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Separação total entre a natureza e o ser humano Ideal matemático - conhecer = quantificar Redução da complexidade Conhecimento causal Previsão do comportamento futuro dos fenômenos Determinismo mecanicista utilitário e funcional: não compreender mas transformar
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O paradoxo do século XX Promessa de acesso universal x exclusão Promessa de progresso x violência, mortandade, destruição Crise mais ampla da Modernidade A previsão da literatura
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Resultados e perspectivas Questionamento da racionalidade científica Objeções ao paradigma da objetividade e da universalidade Iniciativas: Teoria da Relatividade, Teoria do Caos, Inter e Transdisciplinaridade, etc “Momento paradoxal para a ciência” O desafio da ciência pós-moderna (Boaventura Santos, Axel Honneth, Edgar Morin, Pedro Demo, Fritjof Capra)
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1.4. Ciência pós-moderna A crise do paradigma dominante a) Condições teóricas: o próprio avanço do conhecimento científico b) Condições sociais: o uso feito do conhecimento científico Paradigma emergente: antipositivista, contra teoria representacional da verdade, contra a primazia das explicações causais Rousseau
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Características a)Todo conhecimento é social (contra distinção ciências naturais x sociais): características de auto-organização e historicidade em todos os objetos; b)Todo conhecimento é total e local: contra especialização, disciplinaridade; constitui-se com problemáticas específicas, circunstanciais
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c) Todo conhecimento é auto-conhecimento: contra a expulsão do sujeito (dicotomia sujeito/objeto), o objeto é a continuação do sujeito por outros meios d) Todo conhecimento científico visa a constituir-se em senso comum: contra a ruptura com outras formas de conhecimento Interpenetração: “o desenvolvimento tecnológico deve traduzir-se em sabedoria”
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Avaliações/reações a essa proposta Sokal: debilidade das posições anti- positivistas ditas pós-modernas Sokal e Bricmont: uso incorreto de teorias e conceitos das ciências físico- naturais W. Gomes: vivemos num tempo normal, normal até demais
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Algumas mudanças: da instituição para o fluxo (Miksa), do sistema para o usuário Bibliotecas e SRIs x ação informacional Documentação surge diante de uma nova necessidade Novo papel do conhecimento na sociedade pós-moderna 1.5. A proposta de Wersig
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Mudança no papel do conhecimento 1.Despersonalização (x tradição oral) 2.Credibilidade (x experiência direta) 3.Apresentação (vários sistemas de ideias, pluralidade identitária) 4.Racionalização (ação orientada pela informação) Inf = conhecimento para a ação CI: resolver um novo problema causado pela própria ciência (volume e complexidade)
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CI como ciência pós-moderna Não é ciência – objeto e método únicos Novos campos – orientados para problemas, não receita de como algo funciona mas estratégias para lidar com os problemas Construção da CI não nos moldes de uma ciência tradicional – outro esquema de organização
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O desafio teórico Redefinir conceitos Ex: “SI” conceito reificado x abstração; o papel do sujeito que age Reformular interconceitos Ex: “conhecimento”, “imagem”, “figura” Entrelaçar modelos e interconceitos Metáfora do pássaro tecelão, pegar de outros lugares e reestruturá-las – não teoria mas estrutura de conceitos ampliados
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2. Interdisciplinaridade Características das formas de produção de conhecimento (dos antigos até hoje) O sentido da disciplinaridade – estratégia epistemológica Disciplinas e universidade – as várias rupturas (G/E, E/P), o “contrato histórico” A naturalização das divisões A questão do “mercado de trabalho” – saberes especializados (dupla proteção) A profissionalização do ensino superior
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A avaliação do processo Fatos históricos do século XX O limite das especialidades A “demanda” da realidade: objetos refratários As primeiras iniciativas I Congresso Mundial de Transdisciplinaridade, em Portugal, 1994 Klein: 8530 disciplinas (CNPq, 868) Congresso “Que universidade para o amanhã? Em busca de uma evolução transdisciplinar da universidade”, Suíça, 1997 - religação
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2.1. Epistemologia da interdisciplinaridade Ninguém sabe o que é, mas abuso do uso Uso amplo da palavra – contextos epistemológico, pedagógico, midiático, empresarial Resultado: enorme cacofonia Complicação: são quatro palavras
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Proposta de definição Disciplina: ramo do saber, componente curricular, conjunto de normas Multi: pôr em conjunto, algum tipo de coordenação, paralelismo Inter: pôr em conjunto de forma coordenada, complementaridade Trans: fusão, desaparece a convergência
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Disciplina Corpo de teorias, métodos, procedimentos, conceitos; define certa maneira de organizar o trabalho Lado arbitrário e ideológico porque se cria por diferenciação em relação às outras Divisão territorial coloca barreiras
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Pluridisciplinaridade Coexistência de mais de uma instância teórica Área se situa em diversas filiações independentes que não se alteram enquanto suporte Justaposição de disciplinas que favorece o intercâmbio e a cooperação, sem que haja uma real coordenação Trata-se de multiplicar as abordagens sobre um fenômeno Essencialmente aditiva, não integrativa Relacionamento cumulativo, não interativo
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Interdisciplinaridade Integração de material de várias áreas dentro de uma nova e coerente entidade Troca de experiência entre pesquisadores de áreas distintas Interação em um grupo com tentativa de confrontação entre disciplinas diferentes e uma evolução do conjunto de pesquisadores Pressuposto comum a um conjunto de disciplinas conexas Cruzada x estrutural
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Transdisciplinaridade Movimento de ir além Não mais interação ou reciprocidade, mas um sistema total, sem fronteiras Contribuições de várias disciplinas são deslocadas de seu lugar de origem e se entrecruzam num outro lugar
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Ideia de continuum
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2.2 Fundamentos e rede conceitual Japiassu: contra o “saber em migalhas”; contra o divórcio universidade/sociedade; contra o conformismo - “É preciso um século de análise para um dia de síntese” Horizontalidade da CI – perpassa todos os campos na sua condição de inf especializada Fases da CI: 1961/1969 (conceitualização, naturalização), 1970/1989 (delimitação, listagem) e 1990 (consolidação) Saracevic, metáfora e motivos (problema e formação); Brasil, Zaher e Gomes, 1971
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Pesquisas empíricas para delimitação interna da CI Pinheiro e Loureiro, 1995 – 12 áreas; depois 17, depois 31 O campo interdisciplinar da CI vai se movendo, desenvolvendo novas configurações
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2.3. O estudo de Smith Objetivo de revisar os estudos que tentam caracterizar a natureza interdisciplinar da CI Métodos para identificação: análise de citações, análise conceitual, visualização das relações encontradas Análise de dissertações: citam 58% da literatura pertencente ao seu próprio campo – menor índice de interdisciplinaridade dentro das ciências sociais
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Resultado: discrepância entre o que é dito (caráter interdisciplinar) e o que é feito (isolamento da pesquisa) Contribuição para outros campos muito fraca Necessidade de avaliar os programas educacionais para avaliar o quanto são verdadeiramente interdisciplinares Se CI for prosperar como campo interdisciplinar, então mais atenção precisa ser dispensada às características da interdisciplinaridade individual
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3. A especificidade das ciências humanas e sociais Metodologia: movimento do pensamento com intenção de produção de novo conhecimento – relação com um horizonte de possibilidades, condições de produção Programa de pesquisa: empreendimentos institucionalizados, recursos, perguntas e teses para a busca de um conhecimento legítimo – escolhas e objetos
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Trajetória da CI Início: explosão informacional, tecnologia, otimização de gastos, interesses estratégicos do Estado, guerra fria Década 60 – recuperação da informação, bibliometria, regularidades Década de70 – serviços de informação, usuários, modelos cognitivistas Década de 80 – cidadania, democratização, emancipação Década de 90 – gestão do conhecimento Década de 00 – hipertexto, interfaces, sociedade da informação
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Caráter poli-epistemológico A ação de informação articula três estratos: a)Semântico-discursivo, cultural, dimensão de significação – métodos da antropologia, lingüística b)Meta-informacional, regulação dos ciclos e fluxos, organização e gestão – métodos da administração, gestão, política c)Infra-estrutural, tecnológico – métodos da computação, técnica, economia Convivência de modos de conhecimento ESPECÍFICOS de cada estrato
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Dupla hermenêutica CI recebe das ciências sociais seu traço identificador (princípio articulador das diversidades) Condições epistemológicas (os três estratos) + condições políticas, sociais, econômicas e tecnológicas (os regimes de informação) Conseqüência: “a definição de um núcleo de um programa de pesquisa nunca poderia estar totalmente ocupado ou caracterizado por uma escola, uma teoria, uma técnica, uma temática” (p. 7)
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Interdiscursos e questões para a CI CI nasce numa época de crise da ciência moderna, busca por uma nova cientificidade Zonas de núcleo e zonas de periferia – produção de excedentes Produção de interdiscursos (dificuldade de se ter um conhecimento específico da informação) “A escolha do horizonte de problematização é decisiva nesse caso. Qual será o foco da pesquisa e em que área, teoria ou abordagem das ciências sociais terá um papel de interlocutores preferenciais da pesquisa?” (p. 8)
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3.1. A importância do estudo das linhas de pensamento Nenhuma pesquisa é neutra - todo estudo tem um arcabouço teórico que informa a escolha do objeto Todo estudo sobre o social insere-se em alguma corrente de pensamento filosófica ou sociológica, mesmo que essa filiação seja INCONSCIENTE para o autor Nenhuma das linhas existentes tem o monopólio da compreensão TOTAL e COMPLETA da realidade
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“(...) convém efetivamente evocar conjuntos não rígidos com variáveis que se entrecortam e não tanto territórios rigorosamente delimitados” (LALLEMENT, 2004, p. 8) Não tanto oposições frontais mas pólos estruturantes entre os quais se organizam diversas combinatórias teóricas Possibilidade de se acomodar a um pluralismo explicativo que não é prejudicial à sua validade epistemológica
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Habermas - interesses de conhecimento a) Ciências empírico-analíticas: interesse cognitivo de ordem técnica (dispor das coisas da natureza) b) Ciências histórico-hermenêuticas: interesse prático (compreender e estabelecer consenso) c) Ciências praxiológicas e críticas: emancipação (libertação de formas de dominação)
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Positivismo Ainda hoje, corrente dominante Teses: a) a realidade é aquilo que nossos sentidos podem perceber b) ciências sociais e naturais têm o mesmo FUNDAMENTO lógico e metodológico c) distinção entre fato e valor
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Características do Positivismo Hipótese central: a realidade é regulada por leis naturais Durkheim: “fato social”como coisa, coercitivo e geral; busca pela sua organicidade (causação funcional) Críticas: vida interior do ser humano; possibilidade de se livrar dos valores pela matemática; idéia de que os dados são OBJETIVOS se obtidos por instrumentos padronizados; achar que a vida humana SE RESTRINGE ao observável e quantificável
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Funcionalismo Variante do Positivismo; teses: a) sociedade são totalidades que se constituem como organismos vivos, com elementos inter-dependentes, equilíbrio e ajustes b) cada sociedade tem seus elementos de controle para regular elementos internos e externos c) integração pelo consenso d) idéia de progresso e desenvolvimento
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Perspectiva crítica Metodologia: totalidade Perspectiva histórica - materialismo histórico (dinâmica do real na sociedade) Abordagem dialética (método de abordagem do real) Entendimento do processo histórico na sua transformação
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Marxismo Estuda os sujeitos comprometidos com seus interesses e lutas sociais Crítica das ideologias Vínculo entre os modos de produção e as formações sociais (consciência surge como produto social) Dialética: princípio do conflito como algo permanente
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Abordagem compreensiva Compreensão como propriedade ESPECÍFICA dos fenômenos sociais Significado e intencionalidade os separam dos fenômenos naturais Dilthey: compreensão ESPECÍFICA e CONCRETA Weber: causação diferente das ciências naturais - compreensão interpretativa da ação social
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Fenomenologia Estudo da vida cotidiana: conhecimento vivido, “natural”, com tipificações Revelar os significados implícitos que penetram o universo social Conceitos: situação, conhecimento, estoque, relevância Intersubjetividade: dado da existência humana
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4. Impactos na CI Mais importante do que DETERMINAR é entender os motivos e os significados Fazer das caracterizações não justificativas para falta de rigor Nem meros cosméticos Retirar das caracterizações IMPLICAÇÕES EPISTEMOLÓGICAS CONCRETAS
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Grupos para o trabalho final
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1. Usuários/práticas Flávia Moraes: práticas de rádio interação com governo Carla: interação usuários e material informativo Patrícia Carla: público escolar de museu Flávia Fonseca: uso de informação por gestores
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2. Informação em contextos digitais Guilherme: inferência em ontologias Rafael: big data no setor de turismo César: impacto de tecnologias em museus Luiz Carlos: big data no serviço público
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3. Gestão de unidades, coleções, acervo Diná: formação de coleções especiais em bibliotecas Raquel: gestão de acervos museológicos e preservação Cláudia: plano museológico Tatiana: crowdsourcing em museus e salvguarda
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4. Gestão da informação e do conhecimento Sérgio: inteligência competitiva em indústria editorial Mário: GIC no uso de tecnologia BIM e projeto de edifícios Beatriz: aprendizagem organizacional
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5. Políticas de informação Azilton: políticas de informação em ações afirmativas Lisandra: observatórios sociais e vigilância informacional Silvania: papel transformador da biblioteca pública Ana Cláudia: produção científica em direitos humanos - bibliotemetria
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6. Organização da informação Camila: números de chamada como organização da informação Patrícia Nascimento: categorias de dados governamentais abertos Danielle: práticas corporativas e arquitetura da informação Rosana: formação discursiva em sistemas de representação
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