Carregar apresentação
A apresentação está carregando. Por favor, espere
PublicouRegina de Sá Madureira Alterado mais de 8 anos atrás
1
Instituto Fernando Henrique Cardoso Bolsa de Mercadorias e Futuros Mudança Climática e Desafios do Desenvolvimento São Paulo, 1º de setembro de 2005 Luiz Gylvan Meira Filho Professor Visitante Instituto de Estudos Avançados Universidade de São Paulo
2
sabemos que a concentração de gás carbônico na atmosfera aumentou de 280ppmv para quase 380ppmv, e continua aumentando. sabemos que esse aumento é devido às atividades humanas.
4
sabemos que a taxa de aquecimento da superfície aumentou, em conseqüência, cerca de 4 watts por metro quadrado. sabemos que, a cada vez que a concentração de dióxido de carbono dobra, a temperatura média da superfície aumenta cerca de 3 graus Celsius.
5
sabemos que as emissões mundiais de dióxido de carbono continuam aumentando e que a capacidade de remoção dos oceanos está diminuindo.
6
A resposta política à constatação do problema em 1990 foi a resolução da Assembéia Geral das Nações Unidas com mandato de negociação de tratado que ganhou o nome de Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.
7
A Convenção, de 1992, é um tratado universal, assinado e ratificado por essencialmente todos os países do mundo. Pela Convenção, os países estabeleceram a meta de estabiliar as emissões mundiais em nível fixo, embora não especificado.
8
A meta da convenção somente poderá ser atingida se todos os países limitarem suas emissões, alguns em nível mais baixo e outros em nível mais alto do que o nível atual.
9
As negociações internacionais visam o desenvolvimento por consenso de um regime de repartição entre os países do ônus de limitar ou reduzir as emissões, do ônus de adaptar-se à mudança do clima, quando possível, e do ônus de reparação dos danos causados pela mudança do clima.
10
A mudança do clima estabelece limites à qualidade e quantidade do desenvolvimento, de natureza diferente daqueles associados ao crescimento geométrico da demanda ou ao esgotamento de recursos naturais. São limites de natureza física, e portanto mais reais ou robustos do que as conclusões anteriores.
11
Algumas vantagens comparativas: uso de biomassa renovável como fonte de energia; uso de biomassa renovável como agente redutor na siderurgia; seqüestro, ainda que temporário, de carbono na biosfera; controle de emissões de metano.
12
A Convenção estabeleceu o princípio das responsabilidades comuns porém diferenciadas dos países. Responsabilidade diferenciada não significa falta de responsabilidade. 3,69% - 2,45%
13
A Convenção é possivelmente o único instrumento internacional que reconhece a responsabilidade histórica dos países. O Brasil, país de industrialização relativamente recente, precisa se valer deste fato para auxiliar o seu desenvolvimento com trajetória menos intensiva em emissões.
14
O Protocolo de Quioto, de 1997, consagrou os mecanismos de compensação de reduções de emissões entre projetos e entre países. O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, aplicável ao Brasil, é um desses mecanismos.
15
Está consagrado o conceito, que vem desde o final da década de 80, no Relatório Bruntlant, de que recursos financeiros deveriam ser colocados à disposição de países em desenvolvimento para promover o seu desenvolvimento sustentável.
16
A execução deste conceito está hoje concentrada nos recursos a fundo perdido do GEF e no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Há que cultivá-los e aperfeiçoá- los quando necessário.
17
O primeiro período de compromissos do Protocolo de Quioto será encerrado em dezembro de 2012. Na 11ª Conferência das Partes da Convenção e 1ª Reunião das partes do Protocolo em Montreal em dezembro serão iniciadas as negociações sobre o futuro regime.
18
O período de pré-negociação em que nos encontramos tende a produzir uma retórica simplificada que faz sombra a alguns fatos fundamentais relevantes.
19
Retórica: O Protocolo de Quioto produz danos às economias. Países em desenvolvimento não devem ter metas. O combate à mudança do clima afeta a competitividade dos países.
20
Fatos relevantes: As emissões mundias precisam ser reduzidas em cerca de 60% até 2050. É possível fazê-lo com um elenco de medidas, algumas das quais são especialmente aplicáveis ao Brasil.
21
Mesmo sem acordos intergovernamentais, as empresas são afetadas por pressão de clientes e de acionistas. Houve uma primeira vitória jurídica em pedido de reparação por danos causados pela mudança do clima.
22
A mudança do clima provoca mudança na amplitude e freqüência de fenômenos severos. É somente uma questão de tempo até que se consiga estabelecer o nexo causal entre fenômenos como o Katrina (Catarina?) e a mudança do clima, já admitido pelas companhias de seguros.
23
Por uma série de razões, dentre as quais está certamente o fato de que o Protocolo de Quioto somente entrou em vigor em fevereiro de 2005, há um atraso no desenvolvimento de metodologias para projetos de MDL.
24
A percepção mais aguda dos danos causados pela mudança do clima fará com que sejam adotadas medidas de redução de emissões mais profundas, o que aumentará o valor de mercado dos certificados de redução.
25
A data limite de dezembro de 2005 para o registro de projetos de MDL para que possam fazer uso do dispositivo do Protocolo que permite créditos a partir do ano 2000 revelou-se artificial e inviável. Urge que seja eliminada em Montreal.
26
Este problema tornou-se especialmente agudo no caso de projetos florestais, cuja regulamentação foi concluída em 2003 e, para projetos de pequena escala, em 2004.
27
A ênfase na análise financeira de projetos, semelhante à utilizada pelo GEF na avaliação do custo incremental, em detrimento da análise da sustentabilidade de longo prazo, pode prejudicar projetos de MDL realmente eficazes no combate à mudança do clima.
28
É desejável portanto que no aperfeiçoamento do regime seja dedicada mais atenção ao potencial dos projetos de efetivamente contribuirem para a inflexão de políticas publicas com efeitos duradouros.
29
O Brasil precisa, rapidamente, decidir quais são as metas mais convenientes para os seus interesses – se por projetos individuais, para grupos de projetos, para setores, e trabalhar para que o regime internacional seja o que melhor nos atende.
Apresentações semelhantes
© 2024 SlidePlayer.com.br Inc.
All rights reserved.