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O erro na perspectiva piagetiana Yves de La Taille

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Apresentação em tema: "O erro na perspectiva piagetiana Yves de La Taille"— Transcrição da apresentação:

1 O erro na perspectiva piagetiana Yves de La Taille
In Aquino, Julio Groppa (org.). Erro e fracasso na escola: alternativas teóricas e práticas. SP; Summus, 1997

2 Erro – revisitar a teoria de Jean Piaget
1. a teoria piagetiana da inteligência humana e de seu desenvolvimento redimensionou a questão do erro: de pecado capital à nobreza 2. interpretações sacralizaram o erro e deram à sua correção um ar de profanação

3 Objetivo deste artigo:
“... É tanto mostrar, no quadro da teoria de Jean Piaget, o quanto o erro deve merecer um trato pedagógico bem mais rico do que sua simples condenação sumária, como tornar relativo seu valor como produção dos alunos.” p.25

4 Conceito de assimilação
Organização da Inteligência – se modifica durante o desenvolvimento e sempre impõe limites e possibilidades de aprendizagem e cognição Converter em substância própria algo do meio interpretar organismo meio meio

5 “ se o exercício da inteligência traduz-se pela incorporação de elementos do meio, tal incorporação deve ser, em alguma medida, determinada pela organização da inteligência.” p.26

6 conhecer É conferir sentido e este sentido não está todo pronto e evidente nos objetos do conhecimento: ele é fruto de um trabalho ativo de assimilação É um ato de interpretação porque conhecer significa assimilar o objeto à organização de que a inteligência é dotada Exemplos: páginas 27 e 28

7 “As leituras que as crianças fazem do mundo são mais uma demonstração de que, em vez de simplesmente copiar o que vê e ouve, a inteligência assimila, confere sentido segundo o nível de inteligência de que é dotado. (...) podemos dizer que há realmente (...) uma forma singular de tratar as informações recolhidas do meio.” pp.28-29

8 Exemplo: pedir a uma criança de 6 anos que engatinhe e que em seguida descreva seus movimentos
Na realidade ela realiza um movimento cruzado, braço direito, perna esquerda e braço esquerdo , perna direita Dirá que move primeiros os braços e depois as pernas

9 Para explicar o fenômeno Piaget trata de dois conceitos
Observáveis São os fatos percebidos Coordenações São as interpretações que o sujeito faz sobre aquilo que observa e, conseqüentemente, determina a qualidade das próprias observações

10 A criança de 6 anos se vê realmente engatinhando como descreve
Freud – as pessoas frequentemente nutrem ilusões a respeito de si mesmas ou de outras, se vêem ou as vêem como pensam que são e não como outros observadores as enxergariam.” p.29 Para Piaget - “ certas fantasias infantis não são necessariamente devidas a problemas emocionais, mas sim ao nível de estruturação de sua inteligência

11 erro As idéias infantis que contradizem os conhecimentos solidamente estabelecidos pela humanidade Idéias que as próprias crianças quando mais velhas abandonarão definitivamente

12 Os erros infantis podem ser vistos de duas formas
Negativa Diferença existente entre o conhecimento correto e o conhecimento incorreto Deve ser olhado sob o ponto e vista do diagnóstico a respeito do nível de desenvolvimento da inteligência do sujeito. Positiva Conceber tais erros como testemunhos sobre a atividade da inteligência do sujeito “ ....a presença de teorias erradas é preferível à ausência delas, ou seja, é preferível à ausência de uma reflexão sobre os fenômenos do mundo” p.30

13 1a. Ponderação pedagógica
“...a condenação sumária de todo e qualquer erro traduz ignorância a respeito do caráter interpretativo da inteligência, ou um desprezo em relação à inteligência infantil” p.30 Considerar a inteligência como tábula rasa Os erros dos alunos podem dar pistas importantes sobre suas reais capacidades de assimilação “...sendo a inteligência uma organização e seu desenvolvimento uma constante reorganização, deve-se partir do que a criança sabe ou pensa saber para que aprenda e se desenvolva.”p.31

14 2a. Ponderação pedagógica
Para identificar o indício de um nível de estruturação da inteligência, é preciso saber como esta se organiza e por quer níveis passa tal estruturação.” p.31 Há erro que advém do esquecimento, Outros de dificuldade de manuseio da linguagem, outros ligados à ignorância com relação ao tema em questão O erro somente pode ser profícuo do ponto de vista do diagnóstico se o professor tiver instrumentos teóricos para avaliar sua qualidade

15 importante “Nem sempre os erros dos alunos serão provas de atividade intelectual; poderão ser meras respostas rápidas para “ ter o que falar” ou livrar-se facilmente da tarefa.” p.32 “....o trabalho de reflexão é lento (...) se quisermos que os alunos realmente pensem por si só sobre diversos temas, devemos dar-lhes tempo, o que um interrogatório “ aqui-agora” não pode garantir.” p.32

16 Como as pessoas superam os erros?
Através do desenvolvimento das estruturas mentais – construções de novos esquemas CONSTRUTIVISMO “... refere-se a um conjunto de teorias que afirmam que a evolução da inteligência é fruto da interação do sujeito com o meio, interação na qual, por meio do trabalho ativo de ação e reflexão, ele cria ferramentas cada vez mais complexas para conhecer o universo.” p.32

17 acomodação “ ...todo esquema de assimilação é obrigado a se acomodar aos elementos que ele assimila, isto é, de modificar-se em função de suas particularidades, sem perder sua continuidade nem seus poderes anteriores de assimilação.” Piaget in La Taille,p. 33

18 equilibração Quando ocorre a acomodação e o objeto novo de conhecimento é assimilado diz-se que ocorreu uma equilibração Equilibração indica movimento constante, caráter dinâmico

19 Os esquemas não dão conta do novo objeto de conhecimento
Realidade – desafio Novo olhar Desequilíbrio Conflito Os esquemas não dão conta do novo objeto de conhecimento Assimilação Acomodação

20 “... Os conceitos de assimilação, acomodação e equilibração descrevem o processo de evolução da inteligência. (...) conceito de regulação visa dar conta do como tal equilibração se dá...” p.35

21 “ Fala-se de regulação, de forma geral, quando a retomada de uma ação A é modificada pelos resultados desta, portanto quando há uma influência dos resultados de A sobre seu novo desenrolar A’. A regulação pode se manifestar por uma correção de A (feedback negativo), ou pelo seu reforço (feedback positivo), mas, nesse caso, com a possibilidade de um acréscimo do erro.”

22 Feedbacks negativos – mostram ao sujeito que suas ações estão, de alguma forma, inadequadas ou fora dos seus propósitos esse conflito = perturbação = aquilo que faz obstaculo à assimilação

23 Perturbação: dois tipos
Perturbações que se opõem à acomodação: resistências do objeto, obstáculo às assimilações recíprocas de esquemas São as causas do fracasso o erro – admitindo que o sujeito esteja consciente do fato Contradição entre teorias e fatos; “VER TANTO ESPÍRITO NO FETO E NENHUM NO MARGINAL.” Caetano e Gil Lacunas que deixam insatisfeitas as necessidades e se traduzem pela insuficiente alimentação de um esquema

24 “... Um erro pode ser mais profícuo do que um êxito precoce.” p.36
O erro ganha importância e função: pode ser a base para o próprio desenvolvimento da inteligência “... Um erro pode ser mais profícuo do que um êxito precoce.” p.36 O erro pode ser fonte de tomada de consciência – pode levar o sujeito a modificar seus esquemas , enriquecendo-os

25 Para que o erro seja um elemento importante na pedagogia tem-se que considerar
1. o erro somente terá valor se ele for observável pelo aluno; ele deve ter acesso à qualidade do erro 2. o fato de um erro ser observável não depende apenas da organização da tarefa, mas também do nível de desenvolvimento do sujeito 3. a perturbação ocorre quando há erro ou lacuna – portanto não se trata de colocar o aluno frente a seus conhecimentos que se revelem contraditórios com os fatos mas também quando se revelam insuficientes, lacunares

26 “O não saber é tão promovedor de desenvolvimento quanto o “ saber errado”, ou “acreditar que se sabe”’. p.38

27 Principais teses de Piaget a partir dos conceitos já discutidos
I. O ser humano é um ser essencialmente social, que, portanto, somente pode ser estudado se forem levadas em conta suas interações com outras pessoas. O meio exerce influência mas serão limitadas pelas capacidades do sujeito

28 Principais teses de Piaget a partir dos conceitos já discutidos
II. Afirmar que o homem é um ser social é correto, porém vago. O ser humano é um sujeito que em momentos diferentes do seu desenvolvimento tem diferentes formas de interação com o meio.

29 Principais teses de Piaget a partir dos conceitos já discutidos
III – os diferentes níveis de qualidade da interação social são determinados pelas progressivas construções de estruturas mentais, construções estas efetuadas nas interações com o meio físico e social.

30 Principais teses de Piaget a partir dos conceitos já discutidos
IV – as interações sociais são classificadas em dois tipos – coação e cooperação coação – unilateral,um pólo da relação impõe ao outro seu pensamento ou suas ordens, exige repetição ou obediência; ocorre em razão de uma hierarquia social cooperação – reciprocidade, a imposição é substituída pela explicação, a afirmação sumária das verdade é trocada por sua demonstração

31 Principais teses de Piaget a partir dos conceitos já discutidos
V – a importância das relações criança-criança que, por não serem determinadas por nenhuma hierarquia prefixada, favorecem a cooperação DECORRÊNCIAS PEDAGÓGICAS FAVORECER RELAÇÕES DE COOPERAÇÃO ATIVIDADES EM GRUPOS SÃO PROMOTRAS DE COOPERAÇÃO

32 PONDERAÇÕES NECESSARIAS À AVALIAÇÃO DO VALOR DO ERRO NOS PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM
inevitável assimetria entre adulto e criança. Daí a importância de promover atividades onde os alunos possam discutir entre si

33 2. três formas do professor promover, no diálogo com o aluno, uma situação de cooperação
A. Maiêutica: não se diz claramente que houve erro, mas colocam-se argumentos que permitem ao aluno ter consciência de possíveis problemas na argumentação B. Apontar o erro e demonstrar sua razão de ser C. Apontar a ocorrência do erro, mas, em vez de apresentar uma demonstração, colocar para o aluno argumentos que o façam tomar consciência dos problemas do seu raciocínio NÃO SIGNIFICA DEIXAR O ALUNO ENCONTRAR A RESPOSTA CERTA POR SI SÓ

34 O PROFESSOR DEVE SER ALGUÉM QUE PROVOCA O ALUNO A PENSAR E APRESENTA INFORMAÇÕES IMPORTANTES, PARA ISSO, ALÉM DE OFERECER ARGUMENTOS, DEVE TAMBÉM APRESNETAR CONHECIMENTOS

35 Somente há atividade se há motivação - afetividade
Último aspecto “ Toda conduta, seja ela exterior (ação realizada sobre o meio) seja ela interna (pensamento), apresenta-se sempre como uma adaptação, ou melhor, uma readaptação. O indivíduo somente age se ele sentir a necessidade de fazê-lo, isto é, se o equilíbrio for momentaneamente rompido entre o meio e o organismo, e a ação tende a reestabelecer o equilíbrio, a readaptar o organismo.” Somente há atividade se há motivação - afetividade

36 Por que um aluno procuraria necessariamente superar os seus erros
Por que um aluno procuraria necessariamente superar os seus erros? Por que tomaria consciência deles? Possibilidades: - O sujeito está motivado a resolver um problema, comete erros que é capaz de ler e procura ativamente, por regulação, superá-los – situação ideal de aprendizagem e desenvolvimento

37 Por que um aluno procuraria necessariamente superar os seus erros
Por que um aluno procuraria necessariamente superar os seus erros? Por que tomaria consciência deles? O sujeito percebe claramente que não consegue resolver um problema, seja porque tem idéias erradas, seja por lacunas no seu conhecimento mas não tem interesse em prosseguir nas suas tentativas de resolução do problema. É saudável que cada pessoa estabeleça suas prioridades de interesses. Ou seja, não é qualquer lacuna ou conflito cognitivo que se traduz em perturbação

38 O motivo afetivo faz a pessoa não admitir que está errando.
Por que um aluno procuraria necessariamente superar os seus erros? Por que tomaria consciência deles? O sujeito começa a perceber os erros que comete, mas de pronto os nega, convence-se de que não existem ou são desprezíveis. Houve um desequilíbrio momentâneo, mas foi esquecido. O motivo afetivo faz a pessoa não admitir que está errando.

39 Por que um aluno procuraria necessariamente superar os seus erros
Por que um aluno procuraria necessariamente superar os seus erros? Por que tomaria consciência deles? O sujeito nem começa a perceber o erro de tão convicto que está do valor das suas idéias. A ilusão da qual Freud falava. Enfim, situações nas quais os alunos poderâo ler seus erros não somente estarão na dependência de seus respectivos níveis cognitivos, mas também da sua motivação

40 Duas informações sobre motivação importantes
1. a motivação de uma pessoa pode ser nefasta para ela mesma. Podemos cometer erros nas nossas motivações. Nossos desejos nem sempre são sábios. A necessidade de ampliar seus campos de investimentos. 2. não se deve limitar o aspecto motivacional à dimensão do puro prazer a necessidade de querer saber porque tal conhecimento poderá ser importante na sua ação futura para os outros, por exemplo.


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