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GÊNEROS E TIPOS TEXTUAIS (José Luiz Fiorin - USP)

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Apresentação em tema: "GÊNEROS E TIPOS TEXTUAIS (José Luiz Fiorin - USP)"— Transcrição da apresentação:

1 GÊNEROS E TIPOS TEXTUAIS (José Luiz Fiorin - USP)
3ª série/ Ensino Médio Prof.: Maria Anna

2 PAES, José Paulo (1998). “Sick transit”
PAES, José Paulo (1998). “Sick transit”. Poesia completa de José Paulo Paes. Apresentação de Rodrigo Naves. São Paulo, Companhia das Letras, 2008, p. 188.

3 Todos os textos que produzimos sejam eles orais ou escritos, sejam eles manifestados por qualquer outra linguagem que não a verbal, são sempre a materialização de um gênero.

4 Diferentes gêneros, diferentes esferas de sentido
Conversa com amigos Aula Carta comercial Filme de faroeste Novela de época Conversa com os pais Sermão Carta de amor Filme policial Novela urbana

5 Os gêneros são organizações relativamente estáveis caracterizadas por uma temática, uma forma composicional e um estilo. A temática não é o assunto de que trata o texto, mas é a esfera de sentido de que trata o gênero.

6 A mudança de gênero do texto altera os significados dos elementos do texto (palavras, imagens, gestos, etc.). Seu significado depende também do gênero do texto. A mudança do gênero sinal de trânsito para o gênero poesia produziu uma mudança no sentido dos elementos do texto. Observe o caso: “Eis que uma Virgem conceberá e dará à luz um filho que receberá o nome de Emanuel, que significa “Deus conosco”. (Mateus, 1, 23)

7 Se esse texto pertencesse ao gênero informação científica, por exemplo, ele seria um absurdo, porque todos sabemos que uma virgem não pode conceber nem dar à luz. No entanto, como ele pertence ao gênero profecia, da esfera da prática religiosa, o texto ganha um sentido perfeitamente coerente. Numa conversa entre amigos, às vezes, um dirige-se ao outro, com palavras que, em outro gênero de texto, seriam um xingamento, mas que, nesse gênero, são formas de marcar uma grande intimidade.

8 Pode-se parodiar ou estilizar um gênero
Pode-se parodiar ou estilizar um gênero. No gênero receita, o texto tem duas partes: ingredientes e modo de preparar. O tema é sempre ensinamento para preparar um alimento. No texto a seguir, o poeta Nicolas Behr mantém a estrutura composicional e o estilo do gênero receita, mas muda a temática. Fala não de uma receita de alimento, mas de uma receita de poesia. Ele estilizou a receita de alimento para construir seu texto de receita poética.

9 Receita Ingredientes 2 conflitos de gerações 4 esperanças perdidas 3 litros de sangue fervido 5 sonhos eróticos 2 canções dos Beatles Modo de preparar dissolva os sonhos eróticos nos dois litros de sangue fervido e deixe gelar seu coração leve a mistura ao fogo adicionando dois conflitos de gerações às esperanças perdidas

10 corte tudo em pedacinhos
e repita com as canções dos beatles o mesmo processo usado com os sonhos eróticos mas desta vez deixe ferver um pouco mais e mexa até dissolver parte do sangue pode ser substituído por suco de groselha mas os resultados não serão os mesmos sirva o poema simples ou com ilusões Behr Nicolas. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de; PEREIRA, Carlos Alberto Messeder (Org.). Poesia jovem anos 70. São Paulo: Abril, 1982.

11 Tipos textuais Comunicamo-nos por meio de textos, que pertencem sempre a um gênero determinado: o bate-papo com os amigos, o bilhete, a reportagem, a notícia, o horóscopo, o edital de concurso, a bula de remédio, o cardápio, etc. Cada esfera de comunicação tem os seus gêneros próprios. Por exemplo, o discurso jornalístico usa gêneros, como a notícia, o editorial, os gráficos, etc. Há, no entanto, uma categoria mais geral de organização dos textos, que poderia ser denominada tipo textual.

12 Tipos são construções textuais que apresentam determinadas características linguísticas.
São bem poucos os tipos textuais: o narrativo, o descritivo, o expositivo, o opinativo, o argumentativo o injuntivo.

13 Os gêneros fazem uso dos tipos na sua composição.
Um mesmo tipo é utilizado por diferentes gêneros: os gêneros notícia, fofoca, romance, conto, etc. usam o tipo textual intitulado narração. O mesmo gênero se vale de mais de um tipo textual: por exemplo, no gênero romance, encontramos o tipo narrativo, que será predominante, mas podemos também deparar com o tipo descritivo, quando o narrador nos mostra os lugares, as personagens; o tipo opinativo, quando o narrador dá sua opinião sobre os acontecimentos relatados, etc.

14 A dissertação (tipo textual que serve para analisar, interpretar, explicar e avaliar os dados da realidade) Há três métodos pelos quais pode um homem chegar a ser primeiro-ministro. O primeiro é saber, com prudência, como servir-se de uma pessoa, de uma filha ou de uma irmã; o segundo, como trair ou solapar os predecessores; e o terceiro, como clamar, com zelo furioso, contra a corrupção da corte. Mas um príncipe discreto prefere nomear os que se valem do último desses métodos, pois os tais fanáticos sempre se revelam os mais obsequiosos e subservientes à vontade e às paixões do amo. Tendo à sua disposição todos os cargos, conservam-se no poder esses ministros subordinando a maioria do senado, ou grande conselho, e, afinal, por via de um expediente chamado anistia (...), garantem-se contra futuras prestações de contas e retiram-se da vida pública carregados com os despojos da nação. SWIFT, Jonathan. Viagens de Gulliver. São Paulo: Abril Cultural, p

15 As características da dissertação são:
é um texto temático, pois não se destina a contar episódios singulares ou a descrever seres concretos e particular, mas dá explicações, faz análises, interpretações e avaliações válidas para muitos casos concretos e particulares; por isso, constrói-se dominantemente com termos abstratos; a ordenação do texto não é temporal como na narrativa, em que se relata um acontecimento depois do outro, de acordo com sua progressão no tempo, mas é uma ordenação construída com base em relações lógicas: pertinência, causalidade, coexistência, implicação, correspondência, etc.;

16 c) como esse tipo de texto pretende expor verdades gerais (ou pelo menos tomadas como tal), válidas para muitos casos particulares, o tempo por excelência da dissertação é o presente atemporal; podem-se eventualmente usar outros tempos, principalmente, os outros dois tempos do sistema do presente: o pretérito perfeito e o futuro do presente; d) esse tipo textual apresenta, normalmente, a seguinte estrutura composicional: introdução, desenvolvimento, conclusão; e) normalmente, o enunciador não se projeta no interior do enunciado: daí a preferência por não usar, nesse tipo textual, a primeira pessoa do singular, mas a primeira pessoa do plural ou as formas impessoais.

17 Um texto dominantemente dissertativo pode referir-se ao que é particular e concreto, valendo-se, portanto de descrições e narrações. No entanto, elas não são o elemento central do texto; elas servem apenas para ilustrar afirmações gerais ou para argumentar a favor delas ou contra elas. A dissertação é o tipo textual predominante nos gêneros das esferas da ciência (por exemplo, a exposição científica, a divulgação científica, o relatório técnico) e da filosofia (por exemplo, a exposição filosófica), bem como em gêneros de outras esferas de circulação (por exemplo, os editoriais dos jornais).

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19 A história da minha vida
ECA PARA 4 DE MARÇO (Escolher uma das duas propostas) Tendo por base, um dos textos a seguir, criar um autorretrato sob a forma de poema. Criar uma entrevista de você criança para você mesmo(a): a criança para o jovem ou o jovem para a criança.

20 Instruções: Texto digitado e impresso em folha A4.
Se poema, seguir o mais próximo possível a estrutura do texto original. Se entrevista, mínimo de cinco perguntas.

21 O Auto Retrato No retrato que me faço - traço a traço - às vezes me pinto nuvem, às vezes me pinto árvore... às vezes me pinto coisas de que nem há mais lembrança... ou coisas que não existem mas que um dia existirão... e, desta lida, em que busco - pouco a pouco - minha eterna semelhança, no final, que restará? Um desenho de criança... Terminado por um louco!

22 Retrato Eu não tinha este rosto de hoje, Assim calmo, assim triste, assim magro, Nem estes olhos tão vazios, Nem o lábio amargo. Eu não tinha estas mãos sem força, Tão paradas e frias e mortas; Eu não tinha este coração Que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança, Tão simples, tão certa, tão fácil: - Em que espelho ficou perdida a minha face? ( Cecília Meireles ) (Obra poética, Volume 4, Biblioteca luso-brasileira: Série brasileira. Companhia J. Aguilar Editora, 1958, p. 10)

23 Traduzir-se Ferreira Gullar Uma parte de mim é todo mundo: outra parte é ninguém: fundo sem fundo.
Uma parte de mim é multidão: outra parte estranheza e solidão. Uma parte de mim pesa, pondera: outra parte delira. Uma parte de mim almoça e janta: outra parte se espanta. Uma parte de mim é permanente: outra parte se sabe de repente. Uma parte de mim é só vertigem: outra parte, linguagem. Traduzir uma parte na outra parte - que é uma questão de vida ou morte - será arte?

24 https://www.youtube.com/watch?v=HYn2I9O7E9g#t=94.75691 6


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