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PARNASIANISMO A poesia do séc.XIX.

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1 PARNASIANISMO A poesia do séc.XIX

2 PARNASIANISMO Parnasianismo momento poético, que se desenvolve paralelamente ao Realismo-Naturalismo. CONVERGÊNCIAS: a negação do subjetivismo, a postura anti-romântica. O Parnasianismo surgiu na França, a partir de 1866, com uma antologia de poetas de tendências diversas, mas, em sua maioria, desejosos de reagir contra o sentimentalismo romântico. Essa publicação chamava-se Le Parnase Contemporain e tinha, entre seus partícipes e teorizadores, entre outros, os poetas Theóphile Gauthier, Leconte de Lisle e Charles Baudelaire. O Parnasianismo foi a recuperação dos ideais do Classicismo; representou um retorno aos temas e formas da poesia greco-romana, renascentista e arcádica. Tem entre elas, o predomínio da razão, o antropocentrismo, os ideais da arte voltada para o belo, para o bem, para verdade e para a perfeição. Revivem no Parnasianismo os temas extraídos da História e da Mitologia greco-romanas: O Incêndio de Roma, O Triunfo de Afrodite, A sesta de Nero, são títulos de algumas composições de Olavo Bilac, que remetem à Grécia e à Roma antigas.  

3 PARNASIANISMO Características Gerais
A "arte pela arte", o esteticismo - A poesia volta-se para o belo (esteticismo), descompromissada com os problemas do mundo. É uma arte para a elite, revelando acentuado desprezo pela plebe, pelas aspirações populares, pelo cotidiano. Essa alienação dos problemas do mundo justificou o apelido de "poetas de torres de marfim" para os parnasianos. A impassibilidade, a contenção lírica e emocional - É a negação da poesia sentimental e confessional dos românticos. A assimilação dos ideais das Artes Plásticas: o poeta-ourives / escultor / pintor / arquiteto; a poesia burilada, cinzelada, lapidada. O materialismo da forma. A perfeição formal - Os parnasianos foram exímios conhecedores da língua ("poetas de dicionário"), obcecados pela correção gramatical, pelo purismo, pela vernaculidade, pela seleção vocabular. Cultuavam as rimas ricas, raras e preciosas; tinham predileção pelos versos alexandrinos (doze sílabas) e decassílabos; preferiam as formas fixas (sonetos, sextinas, baladas etc.); usavam freqüentemente os enjambements (encadeamentos  ou cavalgamentos) para quebrar a monotonia da rima. A poesia descritiva, plástica e visual - Os objetos, as cenas históricas e os fenômenos naturais (o anoitecer, o amanhecer, a primavera) são descritos por meio de impressões sensoriais, nítidas, especialmente as imagens visuais, que se convertem em verdadeiros cromos, tal a intensidade das cores e do brilho ("cromatismos rutilantes"). Temas prediletos - As cenas da natureza, as cenas históricas e mitológicas, os objetos de arte, a beleza física da mulher e a poesia reflexivo-filosófica.

4 PARNASIANISMO Via Láctea (Soneto X)
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!" E eu vos direis, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto...     E conversamos toda a noite, enquanto A Via Láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?" E eu vos direis: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas".

5 PARNASIANISMO Destaques:
Olavo Bilac (O Poeta da estrelas), primeiro "Príncipe dos Poetas", autor de Sarças de Fogo, Via Láctea, Tarde, As Viagens. Alberto de Oliveira, o mais "ortodoxo" dos parnasianos, autor de Meridionais, Canções Românticas. Raimundo Correa, autor de Sinfonias, Primeiros Sonhos. Vicente de Carvalho (O Poeta do Mar), autor de Ardentias, Relicário.

6 PARNASIANISMO OBJETIVISMO E IMPESSOALIDADE
O poeta deve ser neutro diante da realidade, esconder seus sentimentos, sua vida pessoal. A confissão íntima e o extravasamento subjetivo, tão caros aos românticos, são vistos como inimigos da poesia. O Eu precisa se apagar frente do mundo objetivo, eclipsar-se. O espetáculo humano, cenas da natureza ou simples objetos são registrados, sem que haja interferências da interioridade do artista. A exemplo do que ocorrera no Realismo e no Naturalismo, o escritor é aquele que observa e reproduz as coisas concretas. Tal postura iria se tornar muito complicada num gênero literário que, desde a sua fundação, centrara-se na revelação da alma.

7 PARNASIANISMO ARTE PELA ARTE
Os parnasianos ressuscitam o preceito latino de que a arte é gratuita, que só vale por si própria. Ela não tem nenhum sentido utilitário, nenhum tipo de compromisso. É auto-suficiente e justifica-se apenas por sua beleza formal. Qualquer tipo de investigação do social, referência ao prosaico, interesse pelas coisas comuns a todos os homens seria "matéria impura" a comprometer o texto. Restabelecem, portanto, um esteticismo de fundo conservador que já vigora na arte da decadência romana. A literatura passa a ser apenas um jogo frívolo de espíritos elegantes.

8 PARNASIANISMO CULTO DA FORMA
O resultado da visão descompromissada é a celebração dos processos formais do poema. A verdade de uma obra de arte passa a residir apenas em sua beleza. E a beleza é evidenciada pela elaboração formal. Logo: VERDADE = BELEZA = FORMA POESIA A mitologia da perfeição formal constitui o alvo e a angústia básica dos parnasianos. A beleza deve ser alcançada a qualquer custo e o artista sente-se, muitas vezes, impotente para a realização desta tarefa.

9 PARNASIANISMO Em Inania verba (Fúteis palavras), Bilac vai mais longe, atribuindo o fracasso expressivo do escritor a impossibilidade das idéias serem corretamente traduzidas pelas palavras, o pensamento se deformando na forma fria: Ah! quem há-de exprimir, alma impotente e escrava, O que a boca não diz, o que a mão não escreve -- Ardes, sangras, pregada à tua cruz e, em breve, Olhas, desfeito em lodo, o que te deslumbrava... O Pensamento ferve, e é um turbilhão de lava: A forma, fria e espessa, é um sepulcro de neve... E a Palavra pesada abafa a Idéia leve, Que, perfume e clarão, refulgia e voava. Quem o molde achará para a expressão de tudo Ai! quem há-de dizer as ânsias infinitas Do sonho e o céu que foge à mão que se levanta E a ira muda e o asco mudo e o desespero mudo E as palavras de fé que nunca foram ditas E as confissões de amor que morrem na garganta

10 PARNASIANISMO Metrificação rigorosa: os versos devem ter o mesmo número de sílabas poéticas, preferencialmente doze sílabas (versos alexandrinos), os preferidos na época, como neste fragmento de Bilac: Pátria, latejo em ti, no teu lenho*, por onde Circulo! e sou perfume, e sombra, e sol, e orvalho! E, em seiva, ao teu clamor a minha voz responde, E subo do teu cerne* ao céu de galho em galho! Ou apresentar uma simetria constante, do tipo: primeiro verso de oito sílabas, segundo de quatro sílabas, terceiro de oito sílabas, quarto com quatro sílabas, etc. O exemplo ainda é de Bilac: Porque o escrever -- tanta perícia,     Tanta requer Que ofício tal... nem há notícia     De outro qualquer.

11 PARNASIANISMO Rimas ricas: os poetas devem evitar as rimas pobres, isto é, aquelas estabelecidas por palavras da mesma classe gramatical, como substantivo com substantivo, adjetivo com adjetivo, etc. No período há uma ênfase no tipo de rima ABAB para as estrofes de quatro versos, isto é o primeiro verso rima com o terceiro, o segundo com o quarto. Não é incomum, contudo, o uso de rimas ABBA, isto é o primeiro verso rima com o quarto e o segundo com o terceiro.

12 PARNASIANISMO Preferência pelo soneto: os parnasianos reivindicam a tradição clássica do soneto, composição poética de quatorze versos - articulada obrigatoriamente em dois quartetos e dois tercetos - e que se encerra com uma "chave de ouro", espécie de síntese do poema, manifesta tão somente no último verso. Descritivismo: eliminando o Eu, a participação pessoal e social, só resta ao parnasiano uma poética baseada no mundo dos objetos, objetos mortos: vasos, colares, muros, etc. São pequenos quadros, fortemente plásticos (visuais), fechados em si mesmos, com grande precisão vocabular e freqüente superficialidade. O trecho abaixo pertence ao conhecido Vaso chinês, de Alberto de Oliveira: Estranho mimo aquele vaso! Vi-o Casualmente, uma vez, de um perfumado Contador sobre o mármore luzidio, Entre um leque e o começo de um bordado.

13 PARNASIANISMO TEMÁTICA GRECO-ROMANA Apesar de todo o esforço, os parnasianos não conseguem articular poemas sem conteúdo e são obrigados a encontrar um assunto desvinculado no mundo concreto para motivo de suas criações. Escolhem a Antigüidade Clássica, aspectos de sua história e de sua mitologia. No mundo mitológico e histórico da Antigüidade Clássica os parnasianos foram buscar o motivo principal de sua lírica

14 PARNASIANISMO – A Sesta de Nero
Fulge de luz banhado, esplêndido e suntuoso, O palácio imperial de pórfiro luzente* É marmor da Lacônia*. O teto caprichoso Mostra em prata incrustrado, o nácar* de Oriente. Nero no toro ebúrneo* estende-se indolente Gemas em profusão no estrágulo* custoso De ouro bordado vêem-se. O olhar deslumbra, ardente Da púrpura da Trácia* o brilho esplendoroso. Formosa ancila* canta. A aurilavrada lira Em suas mãos soluça. Os ares perfumando, Arde a mirra da Arábia em recendente pira. Formas quebram, dançando, escravas em coréia*. E Nero dorme e sonha, a fronte reclinando Nos alvos seios nus da lúbrica* Pompéia.

15 Pórfiro luzente: mármore luminoso Lacônia: Grécia
Pórfiro luzente: mármore luminoso Lacônia: Grécia. Nácar: substância brilhante que se encontra no interior das conchas. Estrágulo: tapete, tapeçaria. Trácia: região da Europa oriental. Ancila: escrava Coréia: bailado Lúbrica: sensual


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