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Desportos da Natureza, Educação Ambiental, Turismo e Ambiente

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Apresentação em tema: "Desportos da Natureza, Educação Ambiental, Turismo e Ambiente"— Transcrição da apresentação:

1 Desportos da Natureza, Educação Ambiental, Turismo e Ambiente
As Ciências do Ambiente e a realização de Actividades Desportivas de ar livre em contexto escolar Acção n.º 64 Centro de Formação das Escolas da Marinha Grande 24 de Maio de 2005 Fernando João Fernandes Oliveira Martins

2 Enquadramento dos Desportos de Natureza
Ecoturismo Desportos de Natureza Educação Ambiental

3 Classificações de Desportos de Natureza
Terra BTT Escalada Espeleologia PaintBall SnowBoard Ski Todo-o-Terreno Ar Asa Delta Bungee-Jumping Parapente Paraquedismo Balonismo Água Canoagem BodyBoard Mergulho Surf WindSurf

4 ECOTURISMO Definições:
“...um segmento da actividade turística que utiliza, de forma sustentável, o património natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem estar das populações envolvidas.”

5 Definições: A maior e também a mais conhecida organização de Ecoturismo não-governamental, The International Ecotourism Society (TIES), definiu o ecoturismo como sendo "viagem responsável a áreas naturais, visando preservar o meio ambiente e promover o bem estar da população local" ( TIES, 1995). Trata-se do conceito mais difundido mundialmente. Para a rede WWF, o ecoturismo "pode ser descrito como o turismo realizado em áreas naturais, determinado e controlado pelas comunidades locais e gerando benefícios para elas e para áreas relevantes para a conservação da biodiversidade". (WWF, 2001)

6 Outras definições: "Ecoturismo é uma forma de turismo inspirado principalmente pela história natural de uma área, incluindo suas culturas locais. O ecoturismo visita áreas relativamente não desenvolvidas com um espírito de apreciação, participação e sensibilidade. O ecoturismo pratica o uso racional dos recursos naturais e da vida selvagem e contribui para as áreas visitadas através da geração de emprego e rendimentos, directamente beneficiando a conservação do local e do bem-estar dos residentes locais. A visita deve envolver a apreciação e a dedicação dos ecoturistas em assuntos de conservação em geral, e especificamente nas necessidades do local. O ecoturismo também implica uma utilização que aproxima o país ou a região anfitriã ao compromisso em estabelecer e manter os sítios com a participação dos residentes locais, marketing apropriado, estímulo à regulamentação e o uso dos rendimentos das empresas para financiar a manutenção de áreas tão bem como o desenvolvimento comunitário." (Ziffer, 1989)

7 Outras definições: “Ecoturismo refere-se a progressiva e responsável viagem que conserva o meio ambiente e beneficia as comunidades locais. Ecoturismo envolve não somente observação, mas também informação, interacção e participação responsável. O verdadeiro ecoturismo envolve promoção da ética ambiental,  experiência efectiva com a natureza e vida selvagem e benefícios para o meio ambiente e para as comunidades locais." (Wesche, 1995) "Ecoturismo é um segmento de mercado com turistas ambientalmente conscientes e que estão interessados em observação da natureza." (Wheat, 1994)

8 The term "ecotourism" seems to have a different definition for everyone, and there are at least three people who claim authorship. Architect Hector Ceballos-Lascurain receives the most credit for coining the term. While the details vary, most definitions of ecotourism boil down to a special form of tourism that meets three criteria: 1) it provides for conservation measures 2) it includes meaningful community participation and 3) it is profitable and can sustain itself.

9 Princípios do Ecoturismo
Conservação e uso sustentável dos recursos naturais e culturais; Informação e interpretação ambiental; É um negócio e deve gerar recursos; Deve haver reversão dos benefícios para a comunidade local e para a conservação dos recursos naturais e culturais; Deve ter envolvimento da comunidade local.

10 Critérios do Ecoturismo
Administração ambientalmente responsável do empreendimento; Associações e parcerias entre os sectores governamentais e não governamentais locais, regionais e nacionais; Educação Ambiental para o turista e para a comunidade local; Guias conscientes, interessados e responsáveis; Planeamento integrado; Promoção de experiências únicas e inesquecíveis em um destino exótico; Monitorização e avaliação constante; Turismo de baixo impacte ambiental; Código de ética para o mercado do ecoturismo.

11 Características do Ecoturismo
1. Envolve viagens a destinos de natureza. Estes destinos são frequentemente áreas remotas, habitadas ou não, e que normalmente estão sob algum tipo de protecção ambiental, seja nacional, internacional ou privada. 2. Minimização do Impacto. O turismo causa danos. O ecoturismo se esforça para minimizar os efeitos adversos dos locais de hospedagem, trilhos e demais infra-estruturas, seja pela utilização da reciclagem de materiais encontrados in loco, pela reciclagem e manuseamento seguro do lixo ou pela utilização de recursos energéticos renováveis. A minimização do impacto requer também que o numero de turistas e seu comportamento seja controlado a fim de limitar os danos ao meio ambiente. O ecoturismo é geralmente classificado como uma industria não extractiva e não consumista, mas pode, entretanto incluir empreendimentos como o programa de Safari e Caça CAMPFIRE no Zimbabué, basta que estes sejam indústrias sustentáveis baseados em recursos renováveis.

12 Características do Ecoturismo
3. Criação de uma consciência ambiental. Ecoturismo implica a educação, tanto para o turista como para os residentes das comunidades visitadas. Antes do embarque as operadoras de turismo devem fornecer ao viajante, material de leitura sobre o país, os costumes, o ecossistema visitado bem como um código de conduta tanto para o viajante quanto para a indústria. Esta informação deve ajudar a educar o turista sobre o local visitado, bem como a minimizar seus impactos negativos no decorrer de sua visita seja com respeito ao meio ambiente ou a cultura local. Os Guias devem ser bem treinados e possuírem formação em história natural e cultural, interpretação do meio ambiente, princípios éticos e comunicação são essenciais para o desenvolvimento do ecoturismo. Ainda o ecoturismo deve promover a educação dos membros das comunidades próximas, crianças. Para alcançar tal objectivo, a população local deve ter preços reduzidos nas entradas dos parques e atracções, assim como viagens gratuitas aos estudantes nacionais bem como aqueles que vivem próximos do local.

13 Características do Ecoturismo
4. Prover benefícios financeiros directos para a conservação. O ecoturismo deve ajudar na obtenção de fundos para a protecção, pesquisa e educação ambientais por meio de inúmeros mecanismos, tais como taxa de entrada dos parques, taxa sobre companhias de turismo, hotéis, linhas aéreas, e taxas aeroportuárias bem como contribuições voluntárias. Muitos sistemas de parques nacionais foram originalmente concebidos com o objectivo de proteger a área, facilitar a pesquisa cientifica e na África para promover um desporto como a caça. Somente com o passar do tempo, é que os parques nacionais abriram o acesso ao público em geral, e foi recentemente que estes têm sido entendidos como potencial fonte de recursos para a investigação científica e conservação.

14 Características do Ecoturismo
5. Prover benefícios financeiros e para a população local. O ecoturismo diz que parques nacionais e outras áreas de conservação somente irão sobreviver se, como refere o cientista costa-riquenho Daniel Janzen, lá existirem "pessoas felizes". A comunidade local deve estar envolvida e receber benefícios tangíveis (água potável, rodovias, postos de saúde, etc...) da área de conservação e suas dependências e facilidades turísticas. Áreas de campismo, locais de hospedagem, serviços de guia, restaurantes, e outras concessões devem ser geridos por, ou em parceria, com a comunidade. O ecoturismo deve ainda promover a utilização de agências de aluguer de carros e agências de turismo de propriedade de pessoas nacionais/locais de tal forma que o lucro permaneça no país em desenvolvimento. Mais importante, se o turismo deve ser percebido como ferramenta para o desenvolvimento rural, ele deve ajudar no deslocamento do controle económico e político para a cooperativa, a aldeia ou o empreendedor e este é um dos pontos mais difíceis de se obter sucesso.

15 Características do Ecoturismo
6. Respeito à cultura local. O ecoturismo não é somente "verde" mas também menos intrusivo culturalmente, e menos explorador que o turismo convencional. Prostituição, drogas e mercado negro são muitas vezes subprodutos do turismo convencional, o ecoturismo esforça-se para ser respeitoso culturalmente e ter o mínimo impacto possível, tanto no meio ambiente como na população do país. Isto não é fácil, visto que o ecoturismo envolve viagens para áreas remotas onde muitas vezes as comunidades pequenas e isoladas têm tido pouco contacto e experiência com estrangeiros. Ainda, assim como no turismo convencional, o ecoturismo envolve uma relação desigual de poder entre o visitante e a comunidade, seja inclusive pelo aspecto monetário de trocas que eventualmente ocorrem. Parte de ser um ecoturista responsável implica no aprendizagem anterior, dos costumes locais, respeito aos códigos de conduta social, não se intrometendo na comunidade a não ser que convidado, seja individualmente ou como parte de um grupo bem organizado. 7. Suporte aos direitos humanos e movimentos democráticos.

16 O chamado ecoturismo é uma actividade que, em primeiro lugar, promove o reencontro do homem com a natureza, de forma a compreender os ecossistemas que mantêm a vida. As actividades são desenvolvidas através da observação do ambiente natural, através da transmissão de informações e conceitos ou através da simples contemplação da paisagem.

17 No turista, este processo auxilia no desenvolvimento da consciência da própria existência em equilíbrio na natureza visando, ainda, a manutenção da qualidade de vida das gerações actuais e futuras. Esse aprendizagem permite que o turista tenha a possibilidade de transformar e renovar seu comportamento quotidiano. A realidade urbana com a qual o turista geralmente convive rotineiramente, passa a ser questionada e podendo gerar reflexões sobre problemas ambientais (poluição, manutenção de áreas verdes, reciclagem e qualidade de vida). Objectiva-se, assim, a incorporação e tradução destas reflexões na forma de comportamento e posturas no seu ambiente de origem.

18 Actividades de ecoturismo procuram promover programas sérios, oferecendo e praticando educação ambiental de forma multidisciplinar com guias especializados. O desenvolvimento de roteiros e programas diferenciados, adaptados a várias tipos de ambientes, associadas à transmissão de informações e conceitos, levam com relativa facilidade à aprendizagem. Mas o grande legado ao turista é a compreensão e a consciência da importância de se preservar o ambiente natural, a história e a cultura dos lugares visitados.

19 O PERFIL DO ECOTURISTA Há um considerado crescimento no tipo de consumidor que está atento às mudanças ambientais do planeta e, assim, torna-se preocupado em contribuir para manutenção dos recursos naturais e do equilíbrio dos ecossistemas. Este consumidor tem adquirido consciência ambiental e começa a questionar-se sobre como são obtidos e fabricados os produtos que consome. O fenómeno do chamado mercado verde tem crescido substancialmente nos EUA e na Europa nos últimos anos. Assim como qualquer produto de consumo, o turismo, e mais especificamente, o ecoturismo, deve seguir os preceitos estabelecidos nas novas directrizes.

20 Consumidores do ecoturismo tem dado maior atenção aos produtos que dão apoio à comunidades locais, incrementam a conservação e educam sobre como minimizar os impactos ambientais e como respeitar as culturas locais. De modo geral, querem informações sobre o destino, as características do meio ambiente e da cultura local.

21 Ao contrário do turismo convencional, propagado por massivos meios de comunicação e que são altamente impactantes no núcleo receptor, o plano de marketing para o ecoturismo intervém principalmente no desenvolvimento de um produto que gere o menor impacto possível no ambiente e na cultura local. Nesse sentido, deve-se em 1º lugar providenciar um minucioso estudo de mercado para diagnosticar a sensibilidade do núcleo receptor em suportar a demanda do turismo.

22 Não faz sentido, dentro de uma promoção de venda de um produto ecoturístico, a convocação de grupos numerosos, tal qual um produto de massa. Deve-se, sim, dentro de uma visão de desenvolvimento sustentável, estimular a adopção também da produção e do consumo sustentável do produto.

23 Geralmente os consumidores provenientes de grandes centros urbanos não tem a real consciência de que o consumo do produto turístico gera uma maior demanda de consumo, principalmente de recursos naturais sensíveis a altas cargas turísticas, afetando seu equilíbrio e sua própria capacidade de atração de novos fluxos.

24 A comunicação dos guias e intérpretes ambientais, assim como os guias de orientação devem ser produzidos e elaborados de forma a aumentar a consciência ambientalista do ecoturista. A informação a ser transmitida deve privilegiar os problemas locais sem esquecer os de âmbito global.

25 Para tanto, é necessário um profundo conhecimento em ecologia e em comunicação. A mensagem transmitida não deve ser somente expositiva e unidireccional. Deve, sim, promover a reflexão, a reacção, de forma a induzir e motivar a assumpção de responsabilidades. Deve-se evitar as mensagens sensacionalistas e catastróficas ou aquelas que provocam medo e culpa. A comunicação com o turista deve partir da premissa de que ele próprio já sofreu, ou sofre, no seu quotidiano, com algum tipo de problema ambiental.

26 Através da Educação Ambiental nas actividades ecoturísticas, adequadas a cada público e ambiente, tenta-se despertar no turista a necessidade de conservação do meio ambiente, aliado ao desenvolvimento económico e social, como garantia de melhoria da qualidade de vida e manutenção do equilíbrio planetário para as próximas gerações.

27 Fundamental na comunicação é basear-se em conceitos científicos e introduzir dados sobre a relação homem - meio ambiente. Deve-se salientar que a ciência e a tecnologia são as ferramentas da destruição e da salvação e que a partir de suas pesquisas é que será construído os modelos de desenvolvimento sustentável de todas as atividades humanas.

28 O Caso do Brasil Segundo um estudo brasileiro realizado em 1994 (RUSCHAMNN, 1995), o que motiva as pessoas a comprarem um produto dito de ecoturismo é, primeiramente, o contacto com a natureza, seguido da busca de aventura e emoções, da curiosidade, da necessidade de estar com amigos e conhecer novas pessoas, estudar o meio ambiente ou, simplesmente, exercitar-se.

29 Geralmente são pessoas oriundas de grandes centros urbanos, cujo quotidiano é agitado, com stress e isento de contato com a natureza. Estão, portanto, ávidos por um contato positivo com o meio ambiente e também por actividades de relaxamento, contemplação e lazer. São aqueles que possuem bom nível cultural/educacional, geralmente formação universitária, possuem médio e alto poder de compra e idade compreendida entre 20 e 40 anos. Outras características dizem respeito às motivações para a viagem de ecoturismo e, resumidamente, o ecoturista actual busca o contato direto com a natureza, a busca do exótico e do incomum, o contato com culturas e ambientes únicos entre outras (MACGREGOR, 1994).

30 O acesso às informações sobre o meio ambiente, e mesmo sobre problemas ambientais, cada vez mais difundidos pelos meios de comunicação, chamam a atenção das pessoas para ambientes e culturas diferentes, incomuns e até exóticos, induzindo-os a conhecê-los antes que "acabem". Assim, o ambiente a ser visitado necessita estar conservado e possuir riqueza de paisagens.

31 O ecoturista não está só preocupado com a qualidade do ambiente, mas chama sua atenção também a qualidade de vida da comunidade local, e o ecoturista, muitas vezes, posta-se a contribuir, seja interagindo ou consumindo os produtos locais. Há exemplos, até em Portugal, de visitantes que retornam ao local visitado para praticar actos voluntários em benefício da comunidade.

32 O perfil do público consumidor de turismo pode ser dividido em várias categorias, tais como as demográficas (idade, sexo, rendimentos e origem), interesses ou preferências nas viagens. Actualmente, tem-se falado em ecoturistas "hard" (aquele com espírito de aventura e melhor preparação física) e "soft" (preferem experiências fisicamente mais leves e curtas). Esta mesma tipologia tem sido usada para se definir o ecoturista com menos activismo no ecoturismo puro (soft) e o mais engajado (hard). O que sabe-se é que as características variam muito entre grupos e dentro de um mesmo grupo e, desse modo, é necessário adaptar-se às diversas situações.

33 Esta investigação é importante pois conhecendo os padrões de consumo do turista em áreas naturais e, analisando seu perfil e suas práticas mais comuns em turismo, podemos defini-lo ou não como ecoturista e melhor desenhar o conceito de projectos e produtos, facilitando o trabalho de identificação de mercados consumidores.

34 Ou seja, pesquisas de mercado são fundamentais para melhor desenvolver produtos, estabelecer uma imagem de acordo com o perfil do turista desejado, analisar as estratégias, os produtos e os preços da concorrência e melhor definir a estratégia de marketing e implantação das operações. A pesquisa ideal envolve entrevistas com os operadores turísticos e com os consumidores, além de pesquisas de dados sobre o dados diversos do mercado.

35 Um determinado grupo pode ser composto por indivíduos com algumas características semelhantes, tais como um grupo de terceira idade ou de jovens aventureiros (mesma origem, faixa etária), porém geralmente os grupos de viajantes possuem diferentes perfis psicológicos e de comportamento durante uma viagem.

36 Assim, o mais comum são as viagens realizadas com grupos compostos por pessoas de várias faixas etárias e diversas profissões e expectativas. Não pode-se deixar de considerar, também, que alguns destes visitantes já praticaram trilhos ou estiveram em outras áreas, e detêm um conhecimento prévio ou uma ampla vivência com áreas destinadas ao ecoturismo e à conservação.

37 O PERFIL DA EMPRESA DE ECOTURISMO
Se a prática do ecoturismo exige responsabilidade perante os recursos naturais e culturais da região explorada, a empresa de ecoturismo deve seguir os mesmos princípios. Assim a gestão ambiental dos negócios do ecoturismo envolve:

38 Reduzir, reutilizar e reciclar qualquer material possível evitando o desperdício;
Empregar tecnologias e materiais locais de fontes sustentáveis; Envolver funcionários, comunidades, fornecedores e clientes em assuntos ambientais à consciencialização; Promoção da integração e interacção entre os turistas e as comunidades locais receptoras; Atenção especial para o uso de áreas industriais, extractivas, da comunidade local, recreativa, agrícola e, principalmente, áreas protegidas; Proteger a qualidade dos mares, como também de recursos de água doce e trabalhar com seu pessoal e com os clientes para a redução da demanda de água.

39 Programa Nacional de Turismo de Natureza (PNTN)

40 As preferências dos turistas e o grau de exigência em relação às áreas-destino, e a tudo quanto a elas diz respeito, evidenciam uma acentuada mudança. De facto, ao desenvolvimento de uma procura inicialmente pautada pelo produto “sol e praia”, sucede uma nova realidade, paradigma das alterações de mentalidades, comportamentos e estilos de vida emergentes nas sociedades actuais. O novo turista é um consumidor com critérios de avaliação cada vez mais afinados – em virtude da experiência de viajar adquirida, da quantidade de informação disponível e da consciência generalizada que emerge em protesto das condições de vida urbana – que se recusa a integrar o grupo dos massificantes e massificados por falta de preenchimento do requisito “qualidade”. Por conseguinte, o turismo convencional vê perder muitos dos seus adeptos, que passam a procurar alternativas adequadas aos seus graus de exigência (qualidade, diversidade,...).

41 Por outro lado, este novo turista manifesta uma crescente sensibilidade pelo meio ambiente - ante os problemas ambientais e o carácter finito dos recursos - que, uma vez consolidada na sociedade, fez emergir o paradigma ecológico. Levanta-se, então, a necessidade de definir um uso adequado dos recursos, por forma a preservá-los e não a degradá-los, imprimindo, por sua vez, uma redefinição das formas de praticar turismo. O turismo em espaços naturais passa a distinguir-se do turismo convencional, quer pelas motivações, quer pela atitude dos turistas face ao suporte físico que os acolhe, que, por sua vez, se distingue das outras áreas-destino pela singularidade dos seus recursos de alto valor ecológico e paisagístico, muitas vezes sujeitos a algum tipo de protecção.

42 A par disto, e como corolário do processo de criação de novas necessidades, os espaços naturais surgem, no contexto das áreas-destino, como espaços de crescente procura para fins turístico-recreativos, facto que conduziu à sua comercialização e, em certos casos, banalização. Hoje em dia, os espaços naturais são encarados como qualquer outro bem de consumo, indicados para satisfazer estas novas necessidades.

43 Depois de expostas as principais linhas impulsionadoras do Turismo de Natureza torna-se, agora, pertinente avançar com uma definição deste segmento turístico, frequentemente invocado para designar todas as modalidades que se baseiam num contacto, mais ou menos directo, com o meio ambiente, como ponto central da oferta turística e que se sintetizam na expressão "turismo em espaços naturais". Tomando como exemplo a definição avançada por Ceballos (1992), o Turismo de Natureza define-se como o segmento do turismo que se desenvolve em áreas naturais relativamente virgens, com o objectivo específico de admirar, estudar, desfrutar da viagem, das plantas e animais, assim como das marcas culturais do passado e do presente das ditas zonas – relaciona-se, desta forma, ócio, meio ambiente e turismo.

44 Um olhar mais atento sobre os estudos que se vêm realizando em torno deste segmento do turismo permite-nos identificar dois pontos comuns convocados na maioria das definições: a ubicação física do espaço natural e o facto de integrar actividades associadas ao conceito de recreio e férias activas. Opondo-se à hegemonia do turismo de massas (turismo convencional), este tipo de turismo pretende assumir-se como garantia da conservação da natureza e respeitador do meio ambiente, associando-se-lhe, por conseguinte as seguintes características e objectivos:

45 Características Objectivos
- desenvolve-se em zonas rurais e naturais fora dos grandes centros urbanos; em muitos casos desenvolve-se em espaços naturais protegidos, como seja em parques nacionais e naturais, constituindo a manifestação mais emblemática do turismo de natureza; - ajuda a desenvolver as precárias economias rurais, especialmente em zonas de montanha; - a oferta turística é de baixo impacte ambiental, muito cuidadosa com a natureza e com a população local; - a oferta turística tende para a dispersão, isto é, os equipamentos turísticos não se concentram todos no mesmo local; - o ecoturismo é um tipo de turismo activo que procura descobrir a realidade envolvente, tanto a cultural como a natural; é comum a promoção de actividades lúdico-desportivas e educativo-culturais, sendo que as primeiras são as que mais se notam; - o ecoturismo é um segmento turístico relativamente recente e, em parte, é promovido e regulamentado pela política de parques nacionais e parques naturais. - facilitar o uso público do espaço natural, tendo-se em conta que as actividades recreativas realizadas devem ser compatíveis com a conservação dos valores naturais e culturais do espaço; em caso de conflito, deve prevalecer a conservação sobre o uso público; - proporcionar o conhecimento dos recursos da área; a capacidade de satisfação e desfrute da visita aumenta consideravelmente quando se entende e valoriza o meio ambiente em que nos encontramos; - gerar impactes positivos para a conservação e protecção do meio ambiente; (Para além destes objectivos gerais, cada espaço natural, segundo as suas peculiaridades, tende a estabelecer os seus próprios objectivos específicos.)

46 Os espaços naturais, de onde sobressaem as áreas protegidas pelo seu reconhecido e elevado valor natural, cultural e paisagístico - atributos indissociáveis do Turismo de Natureza (Decreto-Lei n.º 47/99, de 16 de Fevereiro) - apresentam uma extraordinária vocação para o desenvolvimento de determinadas actividades, práticas e modalidades turístico-recreativas. Deste modo, e no quadro da emergência de uma nova vaga social e cultural, enfatizada pela necessidade de reaproximação da natureza, buscando novas sensações, outros ritmos e espaços, as áreas protegidas apresentam-se como destinos turístico-recreativos privilegiados.

47 Note-se, contudo, que os moldes em que se vem promovendo e desenvolvendo as actividades recreativas e turísticas nas áreas protegidas nem sempre são consentâneos e ajustados às especificidades culturais e naturais existentes nessas mesmas áreas, constituindo por vezes, e ao contrário do que seria suposto, factor de desagregação sócio-cultural, de degradação ambiental... enfim, um veículo comprometedor do tão desejável desenvolvimento.

48 Tendo estes factores presentes e em reconhecimento da importância assumida pelo Turismo de Natureza, o Governo criou o Programa Nacional de Turismo de natureza (RCM 112/98, de 25 de Agosto), aplicável exclusivamente à Rede Nacional de Áreas Protegidas. Pretende-se, com este programa, a promoção e afirmação dos valores e potencialidades que estes espaços encerram, enfatizando a especialização de uma actividade turística sob a denominação de Turismo de Natureza e, por inerência, a criação de produtos turísticos adequados.

49 Ao abrigo do Decreto-Lei n
Ao abrigo do Decreto-Lei n.º 47/99, de 16 de Fevereiro, considera-se Turismo de Natureza "o produto turístico composto estabelecimentos, actividades e serviços de alojamento e animação turística e ambiental realizados e prestados em zonas integradas na Rede Nacional de Áreas Protegidas". O turismo que assume este tipo de características desenvolve-se segundo diversas modalidades de hospedagem, de actividade e serviços de animação ambiental, que permitem a contemplação e a fruição do património natural, arquitectónico, paisagístico e cultural.

50 Esquema das modalidades de turismo de natureza
(DL n.º 47/99, de 16 de Fevereiro) Alojamento Animação ambiental (DR nº18/99, de 27 de Agosto Casas e empreendimentos turísticos de turismo em espaço rural – TER (DL 169/97, 4 de Junho; DR 37/97, 25 de Set.) Casas de natureza (DL 47/99, 16 de Fev. DR 2/99, 17 de Fev.) Casas de abrigo Centros de acolhimento Casas-retiro Interpretação Ambiental Desporto de Natureza Fonte: Elaboração com base no decreto-lei n.º 47/99, de 16 de Fevereiro. Figura 3 Esquema das modalidades de turismo de natureza

51 O crescente interesse pela prática de actividades de ar livre, aparece compactado com o desenvolvimento do Turismo de Natureza, que tem precisamente como objecto da actividade turístico-recreativa a própria natureza. Por sua vez, porquanto que a este desenvolvimento se podem associar motivações de ordem muito diversa, entre as quais é comum destacar a "necessidade de evasão do quotidiano urbano, a importância conferida ao desporto informal, o gosto pelo contacto com a natureza e o desafio que constituem alguns desportos chamados de aventura" podemos individualizar, no contexto do Turismo de Natureza, a emergência de um novo vector que denominamos por desporto de natureza.

52 Com enquadramento nas modalidades consignadas no PNTN, o desporto de natureza surge, actualmente, como um importante depositário das novas aspirações surgidas em matéria de turismo e recreio, constituindo, talvez, um dos fenómenos mais emblemáticos dos novos conceitos de lazer e também das novas formas de praticar desporto ou fazer turismo. A modalidade "desporto de natureza" inclui todas as actividades desportivas que sejam praticadas em contacto directo com a natureza e que, pelas suas características, possam ser praticadas de forma não nociva para a conservação da natureza (Dec.-Lei n.º 47/99, de 16 de Fevereiro).

53 As actividades, serviços e instalações de desporto de natureza devem preencher os seguintes requisitos específicos: Respeitar o enquadramento legislativo próprio de cada actividade ou sector; Respeitar os locais indicados para a prática de cada modalidade desportiva; Respeitar os acessos a trilhos definidos, bem como os locais de estacionamento e de acampamento; Respeitar as condicionantes estabelecidas quanto aos locais, ao número de praticantes e à época do ano;

54 As actividades, serviços e instalações de desporto de natureza devem preencher os seguintes requisitos específicos (cont.): Acondicionar e dotar de forma adequada os locais com equipamentos de qualidade e segurança necessários à prática de cada modalidade; Dotar os locais com sinalização e informação sobre as condições de utilização dos mesmos e recomendações para a prática de cada modalidade; Garantir a manutenção dos equipamentos, sinalização, acessos, estacionamento e locais de pernoita, bem como a qualidade ambiental de cada local e respectiva área envolvente; Respeitar as regras e orientações estabelecidas no código de conduta.

55 No que respeita a esta modalidade, o Programa Nacional de Turismo de Natureza recomenda a elaboração de uma Carta de Desporto de Natureza e respectivo regulamento - para cada área protegida - onde devem constar as regras e orientações relativas a cada modalidade, os locais e as épocas do ano em que as mesmas podem ser praticadas, bem como a respectiva capacidade de carga. Para além de um instrumento necessário para a regulação das modalidades desportivas/recreativas e para a qualificação da actividade turística, a Carta de Desporto de Natureza constitui um poderoso instrumento de ordenamento, planeamento e gestão do território.

56 ALGUMAS ACTIVIDADES TURÍSTICAS EM AMBIENTES NATURAIS (BRASIL)
ATIVIDADES INTERESSES CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS NECESSIDADES ESPECIAIS Bóia-cross (Acquaraid) Percorrer rios de corredeiras por meio de bóias infláveis. O equipamento pode ser uma câmara de pneu de caminhão ou equipamentos específicos, melhor elaborados e resistentes. Equipamentos como capacete e salva vidas, além de saber nadar e conhecer o percurso. Asa delta, pára-quedismo, para-pente, paraglyder, balonismo Práticas aéreas que permitem uma visualização das paisagens de forma panorâmica e sem muitos impactos na fauna e flora. Treinamento especializado e autorização de vôo. Os equipamentos são caros e, na sua grande maioria, importado. Necessita também apoio por terra. Acampamento (Camping) Forma mais econômica de hospedar-se próximo à natureza. As barracas estão mais leves e mais baratas hoje em dia. Campings regularizados, com um mínimo de estrutura, evitando-se o camping selvagem. Cannyoning / Cachoeirismo (Cascading) Explorar e percorrer rios de vale, driblando os acidentes naturais como cânions, gargantas e cachoeiras. A variante "cascading" é conhecida como rappel de cachoeira. Bons equipamentos, equipes treinadas, preparo e experiência. Canoagem (Canoeing, cayaking) e Rafting Passeios de canoas e caiaques realizados em lagoas, lagos, rios com ou sem corredeiras, baías, mangues etc. Rafting é a descida de rios com corredeiras e pequenas cachoeiras com botes infláveis de estrutura reforçada. Não necessita técnica especializada, mas apenas acompanhamento e saber nadar, além de coletes salva‑vidas e capacete. Canoas e caiaques não são baratos, mas produtos nacionais são bons e acessíveis.

57 ALGUMAS ACTIVIDADES TURÍSTICAS EM AMBIENTES NATURAIS (BRASIL)
ATIVIDADES / INTERESSES CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS NECESSIDADES ESPECIAIS Ciclismo / Mountain Biking Passeios de bicicleta adaptadas a terrenos irregulares por roteiros pré-determinados. Pode-se alcançar lugares mais distantes do que as caminhadas e com menor esforço físico. Exige-se preparo físico e equipamentos de segurança como capacetes e joelheiras. Caminhadas e Travessias (Hikking / Trekking) Caminhadas simples de até 3-4 km não exigem preparo físico, apenas a definição de paradas para descanso e lazer. Trekking são caminhadas mais longas, de até um dia. Travessias percorrem longas distâncias, entre duas regiões de interesse, e podem durar de 1 a 4 dias. Para a prática de longas caminhadas e travessias não basta disposição. Tem que ter um roteiro bem definido e um mínimo de estrutura logística (equipamentos e vestuário), além de preparo físico. Mergulho livre e autônomo (Diving) / flutuação (Snorkerling) O mergulho em áreas marinhas costeiras e em águas interiores é prática já bem desenvolvida no Brasil, porém pouco explorada pelo turismo. A flutuação é realizada em rios e mares de águas cristalinas, equipado apenas com máscara, snorkell e pé de pato. Saber nadar. Equipamentos de mergulho livre e de flutuação são baratos. O de mergulho autônomo nem tanto e necessita de cursos especializados. Montanhismo Caminhadas em ambientes serranos e montanhosos, que podem ou não incluir atividades de escalada simples ou vertical. Atividades com elevados graus de dificuldade podem exigir treinamento, equipamento e acompanhamento específicos. Observação astronômica Observar e conhecer planetas, estrelas e constelações. Melhor realizado longe de centro urbanos e em locais de amplos horizontes. Cartas celestes auxiliam na observação e podem ensinar as noções básicas de orientação geográfica. Pode ser realizada mesmo a olho nu, porém binóculos e telescópios amadores, assim como instrutores especializados, podem enriquecer a experiência.

58 ALGUMAS ACTIVIDADES TURÍSTICAS EM AMBIENTES NATURAIS (BRASIL)
ATIVIDADES / INTERESSES CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS NECESSIDADES ESPECIAIS Observação da fauna / flora / Safari fotográfico Realizadas em todo e qualquer passeio, seja de barco, a cavalo ou à pé, ou em equipamentos especializados, como torres de observação. Exige-se técnicas de interpretação ambiental com guias naturalistas especializados ou guias mateiros treinados. Especialmente para a fauna, pode-se precisar de roupas camufladas, técnicas de caminhadas, livros de identificação de animais e de pegadas e equipamentos como binóculos, torres de observação e canopy walkway. Observação de pássaros (Birdwatching) Observar, identificar e estudar pássaros em seu ambiente natural. Trilhas específicas para esta atividade podem ser implantadas. Os pássaros podem ter hábitos muito diferentes entre as diversas famílias e deve-se conhecer as melhores épocas e os horários específicos para observá-los. Necessita de equipamentos como binóculos e bons livros de identificação da avifauna. Técnicas ousadas, guias treinados e equipamentos como torres de observação e passarelas suspensas (canopy walk) permitem maiores chances de observação. Passeio eqüestre / Enduro eqüestre Passeios em cavalos treinados para visitantes de "primeira cavalgada", de poucas horas ou de até um dia, formando típicas comitivas. O cavalo é resistente a longas caminhadas e proporciona uma maior interação com a paisagem. Enduro eqüestre é o deslocamento por roteiros mais longos e acidentados, exigindo animais mais robustos e treinados. No caso do passeio eqüestre, não há necessidade de experiência prévia, apenas de orientações gerais do guia e de proteção do sol. O enduro equestre é para visitantes mais experientes. Neste caso é preciso também equipamentos e conhecimento do roteiro. Pesca amadora / esportiva Muito popular em vários países, ganhando muitos adeptos no Brasil. A prática da soltura do peixe após sua captura (pesque e solte) também está crescendo. Equipamentos simples e baratos são suficientes para uma boa pescaria. Utilizar anzóis sem farpas machucam menos os peixes. Obedeça a legislação local e federal, e obtenha a licença de pesca. Há restrições para a época de reprodução (novembro à março) e para o tamanho máximo de captura de algumas espécies. Deve-se evitar as áreas de pesca de subsistência das comunidades locais.

59 ALGUMAS ACTIVIDADES TURÍSTICAS EM AMBIENTES NATURAIS (BRASIL)
ATIVIDADES / INTERESSES CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS NECESSIDADES ESPECIAIS Visita em cavernas / Espeleomergulho  A visita em cavidades naturais permitem conhecer um ambiente único, frágil e inóspito. Algumas cavernas apresentam graus de dificuldade e só devem ser exploradas com acompanhamento por especialistas, pois possuem abismos, travessias de rios e lagos internos e até quedas d'água. O Ibama exige plano de manejo da visitação e acompanhamento especializado. A fauna é extremamente sensível às alterações ambientais provocadas pela visitação. Os espeleotemas são frágeis. Exige-se certo esforço físico e equipamentos, alguns não tão baratos. Visitas às comunidades locais / tradicionais Atividades que proporcionam ao visitante trocas de conhecimentos, vivências e experiências culturais. Regionalismos e marcas de miscigenação racial possuem grande interesse turístico, tais como a gastronomia, a arquitetura, a música, o artesanato e as vestimentas. Modos de vida, tais como atividades de lida com o gado, de pesca, de fabricação de medicamentos e cosméticos naturais entre outros, agregam valor cultural ao roteiro ecológico. Estudos antropológicos e sócio-ambientais são necessários para se conhecer as fragilidades culturais de alguns povos, principalmente indígenas e quilombolas. Ações de resgate e valorização cultural podem ser necessárias se receber visitantes de diferentes culturas. Planejamento participativo contribui no preparo da comunidade e para ampliar os benefícios.

60 TURISMO RESPONSÁVEL COMO INSTRUMENTO DE DESENVOLVIMENTO E CONSERVAÇÃO DA NATUREZA
Como um dos fenómenos mais marcantes da actualidade, o turismo é uma das mais pujantes atividades económicas mundiais, principalmente o sector de serviços, sendo considerado um dos três líderes mundiais em produtividade, com a consequente ampliação da oferta de emprego e geração de riqueza. Entretanto, seu desenvolvimento sempre esteve pautado nos mesmos moldes de qualquer outra actividade humana – a visão economicista. Enquanto o turismo pode contribuir sensivelmente para o desenvolvimento sócio-económico e cultural de amplas regiões naturais, tem, ao mesmo tempo, o potencial para degradar o ambiente natural, as estruturas sociais e a herança cultural dos povos.

61 Com a ausência de um planeamento integrado, a exploração comercial do turismo mundial vem contribuindo, desde os anos 50, para o desequilíbrio ecológico, para a desagregação social e para a perda de valores culturais das comunidades, além de danos ao património histórico. O turismo passou a ser caracterizado como actividade de massa e tornou-se um voraz consumidor da natureza.

62 Fugindo da stressante vida quotidiana nos grandes centros urbanos, resmas de turistas tentam gozar suas férias o mais próximo possível do ambiente natural sem a preocupação devida com as possíveis alterações ambientais, culturais e sociais que possam estar ocorrendo em função desta massificada presença em determinadas destinações. Nas décadas de 70 e seguintes, juntamente com o alerta dos ambientalistas e com algumas destinações negativamente atingidas pelo crescente fluxo turístico, aumenta a preocupação dos administradores públicos e dos empreendedores turísticos, estes últimos preocupados em não perder a base dos seus produtos - os recursos naturais e culturais.

63 Desde o mesmo momento em que a sociedade debateu o conceito e a aplicação do Desenvolvimento Sustentável, surgiram novos conceitos em turismo. O mercado segmentou-se e produtos com designações próprias, tais como o Ecoturismo, foram introduzidos como alternativos ao turismo convencional e possuem em comum a preocupação em oferecer serviços ecologicamente responsáveis, dentro dos princípios de desenvolvimento sustentável.

64 Por outro lado a indústria do turismo, com seus capitais emergentes e pujantes sendo aplicados em regiões de fragilidade sócio-ambiental, precisa aceitar a sua responsabilidade por seus impactes nos ambientes naturais e nas populações e activamente agir em busca de reconhecê-los e lidar com sua redução. A adopção de procedimentos responsáveis de planeamento dos negócios do turismo será uma importante ferramenta de propaganda e marketing para um mercado cada vez mais crescente - o chamado consumidor verde.

65 Neste mesmo sentido, a Organização Mundial do Turismo (OMT), juntamente com o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC) e a Earth Council, vêm procurando orientar o mercado para um melhor posicionamento frente aos problemas que o desenvolvimento do turismo vem causando em nível global, principalmente nos países em desenvolvimento. E entendem que o turismo sustentável é aquele que busca as necessidades dos turistas actuais enquanto protege e incrementa as oportunidades para o futuro, por meio de produtos que são operados em harmonia com o meio ambiente local, comunidades e culturas, de modo que estas se tornem as grandes beneficiárias e não as vítimas do desenvolvimento do turismo.

66 BENEFÍCIOS E IMPACTOS DO ECOTURISMO
Ao contrário do que muita gente imagina, o turismo não pode ser considerado uma "indústria limpa". Apesar de não possuir "chaminés" (nem poderia, pois fundamentalmente o turismo é prestação de serviços e não uma indústria) o turismo mundial tem sido um consumidor (ou destruidor) voraz das paisagens, um instrumento de descaracterização das comunidades e sua cultura e um grande causador de uma ampla gama de impactes no ambiente natural. Alguns sector hoteleiros são responsáveis por boa parte dos resíduos poluentes despejados na natureza em certas regiões. Os turistas não são alvo de programas de consciencialização, visando integrar-se ao ambiente visitado sem causar alterações.

67 Podemos dizer, simplificadamente, que o ecoturismo procura diferenciar-se do turismo convencional, pois busca a maximização dos benefícios e a minimização dos efeitos negativos do turismo. É necessário que o ecoturismo de facto mobilize instrumentos tecnológicos adequados e de metodologias científicas que busquem o planeamento, implantação e gestão de forma sustentável e responsável.

68 Benefícios versus Impactes
Os princípios e critérios do ecoturismo são elementos norteadores para o planeamento da actividade de modo a controlar e monitorar os impactos e potencializar os benefícios que caracteriza a actividade. Benefícios versus Impactes Actualmente considera-se o termo "impacte" como qualquer alteração nas propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia, decorrentes das atividades antrópicas (humanas), que directa ou indirectamente prejudiquem: a saúde, a segurança e o bem estar da população; as atividades sociais e económicas; os ecossistemas; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos naturais.

69 Impactos Socioculturais
Abaixo apresentamos os principais impactos e benefícios do ecoturismo em nível local e regional, lembrando que os impactos podem ser minimizados e os benefícios potencializados, desde que suas atividades sejam correctamente planejadas. Impactos Socioculturais Perda de valores culturais tradicionais; Conflitos entre usuários da comunidade e visitantes. Benefícios Socioculturais Investimentos na infra-estrutura viária, de abastecimento, equipamentos médicos e sanitários; Estímulo ao artesanato local e às manifestações culturais tradicionais. Impactos Económicos Sobrevalorização de terras e imóveis; Aumento do custo de vida; Pressões para a super-exploração de áreas turísticas.

70 Benefícios Económicos
Geração de emprego; Melhor distribuição de riqueza. Impactos sobre o Meio Físico Descaracterização da paisagem; Poluição da água, do solo, sonora e do ar. Benefícios sobre o Meio Físico Manutenção da paisagem; Controle da poluição. Impactos sobre os Seres Vivos Alterações na reprodução, comportamento e hábitos alimentares dos seres vivos; Recolha e comércio ilegal de espécies protegidas; Erosão e desflorestação em trilhos; Estradas inadequadas; Meios de transporte poluentes. Benefícios sobre os Seres Vivos Auxílio na conservação de áreas naturais; Conscientização sobre o equilíbrio do meio ambiente.

71 FIM


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