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A interpretação dos sonhos

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Apresentação em tema: "A interpretação dos sonhos"— Transcrição da apresentação:

1 A interpretação dos sonhos
DIE TRAUMDEUTUNG von Dr. SIGMUND FREUD FLECTERE SI NEQUEO SUPEROS, ACHERONTA MOVEBO. LEIPZIG UND WIEN. FRANZ DEUTICKE. 1900

2 A interpretação dos sonhos
A Interpretação dos Sonhos foi um dos dois livros — Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade (1950d) foi o outro — que Freud manteve mais ou menos sistematicamente “atualizados” à medida que foram passando por suas edições sucessivas. O maior número de acréscimos versando sobre qualquer assunto isolado é constituído, sem dúvida, pelos que dizem respeito ao simbolismo nos sonhos. Freud explica, em sua “História do Movimento Psicanalítico” (1914d), bem como no início do Capítulo VI, Seção E (pág. [1]) desta obra, que chegou tardiamente a uma compreensão plena da importância dessa faceta do assunto.

3 A interpretação dos sonhos
Cem anos de inconsciente: Raras são as obras cujo centenário é lembrado e celebrado. A Interpretação dos Sonhos de Freud é uma delas. Para isto há várias razões. A data marca não apenas o centenário de uma obra, mas também o centenário do inconsciente e da própria psicanálise. Obra atual por sua obrigatoriedade na formação de todos os psicanalistas e mesmo psicólogos. A obra de Freud provoca uma ruptura absolutamente radical na maneira de abordar o homem em 25 séculos de pensamento

4 A interpretação dos sonhos
Se há um texto, na obra de Freud, que possamos indicar como primeiro responsável por esta ruptura é A Interpretação dos Sonhos. Nele encontramos a tese que se tornaria a mais popular (e mais mal utilizada): a do complexo de Édipo. Neste texto, também, Freud formula a divisão da mente entre o consciente e o inconsciente. É também ali que a clínica psicanalítica vai encontrar sua justificativa teórica, ainda que não fosse esta a preocupação inicial de Freud.

5 A interpretação dos sonhos
Durante dois anos Freud se dedicou ao preparo deste que seria um exemplo excelente de estrutura de tese. Sua pesquisa não deixa de fora nenhuma obra conhecida que abordasse o tema dos sonhos, nem mesmo os sempre populares livros de sonhos egípcios. Cada possível argumento, cada possível interpretação é examinada com seriedade e rigor científico. A magnitude do trabalho poderia responder pela lentidão com que o texto foi produzido, mas em suas cartas ao amigo Fliess podemos entender que as razões da demora foram mais pessoais.

6 A interpretação dos sonhos
Em A Interpretação dos Sonhos, Freud formula as leis e as características do inconsciente. Com este conceito consegue juntar fenômenos distintos como o sonho e os sintomas histéricos. Vejamos rapidamente alguns pontos: A tese central do texto é a de que "O sonho é a realização de um desejo". Este desejo, entendamos, não é necessariamente um desejo que possamos aceitar em nossa vida vigil. Quando não se trata de um desejo aceitável, nos diz Freud, preferimos esquecê- lo. Este esquecimento será descrito como conseqüência de um mecanismo chamado 'recalque'. O desejo recalcado, no entanto, permanece em algum lugar exercendo seus efeitos. Os sonhos são apenas um exemplo destes efeitos.

7 A interpretação dos sonhos
Mas os sonhos têm por característica sua falta de senso, sua não obediência às leis que nos regem na vigília. O que Freud formula é que os sonhos seguem uma lei própria, seguem uma lógica que não é a lógica cotidiana. É levado assim a demonstrar que nosso aparato mental é formado pela consciência, cujas regras reconhecemos, e pelo inconsciente, cujos efeitos nos surpreendem por seguir uma lógica diferente e desconhecida (ainda que sempre familiar). Desta forma, um desejo que não condiz com nossa posição social, nosso sexo, nossa situação civil etc…é 'jogado' naquele campo que não segue as mesmas regras de nossa consciência

8 A interpretação dos sonhos
No inconsciente, nos diz Freud, este desejo vai procurar sua expressão a qualquer custo. Se não é possível que ele se expresse conscientemente (por que no consciente atua aquela resistência que mencionamos acima, provocando o recalque), ele vai buscar alguma expressão substitutiva que consiga escapar à censura. O sonho pode ser entendido como a expressão de uma série de desejos, que encontram nele a única via para a consciência. É por isto também que o sonho será entendido por Freud como a via régia para o inconsciente, uma vez que é sua manifestação mais direta

9 A interpretação dos sonhos
Mas dissemos que o sonho e os sintomas possuem uma estrutura comum. Isto ficará mais claro no próximo ítem, mas digamos desde já que o sintoma neurótico é também uma manifestação de um desejo. A principal diferença é que no sintoma uma solução é encontrada para que o desejo se apresente na consciência. Também neste caso, contudo, este desejo se manifestará com as distorções necessárias para que possa ser aceito pelo consciente.

10 A interpretação dos sonhos
O funcionamento do sonho: O inconsciente é freudiano. Antes de Freud já se falava de inconsciente, mas o conceito de inconsciente é algo inédito. Falar do inconsciente como franja da consciência, como sub- consciente ou como algo que não sabemos mas que podemos saber com algum esforço de nossa parte não é falar do inconsciente freudiano. O inconsciente tem suas leis e particularidades rigorosamente formuladas e a precisão deste conceito se faz mais necessária com sua popularização, que tende a deturpá-lo.

11 A interpretação dos sonhos
Aos processos que ocorrem no inconsciente Freud chama processos primários, em oposição aos secundários, do consciente. Têm por característica não levar a realidade em consideração, tolerar contradições, não conhecer a temporalidade e acima de tudo, buscar a realização de seus impulsos. Freud decifrou a gramática destes processos, descobriu os meios pelos quais atinge seus objetivos. Dois mecanismos básicos são localizados: a condensação e o deslocamento. Nos estenderemos nisto, por ser um dos mais importantes pontos de A Interpretação dos Sonhos.

12 A interpretação dos sonhos
É nos capítulos 6 e 7 do livro que Freud desenvolve o mecanismo de trabalho dos sonhos e o funcionamento do aparato mental. Apresenta o mecanismo de deslocamento na possibilidade que as idéias têm, no inconsciente, de 'emprestar' seu valor para outras idéias, de modo que fatos ou imagens aparentemente sem importância podem ter sido amenizadas, com o quê burlam a censura, compondo o material do sonho. De forma inversa fatos que aparecem no sonho como extremamente nítidos ou valorizados usualmente ganharam seu relevo por uma associação a outra idéia, esta sim, de grande importância.

13 A interpretação dos sonhos
No sonho há também em funcionamento o mecanismo da condensação. Este mecanismo permite que um pequeno detalhe possa representar uma idéia completa. Nos exemplos de Freud vemos como características isoladas de uma pessoa podem representá-la por inteiro ao se compor com outras características que representam outras pessoas. Assim, um personagem pode estar ocupando a função (que tem na realização do desejo) de toda uma multidão de personagens que não figuram no sonho senão por fragmentos.

14 A interpretação dos sonhos
As razões deste trabalho de montagem são explicadas pelo aparato psíquico proposto no capítulo seguinte do livro. Neste aparato o ics (inconsciente) figura em um extremo e o cs (consciente) no outro, e entre eles o pcs (pré-consciente). O ics recebe seu material do sistema perceptivo, mas não tem acesso ao sistema motor. O cs controla as ações, mas a realidade que lhe chega já passou pelos processos do ics.

15 A interpretação dos sonhos
Como intermediário entre os dois sistemas figura a censura, ou seja, uma função que determina o que pode e o que não pode aceder à motilidade, levando a realidade em consideração. Todo o material que não pode passar pela censura está condenado a ser recalcado, a ficar relegado ao ics, sem, no entanto, ficar com isto silenciado. O trabalho do sonho é entendido, assim, como o trabalho de distorção necessário para que o material do ics possa se manifestar.

16 A interpretação dos sonhos
Vale dizer ainda que a distorção a que o material do sonho foi submetida nunca é casual ou caótica, e é por provar isto que o trabalho de Freud adquiriu seu valor. Uma idéia (um desejo, uma intenção ou mesmo uma percepção) está permanentemente relacionada a outras. A natureza desta relação é muito abrangente, podendo ser determinada pela contigüidade espacial ou temporal em que ocorreu, pela similaridade, pela homofonia, enfim, por toda uma gama de possibilidades.

17 A interpretação dos sonhos
O que importa é que a idéia 'principal', uma vez que tenha sido censurada, não poderá ser reconhecida no consciente, mas as idéias com as quais se associa, uma vez que esta associação não seja óbvia, podem ser utilizadas para representá-la (deslocamento). Então, lembrando que no ics as idéias buscam sua expressão, ou nos termos de Freud: os desejos buscam sua realização, o trabalho do sonho é a maneira pela qual um desejo pode se realizar por seus substitutos

18 A interpretação dos sonhos
O passo seguinte é o que permite a intervenção clínica da psicanálise: Os sintomas, Freud demonstra, são também realizações de desejo. A diferença em relação aos sonhos é que nos sintomas um compromisso se estabelece entre o desejo e a censura, fazendo com que nem o desejo se realize por completo nem a censura seja totalmente eficaz. Desta forma um desejo mais 'amenizado' é realizado.

19 A interpretação dos sonhos
Uma conseqüência direta desta explicação do sintoma é muita incômoda para todos nós. Se nossos desejos devem levar em consideração a realidade para que possamos aceitá- los, como saber se o que reconhecemos como nossos desejos não são amenizações de nossos 'verdadeiros' desejos, estes inconscientes? Em outras palavras, uma vez que vivemos em sociedade, tendo que considerar suas regras, somos todos neuróticos.

20 A psicanálise hoje A transmissão da psicanálise foi garantida, a partir da década de 50, por Jacques Lacan. Em sua leitura desta obra de Freud propõe que o que é formulado é um inconsciente estruturado como uma linguagem. A condensação e o deslocamento podem ser entendidos como a metáfora e a metonímia e a estrutura associativa das idéias como a cadeia de significantes (que só podem existir entre dois outros, em associação). Partindo da clínica das psicoses (Freud partiu da neurose) Lacan amplia o campo psicanalítico e encontra a precisão necessária ao ensino e à transmissão da psicanálise.

21 A psicanálise hoje Paralelamente, o pragmatismo americano se empolga em afirmar que a psicanálise está em crise. A descrença americana na psicanálise é equivalente à descrença freudiana nos americanos (afirmou algumas vezes que os americanos jamais compreenderiam a psicanálise - e a história o confirmou). Como a ciência atual se encontra cada vez mais marcada pelo funcionalismo e utilitarismo tão típicos do american way, a psicanálise encontra seu campo (ao contrário do que se previu) cada vez mais valorizado

22 A psicanálise hoje A razão para isto é muito simples.
Cada vez mais o homem é tratado como um objeto sem desejos; se há falta de interesse sexual pela esposa há uma pílula que o resolva, se há falta de empolgação pela vida há uma outra, e etc… Nos tempos do Viagra e do Prozac, o homem se encontra na necessidade de encontrar saídas menos mecânicas para a angústia que a vida em sociedade cobra como preço.

23 A psicanálise hoje Vemos brotarem novas crenças e novas terapias ditas alternativas a cada dia, vemos a procura de oráculos e gurus que prometem soluções prontas, vemos, enfim, os efeitos colaterais da coisificação do homem. A psicanálise, absorvendo bravamente os golpes em seu centenário, cada vez mais se mostra como a única prática fundamentada a se propor trabalhar nesta realidade em que vivemos.

24 Capítulo VII - A interpretação dos sonhos
(E) Os processos primário (identidade de percepção) e secundário (identidade de pensamento) - Recalcamento e (F) O inconsciente e a consciência - realidade. No início do artigo Freud diz que "A tese de que os sonhos dão prosseguimento às ocupações e interesses da vida de vigília foi inteiramente confirmada pela descoberta dos pensamentos oníricos ocultos" (Freud, 1900: grifos nossos). Ora, oculto = latente = por trás de... = inconsciente! 

25 Capítulo VII - A interpretação dos sonhos
"Assim, quando uma cadeia de pensamento é inicialmente rejeitada (conscientemente, talvez) pelo julgamento de que é errada ou inútil para o fim intelectual imediato em vista, o resultado pode ser que essa cadeia de pensamentos prossiga, inobservada pela consciência, até o início do sonho" (Freud, 1900: 620).  O trabalho do sonho, a formação do sonho, prova que "(...) as mais complexas realizações do pensamento são possíveis sem a assistência da consciência...". Uma vez que os restos diurnos, que servem de material para a formação do sonho, podem ter sido originados no dia anterior e, assim, terem passado despercebidos pela consciência do sonhador desde o início...

26 Capítulo VII - A interpretação dos sonhos
E continua: "Esses pensamentos oníricos não são, em si, inadmissíveis à consciência; é possível que tenha havido diversas razões para que não se tornassem conscientes para nós durante o dia. O tornar-se consciente está ligado à aplicação de uma certa função psíquica, a da atenção, função esta que, segundo parece só se acha disponível numa quantidade específica, a qual pode ter sido desviada pela cadeia de pensamentos em questão para alguma outra finalidade" (Freud, 1900: grifos nossos).

27 Capítulo VII - A interpretação dos sonhos
Daí ele segue falando em catexia da atenção e abandono da catexia de atenção, para colocar a questão do pré-consciente. Coloca-nos que dentro de nosso pré-consciente existem representações (idéias) derivadas de fontes situadas no inconsciente e de desejos (inconscientes) que estão sempre em alerta. E que a cadeia de pensamentos desprezada ou suprimida pode cessar espontaneamente ou persistir... (p. 621). Com isso, Freud pontua que existem dois tipos fundamentais de processos psíquicos. São os dois sistemas que, no aparelho psíquico, descreve como o Ics. e o Pcs, respectivamente.

28 Capítulo VII - A interpretação dos sonhos
A finalidade do aparelho psíquico é o de manter-se num estado de homeostase. Assim, sua função é a de evitar ao máximo possível o desprazer... Freud assim nos fala: "(...) o segundo sistema só pode catexizar uma representação se estiver em condições de inibir o desenvolvimento do desprazer que provenha dela" (Freud, 1900: 627). Daí a teoria do recalque. Quando a realização daqueles desejos inconscientes pudessem gerar um afeto de desprazer (ao invés de afeto de prazer), a transformação do afeto constitui aquilo que é chamado de recalcamento. Qual sua ligação com a neurose? 

29 Capítulo VII - A interpretação dos sonhos
"O Pcs. reforça sua oposição aos pensamentos recalcados (isto é, produz uma contracatexia / anticatexia ) e, a partir daí, os pensamentos de transferência, que são veículos do desejo inconsciente, irrompem em algum tipo de compromisso obtido pela formação de um sintoma" (Freud, 1900: 630). "Proponho descrever o processo psíquico admitido exclusivamente pelo primeiro sistema como 'processo primário', e o processo que resulta da inibição imposta pelo segundo sistema, como processo secundário" (Freud, 1900: )

30 Capítulo VII - A interpretação dos sonhos
O processo primário esforça-se por uma descarga da excitação acumulada a fim de estabelecer uma identidade perceptiva [com a vivência da 1a. experiência de satisfação perdida]; enquanto que o processo secundário - por sua vez - abandona essa intenção e adota outra em seu lugar: o estabelecimento de uma identidade de pensamento [com aquela vivência]. 


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