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LEITURAS OBRIGATÓRIAS

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Apresentação em tema: "LEITURAS OBRIGATÓRIAS"— Transcrição da apresentação:

1 LEITURAS OBRIGATÓRIAS
UFRGS

2 LEITURAS OBRIGATÓRIAS PARA A PROVA DE LITERATURA DE LÍNGUA PORTUGUESA UFRGS Para o Concurso Vestibular de 2012, será exigida a leitura prévia e completa das seguintes obras: 1. João Cabral de Melo Neto - A Educação pela Pedra; 2. José Saramago - História do Cerco de Lisboa; 3. Moacyr Scliar - O Centauro no Jardim; 4. João Simões Lopes Neto - Contos Gauchescos; 5. Guimarães Rosa - Manuelzão e Miguilim (Campo Geral e Uma estória de amor); 6. Dias Gomes - O Pagador de Promessas; 7. Rubem Fonseca - Feliz Ano Novo; 8. Cristóvão Tezza - O Filho Eterno; 9. Basílio da Gama - O Uraguai; 10. José de Alencar - Lucíola; 11. Poemas de Álvaro de Campos, de Fernando Pessoa - ( 1. Mestre, Meu Mestre Querido!, 2. Ao Volante do Chevrolet pela Estrada de Sintra , 3. Grandes São os Desertos, e Tudo é Deserto,  4. Lisboa com suas Casas, 5. Todas as Cartas de Amor São, 6. Ode Triunfal, 7. Lisbon Revisited (1923), 8. Tabacaria, 9. Aniversário, 10. Poema em linha reta ); 12. Machado de Assis - Memórias Póstumas de Brás Cubas.

3 FELIZ ANO NOVO (1975) RUBEM FONSECA

4 RIO DE JANEIRO

5 FELIZ ANO NOVO (CONTOS)
Considerado um dos principais livros de Rubem Fonseca, Feliz Ano Novo, lançado em 1975, teve sua publicação e circulação proibidas em todo o território nacional um ano mais tarde, sendo recolhido pelo Departamento de Polícia Federal, sob a alegação de conter "matéria contrária à moral e aos bons costumes". Fazia uma espécie de apologia da violência.

6 FELIZ ANO NOVO (CONTOS)
O regime autoritário (a Ditadura Militar), que tentava à força encobrir os problemas que compunham a face obscura do país, não suportou a linguagem precisa e contundente dessa coleção de contos que traduzem ficcionalmente a verdadeira fratura exposta do corpo social.

7 Proibição x Sucesso O sucesso rápido de Feliz ano novo ocorreu por conta de seu conteúdo subversivo, pelo registro da moderna vida urbana dos anos 70, no que que ela tinha de pungente e assustadora. Muitos leitores daqueles anos de opressão buscavam uma literatura desafiadora em que estivessem elementos como o erotismo, obscenidades, expressões cotidianas e de baixo calão. Ao ser proibida, a obra já havia vendido mais de trinta mil exemplares.

8 O contexto histórico&social dos anos 70
O Brasil estrutura-se, definitivamente, como uma nação industrial, capitalista e moderna. Época marcada por graves desigualdades sociais. Espetacular crescimento econômico (cerca de 10% ao ano) = “milagre econômico” = que acabou jogando o país num imenso e trágico endividamento externo.

9 O contexto histórico e social dos anos 70
Milhões de trabalhadores rurais rumam para as cidades = uns se integraram satisfatoriamente à vida urbana; outros forma sobreviver nas favelas, que se multiplicaram assustadoramente. Hoje, elas circundam as metrópoles do país e, não raro, as pequenas e médias cidades.

10 O contexto histórico e social dos anos 70
Mudança de valores = derrocada final dos códigos de existência da sociedade patriarcal/agrária. Emerge a nova sociedade urbano-industrial = individualismo + liberalismo sexual + culto ao dinheiro + consumismo, etc. Cresce a onda de violência que passa a dominar a periferia das cidades.

11 A CRÍTICA “Feliz Ano Novo é, do ponto de vista temático, uma coletânea de faits divers da vida diária: mesquinhas ocorrências, histórias sem glória e sem heroísmo que nos jornais ganhariam um canto de páginas policiais, (...) O que inquieta no livro é que esse mundo marginal distante se vai aos poucos revelando como nosso próprio mundo, onde os desvios são cada vez mais a norma”. (Zuenir Ventura. Visão, s/d)

12 A CRÍTICA “Poucos são capazes como ele de descrever a vida nas grandes cidades como uma verdadeira selva trágica, em que o cotidiano aparece como um conjunto de ciladas fatais e irreversíveis.” (Fábio Lucas)

13 RUBEM FONSECA A visão de mundo do autor:
Experiência como inspetor de polícia. Aguda capacidade de observação. Possui como matéria-prima os dois extremos da nação: os que vivem à margem e os que constituem o núcleo privilegiado do sistema.

14 Características gerais dos contos
Um dos temas dominantes de seus textos é a violência que impera nas ruas do país, em uma espécie de guerra civil não declarada. Violência que brota das circunstâncias sociais ou das pulsões subterrâneas dos indivíduos que experimentam o fascínio do mal, independentemente da classe a que pertençam.

15 Agilidade narrativa: preferindo a intensidade dos enredos, os contos de Rubem Fonseca não se perdem em detalhes, em incursões psicológicas desnecessárias ou descrições. As narrativas são cruas, brutas e diretas.

16 Humor negro: o humor de Rubem Fonseca choca
Humor negro: o humor de Rubem Fonseca choca. Não cabem nos contos senão o riso amarelo, porque os narradores (em geral em primeira pessoa) exploram o patético (o trágico, o sinistro) que se escancara na realidade brasileira. Nesse caso, um universo contrário à qualquer idealização é retrato com a marca da desfaçatez (falta de vergonha, descaramento).

17 Violência: palavra que advém do verbo violar(-se), a violência como tema atinge em contos como Feliz ano novo e 74 degraus, patamares poucas vezes vistos em termos de literatura brasileira. E o grande segredo é contrapor cenas grotescas, como os atropelamentos de Passeio noturno I e II, a uma atmosfera de normalidade e cinismo.

18 Marginalidade: o tema dos desvios de conduta servem para questionar a normalidade da vida brasileira. Por isso, prostitutas, pivetes, bandidos, embora não alçados à condição heroica, recebem foco. O choque advém, nesse caso, do sistema de vida, do modo de raciocinar dessas camadas brasileiras pertencentes à realidade e tão pouco exploradas artisticamente.

19 Abismo social brasileiro: contrapondo, como no caso do conto de abertura, a ótica “marginal” ao universo da elite, Rubem Fonseca ilustra o grande e repetitivo problema brasileiro, apontado desde Euclides da Cunha – os brasis que não se encontram. Nessa medida, uma espécie de guerra civil se conflagra do encontro das várias facetas sociais de um mesmo país.

20 A pornografia: outro tema bastante explicado no conto Intestino grosso, a depravação sexual nada mais seria que o retrato de um imaginário oprimido – o da sexualidade – pelos tabus da moral. No caso do autor, mais pornográficas seriam as cenas de amor idealizado e puro das telenovelas, nas quais uma realidade falsa e tacanha nos é apresentada. Pornografia maior seria, portanto, esconder a natureza humana ou a realidade de um país fragmentado.

21 O non-sense (sem sentido) da vida urbana: retratando não só o mundo marginal, alguns contos de Feliz Ano Novo são eficazes em mostrar o absurdo da vida urbana de elite, desde aqueles anos de chumbo até a atualidade. A falta de sentido para as situações mais prosaicas da vida escapam à hipocrisia, e personagens buscam modos de viver absurdos, situações anormais do ponto de vista da ética social e da moral.

22 A linguagem: a linguagem de Rubem Fonseca é crua, bruta, agressiva
A linguagem: a linguagem de Rubem Fonseca é crua, bruta, agressiva. O uso dos palavrões, de ironias ácidas, do deboche, acentuam o caráter de enfrentamento da realidade e contribuem para a verosssimilhança dos diálogos. Nesse sentido, também merece destaque o uso de inúmeras variedades de linguagem – convivem no mesmo espaço o palavrão do marginal, o clichê do policial, a doçura de alguma mocinha ingênua e o jargão do jornalista.

23 A solidão da modernidade: muitos personagens vivem oprimidos, no cotidiano solitário das grandes metrópoles, pela sensação de isolamento e vácuo na alma. Ainda que a cidade possa lhes oferecer amplas possibilidades eróticas, os afetos mais intensos e as relações mais duradouras estão ausentes.

24 Todas as paixões e todos os vínculos são efêmeros, e a obsessão desses personagens é o exercício do sexo, como se ele fosse a única alternativa ao vazio da existência e como se na satisfação física do desejo residisse a última prova de que ainda estão vivos.

25 CONTOS Feliz ano novo Corações solitários Abril, no Rio, em 1970
Botando pra quebrar Passeio noturno (Parte I) Passeio noturno (Parte II) Dia dos namorados O outro

26 9. Agruras de um jovem escritor
10. O pedido 11. O campeonato 12. Nau Catrineta 13. Entrevista Degraus 15. Intestino grosso

27 Feliz Ano Novo Narrativa em primeira pessoa.
Visão parcial da realidade = registra os fatos e faz falsas racionalizações sobre o motivo de tantos gestos brutais. Uso contínuo de gírias = ex. = “transar”. O narrador-personagem é um bandido que fez o ginásio, portanto tem formação escolar superior a de seus companheiros.

28 O narrador, em sua fala, revela um tom de ressentimento social.
Predomínio de uma objetividade gélida, com quase nenhuma investigação da interioridade dos personagens, na narração e nos diálogos do conto.

29 Aspecto chocante = o amoralismo dos bandidos = em nenhum momento eles são atormentados por qualquer remorso ou culpa de suas atrocidades. O ódio aos ricos é pretexto para o mais completo desprezo pela vida alheia.

30 Um face perversa = a revelação da falta de escrúpulos morais e a urgência de prazeres imediatos, que se originavam do declínio de uma sociedade patriarcal e católica, comandada por valores rígidos, e o consequente triunfo de uma sociedade voltada para as satisfações dos apetites individuais (sexo, dinheiro, sucesso).

31 Passeio noturno (Partes I e II)
As duas partes são narradas em primeira pessoa. O narrador-personagem pertence às classes mais abastadas do país. Apesar de sua riqueza, ele só se tranquiliza quando assassina alguma pessoa inocente (normalmente mulheres) com seu automóvel.

32 Passeio noturno (Partes I e II)
Depois de eliminar friamente suas vítimas, o narrador pensa apenas nos problemas de sua empresa. A indiferença da esposa e dos filhos e o tédio em que todos parecem viver sublinham a alienação de um universo burguês sem perspectivas.

33 Passeio noturno (Partes I e II)
A exemplo do que ocorre no conto Nau Catrineta, a brutalidade criminosa pode ser entendida como uma metáfora da opressão das classes superiores sobre as subalternas.

34 Dia dos namorados Novidade técnica = o conto é narrado, simultaneamente, em primeira e terceira pessoa. Em primeira pessoa = Mandrake = que parece ser um detetive cínico e durão = contratado para deter um processo de chantagem. Em terceira pessoa = acompanhamos o processo de aproximação e de envolvimento entre um banqueiro e um travesti e a consequente extorsão feita por este em relação aquele.

35 O conto possui uma estrutura de narrativa policial = há uma chantagem em curso e cabe ao detetive particular resolver a questão. Mandrake – que aparecerá em outras narrativas do autor como advogado criminalista – é o típico anti-herói da nova ficção contemporânea. Segue a tradição (da ficção norte-americana contemporânea) dos detetives de Dashiel Hammet e Raymond Chandler, que abandonam as deduções de sofisticada racionalidade

36 – típicas de Sherlock Holmes - , substituindo-as por ações violentas e frequentes transgressões da ordem jurídica. Registre-se, contudo, que mais do que deslindar o ato criminoso, interessa registrar o cotidiano terrível das grandes cidades e, simultaneamente, desnudar os dramas humanos desencadeados pelas ações que rompem a lei e a ordem.

37 Esses personagens, apesar do cinismo e de serem movidos fundamentalmente por dinheiro e sexo, acabam impondo (por linhas tortas) algum princípio de justiça num mundo em que a moral e a ética se dissolvem e o bem e o mal se confundem.No caso de Mandrake ao mesmo tempo que a chantagem lhe repugna, ele não sente culpa em ficar com o dinheiro e com a Mercedes do banqueiro.

38 Abril, no Rio, em 1970 Narrado em primeira pessoa por um jovem órfão, contínuo, que sonha com a fama e o triunfo pessoal na esfera do futebol. Trata-se, talvez, do texto mais delicado do livro = num mundo regido pela busca da glória e da ascensão social a qualquer preço, o protagonista naufraga e se refugia em sua interioridade.

39 O jovem, que aspira ao sucesso por meio do futebol, acaba por demonstrar incapacidade de adaptação aos novos tempos e experimenta o fracasso. Conto que apresenta o tema da solidão dos indivíduos nas grandes metrópoles, onde vivem oprimidos pela sensação de isolamento e vácuo na alma.

40 Temática do futebol = dialética entre o sonho de triunfo financeiro e popularidade que ele possibilita aos jovens de baixa extração social e a decepção que normalmente resulta do colapso dessas expectativas.

41 Corações Solitários Narrado em primeira pessoa por um jornalista que trabalhava como repórter de polícia, mas após ser demitido vai trabalhar num jornal voltado, aparentemente, para o público feminino. O relato delimita um permanente jogo de máscaras = aparência e realidade se misturam continuamente, numa sucessão de ficções e enganos.

42 Na redação do jornal Mulher, os homens adotam pseudônimos femininos.
O narrador assume nome de escritores consagrados. As cartas do correio sentimental são inventadas. O jornal, feito para mulheres da classe C, provavelmente é mais lido por homens da classe B.

43 Em síntese = nada é o que aparenta ser.
Neste “palácio de ilusões”, o narrador acaba desvendando a verdadeira identidade sexual do editor chefe. A mudança da relação pessoal entre o editor, Peçanha, e o narrador, por conta da descoberta da identidade do leitor homossexual.

44 Ao descobrir que o leitor homossexual que lhe escrevia (Pedro Redgrave) era na verdade o próprio editor, o tolerante conselheiro (Nathanael Lessa = o narrador) se vê levado, no final do conto, a um constrangido sentimento de cumplicidade com seu chefe.

45 A revelação do homossexualismo enrustido do editor, só manifesto nas cartas sob pseudônimo, traduz a dificuldade ainda existente, na década de 1970, de um indivíduo assumir sua sexualidade independentemente dos padrões convencionais de comportamento. Isso é reforçado pelo doloroso suspiro de Peçanha no final do relato.

46 Corações Solitários As pretensões culturais do narrador: sonhava em ser escritor = seu pseudônimo Nathanael West é uma homenagem a dois autores importantes = Nathanael West, autor de Miss Corações Solitários (romance sobre um jornalista que também é responsável pela edição do correio sentimental e enfrenta dificuldades com o cínico e brutal editor que comanda a publicação), e

47 e Ivan Lessa, cronista do Pasquim, famoso por sua veia satírica.
O narrador também faz uma série de referências literárias que de nada servem naquele jornal popularesco. Quando se vê obrigado a escrever as fotonovelas, adota o pseudônimo de Clarice Simone (homenagem a Clarice Lispector e a Simone de Beauvoir, escritora feminista francesa, companheira de J. P. Sartre).

48 Também recorre a plágios de peças de dramaturgos clássicos que conhece, de Sófocles a Tchekhov.
O conto é marcado por um mergulho no cotidiano das classes baixas da grande cidade, representado tanto pelo uso do imaginário e da cultura kitsch (cultura de massas) quanto pelo registro do ambiente degradado do jornal.

49 Botando pra quebrar Narrado em primeira pessoa, o conto é praticamente um monólogo de um sujeito encurralado pelas agruras da vida e pela falta de oportunidades devido a sua condição de ex-presidiário. A resposta às injustiças do mundo por meio da violência irracional é típica de protagonistas de muitos contos de Rubem Fonseca.

50 Como acentuou o crítico Alfredo Bosi, há nestas histórias “uma impossibilidade de encontro, de diálogo,(...) e uma declaração explicíta de apelo à violência como única forma de resolução de conflitos.(...) Trata-se de um universo que encerra a desesperada alienação do homem urbano.”

51 A exemplo dos outros contos de Feliz ano novo, este tem sua situação dramática apresentada em “lances rápidos, de impressionante realismo e concisão”, tanto na caracterização dos personagens quanto na descrição do ambiente.

52 Intestino Grosso Narrado em primeira pessoa por um repórter = composto por uma entrevista realizada com um Autor (sem identidade esclarecida). A estrutura do conto possui o aspecto de uma entrevista jornalística, seguindo um formato que mais se assemelha a um texto de jornal ou revista do que a de um conto.

53 Para muitos críticos, este conto é uma espécie de “profissão de fé” de Rubem Fonseca, pois aqui ele faz uma declaração explícita sobre o que considera pornografia, expressa seu repúdio à censura, e debate o significado de sua literatura no cenário contemporâneo do Brasil.

54 Discussão entre o que é de fato pornográfico e obsceno: o sexo escancarado (o uso de expressões cruas) ou a pobreza (representada pela falta de dentes) é bastante pertinente à década de 1970, quando a censura vigiava intensamente a criação artística.

55 Nesse sentido, a crítica do escritor dirige-se à superficialidade do debate literário no Brasil, já que enquanto se vivia um período de repressão estatal, do governo ditatorial, e a miséria germinava na periferia das grandes cidades, a polêmica em torno do uso ou não de um palavrão parecia mais importante.

56 De certa maneira, o escritor revelado em Intestino Grosso antecipa a época do artista-celebridade, do espetáculo da mídia, do ser que se torna famoso mais por suas declarações e conduta pública do que pela própria obra.

57 Referência Leituras Obrigatórias Sergius Gonzaga, Flávio Azevedo, Altair Martins, Eduardo Wolf, Antonio Sanseverino, Fernando Brum, Ana Cristina Pereira, João Armando Nicotti, Vanderlei Vicente, José Hildebrando Dacanal, Dionísio Monteiro, Pedro Gonzaga. – Porto Alegre: Leitura XXI, 2010.


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