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OS DESEJOS E AS PAIXÕES E EM THOMAS HOBBES

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Apresentação em tema: "OS DESEJOS E AS PAIXÕES E EM THOMAS HOBBES"— Transcrição da apresentação:

1 OS DESEJOS E AS PAIXÕES E EM THOMAS HOBBES

2 O Movimento: o fundamento dos desejos e das paixões
Hobbes leva sua filosofia adiante pelo princípio mecanicista. Todo o universo, inclusive o homem e sua vida social, está interconectado por um sistema mecânico; nada escapa a esta articulação. Tudo se produz por movimentos regulares que dependem da ordenação das peças. Pode-se dividir, somar, subtrair os corpos em geral, suas sensações, desejos, etc. Os corpos e o movimento explicam todos os fenômenos. Fora de nós as únicas coisas que existem são corpos extensos e movimentos.

3 (Hobbes. Leviatã, Introdução)
“[...] a vida não é mais do que um movimento dos membros, cujo início ocorre em alguma parte principal interna, por que não poderíamos dizer que todos os autômotos (máquinas que se movem a si mesmas por meio de molas , tal como um relógio) possuem uma vida artificial? Pois o que é o coração, senão uma mola; e os nervos, senão outras tantas cordas; e as juntas, senão outras tantas rodas, imprimindo movimento ao corpo inteiro [...]” (Hobbes. Leviatã, Introdução)

4 Conatus: conceito que possibilita a idéia de movimento
As faculdades do corpo (externas) e do espírito (internas) explicam, no homem, o que Hobbes denomina conatus, que se caracteriza como um movimento direcionado rumo àquilo que o provoca, que não é outra coisa senão o desejo ou apetite. O repouso significa a morte do desejo e do próprio ser humano. O conatus leva consigo toda capacidade passional do sujeito e produz o esforço para atingir o objeto desejado, caracterizando-se como a instância passional primeira que provoca uma cadeia de desejos, o que demonstra a insatisfação constante à qual os homens estão ininterruptamente submetidos.

5 A corrida da vida humana
Hobbes faz a comparação da vida humana com uma corrida que representa os movimentos e as agitações do cérebro em contato com objetos externos e com outros corpos, difundindo-se por todo o corpo, operando alterações e desencadeando uma diversidade de paixões. Por essa corrida “se pode ao mesmo tempo ver e relembrar quase todas as paixões humanas.”

6 Fazer esforço é o apetite;
Ser indolente é a sensualidade; Considerar os que ficam atrás é a glória; Considerar os que estão à frente é a humildade;[...] Voltar atrás, o arrependimento; Ter fôlego, a esperança; Estar lasso, o desespero; Tentar ultrapassar o que o precede, a emulação; Suplantar ou arruinar; a inveja; Estar resolvido a passar outro numa paragem prevista, a coragem; Passar outro numa paragem imprevista, a cólera; Passar facilmente, a magnanimidade; [...] Cair de repente é a disposição para chorar; [...] Ver ultrapassar alguém que não queríamos que o fosse é a piedade; Ver alguém ultrapassar quando não o queríamos é a indignação; Manter-se muito junto dum outro é amar; Ajudar aquele que se mantém perto é a caridade; Ferir-se por precipitação é a vergonha; Estar sempre ultrapassado é a miséria; [...] E abandonar a corrida, é morrer. (Elementos da Lei, I, p. 70).

7 Os Desejos: Inatos e Adquiridos
O movimento possibilitado pelo conatus representa a raiz das sensações e dos desejos. Estes em suas diversidades podem ser inatos ou adquiridos. A química dessa diversificação dos desejos funciona de uma maneira complexa e pode ser explicada como se segue: o desejo, em primeiro lugar, está preso a uma condição, à preservação da vida. Após suprida esta condição, fatores biológicos sensoriais vão determinar qual o objeto desejado e com que intensidade. Toda sensação é provocada no sujeito pelo movimento e todo desejo pela associação do movimento ao conhecimento do objeto.

8 As paixões estão ligadas à aparência dos objetos e podem ser caracterizadas como o esforço, o movimento (o conatus) originado pela sensação de um objeto. Quando esta sensação provoca o esforço para atingi-lo tem-se o desejo (a atração), mas quando esse esforço se constrói no sentido do afastamento desse objeto tem-se a aversão (a repulsa). A experiência circunscreve um eixo de desejos que está além das necessidades puramente biológicas ou animais. Isso é o que Hobbes afirma quando defende que, após suprida a necessidade de auto-preservação, se deseja algo mais: uma vida prazerosa e confortável ad infinitum e se luta por isso porque a vida não se reduz a uma mera questão de sobrevivência.

9 Os desejos e apetites são, por conseguinte, naturais, em sua grande maioria procedentes da experiência pelos objetos que causam deleite e prazer, que rompem com o ciclo natural e instituem uma infinidade de desejos sucessivos para os indivíduos, aos quais só a morte pode pôr fim. Nesse sentido, a vida é um movimento que se perfaz em direção à preservação e ao prazer.

10 O desejo e a guerra Quando várias pessoas desejam o mesmo objeto, elas podem entrar em guerra. Quando as pessoas têm medo de perder o objeto já conquistado, elas podem entrar em guerra. Movimento, medo e desejo circunscrevem a condição da “guerra de todos contra todos” de que fala Hobbes. O movimento ininterrupto aos quais os seres humanos estão submetidos fundamenta a concepção de que “o homem é lobo do homem”.

11 A guerra As paixões possuem uma força extraordinária e se mostram, muitas vezes, incontidas, insubmissas e destruidoras, revelando forças contraditórias e conflituosas intrínsecas ao homem. No estado de guerra, derivado grande parte das paixões, impera o medo da morte violenta. Nele os homens são simultaneamente agentes e pacientes de suas faculdades passionais.

12 O homem tomado pelas paixões estabelece uma convivência insuportável, criando uma situação de pavor recíproco. Pelo desejo quer a vida, porém a força incontida das paixões o arrasta para a morte, fazendo de si, na condição natural, temeroso do seu semelhante. Desta maneira, as paixões abarcam em seus limites forças antagônicas como o medo e os desejos, forças que a princípio parecem se mover em sentidos contrários, mas que tomam a vida como valor principal e por isso passam a se mover pelo mesmo caminho em busca da preservação.

13 Paixões: sentimentos naturais
As paixões não são em si mesmas um mal. Elas se constituem em faltas ou erros apenas quando passa a existir uma lei que as delimitem ou as proíbam. Mesmo diante desta configuração “negativista” das paixões, Hobbes não as concebe como males intrínsecos à natureza. Essa é maneira como o homem naturalmente se apresenta. Não há nenhum caráter de maldade ou bondade em seus atos ou desejos, portanto as paixões não são ruins em si mesmas.

14 A separação entre razão e paixões representa, em Hobbes, apenas a contraposição entre o caos e a ordem a que a natureza humana está submetida. Isso significa, não há nada nesta natureza a ser reabilitada ou reconstituída. A particularidade de seu caráter é essa imutabilidade na qual não cabe nenhuma análise ou juízo de valor.

15 Biologicamente o homem age em função do prazer e da dor, do desejo e da aversão. Não obedece a nenhuma regra senão a de conservação de si mesmo. As paixões e os vícios aos quais está submetido não se devem a fraquezas de caráter, elas fazem parte da natureza mesma do homem, sendo também sua força.

16 O Estado Hobbes dita uma limitação em relação aos desejos e paixões do homem, tendo por base aquilo que primeiro o define: o desejo inicial de auto-preservação. Ao instituir o Estado os homens renunciam às paixões e aos desejos desenfreados para que haja segurança em relação a todos os membros do corpo político. Eles já não têm mais o direito de fazer o que bem quiserem, pois do desejo ilimitado procede a guerra. E é justamente isso que o Estado deve evitar.

17 (MONZANI, Luiz R. Desejo e Prazer na Idade Moderna. p. 91)
Como explicita a citação: “O estado de guerra nasce exatamente de uma utilização irrestrita do direito de satisfação do desejo. Daí o conflito, a discórdia. Os desejos colidem, entrechocam, afrontam-se e podem levar à morte. Em outros termos, se a função do pacto tem por objetivo frear o estado de guerra de todos contra todos, o único caminho possível para isso é frear os desejos. O objetivo do pacto é a dominação do exercício do desejo de forma irrestrita. O objetivo fundamental, portanto, é limitar o campo do desejo, diminuir sua intensidade, circunscrevê-lo, enfim.” (MONZANI, Luiz R. Desejo e Prazer na Idade Moderna. p. 91)

18 Se o homem constitui-se num ser conflituoso em função das múltiplas faces apresentadas pelas paixões, segue-se que a sociedade construída por ele não poderia ser diferente, daí a necessidade de um poder forte que apele até mesmo para a força para dar conta dos problemas gerados pelas paixões humanas. Outra espécie de poder, na visão hobbesiana, facilmente falharia. O Estado forte é aquele que melhor se encaixa à realidade expressa pela natureza humana e, diria, à realidade que presenciou Hobbes na guerra civil inglesa.

19 Após essa análise das paixões pode-se concluir que a antropologia hobbesiana vem introduzir na modernidade uma novidade: a análise dos desejos como ponto principal para a compreensão do que é o homem e o Estado. O pensar em si constitui-se na base natural da primeira à última ação do sujeito. Todavia, esse comportamento nem sempre pode ser entendido pejorativamente, pois é inerente ao sujeito. Em última instância, Hobbes quer mostrar e não defender irrestritamente uma “antropologia pessimista” ou uma “antropologia do egoísmo”. Sua perspectiva desenvolve-se na direção de que as paixões e desejos pouco construtivos podem demonstrar sua positividade, transformando-se pela força do direito e do Estado, em seu contrário.


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