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Revolução Mexicana.

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Apresentação em tema: "Revolução Mexicana."— Transcrição da apresentação:

1 Revolução Mexicana

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3 AS REVOLUÇÕES NA AMÉRICA LATINA Revolução Mexicana
O caráter de classe de uma organização não deriva da situação social de sua dirigência e sim da sua posição na luta de classes, do projeto de classe que assume, expressa e promove. Reforma é toda a elaboração teórica e ação prática que, mesmo apresentando-se como renovadora, justifica e corrobora para a manutenção das estruturas econômicas e sociais vigentes. 1. questão de classe 2. questão nacional 3. questão do desenvolvimento 4. questão da democracia CARÁTER DA REVOLUÇÃO – POLICLASSISTAS ANTIOLIGÁRQUICOS 1. A questão de classe é fundamental e perpassa todos os outros aspectos. A condução do processo revolucionário por uma classe ou fração permite entender melhor as decisões e percursos do trajeto. Na América Latina, sempre existiu certa dificuldade de identificar as classes fundamentais (burguesia e proletariado) porque persistiram outras relações de trabalho não capitalistas (escravos, servos, semi-servos) e também as variações heterogêneas como camponeses, artesões, quase-camponeses, etc. Então, a contradição que se colocava em primeiro plano era: classe dominante X classe dominada identificada como controladora identificada como afastada do do aparelho de Estado aparelho de Estado ou então a contradição entre: Estado-nação X Povo-nação Estes pólos escamoteiam a questão fundamental do capitalismo e pode ser responsável pela constituição de um sujeito reformista e não revolucionário, já que muitas vezes torna-se difícil identificar quem são seus reais antagonistas. Enfim, a questão de classe é fundamental porque vai depender da fração da classe que lidera o processo, a transformação ou eliminação da exploração capitalista, ou se é uma reforma ou uma revolução. Obs- Reforma é toda a elaboração teórica e ação prática que, mesmo apresentando-se como renovadora, justifica e corrobora para a manutenção das estruturas econômicas e sociais vigentes. 2. A questão nacional é um ingrediente importante de todas as Revoluções terceiro-mundistas. Porque o Estado nos países do Terceiro Mundo não representa apenas os interesses da classe dominante local (condensação político-institucional de uma dominação de classe anti-popular), mas também é a expressão da subordinação ao exterior (lugar do vínculo entre classe dominante local e imperialismo). Toda a revolução da América Latina coloca a questão da soberania nacional e questiona o Estado como um todo (seu aspecto interno: domínio local / aspecto externo: imperialismo). Os limites desse questionamento que nos informam o caráter da revolução. Anti imperialismo burguês provêm da existência de uma fração burguesa afastada do poder, enquanto outra fração da classe dominante divide com a imperialismo o domínio econômico. Neste caso, o questionamento pretende apenas modificar os termos da exploração capitalista e não acabar com ela. Anti imperialismo popular parte da luta principal contra a exploração capitalista como um todo. No começo da Revolução pode ocorrer uma união entre as classes populares e a fração da classe dominante afastada do poder, relegada a segundo plano, em torno da questão nacional. Mas, ao longo da luta, a capacidade de liderança de um ou outro grupo é que vai determinar o caráter do nacionalismo. 3. A questão do desenvolvimento esteve presente em todos os processos revolucionários da América Latina, já que o atraso no desenvolvimento das forças produtivas é uma das dimensões mais visíveis das nossas realidades. Todos os processos revolucionários latino-americanos vieram acompanhados de projetos de desenvolvimento econômico nacional. Esses projetos só podem ser analisados do ponto de vista das classes que os elaboram, pois as perguntas: o que produzir, como e para quem produzir, só tem sentido em uma perspectiva de classe. Assim, a decisão de socializar meios de produção não pode estar vinculada a um projeto burguês, bem como a manutenção da propriedade capitalista privada não é específica de uma luta proletária. Um dos problemas concretos das classes populares latino-americanas era, até bem pouco tempo, salvo exceções, a falta de um projeto de desenvolvimento e a falta de recursos humanos para colocar em prática esses projetos. Muitas vezes a burguesia tirou proveito do “caos” organizacional das classes populares com palavras de ordem, técnica, administração eficaz, etc. 4. A questão da democracia esteve presente também em todos os processos revolucionários: México, Cuba e Nicarágua. Romance de Miguel Angel Asturias, “El Señor presidente” tornou-se paradigmático no tratamento do autoritarismo dos governos oligárquicos latino-americanos, ao retratar o presidente guatemalteco Estrada Cabrera ( ). Porfírio Díaz, Anastacio Somoza e Fulgencio Batista eram representantes do latifúndio e da economia primário-exportadora, além de serem os elos entre essa economia local e o imperialismo. Essas oligarquias primárias eram excludentes politicamente e utilizavam altos graus de violência para manutenção do poder. Então, em todas as revoluções latino-americanas tratava-se, em primeiro lugar, de eliminar governantes despóticos com palavras de ordem como: sufrágio universal, não-reeleição, voto livre e secreto, etc. A condução posterior do processo também indica o caráter pretendido pela democratização: somente aspectos político-eleitorais ou também as relações de produção. A forma pela qual se articulam essas quatro questões e como elas se desenvolvem ao longo do processo revolucionário é que indicam qual o caráter da Revolução. No caso da América Latina, ainda se pode dizer que todos os processos foram policlassistas num primeiro momento, ou seja, no momento em que as tarefas nacional, democrática e de desenvolvimento econômico convocam todas as classes para a luta principal: contra a sucção desenfreada de excedentes econômicos, contra o despotismo e contra o atraso. Por isso, num primeiro momento, a presença operária não torna uma revolução socialista, assim como a presença burguesa não a transforma em revolução burguesa.

4 1. A questão de classe é fundamental e perpassa todos os outros aspectos. A condução do processo revolucionário por uma classe ou fração permite entender melhor as decisões e percursos do trajeto. Na América Latina, sempre existiu certa dificuldade de identificar as classes fundamentais (burguesia e proletariado) porque persistiram outras relações de trabalho não capitalistas (escravos, servos, semi-servos) e também as variações heterogêneas como camponeses, artesões, quase-camponeses, etc. Então, a contradição que se colocava em primeiro plano era: classe dominante X classe dominada identificada como controladora identificada como afastada do do aparelho de Estado aparelho de Estado ou então a contradição entre: Estado-nação X Povo-nação Estes pólos escamoteiam a questão fundamental do capitalismo e pode ser responsável pela constituição de um sujeito reformista e não revolucionário, já que muitas vezes torna-se difícil identificar quem são seus reais antagonistas. Enfim, a questão de classe é fundamental porque vai depender da fração da classe que lidera o processo, a transformação ou eliminação da exploração capitalista, ou se é uma reforma ou uma revolução.

5 2. A questão nacional é um ingrediente importante de todas as Revoluções terceiro-mundistas. Porque o Estado nos países do Terceiro Mundo não representa apenas os interesses da classe dominante local (condensação político-institucional de uma dominação de classe anti-popular), mas também é a expressão da subordinação ao exterior (lugar do vínculo entre classe dominante local e imperialismo). Toda a revolução da América Latina coloca a questão da soberania nacional e questiona o Estado como um todo (seu aspecto interno: domínio local / aspecto externo: imperialismo). Os limites desse questionamento que nos informam o caráter da revolução. Anti imperialismo burguês provêm da existência de uma fração burguesa afastada do poder, enquanto outra fração da classe dominante divide com a imperialismo o domínio econômico. Neste caso, o questionamento pretende apenas modificar os termos da exploração capitalista e não acabar com ela. Anti imperialismo popular parte da luta principal contra a exploração capitalista como um todo. No começo da Revolução pode ocorrer uma união entre as classes populares e a fração da classe dominante afastada do poder, relegada a segundo plano, em torno da questão nacional. Mas, ao longo da luta, a capacidade de liderança de um ou outro grupo é que vai determinar o caráter do nacionalismo.

6 3. A questão do desenvolvimento esteve presente em todos os processos revolucionários da América Latina, já que o atraso no desenvolvimento das forças produtivas é uma das dimensões mais visíveis das nossas realidades. Todos os processos revolucionários latino-americanos vieram acompanhados de projetos de desenvolvimento econômico nacional. Esses projetos só podem ser analisados do ponto de vista das classes que os elaboram, pois as perguntas: o que produzir, como e para quem produzir, só tem sentido em uma perspectiva de classe. Assim, a decisão de socializar meios de produção não pode estar vinculada a um projeto burguês, bem como a manutenção da propriedade capitalista privada não é específica de uma luta proletária. Um dos problemas concretos das classes populares latino-americanas era, até bem pouco tempo, salvo exceções, a falta de um projeto de desenvolvimento e a falta de recursos humanos para colocar em prática esses projetos. Muitas vezes a burguesia tirou proveito do “caos” organizacional das classes populares com palavras de ordem, técnica, administração eficaz, etc.

7 4. A questão da democracia esteve presente também em todos os processos revolucionários: México, Cuba e Nicarágua. Romance de Miguel Angel Asturias, “El Señor presidente” tornou-se paradigmático no tratamento do autoritarismo dos governos oligárquicos latino-americanos, ao retratar o presidente guatemalteco Estrada Cabrera ( ). Porfírio Díaz, Anastacio Somoza e Fulgencio Batista eram representantes do latifúndio e da economia primário-exportadora, além de serem os elos entre essa economia local e o imperialismo. Essas oligarquias primárias eram excludentes politicamente e utilizavam altos graus de violência para manutenção do poder. Então, em todas as revoluções latino-americanas tratava-se, em primeiro lugar, de eliminar governantes despóticos com palavras de ordem como: sufrágio universal, não-reeleição, voto livre e secreto, etc. A condução posterior do processo também indica o caráter pretendido pela democratização: somente aspectos político-eleitorais ou também as relações de produção. A forma pela qual se articulam essas quatro questões e como elas se desenvolvem ao longo do processo revolucionário é que indicam qual o caráter da Revolução. No caso da América Latina, ainda se pode dizer que todos os processos foram policlassistas num primeiro momento, ou seja, no momento em que as tarefas nacional, democrática e de desenvolvimento econômico convocam todas as classes para a luta principal: contra a sucção desenfreada de excedentes econômicos, contra o despotismo e contra o atraso. Por isso, num primeiro momento, a presença operária não torna uma revolução socialista, assim como a presença burguesa não a transforma em revolução burguesa.

8 México/1910, Cuba/1959, Nicarágua/1979
Fatores constitutivos da história contemporânea desses três países, marcos fundamentais de construção dos Estados contemporâneos no México, em Cuba e na Nicarágua e das relações desses Estados com a sociedade civil. Processos revolucionários não estavam questionando direta e especificamente as relações entre capital e trabalho, questionamento era ao poder dos latifundiários, contra a primazia do setor primário-exportador e contra a violência colocada em prática para a manutenção desse poder. Revoluções tipicamente anti-oligárquicas, que ao longo do processo, conforme as condições concretas, foram se modificando e tomando a forma consagrada pela literatura. No México, em Cuba e na Nicarágua, o que modificou substancialmente o perfil das lutas anti-oligárquicas foi a participação ativa do povo no processo, e foi justamente essa participação que modificou em termos comparativos com os outros países da América Latina, a feição dos Estados e da sociedade civil nos três países. cada revolução é igual somente a si mesma: por causa das características próprias da estrutura social e econômica do país, da relação do país com o capitalismo internacional, do perfil concreto das forças políticas que se enfrentam, etc. Logo, pode-se afirmar que o que permite verificar, compreender e explicar uma revolução é sua própria história. Em primeiro lugar, é preciso entender as revoluções mexicana, cubana e nicaragüense como fatores constitutivos da história contemporânea desses três países, ou seja, as revoluções foram marcos fundamentais de construção dos Estados contemporâneos no México, em Cuba e na Nicarágua e das relações desses Estados com a sociedade civil. Em segundo lugar, é necessário esclarecer que esses processos revolucionários não estavam questionando direta e especificamente as relações entre capital e trabalho, e embora essa problemática tenha aparecido e tenha se tornado fundamental em alguns processos, o que estava em jogo, num primeiro momento, era o questionamento ao poder dos latifundiários, contra a primazia do setor primário-exportador da economia e contra a violência colocada em prática para a manutenção desse poder. Eram revoluções tipicamente anti-oligárquicas, que ao longo do processo, conforme as condições concretas, foram se modificando e tomando a forma consagrada pela literatura. Essas lutas anti-oligárquicas ocorreram em toda a América Latina, por volta das décadas de 20 e 30 do nosso século, mas a transição ao Estado burguês se deu em quase todo o sub-continente conforme a vulgarizada expressão do político brasileiro Antônio Carlos: “Façamos a Revolução antes que o povo a faça”. Ou seja, ocorreram de forma “pacífica”, como uma espécie de acordo entre as antigas oligarquias rurais e as burguesias industriais ascendentes. No México, em Cuba e na Nicarágua, o que modificou substancialmente o perfil das lutas anti-oligárquicas foi a participação ativa do povo no processo, e foi justamente essa participação que modificou em termos comparativos com os outros países da América Latina, a feição dos Estados e da sociedade civil nos três países.

9 México/1910, Cuba/1959, Nicarágua/1979

10 REVOLUÇÃO MEXICANA: Contexto pré-revolucionário
Porfírio Díaz – 1876 – 1910 A sustentação ideológica - “científicos” Hipertrofia do aparato repressivo do Estado - “pan o palo”: Legislação fundiária de 1893/94 1890/1904 – ha, ou uma quarta parte do território do México. “México tornou-se uma mãe para os estrangeiros e madrasta dos mexicanos” Camponeses super-explorados na área rural Índios expropriados de suas terras Oferta abundante de mão-de-obra nas cidades PORFIRIATO: Inflação acelerada Classe média se proletarizando Endividamento externo País dominado pelas oligarquias rurais primário-exportadoras, lideradas por Porfírio Díaz que governava despoticamente e segundo os interesses do capitalismo internacional e latifúndio. A sustentação ideológica era dada por um grupo de intelectuais, influenciados pelo positivismo de Comte (justificativas européias de sustentação da burguesia – ordem e progresso), educados na Europa, chamados “científicos”; preconizavam: ordem, progresso econômico, criação de um Estado poderoso centralizado, abolição dos excessos de federalismo e da interferência dos grandes caciques regionais, exclusão das camadas populares do processo político e da participação. Para isso, o Exército foi reforçado (maior poder coercitivo ao Estado) Lema: “pan o palo”: Aos opositores dava oportunidades no governo; Aos indisciplinados esmagava com sua autoridade; Aos inimigos e índios exterminava. Momento de desenvolvimento do modo de produção capitalista no México, liderado pelas classes dominantes locais latifundiárias – além de não alterar a estrutura agrária, pioram as condições rurais: Legislação fundiária de 1893/94: expropriação das terras a favor dos latifundiários e das Cias demarcadoras estrangeiras. 1890/1904 – as Cias demarcadoras receberam há, ou uma quarta parte do território do México. Nas cidades a situação era semelhante, os operários mexicanos eram discriminados; os estrangeiros tinham acesso aos melhores cargos e salários:

11 REVOLUÇÃO MEXICANA: Contexto pré-revolucionário
Campo – Estrutura agrária tradicional: Ranchos: 5 à 1000 ha: propriedades privadas, poucas, modernas, cultivadas pelos proprietários, subsistência, multiplicaram-se no norte do país no final do século XVIII. Comunidades indígenas: herança do período colonial quando os conquistadores aproveitaram a organização do trabalho dos índios, subsistência, propriedades comunais, participação política. Haciendas: mais de 2500 ha improdutivos, cultivo extensivo, técnicas primitivas, base do poder, prestígio e renda. Censo de 1910: população – habitantes; 80% ou dependiam do salário rural; 840 eram hacendados – Igreja, Cias demarcadoras, latifundiários, descendentes espanhóis, serviços militares. “Três palavras trágicas na história do México: hacienda, sacristia e quartel”

12 CARACTERÍSTICAS DOS CAMPONESES:
Norte – atividade mineira, desenvolvimento urbano acelerado, rancho era a principal propriedade com uma classe média rural desprestigiada pelo governo em relação aos hacendados; imigrantes eram protegidos pelo governo no acesso à terra, tinham também os melhores empregos nas minas; região de grande afluxo de capital internacional, elite = donos de minas, banqueiros, funcionários graduados, grandes comerciantes. Sul – produção de cana-de-açúcar, latifúndio, mão-de-obra indígena, cultivo extensivo, 1880 – aumento da demanda internacional, incentivo ao cultivo, introdução de máquinas modernas via capital externo, expulsão de trabalhadores tanto do latifúndio como de suas propriedades que interessavam aos plantadores de cana. CARACTERÍSTICAS DOS CAMPONESES: ligadas regionalmente; interesses locais; lutas particulares; principal motivação era terra e sobrevivência; sem ideologia de classe; formação de consciência no decorrer do processo revolucionário. Em 1910 o esquema tradicional do camponês próximo aos meios de subsistência já não correspondia a realidade; a Divisão Internacional do Trabalho determinara que toda a produção fosse destinada a venda = expropriação do trabalhador e proletarização. O México se divide em dois, neste aspecto:

13 REVOLUÇÃO MEXICANA: Contexto pré-revolucionário
Cidades – centros de troca internacional para atender as demandas da DIT; 1880: desenvolvimento industrial Proletariado: concentrava-se em áreas de investimen- to estrangeiro – ferrovias, mineração e têxteis; em 1910, pessoas estavam empregadas nestes setores, ou seja, 5% da população recebia salários pela primeira vez na vida; origem rural, reduzido 1872: Gran Círculo de Obreros de México composto por 28 sociedades operárias; durante o porfiriato ocorreram 250 greves por melhores salários, diminuição da jornada de trabalho, melhor tratamento, igualdade de condições com o trabalho estrangeiro; Cidade do México centro político-administrativo 1906 e greves de Cananea e Rio Blanco, precursoras do movimento revolucionário. Classe média – médicos, engenheiros, advogados, professores, pequenos comerciantes, etc. Burguesia e intelectuais – formação de associações, clubes e partidos políticos; Massas rurais – formação de exércitos guerrilheiros; Proletários – sindicatos e movimentos grevistas. Grupos de oposição – burguesia industrial, campesinato, proletariado urbano, classes médias. No México foi especialmente importante a presença de etnias que passaram a reivindicar reconhecimento. Demandas raciais ampliam mais ainda o espaço político das classes populares em países povoados por indígenas que durante a dominação colonial desenvolveram algum tipo de resistência. Esses grupos rejeitam os padrões culturais das classes dominantes locais e sua admiração pela burguesia imperialista. A Revolução Mexicana foi um momento em que a luta anti-oligárquica mobilizou simultaneamente todas as forças sociais na tentativa de resolver certas contradições: oligarquia rural/campesinato – via reforma agrária; burguesia industrial/proletariado – via Estado bonapartista; nação/império – via orientação nacionalista. A mobilização popular em torno da revolução não foi imediata. Inicialmente teve um caráter burguês, logo modificado pela ampla adesão popular e ampliação da luta. De uma proposta reformista liberal, a oligarquia passa a enfrentar os reclames de uma massa rural e urbana explorada e faminta. Desde 1900 a agitação revolucionária tomava conta das cidades e toda a sociedade compareceu à luta por um México melhor; Homens mais cultos, gosto pela leitura, capazes de formular teorias sobre a realidade: Camilo Arriaga, Antonio Díaz Soto y Gama, Juan Sarabia, Ricardo Flores Magón, Francisco Madero – tiveram influência das idéias liberais, buscavam solução para a crise econômica (preços altos, salários baixos desde 1880), eram contra o “Poca política, mucha administración”

14 Cronologia Fundação do Círculo Liberal Ponciano Arriaga em San Luis Potosí Fundação de vários clubes liberais e da reunião de todos eles sob orientação do Partido Liberal Mexicano, fundado pelo anarquista Ricardo Flores Magón Reunião dos clubes liberais em San Luis de Potosí = Confederação de Círculos Liberais Segunda reunião resultou em violenta repressão do governo e prisão de vários líderes do movimento liberal Marcada uma revolta A revolta foi sufocada pelo governo e vários líderes foram presos. Depois de sufocar a rebelião Díaz anuncia a intenção de não se candidatar para o sétimo mandato. Os liberais voltam a se articular pelas vias eleitorais. Francisco Madero lança o livro “A sucessão presidencial de 1910”, de cunho anti-reeleicionista. Madero tinha educação européia e norte-americana, filho da aristocracia. Oposição funda o Partido Antireeleicionista com Francisco Madero para a presidência e Vásquez Gomez para vice. Partidários de Díaz fundam o Partido Democrático e com as mesmas palavras de ordem da oposição lançam a candidatura de Díaz para o sétimo mandato. Madero foi preso no dia 07 de junho e as eleições se realizaram no dia 26 do mesmo mês sem a presença do opositor de Díaz. A vitória do ditador foi assegurada por eleições fraudulentas e repressão violenta ao movimento de oposição. Três focos revolucionários já eram evidentes: - Madero e seus seguidores nas cidades; - Exércitos camponeses de Pancho Villa (N) e Emiliano Zapata (S); - governo dos Estados Unidos. Outubro - Madero fugiu da prisão, foi para o Texas e lançou o Plano San Luis de Potosí (“Sufrágio efectivo e no reelección”). Novembro - Revolta marcada para o dia 20 foi antecipada para 18 devido ao assassinato de Aquiles Serdán

15 Cronologia 1911 - Adesão de Emiliano Zapata à revolução em março.
Abril - início da batalha decisiva para a vitória dos revolucionários. Cidade fronteiriça de Juárez, onde cerca de 20 mil soldados norte-americanos já se mobilizavam desde 1910. Maio - dia 21 rendição das tropas do governo e assinatura do Tratado de Ciudad Juárez. Interinidade de Francisco León de la Barra até eleições de novembro. Novembro - Madero é eleito presidente e conclama mais uma vez os camponeses a desarmar os seus exércitos, forma um gabinete liberal e conservador moderado com poucos revolucionários, o latifúndio não é tocado, o poder local continua com as oligarquias, os líderes camponeses, marginalizados. O imperialismo segue com controle de 80% do capital produtivo do país. Zapata resiste e lança o Plano de Ayala, onde chama Madero de traidor e pede sua derrubada, com o lema Tierra y Liberdad.

16 Cronologia Rebelião de Pascual Orozco ao Norte promoveu a reunião de um número considerável de revolucionários, quando reafirmaram os pontos programáticos dos planos de Ayala e de San Luis de Potosí e firmaram o Pacto de Empacadora. Criticam as ligações de Madero com o imperialismo norte-americano. Casa del Obrero Mundial (COM) dirigida por anarquistas repudiava o governo Madero. Estados Unidos opunha-se ao novo imposto fixado por Madero de $0.20 por tonelada de petróleo cru. Intervenções dos Estados Unidos no país já vinham desde 1821 (independência). A expansão para o Oeste (destino manifesto – missão moral providencialista de anexação das regiões adjacentes) resultou na “questão texana” de 1836, na guerra e no Tratado de Guadalupe Hidalgo de 1848, México cedeu Texas, Novo México, Arizona e Califórnia (43% do território). Controlavam de perto a política mexicana e viram Madero com bons olhos porque no final do último mandato Díaz tentara barganhar com a Europa investimentos estrangeiros. Depois do imposto sobre o petróleo e da certeza de que Madero não conseguia controlar as forças populares sem atendê-las, veio o golpe.

17 Cronologia 1913 – fevereiro “Golpe da Embaixada” = deposição de Madero tramada por banqueiros, comerciantes, antigos porfirístas, Igreja, grandes industriais e investidores estrangeiros dentro da embaixada dos Estados Unidos no México. Madero preso e assassinado. Assume o poder Victoriano Huerta, ex-maderista, homem de confiança do embaixador norte-americano. Contra ofensiva – apesar de descontentes com Madero, os movimentos camponeses e de trabalhadores não podiam suportar a intervenção dos Estados Unidos. Organizações de intelectuais e classes médias também se opuseram ao governo Huerta = Coahuila - Venustiano Carranza organiza Exército Constitucionalista Sonora - Alvaro Obregón Organiza Guerrilhas + Plutarco Elias Calles. Chihuahua - Pancho Villa volta a Incendiar fazendas, assaltar trens, etc. Morelos - Emiliano Zapata continuava resistindo e planejando ataques sistemáticos às propriedades rurais. COM realizava protestos em todas as cidades mexicanas.

18 Cronologia 26 de março – Venustiano Carranza une
esforços e lança o Plano de Guadalupe (restabelecimento da ordem constitucional). Governo democrata dos E. Unidos (Woodrow Wilson) começa a articulação para ganhar adesões às vésperas da I Guerra e Huerta demonstrava simpatia pelos investidores europeus, cada vez mais autoritário e não atendia às exigências dos E. Unidos. 1914 – em abril, fuzileiros navais desembarcam suas tropas no porto de Vera Cruz para apoiar a queda de Huerta e o triunfo de Venustiano Carranza. julho – Huerta renuncia. outubro - Carranza entra triunfalmente na cidade do México. Acordos de Xoximilco – reunião entre villistas e zapatistas na Convenção de Aguascalientes: deposição de Carranza, efetivação da Reforma agrária, realização de eleições presidenciais Lei Agrária de V. Carranza que devolvia a seus legítimos donos propriedades usurpadas antes de 1856 (não foi posta em vigor). Pactos de Vera Cruz – acordo de Carranza com a Casa del Obrero Mundial Pactos de Vera Cruz onde Carranza prometia vantagens aos trabalhadores em troca da formação de batalhões vermelhos com a finalidade de perseguir os camponeses. Acordos não foram cumpridos, movimento operário foi reprimido, mas Carranza conseguiu neutralizar as oposições camponesas.

19 Cronologia 1917 - Constituição avançada do ponto de vista
social com conquistas parciais para o proletariado e previsão de Reforma agrária. Alvaro Obregón: reformas constitucionais são levadas adiante apenas parcialmente. Plutarco Elías Calles: estancamento dos planos de reforma agrária, intervenção dos EUA em 1927, por causa das concessões de petróleo (artigo 27). 1928 Emilio Pontes Gil Pascoal Ortiz Rubio Abelardo Rodríguez Lazaro Cárdenas: criação do PRM, integrado por CTM e CNC, inaugurando o peleguismo sindical. Andamento à reforma agrária, cria cooperativas, nacionaliza estradas de ferro e Cia petrolífera (Pemex – 1938). Em 1945 o PRM se transforma em PRI

20 A constituição de 1917 Depois de neutralizar as lideranças camponesas e a oligarquia, Carranza encontrou condições para a aprovação de uma nova constituição Foi considerada como uma das mais modernas e liberais da América Latina. Interessa-nos particularmente os artigos 30, 27, 123 e 130 que no seu conjunto estabelecem: o ensino laico, ao encargo do estado preservando-se ainda um setor privado a expropriação de terras não cultivadas em favor dos ranchos e dos ejidos fixava as relações entre Capital e Trabalho, como por exemplo, a jornada de 8 horas, regulamentação do trabalho do menor e da mulher, salários iguais para tarefas iguais, direito de greve, organização sindical, justiça do trabalho para arbitrar os conflitos entre o Capital e o Trabalho restringiu o poder da Igreja. O casamento civil foi tornado obrigatório e o único válido secularização do clero, transformando os padres em trabalhadores comuns


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