MORFOLOGIA DA FRÚSTULA DA DIATOMÁCEA LITHODESMIOIDES VON STOSCH, 1986 NO SUL DO BRASIL Annie Dorothea van der Meer Jovens Talentos/ Capes Orientador: Luciano.

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1 MORFOLOGIA DA FRÚSTULA DA DIATOMÁCEA LITHODESMIOIDES VON STOSCH, 1986 NO SUL DO BRASIL Annie Dorothea van der Meer Jovens Talentos/ Capes Orientador: Luciano Felício Fernandes; Colaboradores: Priscila Tremarin e Flávia Ehlke Introdução Diatomáceas são microalgas fotossintetizantes presentes em todos os ambientes aquáticos, responsáveis por até 45% da produção primária do planeta. Possuem uma frústula de sílica com ornamentações características usadas na identificação taxonômica. O estudo da taxonomia é importante para conhecimento da biodiversidade local, e também como base para estudos futuros de ecologia, biologia molecular e biotecnologia de diatomáceas. A microscopia eletrônica tem sido recentemente usada com sucesso na identificação e descrição de novas espécies, como Lithodesmioides minutum, coletada em Florianópolis, SC, e aqui identificada e descrita. Materiais e métodos As amostras foram coletadas no litoral de Florianópolis, Santa Catarina, com rede de plâncton, e conservadas em solução de formaldeído 1%. Foi aplicada a oxidação de Hasle & Fryxell, e a seguir foram feitas lâminas para observação em microscopia óptica, eletrônica de varredura, e eletrônica de transmissão, sendo usados os equipamentos Olympus BX30, Phillips XL30 e JEOL JM1200 EXII, respectivamente (o primeiro pertencente ao Laboratório de Ficologia, e ambos os últimos, ao Centro de Microscopia Eletrônica da UFPR). As descrições foram feitas a partir da comparação das fotografias tiradas na microscopia com as informações presentes na bibliografia consultada. Resultados e Discussão A maioria das diatomáceas da amostra possui forma biangular, algumas são quadrangulares. As aréolas são poróides radiadas em fileiras a partir da área hialina central, regulares em tamanho e distribuição, sem presença de pseudo-ocelos negativos (Figura 2). Há uma depressão central bastante evidente, e uma ligeira depressão nas pontas da valva. A transição é abrupta da face da valva para o manto, com uma crista marginal bem marcada (Figura 1). A área hialina central não possui grânulos ou espinhos, e o processo bilabiado é central e longo (Figura 2). As características levam a crer que se trata de uma espécie do gênero Lithosdemioides, descrito por Von Stosch em 1986 na Austrália. A Tabela 1, junto com as características de ausência de espinhos no centro, qualifica a espécie como Lithodesmioides minutum. Conclusões O uso da microscopia eletrônica se mostrou valioso na identificação dessa espécie, sendo esta a primeira citação na América do Sul. Provavelmente isso ocorreu por se tratar de uma espécie fracamente silicificada, muito difícil de observar em microscopia óptica, e por ser bastante semelhante com os gêneros Bellerochea e Lithodesmium (sobre os quais foi feita uma revisão bibliográfica). Seu formato diferenciado e ausência de pseudo-ocelos pode caracterizá-la como uma variação. Referências VON STOSCH, H.A. Some marine diatoms from the Australian region, espe­cially from Port Phillip Bay and tropical North-eastern Australia. II. Survey of the genus Palmeria and of the family Lithodesmiaceae including the new genus Lithodesmioides. 1987. HASLE, G.R & SYVERTSEN, E.E.. Marine diatoms. In Identifying Marine Phytoplankton (C.R. Tomas, ed.). Academic Press, London, 1997. L. PolymorphaL. minutum Espécie descrita Comprimento27-65 μm14-28 μm12,5-35 μm Largura33-66 μm17-25 μm10-20 μm Areolas por 10 μm1821-2622-30 Área central hialina3-4 μm2,5 μm2-3 μm Figura 1 Figura 2 Tabela 1