A apresentação está carregando. Por favor, espere

A apresentação está carregando. Por favor, espere

Conceitos básicos: roteiro para documentário

Apresentações semelhantes


Apresentação em tema: "Conceitos básicos: roteiro para documentário"— Transcrição da apresentação:

1 Conceitos básicos: roteiro para documentário
Prof. Me. Sabine Mendes

2 O que se diz... “A máxima de um bom documentário é seu compromisso com a verdade. Um documentário tem de ser, acima de tudo, imparcial; deve tentar informar sobre um acontecimento, baseando-se apenas em fatos. O documentário, tal como os materiais para os programas informativos, tem a finalidade de reproduzir um fato tal como é, evitando interpretações subjetivas e pontos de vista puramente pessoais (COMPARATO, [1949], 1995, p. 341).

3 O que se diz... Normalmente, [...] só depois de se terem reunido todos os dados é que começaremos o roteiro. Esse roteiro, no entanto, é unicamente orientativo, um ponto de referência para o trabalho de filmagem, visto que a realidade muitas vezes interfere e introduz novos elementos não previstos. (COMPARATO, [1949], 1995, p. 341). Exemplo famoso:

4 O que se diz... O texto também deve estar perfeitamente ligado à imagem; ser claro, emocionante e informativo. Importante: um bom documentário nunca se acaba, jamais encerra um tema. Mostremos os fatos de um máximo de pontos de vista possíveis e deixemos ao espectador as interpretações. O documentário que se preza não pretenderá convencer o espectador, mas fazê-lo refletir sobre aquele tema” (COMPARATO, [1949], 1995, pp )

5 O que se diz... (PUCCINI, 2009) Em Filme e Realidade, Alberto Cavalcanti, ao fazer uma lista de recomendações para realizadores de documentários no Brasil, vai ao ponto: ‘NÃO negligencie o seu argumento, nem conte com a chance durante a filmagem: quando o seu argumento está pronto, seu filme está feito; apenas, ao iniciar a sua filmagem, você o recomeça novamente.’(Cavalcanti, 1977, p. 81) Por outro lado, tradição do Documentário Direto (anos 50). Um exemplo disso (FIOCRUZ).

6 O que se diz... (PUCCINI, 2009) O Documentário Direto como mito – não exigiria planejamento, criatividade ou pesquisa por parte do realizador – sensibilidade e câmera na mão. Herança positiva: ‘se existe uma coisa que você precisa em seu kit de sobrevivência, essa coisa é flexibilidade’, diz Swain (Swain, 1976, p.10).

7 Duas visões, duas tradições (e o caminho do meio).
Modernidade (mundo dos fatos) e pós-modernidade (mundo das ficções operacionais). “ O documentário [...] como o lugar da escuta. Algo se constrói entre a palavra e a escuta que não pertence nem ao entrevistado nem ao entrevistador. É um contar em que o real se transforma num componente de uma espécie de fabulação. Os personagens formulam algumas ideias, fabulam, se inventam. Nós aprendemos sobre eles, e ao mesmo tempo eles aprendem algo sobre suas vidas” (Lins, 1996, p. 45). O documentário como intervenção.

8 Duas visões, duas tradições (e o caminho do meio).
Jean Claude-Bernardet (2003): modelo sociológico vs. modelo etnográfico (ou narrativização). A influência das pesquisas em Sociologia e Antropologia e em áreas aplicadas. Proposta de re-narração do real, construção de verdades contingentes, criação de futuros possíveis como um compromisso ético (MOITA LOPES, 2009).

9 Ilha das Flores – Jorge Furtado (1988) Disponível em: http://www
FATOS A Ilha das Flores está localizada à margem esquerda do Rio Guaíba, a poucos quilômetros de Porto Alegre. Para lá é levada grande parte do lixo produzido na capital. Este lixo é depositado num terreno de propriedade de criadores de porcos. Logo que o lixo é descarregado dos caminhões os empregados separam parte dele para o consumo dos porcos. Durante este processo começam a se formar filas de crianças e mulheres do lado de fora da cerca, a espera da sobra do lixo, que utilizam para alimentação. Como as filas são muito grandes, os empregados organizam grupos de dez pessoas que, num tempo estipulado de cinco minutos, podem pegar o que conseguirem do lixo. Acabado o tempo, este grupo é retirado do local, dando lugar ao próximo grupo.

10 Ilha das Flores – Jorge Furtado (1988)
O FILME A idéia do filme é mostrar o absurdo desta situação: seres humanos que, numa escala de prioridade, se encontram depois dos porcos. Mulheres e crianças que, num tempo determinado de cinco minutos, garantem na sobra do alimento dos porcos sua alimentação diária. Esta situação absurda será mostrada de uma forma absurda. O filme será estruturado como um documentário científico, do tipo "Wild Life". A câmera vai seguir um tomate, desde a sua plantação até o consumo por uma criança da Ilha das Flores, passando pelo supermercado e pela casa de uma consumidora. Todas as informações do texto serão ilustradas, da maneira mais didática possível. A narração será feita no padrão normal dos documentários, sem qualquer tom caricato e sem emoções.

11 Ilha das Flores – Jorge Furtado (1988)
INFLUÊNCIAS As principais influências deste filme são: a arte de identificação, Kurt Vonnegut Jr., Meu Tio da América, as matérias da RBS TV enviadas de Tramandaí, a Enciclopédia Conhecer e os documentários "Wild Life". O público alvo, assim como o do disco metálico de informações enviadas a Plutão pela NASA, são os seres extraterrestres, se eles existirem. O texto de narração tem 185 linhas, 183 foram criadas pelo telencéfalo altamente desenvolvido do autor. Duas linhas são de Cecília Meireles.

12 Ilha das Flores – Jorge Furtado (1988)
AS IMAGENS O filme inicia com três frases que surgem na tela; Este não é um filme de ficção. Esta não é a sua vida. Deus não existe As frases desaparecem em fade e surge um globo girando, como o início de Casablanca. Aproximação do globo com fusões sucessivas até um mapa onde se lê "Belém Novo" ou "Porto Alegre". Fusão para uma plantação de tomates em Belém Novo. Cam na mão avança em direção a um japonês que está de pé, no meio da plantação. A partir daí, a câmera mostra exatamente o que o texto diz, da forma mais didática, óbvia e objetiva possível. Quando o texto fala em números eles são mostrados num quadro negro ou em gráficos.

13 O processo de documentar...
“Se você está fazendo um documentário sobre meio ambiente, você pode entrevistar um ambientalista que diz que uma fábrica está poluindo um rio. Então você pode entrevistar o encarregado da fábrica, que dirá que a fábrica não está poluindo. Isto, por si só, não quer dizer nada, é o que você encontra nos noticiários locais. Apenas falar sobre o problema não o mesmo que documentar o problema, é apenas registrar o que as pessoas acham sobre o problema. Mas se você filmou coisas estranhas sendo despejadas no rio, você está começando a mostrar o problema, e não apenas falar sobre ele. E se, ainda, você mostrar alguém verificando se a substância lançada no rio é tóxica ou não, você estará construindo uma cadeia de evidências visuais. Nada substitui uma boa cena filmada” (1999, HAMPE, p. 2)

14 Partindo para a prática: Como desenvolver o olhar que documenta e a partir de que interesses?

15 O documentário como proposta/projeto...
‘A proposta é uma peça de venda. Documentários são produções caras. Os investidores têm de estar convencidos que os benefícios trazidos pelo filme justificarão seu custo de produção’ (Hampe, 1997, p. 126). Hampe recomenda ao realizador: 1. que ele deixe claro sua justificativa para a realização do documentário (quais as boas razões para se fazer o filme), 2. que ele demonstre saber qual tipo ideal de documentário para a abordagem do assunto em questão, 3. que ele convença que sua equipe de produção é a única capaz de realizar o filme proposto (Hampe, 1997, p. 126).

16 A estrutura de uma proposta/projeto...
Declaração inicial trazendo o título e assunto do filme, sua duração aproximada (formato do filme), em duas ou três linhas. 2. Breve apresentação do assunto, para introduzir o leitor da proposta ao tema do projeto, com justificativa, para fazê-lo perceber a importância de se fazer o filme. 3. Estratégias de abordagem, estrutura e estilo. 4.Cronograma de filmagem (opcional e negociável – como tudo!!!) 5. Orçamento aproximado (opcional). 6. Público alvo, estratégias de marketing e distribuição (opcional). 7. Curriculum do diretor e cartas de apoio e recomendação. 8. Anexos. Fotos, vídeos, desenhos mapas, qualquer coisa que enriqueça a proposta e ajude a vender o projeto (Rosenthal, 1996, p. 26). Isso leva à sinopse, ao argumento (preferencial) e aos tratamentos (geralmente, vários!!!).

17 Proposta de estudo Ilha das Flores – Jorge Furtado, 1989
Boca de lixo – Eduardo Coutinho, 1993 Estamira – Marcos Prado, 2004 Lixo Extraordinário (02) – Lucy Walker, João Jardim e Karen Harley, 2010 Como os realizadores compreendem o ato de documentar? Como vocês imaginam o processo de roteirização? Com qual proposta vocês se identificam mais/menos e por quê?


Carregar ppt "Conceitos básicos: roteiro para documentário"

Apresentações semelhantes


Anúncios Google