Conteúdos: Sinais de Pontuação UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE EXTENSÃO-LICHINGA Licenciatura em Administração e Gestão Hospitalar TÉCNICAS DE EXPRESSÃO I Docente: Luís Ausse (MA) Conteúdos: Sinais de Pontuação

De acordo com Reis e Bergstrom (1998), os sinais de pontuação servem para tornar clara e expressiva língua escrita, uma vez que esta não dispõe dos recursos da língua fala, como as pausas ou a entoação, recursos esses que de algum modo a pontuação deverá representar, pelo menos de forma aproximada. Que implicações pode dar o uso inadequado ao intentado pelo emissor? Um uso adequado da pontuação é fundamental, dado que uma pontuação incorrecta pode levar a uma interpretação diferente da pretendida. Pode levar a que o receptor capte a mensagem de forma distorcida ou até modificada. Exemplos: O réu deve ser libertado: não está provado que cometeu o crime. O réu deve ser libertado? Não! Está provado que cometeu o crime.  

os sinais de pontuação usados na LP a vírgula; o ponto; o ponto e vírgula; os dois pontos; ponto de interrogação; o ponto de exclamação; as reticências; as aspas; os parênteses; os colchetes ; e o travessão.

Classificação Pausais: a vírgula; o ponto; e o ponto e virgula.

A VÍRGULA (,) – marca pausa de pequena duração A VÍRGULA (,) – marca pausa de pequena duração. Emprega-se para separar determinados elementos dentro de uma oração ou orações dentro de um mesmo período. A vírgula assinala que a voz fica em suspenso, a espera de que o período se complete. Regras do Uso da Vírgula (i). O sujeito nunca deve ser separado do predicado por uma vírgula. Ex: As negociações sobre a paz no Oriente Médio têm sido muito difíceis.

(ii). O verbo e o complemento directo nunca são separados por uma vírgula. Ex: Aquele macaco trepou um pequeno galho. Alguns besteiros e dois peões com achas acesas passaram então o pontilhão. (iii). Separam-se por vírgulas os elementos da oração que têm idêntica função sintáctica, quando não estão ligados por uma conjunção. Ex: Para o Norte de Moçambique, Quiloa, Mombaça, Melinde, Brava, Magadoxo eram vilas de Mouros, bem construídas. Jantámos sopa, peixe assado, frango na púcara e um belo gelado. Vivo numa pequena cidade, longe do movimento, numa calma absoluta.

(iv). O vocativo é isolado por vírgula. Ex: Não saias já, filha, ainda é cedo. Tem toda a razão, senhor, Director. (v). O aposto é isolado por vírgula. Ex: O John, aquele americano alto e louro, adorou Lisboa. O Senhor Mutoropa, estudante do 1º de Direito, escorregou porque o pátio está lamascento. (vi). Coloca-se a vírgula depois de não e sim quando estes advérbios, em princípio de oração, se referem a uma oração anterior (como acontece, por exemplo, nas respostas. Ex: Não, ele nunca faria isso. Sim, acho que tens razão.

(vii). Coloca-se entre vírgulas palavras ou frases intercaladas numa oração cujas construções e sentidos se apresentam independentes da intercalada. Ex: Os moçambicanos são, com certeza, um povo solidário. A nossa Monarquia parafeudal sofreu, reflexamente, a influência das monarquias europeias... (viii). A vírgula usa-separa separar orações coordenadas, excepto quando são ligadas pela conjunção “e”, embora, neste último caso, tal possa acontecer por uma questão de estilo. Assim, separam-se geralmente por vírgulas as orações coordenadas introduzidas por mas, nem, ou, logo, porém, portanto, contudo, etc, e obrigatoriamente as que não são ligadas por uma conjunção (assindética). Ex: Não era muito inteligente, mas conseguia bons resultados nos estudos. Passeamos, vamos ao cinema, jantamos fora.

(ix). A vírgula usa-se para isolar as orações relativas explicativas ou apositivas. Ex: O leão, que te falei ontem, atacou mais uma pessoa. Todos os investimos, que pouco interessam aos políticos, são direccionados para o Norte. (x). Separam-se em geral por vírgula as orações subordinadas adverbiais, em especial quando ocorrem no início do período. Ex: Assim que chegares a casa, telefona ao teu pai. Mesmo que hoje troveje, devo ver o Euro-2015 na DSTV.*Topicalização Se as condições atmosféricas forem favoráveis, talvez possa te visita. Declarou que não aceitará a proposta, mesmo que haja fortes pressões nesse sentido.

(xi). Separam-se com vírgula algumas expressões com gerúndio ou particípio passado que equivalem orações. Ex: A Marta, estando cada vez mais distraída, esquece-se de tudo. Terminadas as conversações entre o Presidente da República e os líderes dos partidos, aguarda-se um referendo. (xii). A vírgula usa-se também para separar o nome do lugar, quando se data um escrito. Ex: Lichinga, aos 19 de Fevereiro de 2015. (xiii). Costuma-se separar por vírgula ou, em alternativa, por dois pontos ou ponto o vacativo com que se iniciam cartas, requerimentos, ofícios, etc. Caro amigo, Prezados sócios, Exmo senhor,

O PONTO (.) – assinala a pausa máxima da voz depois de um grupo fónico de final descendente; emprega-se para indicar o término de uma frase declarativa. Ao ponto que encerra um enunciado escrito, dá-se o nome de ponto final.  O ponto corresponde sempre a final descendente de um grupo fónico. O PONTO E VÍRGULA (;) – serve de intermediário entre o ponto e a vírgula e é usado para separar num período as orações da mesma natureza que tenham uma certa extensão. O ponto e vírgula denota em geral uma débil inflexão suspensiva, suficiente, no entanto, para indicar que o período não está concluído.

Classificação Os que marcam melodia: os dois pontos; ponto de interrogação; o ponto de exclamação; as reticências; as aspas; os parênteses; os colchetes; e o travessão.

Continuação. OS DOIS PONTOS (:) – servem para marcar na escrita uma sensível suspensão da voz na melodia de uma frase não concluída; emprega- se para enunciar: uma citação, uma enumeração explicativa, um esclarecimento. O PONTO DE INTERROGAÇÃO (?) – usa-se no final de uma interrogação directa. Serve para questionar ou estabelecer uma pergunta, em casos de dúvida.

Continuação. AS ASPAS (“”) – empregam-se principalmente: no início e no fim de uma citação para distingui- la do resto do contexto; para fazer sobressair expressões não peculiares à linguagem; para acentuar valor significativo de uma palavra ou expressão; para realçar ironicamente uma palavra ou expressão; para indicar o título de uma obra.

isolar orações intercaladas com verbos declarativos. Continuação. OS PARENTESES – empregam-se para intercalar num texto qualquer indicação acessória: uma explicação; uma reflexão; uma nota emocional; isolar orações intercaladas com verbos declarativos.

Continuação. OS COLCHETES – variedade de parênteses de uso restrito: quando numa transcrição de texto alheio, o autor intercala observações próprias; quando se quer isolar uma construção internamente já separada por parênteses; quando se deseja incluir numa referência bibliográfica indicação que não conste da obra citada. O TRAVESSÃO – emprega-se: para indicar nos diálogos a mudança de interlocutor e para isolar num contexto palavras e frases

Exercício de Pontuação. Pontue correctamente o texto abaixo transcrito: Numa sessão de júri, se o juízo não conhecer o código do acusado e o intérprete estiver ausente , suspender-se-á a sessão, pois, há ruído impedindo a comunicação. O mesmo ocorrerá se houver quebra de sigilo entre os jurados. Há interferência negativa no sistema de comunicação. Damião & Henriques, in “Curso de Português Jurídico.

Referência Bibliográfica Cunha, C. & Cintra, L. (1991). Breve Gramática do Português contemporâneo. Lisboa. Reis, N. & Bergstrom, M. (1998). Prontuário Ortográfico e guia da língua portuguesa. Lisboa: Notícias