ALCOOLISMO É DOENÇA? WILSON KIOSHI MATSUMOTO PSIQUIATRA DO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL ÁLCOOL E DROGAS.

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Transcrição da apresentação:

ALCOOLISMO É DOENÇA? WILSON KIOSHI MATSUMOTO PSIQUIATRA DO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL ÁLCOOL E DROGAS

ASPECTOS HISTÓRICOS E CULTURAIS Álcool – palavra árabe (al-kuhul) Modo de produção – fermentação ou destilação BABILÔNIA – 500 a.C. – Deuses Civilização egípcia – medicina (dores e abortivo) Civilização grega e romana – alimento e festas Vinho – cerimônias religiosas

CONCEITOS CONCEITOS ngestão incontrolada de bebidas que contém álcool em suas fórmulas, dominando o usuário de forma lenta e progressiva, chegando a um final fatal. Ingestão incontrolada de bebidas que contém álcool em suas fórmulas, dominando o usuário de forma lenta e progressiva, chegando a um final fatal. a) Uso inadequado (nocivo): Quantitativo (grandes quantidades) Qualitativo (horários ou locais inapropriados) b) Dependência: Psíquica Física Existem dois critérios para definir dependência física : 1 º Síndrome de abstinência 2 º Desenvolvimento da tolerância

DESENVOLVIMENTO DO ALCOOLISMO Conjunto de fatores – predisposição genética, estrutura psíquica, influências familiares e culturais Intoxicação por álcool Intoxicação patológica – black out Abstinência ao álcool – tremores, irritabilidade, náuseas, vômitos, ansiedade, sudorese, pupilas dilatadas e taquicardia Delirium – emergência médica – alteração nível consciência, alucinações, convulsões e morte em 20% dos casos

ETIOLOGIA

ÁLCOOL - FASES Fase 1: (Fase social, sem dependência física, apenas dependência Emocional). Inicia-se na primeira vez que se bebe (lembrando-se que dois fatores são fundamentais: Predisposição Orgânica e Benefícios, do contrário a doença não se desenvolve). O primeiro sintoma é a dependência Emocional. Como geralmente isso acontece na infância ou na adolescência, a mudança emocional geralmente não é percebida, pois confunde-se com malcriação ou temperamento forte. A partir daí, a doença desenvolve-se mais ou menos devagar, dependendo da predisposição orgânica.

ÁLCOOL - FASES Fase 2: (Fase social, sem dependência física, apenas dependência emocional). O organismo modifica-se: tem-se a tolerância aumentada (bebe-se mais que na fase 1). Não há problemas em conseqüência da ingestão de álcool. Não há problemas físicos. Não há dependência física, apenas emocional.

ÁLCOOL - FASES Fase 3: (Fase problemática, com dependência física e emocional). Bebe-se muito (altíssima tolerância). O beber torna-se um problema. Muitos problemas emocionais, ressacas constantes, problemas em decorrência da bebida, problemas familiares, problemas de relacionamento. Há o inicio da síndrome de abstinência, começam as "PARADAS ESTRATÉGICAS", pode-se haver internações. Há boas expectativas de recuperação física. Há muitas perdas. Perda de controle.

ÁLCOOL - FASES Fase 4: (Fase problemática, com dependência física e emocional). Bebe-se muito pouco, menos que na fase 1. Inicia-se a atrofia do cérebro. Pode-se ter delírios. Pode-se ter as mãos trêmulas por períodos excessivamente longos. Problemas físicos e emocionais extremos. Pode-se ter Esquizofrenia. Muitas vezes confunde-se com TAB (Transtorno Afetivo Bipolar). Há poucas expectativas de recuperação física. Perdas extremas.

EFEITOS FÍSICOS EFEITOS FÍSICOS Diminuição e perda dos reflexos Aumento da diurese, náuseas e vômitos Queda de peso e da imunidade Aumento risco de câncer (língua, boca, esôfago, laringe, fígado, bexiga, próstata) Outras doenças: hepatite, esteatose, pancreatite, cirrose, gastrite, úlcera, problemas cardíacos e de pressão arterial, desnutrição, neurites. Mal formação congênita na gravidez Dependência física e tolerância Síndrome de abstinência - morte Danos cerebrais irreversíveis Impotência sexual, alterações menstruais e infertilidade

EFEITOS PSÍQUICOS Perda da inibição Alteração do humor Prejuízo da memória, atenção e concentração Dificuldades no sono Prejuízo familiar Depressão, ansiedade e estresse Diminuição desempenho no trabalho e na escola Abandono de amigos e atividades sociais Causam danos cerebrais irreversíveis. Cérebro após 25 anos de uso álcool Cérebro normal

DIAGNÓSTICO ENTREVISTA COM PACIENTE ENTREVISTA COM FAMILIARES EXAME FÍSICO

TRATAMENTO NÃO EXISTE UM TRATAMENTO IDEAL ANALISAR OS CASOS INDIVIDUALMENTE TRATAR OS PACIENTE DE ACORDO COM O GRAU DE DEPENDÊNCIA E DO PONTO DE DESENVOLVIMENTO DA DOENÇA Existem 03 etapas: 1 - Desintoxicação física e recuperação 2 - Privação para perda do hábito 3 - Reabilitação (evitar recaídas) CONSULTAS PERIÓDICAS COM EQUIPE MULTIDISCIPLINAR GRUPOS DE AUTO-AJUDA

ESTATÍSTICAS SOBRE ALCOOLISMO OMS - afeta 10 a 15% da população 5ª DOENÇA QUE MAIS MATA NO MUNDO Corresponde a 90% das internações psiquiátricas por dependência de drogas e no número total de internações está em 4° lugar 68% dos acidentes de trânsito – condutores alcoolizados 90% dos homicídios – próximos a bares 90% dos casos de violência doméstica – envolvidos estão alcoolizados O abuso de álcool causa 350 doenças físicas e psíquicas Homens e mulheres tem 4x mais probabilidade de ter problemas com álcool se os pais forem alcoolistas NO BRASIL CONSOME-SE MAIS ÁLCOOL PER CAPITA DO QUE LEITE (CERVEJA ± 50l ANO - 5° MAIOR CONSUMO DO MUNDO) A doença afeta mais os homens que as mulheres (3x1). Há 20 anos era 10x1 Os homens levam cerca de 15 anos para ter problemas no fígado e as mulheres cinco

QUAL É O LIMITE DO BEBER NORMAL? Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira Diferente de outras drogas como cigarro, cocaína, crack, maconha, etc, o álcool, se consumido moderadamente, não é prejudicial. Ele pode facilitar a circulação sanguínea, divertir, relaxar, descontrair, entre outras coisas. É importante saber o que seria uma unidade de álcool em cada dose que você consome, porque o que pode ser uma dose para você pode não ser uma dose efetivamente. Abaixo encontra-se uma tabela sobre o que seria considerada uma unidade de álcool em diferentes tipos de drinks: 1 copo de cerveja ou chopp 1/2 dose de pinga, whisky ou qualquer tipo de destilados (pinga, vodka,gin,cognhac,etc) 1 copo típico de vinho 1 taça de champagnhe 1 cálice de licor ou vinho do porto = 1 UNIDADE / 1 DOSE OBSERVAÇÕES: Uma garrafa de pinga ou whisky contem aproximadamente 34 unidades. Uma cerveja grande contém 4 unidades.

QUAL É O LIMITE DO BEBER NORMAL? Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira Levando em conta o que seria uma unidade de álcool, preencha diariamente durante uma semana, escrevendo o número de doses ou unidades de álcool consumidas durante todo o dia. Não pense só na noite. Durante o dia, subtenda o período da manhã, tarde e noite. Não trapaceie! Conte quantas unidades foram consumidas num dia típico, para depois obter seu total semanal. É importante saber com quem, quando e onde você bebeu, pois se você pretende diminuir ou controlar seu hábito, estas informações serão importantes no sentido de evitar certos locais ou companhias que por vezes podem estimular ou aumentar seu consumo. PERIGO: As doses em casa costumam ser mais generosas do que as doses do bar. Mesmo em alguns bares, o famoso “chorinho” pode significar uma segunda dose. Perceba realmente quantas doses estão sendo consumidas em um único copo.

QUAL É O LIMITE DO BEBER NORMAL? Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira Qual é o limite para o consumo abusivo? Homens Acima de 21 unidades (média de 2 à 3 doses por dia) Mulheres Acima de 14 unidades (média de 2 doses por dia) Muitas pessoas pensam que beber apenas uma vez por semana não é fator de risco. Trata-se de um engano, pois se nesta única vez os níveis acima forem atingidos, existe a probabilidade de risco no consumo. Sempre que a pessoa ficar alcoolizada podemos falar que ela bebeu demais, por isto nos limites da tabela acima o máximo que os homens poderiam beber num dia seria 3 unidades e as mulheres 2 unidades.

QUAL É O LIMITE DO BEBER NORMAL? Prof. Dr. Ronaldo Laranjeira UM PADRÃO DE BEBER SENSATO : - Não afeta sua saúde - Não afeta suas ocupações diárias - Não afeta sua segurança - Não afeta a segurança de outras pessoas

LIMITE LEGAL DE ALCOOLEMIA - BRASIL O indivíduo é considerado alcoolizado se estiver com taxa a partir de 0,6 gramas de álcool por litro de sangue. A taxa de álcool no sangue varia de acordo com o peso, altura e condições físicas de cada um. Mas, em média, a pessoa não pode ultrapassar a ingestão de duas latas de cerveja ou duas doses de bebidas destiladas, se não, já está considerado alcoolizado. Com 0,6 g/litro de sangue, o risco de acidente é 50% maior Com 0,8 g/litro de sangue, o risco de acidente é quatro vezes maior Com 1,5 g/litro de sangue, o risco de acidente é 25 vezes maior