CADEIAS GLOBAIS DE VALOR (CGF) E ZONAS DE PROCESSAMENTO DE EXPORTAÇÕES (ZPE): ALGUNS CONCEITOS Leandro Horie Economista – DIEESE Cajamar, 05 de maio de.

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Transcrição da apresentação:

CADEIAS GLOBAIS DE VALOR (CGF) E ZONAS DE PROCESSAMENTO DE EXPORTAÇÕES (ZPE): ALGUNS CONCEITOS Leandro Horie Economista – DIEESE Cajamar, 05 de maio de 2016 Curso OIT/ACTRAV: Cadenas Globales de Suministro, Trabajo Decente y Estrategias Sindicales

CADEIAS GLOBAIS DE VALOR Cadeias globais de valor, ou Cadenas Globales de Suministro, é a forma mais comum de organização da produção do mundo (80% do comércio mundial – WTO); Contexto: fim de Bretton Woods, aumento do comércio mundial, crescimento do IED, transformações na microeletrônica, queda no custo dos transportes, liberalização econômica, ascensão do toyotismo;

CADEIAS GLOBAIS DE VALOR Métodos de gestão: Toyotismo: produção horizontal, “core business” e “Outsourcing”, fragmentação da produção. Foco na economia de custos (mão de obra, tributos, logística, etc.), agregação de valor (partes nobres da produção) e just in time; Global Sourcing: dispersão dos fornecedores pelo mundo; Follow Sourcing: Fornecedores-chave acompanhando a empresa líder;

“Se fueron conformando así redes de producción internacionales agrupadas en tres bloques de países, denominados en la literatura como “Fábrica Asia”, “Fábrica América del Norte” y “Fábrica Europa”. Esquemáticamente, este modelo de producción está constituido, entonces, por un “centro”, esto es, un país de alta tecnología que organiza la producción y varios “rayos”, es decir, países de bajos salarios relativos que actúan como fábricas. Estados Unidos, Alemania y Japón son los países “centro”, cada uno vinculado con sus fábricas. Estos tres países, conjuntamente, con China son los que prevalecen en el comercio de las cadenas globales de producción.“ (BIANCHI, SZPAK, Cátedra FLACSO-OMC, 2013)

CADEIAS GLOBAIS DE VALOR Crescente liberalização comercial: favoreceu a expansão além-fronteiras nacionais; Liberalização financeira: crescimento dos fluxos de IED, aumento de fusões e aquisições e novo patamar de retorno financeiro; Dinâmica favorece a adoção das Vantagens Comparativas Estáticas: estruturas produtivas pré- existentes e assimetria tecnológica; Crescimento do comércio de bens intermediários em detrimento dos finais: 56% do comércio de bens e 73% do comércio de serviços (CEPAL-OCDE, 2013);

ZONA DE PROCESSAMENTO DE EXPORTAÇÕES (ZPE´S) Zonas industriais dotadas de incentivos especiais, visando a atração de investimento externo e servindo de “ponte” para transformação de matéria prima em produtos para exportação (OIT-ILO); Apesar de anterior à globalização econômica, cresceu sobremaneira no período de sua ocorrência; FOCO: export-led (ou pelo menos criação de um eixo exportador); Geralmente se constitui em condição diferenciada do restante do país; Recebe incentivos aduaneiros, não raro isenções tributárias como não pagamento de impostos de importações;

ZONA DE PROCESSAMENTO DE EXPORTAÇÕES (ZPE´S) Se constitui como “parte” do tecido produtivo dos países que a possuem; Tem crescido como arranjo nos últimos anos; Gera uma “flexibilidade extra” nos arranjos produtivos; Forte presença na Ásia; reduzida participação no emprego na América do Sul (ILO, 2014);

Matéria Prima ProduçãoMercadoFornecedores Capital Tecnologia Mão de Obra Administração e Organização Modelo Reação dos Trabalhadores Princípios Revolução Liderada pelo complexo metal-mecânico e químico 2a Revolução Industrial – Estados Unidos (1913) Liberalismo até 1930 Keynesianismo pós 30 Novo ciclo de crescimento com produção em série via Linha de montagem nacional e Internacional Fordismo Perplexidade Reforço dos sindicatos Conquistas sociais (salários,previdência, jornada de trabalho, Contrato coletivo,etc Intensa verticalização Rigidez Especialização Compartimentação Separação gerência- execução Aumento do consumo Monopólio Produtividade Elevação da produtividade Alto volume de investimento Base material,eletricidade,aço, Eletromecânica,motor a explosão, Petróleo e petroquímica -Indústria mão de obra Intensiva, trabalho especializado, Não qualificado,intenso,rotineiro, insalubre,hierarquizado mais empregos,grande conflitos

Matéria Prima ProduçãoMercadoFornecedores Capital Tecnologia Mão de Obra Administração e Organização Modelo Reação dos Trabalhadores Princípios Revolução Liderada pela Indústria Eletroeletrônica(chips) 3a Revolução Industrial – Japão (1975) Neoliberalismo (Thatcher, Reagan Altíssima produção em função das necessidades de mercado Toyotismo Total perplexidade desmobilização Ajuda dos sócios nos sindicatos,participação, fragmentação,parceria e colaboração horizontalização Cogestão, parceria, Pouca hierarquia Liderança e responsabilidade Estrutura enxuta Participação acionária democracia Altíssima competitvidade Alianças metodológicas Oligopólio Produtividade Ritmo acelerado Altíssimo volume de investimento Ind.capital intensivo Base material,informática, máqs CNC, Robôs, sistemas integrados,biotecnologia Novos materiais, fábricas inteligentes -mão de obra polivalente flexível multifuncional,células de produção,qualidade total,parceria, integração gerencial, trabalho precário,terceirização,menos conflitos,desemprego estrutural Blocos econômicos Cliente dá a tônica parceria Parceria,”estoque zero”

CORRENTE DE COMÉRCIO MUNDIAL Fonte: WTO. Elaboração: DIEESE

CORRENTE DE COMÉRCIO MUNDIAL – POR REGIÃO Fonte: WTO. Elaboração: DIEESE

CORRENTE DE COMÉRCIO MUNDIAL – POR REGIÃO E PAUTA REGIÃOPRODUTOS Em relação ao totalPauta exportadora África Agricultural products 3,3%3,8%3,6%13,0%10,4%12,0% Fuels and mining products 10,2%11,3%9,2%61,6%69,3%65,8% Manufactures 0,8%1,0% 25,4%20,3%22,3% Ásia Agricultural products 18,3%21,4%22,4%6,2%6,4%6,8% Fuels and mining products 14,0%17,8%17,6%7,4%11,8%11,5% Manufactures 29,7%37,3%38,7%86,3%81,8%81,7% Europe Agricultural products 44,4%41,8%40,8%9,5%10,4%10,9% Fuels and mining products 23,9%20,8%20,0%7,9%11,4%11,5% Manufactures 45,3%43,1%41,6%82,6%78,2%77,5% Middle East Agricultural products 1,1%2,0%1,7%2,4%3,3%2,6% Fuels and mining products 22,7%19,6%22,1%76,5%72,3%73,8% Manufactures 1,1%2,0%2,2%21,1%24,4%23,5% North America Agricultural products 20,9%15,6%15,7%9,8%11,4%11,6% Fuels and mining products 11,0%9,9%11,0%8,0%16,1%17,5% Manufactures 20,5%13,5%13,8%82,1%72,5%70,9% South and Central America Agricultural products 9,6%12,0% 26,9%28,6%31,8% Fuels and mining products 8,2%8,1%7,3%35,7%42,8%41,6% Manufactures 1,6% 1,4%37,4%28,6%26,6% Commonwealth of Independent States (CIS) Agricultural products 2,3%3,3%3,8%9,1%7,9%9,4% Fuels and mining products 9,9%12,6%12,8%60,0%66,7%67,7% Manufactures 0,9%1,4%1,3%30,9%25,3%22,9% World Agricultural products 100,0% 9,0%9,5%9,9% Fuels and mining products 100,0% 14,0%21,1%21,3% Manufactures 100,0% 76,9%69,5%68,8% Fonte: WTO. Elaboração: DIEESE

COMÉRCIO MUNDIAL DE SERVIÇOS (EXCLUINDO GOV.) – EM % E US$ MILHÕES CORRENTES RegiãoItem Africa Exports3,3%2,4%2,1%2,2%1,9% Imports6,7%3,2%2,7%3,9%3,6% Saldo Asia Exports14,1%16,8%20,5%24,9%26,2% Imports17,6%22,0%25,3%26,6%28,2% Saldo Europe Exportsn.d 48,3%48,6%47,2% Importsn.d 45,2%43,6%41,1% Saldon.d Middle East Exportsn.d 2,3%2,7% Importsn.d 3,4%5,3%5,7% Saldon.d North America Exports13,5%20,7%22,5%16,4% Imports11,2%16,5%18,1%13,7%12,9% Saldo South and Central America Exports3,6%2,8%3,1%3,0%3,1% Imports5,5%3,1%3,7%3,9%4,5% Saldo Commonwealth of Independent States (CIS) Exportsn.d. 1,2%2,1%2,5% Importsn.d. 1,7%3,0%4,0% Saldon.d World Exports Imports Corrente Fonte: WTO. Elaboração: DIEESE

EMPREGO (2008) E TENDÊNCIAS NAS ZPE´S Fonte: Organización Internacional del Trabajo. “Manual Sindical sobre las Zonas Francas de Exportación” Disponível em: actrav/documents/publication/wcms_ pdfhttp:// actrav/documents/publication/wcms_ pdf

DISTRIBUIÇÃO DA PRODUÇÃO DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO POR REGIÕES DO MUNDO (EM % DO TOTAL) E VALOR ADICIONADO POR PAÍS (EM % DO PIB) Fonte: UNIDO-UN. Elaboração: DIEESE Região América do Norte27,625,5 América Latina6,05,8 África0,91,0 Ásia em desenvolvimento 11,324,5 Ásia Ocidental22,517,9 Europa em desenvolvimento 1,01,2 Europa desenvolvida27,721,1 Outros desenvolvidos1,81,6 Ex-URSS1,21,4

DESINDUSTRIALIZAÇÃO? CASO BRASILEIRO (ALTA E MÉDIA ALTA TECNOLOGIA – OCDE) Fonte: elaboração própria a partir de dados da OCDE (OCDE – Stan Indicators, 2005) e IBGE (sistema de contas nacionais). “De acordo com o Censo Industrial de 1980, os complexos químico e metal mecânico (inclusive bens de capital, bens de consumo durável e o setor automobilístico), que representavam 47,5% da produção industrial total em 1970, foram em 1980 responsáveis por 58,8% do produto total da indústria. (...) em 1980, as três economias mais desenvolvidas tinham, aproximadamente, dois terços da sua produção industrial originada destes setores: 64,4% no caso dos EUA, 64,5% no Japão e 69,8% na Alemanha Ocidental.” (Estudo da competitividade da Indústria brasileira, 1993, página 15)

QUESTÕES RELACIONADAS AO NOVO CONTEXTO PRODUTIVO E ECONÔMICO Qual posição dos países na cadeia global de valores? Houve modificações nesta dinâmica? Como se dá o comércio de serviços? Há possibilidades de reversão? As ZPE´s se constituem como tentativa de melhora na posição de inserção dos países ou somente arranjos mais flexíveis?

QUESTÕES RELACIONADAS AO NOVO CONTEXTO PRODUTIVO E ECONÔMICO Dinâmica macroeconômica favoreceu a prevalência das Vantagens Comparativas Estáticas; Crescente rejeição à políticas de incentivo à industrialização em bases nacionais; Deterioração produtiva e comercial de países que adotaram políticas de estabilização baseadas na ancoragem cambial; Diminuição do conteúdo nacional na produção local; Privatizações, tentativas de desregulamentação do mercado de trabalho; Existem diferentes realidades relacionadas à estrutura produtiva: países com população menor que outros podem possuir uma economia de serviços ágil e/ou estrutura produtiva vinculada a somente um produto industrial e/ou natural. Porém, é fato que em países com população numerosa, é difícil esta estrutura ser compatível com avanços sustentáveis no LP na renda e no emprego;

QUESTÕES RELACIONADAS AO NOVO CONTEXTO PRODUTIVO E ECONÔMICO Sem uma indústria desenvolvida, ou pelo menos minimamente estruturada, há problemas na agregação de valor; Produção de baixo valor agregado: baixo efeito dinamizador na economia, em especial nos serviços; Serviços especializados X Serviços pessoais; Lógica que prevalece: menor custo; Incentivo somente ao aumento de escolaridade (teoria do capital humano): sem política industrial ativa, não há como transformar em aumento da renda; Países asiáticos: política econômica favorável, política industrial ativa, desenvolvimento tecnológico, investimentos em infraestrutura e educação;

QUESTÕES RELACIONADAS AO NOVO CONTEXTO PRODUTIVO E ECONÔMICO Raul Prebisch (Argentina-1901, Chile-1986), um dos principais intelectuais da CEPAL: Para este, havia um impedimento estrutural para que houvesse uma superação do subdesenvolvimento (da periferia capitalista e os países centrais) devido as diferenças de incorporação do progresso técnico entre os países centrais e os subdesenvolvidos, o que significava em termos práticos uma impossibilidade de aumento do bem estar de suas populações. O processo de industrialização, neste caso, quebraria esta lógica de perpetuação da relação centro e periferia, favorecendo o aumento da incorporação do progresso técnico e assim o aumento do bem estar de sua população.

QUESTÕES RELACIONADAS AO MERCADO DE TRABALHO Qual comportamento dos salários e aumento na formalização da mão de obra? Houve melhora nas condições de trabalho? A inserção nas cadeias globais de valor se transformaram em fonte de geração de empregos decentes? Houve crescimento das taxas de sindicalização?

QUESTÕES RELACIONADAS AO MERCADO DE TRABALHO Trabalho ZPE´s tem predominância do emprego feminino, migrante, jovem e de famílias pobres: menor participação sindical, menores salários, maiores jornadas e maior precariedade nas relações de trabalho (ILO, 2014); Impacto do emprego nas ZPE´s: regional, de baixa representatividade nacional, mas crescente; ZPE´s: são fonte de empregos e de avanços ou “fuga” para condições mais favoráveis às empresas?

PIB per capita (PPP) – PAÍSES SELECIONADOS Fonte: IMF. Elaboração: DIEESE PAIS Variação 2012/1990 Estados Unidos de América51.385, , , , , , , ,76 114,9% Austrália44.352, , , , , , , ,13 136,8% França39.251, , , , , , , ,79 99,6% Reino Unido37.520, , , , , , , ,59 117,6% Coreia do Sul32.488, , , , , , , ,53 332,1% Rússia25.317, , , , , , , ,0% Malásia22.736, , , , , , , ,37 236,2% Chile21.464, , , , , , , ,23 267,1% Argentina21.341, , , , , , , ,37 195,9% Venezuela (República Bolivariana da)18.233, , , , , , , ,75 90,8% Turquia18.192, , , , , , , ,05 155,8% México16.455, , , , , , , ,13 99,2% Brasil15.488, , , , , , , ,20 126,9% África do Sul12.602, , , , , , , ,53 96,7% China11.111, , , , , , ,26969, ,2% Equador10.443, , , , , , , ,07 125,8% Indonésia9.554, , , , , , , ,35 231,7% Paraguai7.119, , , , , , , ,39 81,2% Bolívia5.554, , , , , , , ,08 120,2% Índia5.003, , , , , , , ,57 329,6%

Salários por hora na manufatura – US$ correntes, países selecionados Fonte: BLS. Elaboração: DIEESE Country or Area NorwayNA25,8342,0444,5752,1457,3553,3957,6664,7663,36 Switzerland35,5230,4240,1040,9143,5349,2350,5451,1060,4057,79 Belgium32,7128,9241,0042,4947,4653,8852,2750,7254,7652,19 Sweden27,1525,0235,3936,5542,6144,4540,9243,5149,2149,80 DenmarkNA23,7037,0538,2344,4349,7048,6047,9351,6748,47 Australia19,1718,9328,5529,1733,3735,9133,4239,6846,4747,68 Germany33,2229,1638,0339,3743,5047,5345,7643,8447,4245,79 Finland25,0122,3633,7235,1939,2743,8544,2541,4445,0542,60 Austria28,1224,9132,3733,6338,1342,8642,6239,9843,2341,53 France27,8224,8632,6633,8537,9641,7640,3739,1242,1239,81 NetherlandsNA22,4533,2934,3738,3043,0941,3939,5442,2639,62 Ireland16,8716,6928,6430,4135,4040,5341,2138,5739,7438,17 Canada18,6218,4926,2628,5831,2732,0629,4034,3636,3436,59 United States 22,4723,0430,1430,4832,0732,7834,1934,8135,5135,67 Japan23,6721,9925,2524,0323,7227,4830,0331,7535,7135,34 Italy21,0019,7627,7128,5331,8235,1134,3233,5736,1534,18 United Kingdom17,7819,3129,7231,2335,2334,2029,4729,1130,7731,23 Spain15,4813,9520,7421,8024,7927,7527,8626,6628,4426,83 New Zealand12,1112,0616,2615,7518,8419,1517,4720,4223,3824,77 Singapore11,9312,1513,2513,7715,7118,8717,5419,4223,1324,16 Korea, Republic of9,549,2214,8317,3719,4316,8515,0617,8919,2520,72 Israel10,9011,6213,2713,8615,7218,5417,5519,2221,1420,14 Greece12,6111,6115,2516,6019,7623,1422,7222,3622,6819,41 Argentina7,437,555,516,638,0410,0410,2312,7715,9818,87 Portugal7,136,469,549,9611,2112,6112,3411,9413,1512,10 Czech Republic3,383,257,308,169,8112,2311,42 12,7111,95 Slovakia2,732,845,826,568,5310,7211,2410,7211,7711,30 Brazil7,117,075,015,997,108,448,1310,0111,6711,20 EstoniaNA 5,516,538,6510,5610,039,4710,4210,41 Taiwan7,107,047,938,058,188,687,778,379,349,46 Hungary3,113,056,716,858,669,778,628,399,178,95 PolandNA3,155,606,187,639,607,728,168,688,25 Mexico3,053,475,615,886,176,475,706,146,496,36 Philippines1,361,281,201,351,601,751,711,892,022,10

SALÁRIO MÉDIO MENSAL (PPP-2009) E VARIAÇÃO REAL Fonte: ILO e Global Wage Report 2014/15 - ILO. Elaboração: DIEESE AnoAfricaAsia Eastern Europe and Central Asia Latin America and the Caribbean Middle East G20 developed 20063,17,311,64,01,00, ,87,714,22,91,30, ,75,18,30,2-1,5-0, ,06,5-3,40,81,10, ,86,36,00,91,10, ,55,44,51,10,1-0, ,25,98,42,35,00, ,96,05,80,83,90,3 Variação13,362,569,413,612,52,3

TAXA DE SINDICALIZAÇÃO E COBERTURA POR NEGOCIAÇÃO COLETIVA Fonte: ILO. Países Primeira informação ( )Última informação Taxa sindicalização Cobertura acordo coletivo Taxa sindicalização Cobertura acordo coletivo Argentina 37,2041,5037,7041,30 Belgium 56,2096,0055,1096,00 Brazil 20,6059,0016,6065,00 Chile 13,3016,7015,0018,10 France 8,0095,207,7098,00 Germany 24,6067,8017,7057,60 Italy 34,8080,0036,9080,00 Korea, Republic of 11,4012,6010,1011,10 Mexico 15,6013,7013,6012,20 Russian Federation 52,3026,4027,8022,80 United States 12,8014,2010,8011,90

INFORMALIDADE – CONTA PRÓPRIA EM ATIVIDADES NÃO AGRÍCOLAS Fonte: Informality and Informal Work, OCDE, 2009 (pag ). Disponível em:

ALGUMAS CONCLUSÕES... O processo de constituição das cadeias globais trouxe efeitos na forma de organização da produção; Países que adotaram uma estratégia de crescimento industrial puderam colher frutos importantes da fragmentação da produção no mundo; Já outros países que tiveram dificuldade em trilhar este caminho observaram, via de regra, um desadensamento de sua cadeia industrial e uma inserção em elos menos nobres na cadeia mundial de valor; Não houve ainda mudanças substanciais na relação centro- países em desenvolvimento: baixa densidade industrial, produtos de menor valor agregado, importador líquido de serviços e com déficit comercial na indústria;

ALGUMAS CONCLUSÕES... A adoção de ZPE´s como forma de criar territórios voltados para exportação, ainda que tenha gerado empregos, tem em muitos casos problemas nas relações de trabalho e sindicais; O mercado de trabalho, no mesmo período, tem apresentado maior tendência à flexibilização via mudanças na legislação trabalhista; Informalidade caiu na AL e África (maiores) e cresceu na Ásia e Países desenvolvidos; No geral, houve um movimento de alta nos salários, mas esta foi mais evidente nos países não muito populosos e com recursos naturais e aqueles que se industrializaram, especialmente Ásia. Enquanto os países centrais cresceram menos mas mantiveram seus patamares de rendas altos, os demais países tiveram um crescimento salarial mais contido;

DESAFIOS Questão ambiental: emprego verde e possibilidades; Aumento das taxas de sindicalização e da cobertura por acordos coletivos (ainda baixos nos países em desenvolvimento); Livre comércio X Livre circulação de pessoas; É possível uma reinserção nas cadeias globais de valor? De que forma pode-se combater as questões relacionadas à precariedade das relações de trabalho nas ZPE´s? Defesa dos instrumentos reguladores das relações de trabalho, como leis, já que há um evidente avanço neoliberal em torno dos diretos trabalhistas;