Poeiras fibrogênicas e não fibrogênicas Dr. José Tarcísio Penteado Buschinelli Médico Coordenador de Saúde Ocupacional Unimed - S.O.U. UNIMED DO BRASIL.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Cerâmicas a base de Silicato
Advertisements

Como se faz Cerâmica Artística? Viviane Cristina Albarici.
Propriedades térmicas
Para ter acesso a esse material acesse:
Aula IV Funções Inorgânicas Parte I: ácidos e bases Tutora: Marcia Pintos Rio Grande, 22 de Novembro de 2014.
Departamento de Química e Bioquímica Licenciatura em Ciências da Arte e do Património Química e Física dos Materiais I Tópico 5: Introdução aos materiais.
Professora Cláudia Bacchi 6C6C. Química Orgânica Química Orgânica é um ramo da química que estuda os compostos que contém carbono, chamados de compostos.
XX Exposição de Experiências Municipais em Saneamento De 16 a 19 de maio de 2016 – Jaraguá do Sul - SC AVALIAÇÃO DA REMOÇÃO DE MATÉRIA ORGÂNICA E NUTRIENTES.
Gênese e fertilidade do solo Profª Andréia Patricia Andrade.
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS ÁREA DE CONHECIMENTO: QUÍMICA Professor: Marcélio.
ESTADOS FÍSICOS E CLASSIFICAÇÃO DA MATÉRIA. EstadoFormaVolumeArranjo das partículas AgregaçãoMovimen to SólidoPrópriaConstanteOrdenadas, muito próximas.
Físico-Química / 9.º ano A Tabela Periódica Organização da Tabela Periódica Localização na Tabela Periódica.
Aula III - Ligações Químicas Tutora: Marcia Pintos Rio Grande, 13 setembro de 2014.
DETERMINAÇÃO DE NÍVEIS DE GLICEMIA Introdução Os aparelhos de medição Um medidor de glicemia é constituído pelo medidor propriamente dito (com um ecrã.
Grandeza física relacionada com o grau de vibração dos átomos e/ou moléculas que constituem o corpo. CONCEITOS BÁSICOS Temperatura Energia térmica em.
Dinâmica Externa da Terra
REAÇÕES DE DETERIORAÇÃO DE LIPÍDIOS
Módulo 4.: A composição química da célula 1. Os componentes químicos da célula Conteúdo celular possui: componentes inorgânicos e orgânicos. Componentes.
Disciplina de Ciências Professora Viviane. ORGANIZAÇÃO CELULAR Célula : É a menor estrutura de um ser vivo – a maioria só pode ser observada com auxílio.
1 Curso de Engenharia Biomédica DEM - FCTUC Métodos de enformação por Fundição.
Aplicações das Rochas. Rochas Magmáticas Plutónicas.
A Atmosfera e a Radiação Solar
Poeira Siliciosa Há no Ambiente de Trabalho ? Qual ?
Métodos para combate à Corrosão
ECO QUIZ Consumo Sustentável Nível II – 2º e 3º ciclos.
Ministério da Educação Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte Campus Natal/Cidade Alta Curso: Técnico Subsequente em.
Escola Sec. c/3º Ciclo Gonçalo Anes Bandarra Geologia Geo “Terra” + logos “estudo”. Origem e evolução;. Estrutura e composição;. Processos que nela operam;.
Departamento de Química e Bioquímica Licenciatura em Ciências da Arte e do Património Química e Física dos Materiais I Tópico 2: massa atómica, massa molar.
Reações químicas.
OTIMIZAÇÃO DE SUPERFÍCIE DE IMPLANTES ODONTOLÓGICOS.
Rochas Sedimentares Formação.
Química Ciência que estuda a constituição, transformação e propriedade da MATÉRIA. Definição no primeiro episódio da primeira temporada pelo professor.
NIL Tabela Periódica.
Mecanismos Básicos Meios Corrosivos
Cláudia Bacchi SUBSTÂNCIA PURAS MISTURAS OU Cláudia Bacchi Substâncias Puras Substância que não contém impurezas. A temperatura permanece constante durante.
AULA TP3 Resolução de problemas de equilíbrio ácido- base aplicados a casos clínicos Faculdade de Medicina UC 2011/2012 Unidade Curricular de BIOQUÍMICA.
ELETROFORESE GEL DE POLIACRILAMIDA.
Aula 15 QUÍMICA GERAL Ana Luisa Daibert Pinto.
Professor: Dr. Edson Mesquita.  Cinética química é a área da química que estuda a velocidade das reações químicas. Assim como os fatores que influenciam.
ESCURECIMENTO NÃO-ENZIMÁTICO
Profa Michelle Rodrigues Ayres de Almeida
Rochas Sedimentares MINERAIS.
1 SUBDOMÍNIO REAÇÕES ÁCIDO-BASE 1.1Ácidos e bases 1.2Acidez e basicidade de soluções 1.3Ácidos e bases em soluções aquosas 1.4Acidez e basicidade em soluções.
OS NUTRIENTES COMO FONTE DE ENERGIA A energia e o oxigénio A energia é aquilo que nos permite realizar todos os tipos de trabalho. O nosso corpo só consegue.
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO
Sais.
Prof. Dr. Evandro Rodrigo Dário INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA IFSC – Campus Joinville - SC Disciplina : Fenômenos de transporte Mecânica dos Fluidos.
ESCOLA POLITÉCNICA DA USP DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL PHD 2443 – TRATAMENTO DE ÁGUAS DE ABASTECIMENTO E ÁGUAS RESIDUÁRIAS TRATAMENTO.
CINÉTICA QUÍMICA ESTUDO DA VELOCIDADE DAS REAÇÕES E DOS FATORES QUE INTERFEREM NESSA VELOCIDADE.
Unidade Senac - Guarulhos - SP Turma TST - D. Tema do trabalho Avaliação Química Alunos: Eduardo nº 14 Nailton nº 35 Professor : Marcos Silva.
Estrutura Atômica e Ligações Interatômicas Prof. Wesdney Melo.
O ÁTOMO. Modelos atómicos Teoria atómica de Dalton A matéria é formada por partículas muito pequenas designadas por átomos; Os átomos são indivisíveis.
Líquidos e soluções Aula 11.
FÍSICO-QUÍMICA II Profº. Dr. André Rosa Martins
Carlos Aurélio Dilli Gonçalves 2015 unipampa
Para ter acesso a esse material acesse:
RECORDANDO FENÔMENO FÍSICO FENÔMENO QUÍMICO NÃO OCORRE FORMAÇÃO DE NOVAS SUBSTÂNCIAS FORMAÇÃO DE NOVAS SUBSTÂNCIAS SUBSTÂNCIA PURA SIMPLESCOMPOSTA O 2,
1 1 Slide Programação Dinâmica Prof. Dr. Alexandre Pereira Salgado Junior.
TEOR DE ÁLCOOL NA GASOLINA
Estrutura de silicatos
PH Conceito H 2 O  H + + OH - 2H 2 O  H 3 O + + OH - K eq = [H+].[OH-] / [H 2 O] K w = [H + ].[OH - ] K W (25 o C) = log K w = - log [H + ]
REAÇÕES DE COMBUSTÃO. COMBUSTÃO: Reação de uma substância (combustível) com oxigênio, acompanhada de liberação de energia, geralmente na forma de calor.
Processamento de Materiais Cerâmicos Beneficiamento de matérias-primas
Propriedades Periódicas
Estrutura dos átomos e tendências periódicas Aula 4.
Diagramas de fases Mapa onde pode-se visualizar as fases cristalinas de um determinado conjunto de componentes, em função da temperatura e/ou pressão.
BIO-QUIMICA Aulas gratuitas da Professora Dra Rosi Bio-quimica.blogspot.com MATÉRIA E MEDIDAS Dra. Rosilene Linhares Dutra.
 Big Bang (13 a 14 bilhões de anos)  Nebulosa Cósmica  Formação dos astros por meio da agregação da poeira devido a atração gravitacional.
Materiais Cerâmicos.
FLUIDEZ E FÔRMAS NO CONCRETO ARMADO
Transcrição da apresentação:

Poeiras fibrogênicas e não fibrogênicas Dr. José Tarcísio Penteado Buschinelli Médico Coordenador de Saúde Ocupacional Unimed - S.O.U. UNIMED DO BRASIL

Poeiras fibrogênicas e não fibrogênicas Fibrose: reação pulmonar no interstício Depende de 3 fatores: 1.Tamanho da partícula (diâmetro aerodinâmico entre 0,1 e 10 µm) 1.Toxicidade do material ( o que é) 2.Concentração de poeira e tempo de exposição

Poeiras fibrogênicas e não fibrogênicas O que é sílica?

Poeiras fibrogênicas e não fibrogênicas Carbono e Silício são semelhantes: Formam cadeias longas De carbono:Ex. Polietileno De silício:Ex. Silicone Formam óxidos parecidos CO 2 - Dióxido de carbono SiO 2 – Dióxido de Silício ou Sílica

Poeiras fibrogênicas e não fibrogênicas Formas de organização do dióxido de silício ou Sílica Cristalina As moléculas de SiO 2 estão organizadas Pode ser de quartzo, tridimida e cristobalita Quartzo 2d Quartzo 3d

Poeiras fibrogênicas e não fibrogênicas Formas de organização do dióxido de silício ou Sílica Amorfa: as moléculas de SiO 2 estão desorganizadas Fonte:

Poeiras fibrogênicas e não fibrogênicas Silicatos Além de Dióxido de Silício, a Sílica e o Oxigênio formam ânions SiO 3 -2 Metasilicato SiO 4 -4 Silicato Estes ânions formam inúmeros compostos, os silicatos: Metasilicato de sódio: Na 2 SiO 3 Mica: Al 2 (AlSi 3 O 10 ) (OH) 2 (argila brilhante) Ilita: (K,H 3 O)(Al,Mg,Fe) 2 (Si,Al) 4 O 10 [(OH) 2,(H 2 O)] (argila) Caulim: Al 2 Si 2 O 5 (OH) (argila) Serpentina: Mg 2 (Si 2 O 5 )(OH) 4 (sim asbestos são silicatos em forma de fibras)

Poeiras fibrogênicas e não fibrogênicas Silicatos sem fibras Argilas: são uma infinidade de silicatos complexos, que formam o solo do planeta Cimento: são silicatos e óxidos alcalinos Talco (Esteatite: 3MgO.4SiO2.H2O ) Talco (Algamatolito: (Al2O3.4SiO2.H2O e K2O.3Al2O3.6SiO2.2 H2O) Farinha crua Forno rotativo Clínquer +CaCO 3 /Na 2 SO 4, etc Cimento

Poeiras fibrogênicas e não fibrogênicas São fibrogênicos Sílica livre cristalina: quartzo, tridimita e cristobalita Fibras minerais insolúveis (asbestos) Não são fibrogênicos Sílica livre amorfa: vidro. Silicatos sem fibras: cimento, tijolos e pisos de barro (argila), talcos sem fibras.

Poeiras fibrogênicas e não fibrogênicas Tem sílica livre cristalina Areia Tijolo refratário (teor varia muito) Granito e Gnaisse (teor de quartzo varia de 30 a 60%) Brita (semelhante a granito) Pedra miracema Ardósia, Pedra São Tomé e Pedra Mineira (cerca de 80% de quartzo) Porcelanatos, azulejos ( de 25 a 40% de quartzo) Granilite (piso de cimento + granito fragmentado)

Poeiras fibrogênicas e não fibrogênicas Não tem sílica livre cristalina Mármore (é CaCO 3 ) Tijolo de argila Pisos de argila Bloco de concreto Gesso ( é CaSO 4 )

Poeiras fibrogênicas e não fibrogênicas Podem ter contaminação de quartzo e de fibras Talcos (sem fibras) Dificuldade de obter a informação Muitas vezes é dado o teor de “sílica” sem especificar se é cristalina ou não, e algumas vezes na verdade a “sílica” é silicato

Poeiras fibrogênicas e não fibrogênicas Problemas com os métodos de avaliação de Sílica Método químico: Ataque da amostra por HF SiO 2 + HF SiF 4 (cristalina ou amorfa) SiO HF SiF 4 Mede na verdade o teor do elemento silício

Poeiras fibrogênicas e não fibrogênicas Método infravermelho: Mais usado em saúde ocupacional; Não confunde SiO 2 cristalina com amorfa, mas tende a ler SiO 4 -4 como SiO 2 cristalina; Não há problema, a princípio, pois erra para mais e protege mais o trabalhador; Se analisarmos um talco com 99% de silicatos, vamos encontrar cerca de 6-8% de quartzo. Em caso de dúvida deve-se fazer difratometria de raio-X.

Poeiras fibrogênicas e não fibrogênicas Difratometria de raio-X (DR-X): Melhor método pois é o utilizado para estudos de cristalografia, porém caro; Separa bem as diferentes formas de SiO 2 e os silicatos ; Mas se houver compostos de carbono, como grafite, pode lê-los como quartzo; Este problema pode ser evitado mudando os ângulos de difração lidos na amostra.

Poeiras fibrogênicas e não fibrogênicas Avaliação de sílica livre cristalina Amostrar a poeira respirável (quanto) Anotar o volume amostrado Pesar e obter a massa por volume (mg/m 3 ) Com a % de Sílica cristalina compara-se com o limite TLV-TWA ACGIH 0,025 mg/m 3 para 8 horas dia Ex: Jornada de trabalho com poeira respirável com 0,5 mg/m 3 Se o teor de quartzo de 10% = 0,05 mg/m 3 de quartzo ou 2 xs TLV Se o teor de quartzo de 5% = 0,025 mg/m 3 de quartzo ou = TLV Se o teor de quartzo de 1% = 0,005 mg/m 3 de quartzo ou 0,2 TLV

Poeiras fibrogênicas e não fibrogênicas Talcos e poeiras mistas Sem fibras e com quartzo <1%: TLV-TWA da ACGIH de 2 mg/m 3 As PNOS (Particles Not Otherwise Specified ) ou “poeira incômoda” tem um TLV de 3 mg/m 3 Com fibras de asbestos: Usar TLV de asbestos

Poeiras fibrogênicas e não fibrogênicas TLV de fibras Asbestos (todas as formas)– 0,1 f/cc Fibras de vidro sintéticas Fibras de vidro contínuas – 1 f/cc Lã de vidro 1 f/cc Lã de rocha 1f/cc Fibras de cerâmica refratária 0,2 f/cc