Economia do Meio Ambiente Andrea Melo 19/05/2008.

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Transcrição da apresentação:

Economia do Meio Ambiente Andrea Melo 19/05/2008

Métodos de Função de Produção observa-se o valor do recurso ambiental E pela sua contribuição como insumo ou fator na produção de um outro produto Z Como?  estima-se a variação de produto de Z decorrente da variação da quantidade de bens e serviços ambientais do recurso ambiental E utilizado na produção de Z.  este método é empregado sempre que é possível obterem-se preços de mercado para a variação do produto Z ou de seus substitutos.

Os Métodos da Função de Produção Método da Produtividade Marginal Método dos Bens Substitutos Suponha uma função de produção de Z, tal que o nível de produçãode Z é dado pela seguinte expressão:  Z = F(X,E) Onde X é um conjunto de insumos formado por bens e serviços privados e E representa um bem ou serviço ambiental gerado por um recurso ambiental que é utilizado gratuitamente, ou seja, seu preço de mercado pE é zero

Sendo pZ e pX os preços de Z e X, a função do lucro (p) na produção de Z seria: π = p Z Z - p x X – p E E = p z F(X,E) - p x X O produtor ajusta assim a utilização do seu insumo de forma a maximizar o seu lucro. Condições de primeira ordem:  δ π/ δX = 0 p z δ F/ δX - p x = 0  δ π/ δE = 0 p z δ F/ δE = 0

Método da Produtividade Marginal VE E = p z δ F/ δE  É necessário conhecer a função de produção  E também conhecer δ F/ δE E = DR(x 1, x 2,..., Q) δ E= δ DR/ δQ  Estas funções DRs procuram relacionar a variação do nível de estoque (taxas de extração ou poluição) com o nível de danos físicos ambientais e, em seguida, identificar o efeito do dano físico (decréscimo de E) em certo nível de produção específico.

Exemplos de DR o nível de poluição da água (Q) afeta a qualidade da água (E) que afeta a produção pesqueira (Z). o nível de uso do solo (Q) que afeta a qualidade do solo (E) que afeta a produção agrícola (Z) Determinada a DR, é possível, então, estimar a variação do dano em termos de variação no bem ou serviço ambiental que afeta a produção de um bem.

As relações ecológicas requerem estudos de campo sofisticados e a consideração de um número grande de variáveis Questões como resiliência e capacidade assimilativa não permitem a determinação de formas funcionais simples para as DRs e suas respectivas funções de produção.

Bens Substitutos Quando p z também não é observável no mercado Ou DR não é conhecida Ou ainda, esforço de pesquisa incomensurável. Então:  Z = F(X,E + S); cS = PS.DE;  Ou U (Z + S; Y 1,..., Y n ): Função de produção familiar VE E = p s δ U/ δE

Métodos de Bens Substitutos Custo de Reposição Gastos Defensivos ou Custos Evitados Custos de Controle Custo de Oportunidade

Custos de Reposição quando o custo cs representa os gastos incorridos pelos usuários em bens substitutos para garantir o nível desejado de Z ou E.  custos de reflorestamento em áreas desmatadas para garantir o nível de produção madeireira;  custos de reposição de fertilizantes em solos degradados para garantir o nível de produtividade agrícola;  ou custos de construção de piscinas públicas para garantir as atividades de recreação balneária quando as praias estão poluídas.

Gastos Defensivos ou Custos Evitados quando cs representa os gastos que seriam incorridos pelos usuários em bens substitutos para não alterar o produto de Z que depende de E.  gastos com tratamento de água (ou compra de água tratada) que são necessários no caso de poluição de mananciais;  gastos com medicamentos para remediar efeitos na saúde causados pela poluição;  gastos de reconstrução de áreas urbanas devido a cheias de rios causadas por excesso de sedimentação em virtude da erosão do solo.

Custos de Controle Quando cs se refere aos custos de controle que seriam incorridos pelos usuários para evitar a variação de E  quanto as empresas ou famílias deveriam gastar em controle de esgotos para evitar a degradação dos recursos hídricos. São os investimentos necessários para evitar a redução do nível de estoque do capital natural. Este método é mais empregado em contas ambientais associadas às contas nacionais de forma a representar investimentos necessários para compensar o consumo de capital natural

Custo de Oportunidade Mensura as perdas de renda nas restrições da produção e consumo de bens e serviços privados devido às ações para conservar ou preservar os recursos ambientais. Observe que este método simplesmente indica o custo econômico de oportunidade para manter o fluxo de E, isto é, a renda sacrificada pelos usuários para manter E no seu nível atual. Por conseguinte, este método é amplamente utilizado para estimar a renda sacrificada em termos de atividades econômicas restringidas pelas atividades de proteção ambiental e, assim, permitir uma comparação destes custos de oportunidade com os benefícios ambientais numa análise de custo-benefício. Observe que o método do custo de oportunidade não valora diretamente o recurso ambiental, mas, sim, o custo de oportunidade de mantê-lo. Por exemplo, não inundar uma área de floresta para geração de energia hidrelétrica significa sacrificar a produção desta energia, ou criar uma reserva biológica significa sacrificar a renda que poderia ser gerada por usos agrícolas nesta área.

Custo de Oportunidade da Desertificação Perda de produção associada à perda de área pelo processo de desertificação Que valor está se calculando?

Vieses Estimativos dos Métodos de Função de Produção Cobertura do Valor Econômico Mensuração das Variações de bem-estar Qualidade das Estimativas

Cobertura do Valor Econômico quando é identificado como insumo, consegue apenas refletir as variações de produção de Z quando E varia. Ou seja, apenas capta os valores de uso direto e indireto que E oferece para a geração do fluxo de produção de Z.  valores de opção e existência não podem ser capturados com este método  os métodos de produtividade subestimam o valor correto de E nos casos onde valores de opção e existência são positivos. Quando mercados de bens substitutos são utilizados, a possibilidade de perfeita substituição determinará a cobertura das parcelas do valor de opção, embora o valor de existência não seja também captado uma vez que se admite substituição

Mensuração das Variações de bem-estar Se a variação de E altera os preços p z e p x, então ocorrerão ajustes em outros setores que resultarão em variações no excedente do consumidor de Z, e seus bens substitutos ou complementares, e também no excedente do produtor de quem utiliza X e seus bens substitutos ou complementares. Tais ajustes, em outros mercados, somente seriam possíveis de identificação em modelos de equilíbrio geral que requerem uma alta sofisticação estatística e de base de dados. Assim, existindo evidências de alterações significativas de preço, o método de produtividade determinará valores incorretos de E, em termos de variação de bem-estar, que poderão estar tanto subestimados como superestimados, dependendo da magnitude e sinal das variações de excedente.

Qualidade das Estimativas O preço de mercado de Z ou X pode não ser uma boa medida do custo de oportunidade de Z ou X, ou seja, o respectivo preço de eficiência. Portanto, o valor da produtividade marginal de E pode estar incorreto, mesmo para captar valores de uso. Neste caso, o viés estimativo dependerá do nível de distorção existente na formação do preço de Z e X. A correção deste viés não elimina os vieses acima, mas permite uma estimativa mais correta do valor de uso