PERSISTÊNCIA E EFICÁCIA DE ÓLEOS DE Carapa guianensis (AUBLET) (MELIACEAE) E Copaifera sp. (LINNAEUS) (LEGUMINOSAE) EM CONDIÇÕES DE LABORATÓRIO PARA Aedes.

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PERSISTÊNCIA E EFICÁCIA DE ÓLEOS DE Carapa guianensis (AUBLET) (MELIACEAE) E Copaifera sp. (LINNAEUS) (LEGUMINOSAE) EM CONDIÇÕES DE LABORATÓRIO PARA Aedes aegypti (LINNAEUS, 1762) (DIPTERA: CULICIDAE). Ciências Biológicas / Ciências Médicas e da Saúde R.S. Kniess 1 ; J.S. Prophiro 1 1-Universidade do Sul de Santa Catarina, Laboratório de Imunoparasitologia, Departamento de Ciências Biológicas, Avenida José Acácio Moreira, nº 787, Bairro Dehon, , Tubarão Santa Catarina, Brasil. Telefone: (48) / (48) Introdução Produtos de origem botânica são amplamente reconhecidos por sua diversidade química, como por sua considerável aplicação na área farmacêutica. Logo, as plantas oferecem uma fonte alternativa de controle porque contêm uma série de bioativos químicos. Considerável número de pesquisas tem ressaltado a busca e o desenvolvimento de substâncias derivadas de plantas para controle de mosquitos (Silva et al. 2004; Silva et al. 2006; Silva et al. 2008). Dentre estas plantas, destaca-se C. guianensis Aublet. (Andiroba) pertencente à família Meliaceae e espécies do gênero Copaifera Linnaeus, 1762 (Copaíba) que pertence à família Leguminosae. Estudos demonstrando a atividade larvicida de C. guianensis foram descritos por Silva et al. (2004) para populações silvestres de Aedes albopictus (Skuse, 1894), Silva et al. (2006) e Mendonça et al. (2005) para populações de laboratório de A. aegypti. Com relação a estudos envolvendo propriedades inseticidas desta planta, Silva et al. (2003) avaliaram Copaifera reticulata (Ducke, 1915) sobre populações de Culex quinquefasciatus (Say, 1823). Mendonça et al. (2005), Silva et al. (2007) e Geris et al. (2008) analisaram o efeito de Copaifera langsdorffi Desf. e C. reticulata, respectivamente, em populações de laboratório de A. aegypti. Os resultados obtidos até o momento indicam a potencialidade larvicida de C. guianensis (Fig. 1) e espécies do gênero Copaifera (Fig. 2), sobre populações de A. aegypti (Fig. 3). Entretanto, a persistência e eficácia de C. guianensis e Copaifera sp. ainda permanecem desconhecidos. Objetivo Verificar a persistência e eficácia dos óleos de C. guianensis e Copaifera sp. sobre Aedes aegypti. Metodologia Mosquitos: A população utilizada no presente estudo foi proveniente de uma colônia de Ae. aegypti (Cepa: Rockefeller) recebidos da Fundação Nacional de Saúde – Brasília. A colônia é mantida no Laboratório de Imunoparasitologia em temperatura de 25 ± 2 ºC e 80% ± 10 UR, e fotofase de 14h. Obtenção dos óleos: Os óleos de C. guianensis e Copaifera sp. foram obtidos pela cooperativa Amazooncop, formada por cinco sociedades indígenas em Altamira, Pará - Brasil. Preparo das soluções: O óleo de C. guianensis foi primeiramente pesado e dissolvido em água em temperatura de 40ºC, utilizando como promotor da solubilidade o tensoativo polisorbato-80 na concentração de 0,025%. O óleo de Copaifera sp. foi primeiramente pesado e dissolvido em água em temperatura de 40ºC, utilizando como solvente o tensoativo dimetilsulfóxido (DMSO) na concentração 2%. Bioensaios: Para verificar a persistência e eficácia dos óleos de C. guianensis e Copaifera foi utilizada a concentração correspondente a CL99 de cada óleo, previamente calculada para a temperatura de 25ºC. As concentrações utilizadas foram mg/L para óleo de C. guianensis e 150 mg/L para óleo de Copaifera. A mortalidade foi verificada após 24 horas de exposição aos óleos. As larvas sobreviventes aos testes foram descartadas. Em seguida, a solução de cada réplica foi filtrada e 200 novas larvas sadias foram colocadas para exposição. Este processo foi repetido até não se obter qualquer mortalidade larval. O mesmo procedimento foi realizado com os grupos controle de somente água, água mais polisorbato 80 e água mais DMSO. (Fig. 4). Análise estatística: Os valores de concentração letal CL50, CL90 e CL95 na temperatura de 15, 20, 25 e 30ºC, teste X2, coeficiente angular e intervalos de confiança foram determinados pela análise Probit GW-Basic (Finney 1971). Fig.1 Fig.2 Fig.3 Resultados Atividade larvicida, das soluções contendo óleos de C. guianensis e Copaifera sobre A. aegypti, demonstrou que o efeito letal ocorre, principalmente, entre as primeiras 2-3 horas de exposição aos óleos. Observações no comportamento das larvas tratadas com óleos de C. guianensis e Copaifera, revelaram modo similar de toxicidade. Todas as larvas se apresentavam ativas, com movimentos normais de ziguezague, imediatamente a exposição destas aos óleos. Entretanto, após 5 minutos de exposição, movimentos anormais de perturbação foram observados na maioria das larvas expostas à concentração de mg/L de C. guianensis e 150 mg/L de Copaifera. Nas concentrações de 500 mg/L de C. guianensis e 90 mg/L de Copaifera tais comportamentos foram observados após 15 minutos de exposição. Movimentos de agitação das larvas persistiram entre 5-60 minutos e posteriormente observaram-se início de movimentos lentos, tremores, convulsões seguidos de paralisia e morte. O efeito larvicida de soluções contendo o óleo de C. guianensis permaneceu com total eficácia (100% de mortalidade) até o 12º dia após o preparo da solução, atenuando para 97 e 92% no 13º e 14º dia. Apenas no 32º dia, após o preparo da solução, nenhuma mortalidade larval foi observada (Figura 5). Nos bioensaios contendo soluções com o óleo de Copaifera, o efeito larvicida permaneceu com total eficácia até o 4º dia após o preparo da solução, atenuando para 96% no 5º dia. Apenas no 22º dia, após o preparo da solução, nenhuma mortalidade larval foi observada (Figura 5). Fig. 5 - Efeito residual, em dias da atividade larvicida, de soluções contendo óleo de Copaifera (150mg/L) e Carapa guianensis (1.400 mg/L) em populações de Aedes aegypti cepa Rockefeller na temperatura 25ºC, 85% UR e 14:10 C/E. Conclusões A letalidade larval, causada por óleos de C. guianensis e Copaifera, ocorre em menos de três horas de exposição. A persistência larvicida de Copaifera e principalmente de C. guianensis, evidencia a eficácia destes óleos por períodos superiores a 20 dias. Apoio Financeiro: Unisul Fig.4