1 Ciência e Tecnologia para a sociedade: um casamento difícil Simon Schwartzman Seminário Rio além do petróleo: conhecimento e desenvolvimento 12 de junho.

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Transcrição da apresentação:

1 Ciência e Tecnologia para a sociedade: um casamento difícil Simon Schwartzman Seminário Rio além do petróleo: conhecimento e desenvolvimento 12 de junho de 2008

2 Rio vs SP:grande presença de universidades federais

3 É o governo federal quem financia a pós graduação

4 O Estado subvenciona a educação superior, mas dá pouco apoio à pesquisa

5 Até 2003, os gastos em pesquisa vinham caindo

6 E pouco do dinheiro da pesquisa vai para pesquisa mesmo

7 Razões para o casamento Necessidades: –Melhorar a competitividade das empresas –Estimular investimentos em atividades de alta tecnologia –Melhorar as políticas sociais –Cuidar do meio ambiente Dificuldades –Barreiras culturais e institucionais entre produtores e usuários de conhecimento científico e técnico –Demanda: os usuários, públicos e privados, não sabem o que podem ganhar –Oferta: os pesquisadores dão prioridade a suas carreiras acadêmicas

8 A realidade na América Latina Alguns países - Brasil, Argentina, Chile, México - já têm uma massa crítica científica razoável – Mas é pouco utilizada, e por isto pouco financiada Tentativas de resolver: –a abordagem de cima para baixo. Lei de Inovação, agências de financiamento, editais competitivos: porque não funciona? –A abordagem de baixo para cima: criar flexibilidade e estimular a competição por clientes e recursos

9 Diferenças entre países na América Latina Argentina - Predomínio de uma universidade tradicional; um setor de ciência e tecnologia relativamente pequeno e mal financiado. Do lado positivo, espaço crescente para iniciativas privadas e de novas universidades Brasil - O maior sistema de pós graduação e pesquisa da região; um pequeno numero de universidades com forte pesquisa acadêmica; um sistema nacional de C&T grande e burocrático; experiências localizadas, mas significativas, de ciência aplicada e relevante Chile - Pesquisa acadêmica pequena mas de qualidade; financiamento público limitado; fortes incentivos de mercado México - Predomínio de uma universidade tradicional; um setor de ciência e tecnologia relativamente grande; sistema de incentivos acadêmicos centralizados; espaços de inovação fora das instituições tradicionais.

10 Fatores que facilitam e dificultam Barreiras –Sistema de incentivos voltado para o trabalho acadêmico –Padrões individuais de carreira, pulverização de recursos – Falta de incentivos para o trabalho aplicado Facilitadores –As tradições de ciência aplicada (medicina, engenharia e agricultura) –Liderança institucional e trabalho de equipe –Empreendedorismo –Necessidade de busca de recursos externos, clientes e usuários

11 Os modos de produção do conhecimento

12 Aonde estão os incentivos no Brasil? Diferentes incentivos: –Sistema CAPES: Quadrante de Bohr –Sistema MCT - Quadrante Pasteur –Falta o quadrante de Franklin: cultura técnica de nível médio –A força do quadrante burocrático: os rituais da ciência formal

13 Exemplos de experiências exitosas O Centro de Modelamento Matemático da Univ do Chile Instituto de Investigaciones Fisiológicas y Ecológicas Vinculadas a la Agricultura (Argentina) Instituto de Química da Univ de Campinas Instituto de Biotecnologia da UNAM - Cuernavaca

14 O Que estes casos têm em comum? Forte liderança institucional Excelente qualidade científica dos pesquisadores Autonomia e flexibilidade nas políticas de pessoal e administração de recursos Fortes parceiras com usuários e compradores dos conhecimentos que produzem

15 As dificuldades do empreendedorismo acadêmico As carreiras se baseiam no trabalho acadêmico e nas disciplinas: pouco reconhecimento para trabalho aplicado e interdisciplinar Resistência das burocracias universitárias à autonomia financeira dos núcleos de pesquisa

16 Caminhos para ir adiante Melhorar a capacidade de compra e uso de conhecimentos científicos por parte das agências públicas Criar sistemas de incentivo e avaliações que favoreçam o quadrante de Pasteur Dar autonomia efetiva às universidades e centros de pesquisa para buscar e aplicar recursos Para o Estado, combinar de forma criativa os recursos locais e os recursos estaduais