Pesquisa na América Latina Com base nos textos disponíveis no Stoa.

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Pesquisa na América Latina Com base nos textos disponíveis no Stoa

A vida acadêmica na América Latina tem como primeira e forte característica a herança cultural luso-espanhola, sua relação com a história dos seus países – sempre marcados pela instabilidade política e econômica, a pobreza e o desenvolvimento mal planejado – e a influência da tradição marxista européia. Assim, situadas a meio caminho entre o « subdesenvolvimento acelerado » e a « modernização compulsiva », segundo Martin-Barbero (1988), as sociedades latino-americanas têm produzido gerações de pesquisadores em comunicação preocupados com problemas sociais e comprometidos com soluções políticas, sem comprometer o rigor científico de seus trabalhos.

Teorias Existentes Assimiladas e cotejadas com problemáticas típicas do continente: a dependência Centros de Estudo, como o Ciespal

Centros de Estudo CIESPAL - Quito (1 fase: ) - divulgação do modelo norte-americano, extensionismo e inovações. - (2 fase: ) referencial latino-americano. Diagnóstico e planejamento em comunicação. Venezuela - (1 fase: ) Instituto Venezuelano de Investigaciones de Prensa - - (2 fase: ) Antonio Pasquali - pesquisa crítica CEREN - Chile ( ) - Armand e Michelle Mattelart - teoria da dependência ILET - México - Juan Somavia, Reyes Mata - informação internacional e estrutura transnacional - livre fluxo de informação

Berger: É entre o final dos anos 60, início dos 70, que se inaugura uma reflexão efetivamente latino- americana sobre a comunicação, pois as condições estruturais do subdesenvolvimento são consideradas e incorporadas na análise dos meios. A marca da reflexão é o panorama político da região. Imperialismo Cultural – Virada à esquerda – Pesquisa denúncia

Paulo Freire é incluído entre os pesquisadores da comunicação, por um livro - Comunicação ou Extensão, escrito em 1968 no Chile. Sem tratar da comunicação massiva, este livro orientou muitas interpretações na área pois nele está contida a crítica principal aos meios de comunicação de massa: de serem meros instrumentos de transmissão, de tratarem os destinatários como receptores passivos e de impossibilitarem relações dialógicas.

Década de 70 1.Estudos da estrutura de poder dos meios de comunicação - transnacional e nacional- e as estratégias de dominação dos países capitalistas; 2. Estudos sobre as formações discursivas e as mensagens da cultura de massas desde suas estruturas de significação. Apropriação ligeira da Teoria Crítica

Trilhas NOMIC Comunicação popular e alternativa – uma “outra comunicação”, redentora, resistente. De Adorno a Gramsci Pesquisa ação

Década de 80 : 1) Políticas Públicas/Nacionais de Comunicação - reatualizando a questão da dependência e ampliando o tema com a questão da tecnologia e da democracia 2) Comunicação Popular e Alternativa - ampliando a noção de comunicação para além da Indústria Cultural

Barbero sugere:.Que se começasse a estudar: a) o ambigüo processo de gestação do massivo a partir do popular; b) os modos de presença/ausência, de afirmação/negação, de confisco e de deformação da memória popular nos atuais processos de "massmediación"; c) os usos populares do massivo, tanto da assimilação quanto da ressemantização. (1983)

Década de Novas Tecnologias/ Novas Sociabilidades 2 - Consumo Cultural 3 - Mídia e Política As categorias com as quais ingressamos nos anos 90, não são mais nem a de ideologia nem a de dependência, ainda que estas tenham sido incorporadas ao discurso como um todo, mas a de mediação e de hibridização que permite repensar a relação do popular com o massivo, da comunicação com os movimentos sociais, do receptor com o meio, todas "mediadas" pelas estruturas sócio-culturais.

Hoje Se as razões de fundo que orientaram a denuncia dos modos de atuação da comunicação na América Latina permanecem integralmente, o modelo da denuncia acadêmica ficou fora de lugar. Por outro lado, também os dois caminhos subseqüentes se perderam: as ilusões do Estado capaz de transformar a vida cotidiana com a aquiescência de organismos internacionais, como a ONU e a UNESCO já foram enterradas e a comunicação popular e alternativa capaz de se contrapor com êxito à Indústria Cultural, também já não pertence a agenda temática da área.