Série Mordomia Cristã Estudos mensais enviados a todos os pastores e lideranças da IELB, elaborados pelos pastores Martinho Sonntag (VPEC) e Geraldo W. Schüler (VPEM), visando assessorar os pastores e congregações para efetuarem estudos sobre a Mordomia Cristã.

Igreja Evangélica Luterana do Brasil Série Mordomia Cristã Estudo 03 Tema: A Mordomia da Vida

Por que vivo? Para que vivo? Você já se fez esta pergunta alguma vez? Muitas pessoas vivem por razões puramente egoístas. Outras vivem sem objetivo. Ainda outras procuram uma razão satisfatória para sua existência, mas nunca a encontram.

Se fizéssemos uma pesquisa perguntando para as pessoas: “Por que ou para que você vive?”, algumas respostas, possivelmente, seriam: “Eu vivo para gozar a vida enquanto ela dura”. Há muitas pessoas assim. Toda a sua filosofia de vida pode ser resumida nas palavras: “Comamos e bebamos, pois amanhã morreremos” (1 Co.15.32).

“Eu vivo para fazer o bem e ser bom “Eu vivo para fazer o bem e ser bom. Isto é o melhor que alguém pode fazer”. “Eu vivo para acumular uma fortuna, para ganhar fama, para progredir profissionalmente, para ter destaque na sociedade, para adquirir o máximo de conhecimento possível”. “Eu vivo para agradar meu marido ou minha esposa” ou “eu vivo para meus filhos”.

“Não vejo nenhum objetivo na minha vida “Não vejo nenhum objetivo na minha vida. Sou uma vítima infeliz do acaso. Vivo somente para sobreviver. Não sei de onde vim nem para onde vou. Minha vida é governada pelo destino cego”. “Não me incomode com tal pergunta. Estou muito ocupado com outras coisas para pensar nisso. Tenho o suficiente com que me preocupar enquanto estou aqui sem me sobrecarregar em saber por que estou aqui”.

Todas estas respostas e outras semelhantes a estas nos lembram a aluna que perdeu sua certidão de nascimento e então disse à sua professora: “Eu perdi minha desculpa por ter nascido”.

O OBJETIVO DA VIDA REVELADO Por que vivo? Cientistas e filósofos têm trabalhado incansavelmente em busca de uma resposta a esta intrigante pergunta. Mas a única resposta correta para esta pergunta se encontra na BÍBLIA, a palavra revelada por Deus. E esta resposta é a chave que abre a porta para uma correta compreensão da mordomia cristã.

Gn 1.1 Gn 1.26, 27 Gn 2.15 O homem era a coroa da criação de Deus: E foi colocado num mundo maravilhoso onde tudo era “muito bom”. Deus criou o homem à sua imagem: A imagem de Deus consistia em “justiça e retidão” (Ef 4.24) e um perfeito conhecimento de Deus (Cl 3.10).

Aqui, pois estava a completa resposta de Deus à pergunta: Por que vivo Aqui, pois estava a completa resposta de Deus à pergunta: Por que vivo? O homem deveria ser perfeitamente santo e justo. Deveria viver em comunhão com Deus. Como criatura racional, deveria habitar o mundo maravilhoso que Deus lhe havia criado e desfrutar da felicidade perfeita. Toda sua vida deveria refletir a imagem do seu Criador; devia ele viver para o louvor do seu Deus; e esta comunhão deveria continuar para sempre.

Nenhum estudo de mordomia cristã pode ser completo sem ter como com pano de fundo esta compreensão do propósito de Deus na vida do homem.

O OBJETIVO DA VIDA PERDIDO Gn 3 – A queda do homem em pecado: Como resultado dessa queda em pecado, o propósito original para o qual Deus criou o homem foi perdido. O homem foi expulso do paraíso e sentenciado à morte e à condenação eterna.

A partir da queda em pecado, o ser humano não nasce mais com a imagem de Deus, mas com a imagem pecaminosa de seus pais (Gn 5.3). É carne pecaminosa nascida de carne pecaminosa (Jo 3.6). Todos são formados em iniquidade e concebidos em pecado (Sl 51.5). A imaginação do seu coração é má desde a mocidade (Gn 8.21). Sua mente carnal é inimizade contra Deus (Rm 8.7). Seu entendimento é obscurecido, e são “alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem pela dureza de seus corações” (Ef 4.18).

Assim o homem destruiu o objetivo de Deus na sua vida Assim o homem destruiu o objetivo de Deus na sua vida. Desde a queda em pecado a vida do homem centraliza-se em si mesmo ao invés de em Deus. E até que tal objetivo tenha sido restabelecido, o homem jamais poderá ser verdadeiramente feliz. Agostinho fez esta afirmação: “Tu, ó Senhor, nos criaste para ti mesmo; e nossas almas não estão em repouso até repousarem em ti”.

O OBJETIVO DA VIDA REIVINDICADO Gn 3.15 – A primeira promessa Quando o homem caiu em pecado, Deus imediatamente prometeu enviar-lhe o Salvador. Esta PROMESSA foi repetida por séculos, até que, na plenitude do tempo, se cumprisse com a vinda de Cristo ao mundo (Gl 4.4,5). 1 Tm 1.15; Jo 3.16; 1 Jo 4.9; Rm 8.32; 2 Co 5.21; 1 Pe 3.18; Jo 10.10; Jo 14.6.

Deus tanto amou ao homem, a quem criara, que não iria ver seu objetivo em criá-lo destruído. O homem devia ainda viver para a glória do seu Criador. Sua imagem perdida devia ser restaurada. A vida eterna ainda devia ser sua. Para alcançar isto, Deus não poupou seu próprio Filho, antes por nós o entregou.

O OBJETIVO DA VIDA RESTAURADO Cristo veio para restaurar o objetivo de Deus na vida do homem, para trazer de volta o homem a uma viva comunhão com seu Criador, para abrir a porta ao paraíso que o homem fechara com seus pecados. É apenas em Cristo e através de Cristo que este objetivo pode ser atingido (Jo 3.36; 1 Jo 5.11,12; At 4.12).

O Espírito Santo levou Paulo ao conhecimento desta verdade salvadora, por isso ele escreveu: “Considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus meu Senhor” Fp 3.8; “Para mim o viver é Cristo” Fp 1.21; “E esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” Gl 2.20. Se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor” Rm 14.8.

Sejamos gratos a Deus pelo fato do Espírito Santo também nos ter levado ao conhecimento desta verdade salvadora. Como resultado disso, a imagem de Deus perdida está sendo restaurada também em nossa vida. Através do Batismo fomos lavados e purificados dos nossos pecados, nos tornamos novas criaturas em Cristo (Jo 3.5; 2 Co 5.17) e herdeiros segundo a esperança da vida eterna (Tt 3.7). Estamos agora mortos para o pecado e a nossa vida está oculta com Cristo em Deus. E quando Cristo, que é a nossa vida, finalmente aparecer, nós apareceremos juntamente com ele em glória (Cl 3.3,4).

Seremos semelhantes a ele e o veremos como ele é (1 Jo 3. 2) Seremos semelhantes a ele e o veremos como ele é (1 Jo 3.2). Então o objetivo de Deus na nossa vida será plenamente alcançado. 1 Co 6.19,20: “Não sois de vós mesmos, porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo”. Toda a nossa vida deve ser vivida para a glória de Deus proclamando as virtudes de Deus (1 Pe 2.9); fazendo tudo para a glória de Deus (1 Co 10.31 e 1 Pe 4.11); amando a Deus de todo coração, de toda alma e de todo entendimento (Mt 22.37).

Então, Por que vivo. Eu vivo para cumprir o objetivo de Deus em mim Então, Por que vivo? Eu vivo para cumprir o objetivo de Deus em mim. Vivo para fazer a vontade daquele que me criou e que me redimiu através de Cristo para que eu lhe pertença... Como cristão considero minha vida um compromisso sagrado. Sou apenas um mordomo, zelador, guardador dela.

Meu corpo e alma, meus talentos e capacidades, meu tempo e minhas posses terrenas – tudo o que sou e tenho pertence a Deus. Devo fazer uso de tudo apropriada e rentavelmente, para atingir os objetivos de Deus na minha vida e ajudar no alcance dos objetivos de Deus na vida dos outros.