ENERI A Política Externa Brasileira na Crise: (pre)visões de um futuro incerto Painel X Contextos e desafios para a segurança e a eficiência energéticas.

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Transcrição da apresentação:

ENERI A Política Externa Brasileira na Crise: (pre)visões de um futuro incerto Painel X Contextos e desafios para a segurança e a eficiência energéticas na América Latina Goiânia 2017

E disse Deus: Haja luz ...

... E houve luz.  (Genesis, 1: 3)

Vantagens e Desafios da Integração Energética na América do Sul Prof. Dr. Adriano Pires de Almeida Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Diversidade e Disponibilidade de Recursos Vantagens Diversidade e Disponibilidade de Recursos

A América do Sul apresenta um enorme potencial para geração de energia por meio do desenvolvimento de políticas regionais de aproveitamento e complementação energética.

“A integração de fontes e recursos é a melhor maneira de tratar a questão energética, e, assim, pela primeira vez na história do Brasil, o planejamento energético ganhou a oportunidade de ser pensado como um todo. Passou-se a tratar em conjunto as diferentes fontes de energia: petróleo, gás natural [GN], biocombustíveis, energia elétrica dentre outros” (TOLMASQUIM, 2016, p. 4).

Seja no contexto da Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA), da Comunidade Sul-Americana de Nações (CASA) ou da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL), não se pode falar em integração sul-americana, em geral, e energética, em particular, sem que a Bolívia seja incluída. Neste sentido, a construção do gasoduto Bolívia-Brasil surgiu como uma iniciativa concreta em favor do processo de integração energética sul-americano (ALMEIDA, 2009, p. 143).

A centralidade da Bolívia na Política Energética Brasileira e no processo de integração energética regional é justificada, no entender de Almeida (2009), pelo tamanho de suas reservas provadas de GN e por sua localização geográfica em relação aos principais setores consumidores de energia no país.

Reservas Provadas de GN (m³) na América do Sul em 2014 Fonte: Almeida (2016, p. 143).

Desafios Grupos de Interesse

Evolução do Consumo (%) de GN por Setor (1995-2010) Ano/Setor Energético Comercial Público Residencial Transportes Industrial 1995 29,1 0,8 0,2 1,5 1,4 67,0 1996 29,5 1,0 0,1 1,6 1997 28,4 1,7 1998 30,0 1,2 0,3 1,8 2,7 64,0 1999 31,4 3,0 63,0 2000 32,3 1,1 4,3 60,6 2001 1,9 6,7 60,5 2002 27,2 2,0 0,4 9,2 59,7 2003 26,9 11,5 57,5 2004 25,8 12,1 58,2 2005 25,7 13,5 57,1 2006 14,9 55,5 2007 26,0 15,3 54,9 2008 30,9 53,0 2009 35,2 12,7 49,2 2010 30,3 10,7 55,9 TOTAL 28,8 Fonte: Almeida (2016, p. 124).

Evolução do Consumo (%) de GN por Segmento do Setor Industrial (1995-2010) Ano/Segmento A B C D E F G H I J L 1995 1,0% 4,3% 0,0% 5,2% 10,7% 0,4% 8,6% 1,5% 2,6% 4,5% 8,1% 1996 5,4% 6,6% 11,6% 0,6% 16,7% 2,2% 2,8% 3,3% 7,9% 1997 5,0% 9,0% 16,1% 0,9% 6,9% 1,2% 3,5% 9,7% 1998 1,4% 5,9% 18,3% 7,6% 1999 4,6% 7,2% 17,4% 1,3% 9,2% 3,7% 5,3% 2000 5,1% 6,1% 19,5% 3,4% 15,3% 1,8% 4,4% 8,5% 10,6% 2001 0,7% 12,5% 21,5% 4,1% 1,9% 6,4% 14,4% 13,0% 2002 5,7% 7,7% 24,7% 6,2% 21,3% 6,0% 23,1% 2003 0,5% 5,5% 0,1% 25,2% 6,5% 24,4% 16,0% 2004 0,8% 8,7% 29,0% 6,3% 23,9% 16,6% 2005 9,3% 30,1% 27,2% 6,8% 24,3% 16,8% 2006 30,4% 27,5% 7,0% 25,5% 2007 6,7% 1,6% 29,2% 25,0% 18,2% 2008 12,7% 32,2% 11,3% 26,7% 24,2% 20,4% 2009 10,0% 26,0% 11,9% 25,1% 17,6% 2010 20,2% 30,8% 12,3% 27,1% 25,4% TOTAL 0,5 16,3 <0,1 4,2 28,7 6,0 7,1 10,7 15,1 Fonte: Almeida (2016, p. 129). Nota: Os segmentos A, B, C, D, E, F, G, H, I, J e L representam respectivamente os seguintes segmentos: Cimento; Ferro-Gusa e Aço; Ferro-Ligas; Mineração/Pelotização; Química; Não-Ferrosos e Outros; Têxtil; Alimentos e Bebidas; Papel e Celulose; Cerâmica; e, Outras Indústrias.

Maiores Empresas Consumidoras de Energia dos Segmentos do Setor Industrial Brasileiro Fonte: Almeida (2016, p. 132).

Percentual (%) dos Segmentos do Setor Industrial no Brasil Fonte: Almeida (2016, p. 133).

Percentual (%) dos Segmentos do Setor Industrial por Região Brasileira Fonte: Almeida (2016, p. 133).

Vantagem O BP Statistical Review of World Energy June 2016 informa que as reservas sul-americanas provadas de GN somaram, em 2015, um volume de 7.1 1012 m3 o que, considerando o coeficiente Reserva/Produção (R/P) daquele ano, é suficiente para suprir a região por mais de 40 anos.

Desafio Após as medidas adotadas em 2006 pelo governo boliviano, nem mesmo o coeficiente R/P e o enorme volume de reservas provadas de GN foram suficientes para fortalecer, entre os tomadores de decisão em Política Energética no Brasil, a tendência de aprofundar o processo de integração energética regional.

Desafio Introdução do Gás Natural Liquefeito (GNL) na matriz energética brasileira como sendo uma alternativa confiável e viável ao GN complementar proveniente da Bolívia.

Estado da Arte

Taxa de Acréscimo ou Decréscimo (%) na Importação Brasileira de GN e GNL nos Períodos de 1999-2006, 2006-2008 e 2008-2010 GN (Argentina)1 GN (Bolívia) GN GNL GN+GNL 2000/2006 ↑11,3 ↑8,8 ↑8,9 SRI* ↑8,6 2006/2008 ↓10,4 ↑2,3 ↑1,8 2008/2010 ↓1,7 ↑1,7 ↑84,6 ↑1,4 Fonte: Almeida (2016, p. 188). * Sem Registro de Importação. 1 As oscilações no volume de GN importado da Argentina decorrem, também, da redução de suas reservas e consequentemente do coeficiente R/P do país. Em função disso, não foram registrados volumes de importação de GN argentino nos anos de 2009 e 2010.

Comparação entre Reservas, Produção, Consumo e Dependência Externa de GN na América do Sul no Biênio de 2013-2014 País R/Pa R/Cb RPCc DEd   Ranking Anos (≈) SEe (m³) Volume (m³) Argentina 7 10 8 9 2 -11.100 10⁹ Bolívia 6 14 88 1 17.600 10⁹ Brasil 5 18 -17.320 10⁹ Colômbia 108 4 26 3 2.591 10⁹ Chile 19 21 -3.738 10⁹ Equador 12 Paraguai Peru 36 74 6.300 10⁹ Uruguai -50 10⁶ Venezuela 254 116 -1.840 10⁹ Fonte: Almeida (2016, p. 145). a Coeficiente de Reserva/Produção. b Coeficiente de Reserva/Consumo. c Relação Produção-Consumo. d Dependência Externa. e Sobra Exportável.

Referências ALMEIDA, Adriano Pires de. O lugar da América do Sul na política energética no período de 1995 a 2010. 2016. 260 f. Tese (doutorado) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul: Porto Alegre, 2016. ALMEIDA, Adriano Pires de. Prós e Contras da Integração Energética na América do Sul: O Caso do Gás Natural. Dissertação de mestrado (mimeo) defendida no Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (CEBELA), Rio de Janeiro, 2009. BRITISH PETROLEUM (BP). BP Statistical Review of World Energy June 2016. Disponível em: <http://www.bp.com/content/dam/bp/pdf/energy-economics/statistical-review-2016/bp-statistical-review-of-world-energy-2016-full-report.pdf>. Acesso em 18 de junho de 2016. TOLMASQUIM, Mauricio Tiomno. Empresa de Pesquisa Energética (EPE): Nossa História. Disponível em: <http://www.epe.gov.br/Documents/LivroEPE-NossaHist%C3%B3ria.pdf>. Acesso em 03 de outubro de 2016.

OBRIGADO adriano.piresrj@gmail.com