História do Brasil Economia Colonial
Exploração do pau-brasil A primeira atividade econômica: O pau-brasil foi a primeira riqueza explorada pelos portugueses nas terras brasileiras; A árvore existia em abundância nas faixas de terra do litoral brasileira; O interesse europeu no pau-brasil decorria da possibilidade de extração de uma substância corante, utilizada para tingir tecidos; O rei de Portugal declarou a exploração do pau-brasil, através do monopólio;
Exploração do pau-brasil A primeira atividade econômica: A primeira concessão/permissão para explorar o pau-brasil foi, em 1501, a Fernão de Noronha; O esquema montado para extração do pau-brasil, contava essencialmente com a importante participação da mão de obra indígena/nativa; A atividade do escambo (troca) foi um princípio fundamental para o êxito da exploração e extração do pau-brasil na costa brasileira;
Exploração do pau-brasil 1ª obs.: a exploração do pau-brasil não deu origem à formação de núcleos coloniais fixos de ocupação e povoamento, a extração era uma atividade nômade, pois se deslocava pelo litoral à medida que a madeira ia se esgotando. 2ª obs.: a exploração do pau-brasil era uma atividade de natureza predatória, assinalando o início do desmatamento da Mata Atlântica. 3ª obs.: durante o século XVII, o pau-brasil foi se esgotando. 4ª obs.: os corsários franceses não reconheciam a legitimidade do Tratado de Tordesilhas, invadiram o litoral brasileiro, extraindo a madeira sem pagar os impostos exigidos pela Coroa portuguesa
Exploração do pau-brasil
Sistema Açucareiro Fatores: Experiência técnica que os portugueses tinham na produção do açúcar nas ilhas da Madeira e no arquipélago de Açores; O açúcar apresentava alto valor de mercado na Europa – apelidado de “ouro branco”; Os mercadores holandeses financiavam os negócios açucareiros; Existência de vastas porções de terras férteis no Brasil; Declínio do comércio de especiarias realizado pelos portugueses no Oriente (África e Ásia); Esgotamento gradual do pau-brasil no litoral brasileiro;
Plantation Definição – sistema de produção agrícola adotado pelos portugueses em algumas de suas colônias para o cultivo da cana-de-açúcar, entre os séculos XVI ao XVIII. Características: Grandes propriedades rurais/latifúndios – grandes porções de terras para o plantio da cana-de-açúcar; Monocultura – especializar a produção em larga escala em apenas um gênero tropical (açúcar), para atender as necessidades do mercado europeu; Mão de obra escrava – predominantemente o trabalho realizado nos engenhos açucareiros era feito pelos escravos nativos/indígenas e negros vindos da África;
Plantation 1º Obs.: Produto visado para abastecer o mercado externo. 2º Obs.: Lucro do empreendimento açucareiro ficava entre os interessados (Coroa portuguesa, mercadores portugueses e senhores de engenho).
Engenho de Açúcar Definição: era a grande propriedade agrícola voltada para a produção do açúcar Composição: Casa Grande – era a residência do senhor de engenho, sua família e capatazes (homens de confiança) Capela – era o local onde se realizavam as cerimônias religiosas de toda a comunidade, assim como batizados, casamento e funerais Senzala – era a habitação rústica e pobre dos escravos Casa do Engenho – abrangia todas as instalações destinadas à produção do açúcar, tais como a; Moenda – onde se moía a cana para a extração do caldo Fornalhas – onde o caldo da cana era devidamente fervido e purificado Casa de Purgar – onde o açúcar, depois de resfriado e condensado era branquiado Galpões – onde os blocos de açúcar eram quebrados e reduzidos a pó
Moenda de Tração Animal
Moenda de Tração Humana, Debret
Etapas da Produção Açucareira
Atividades Complementares Definição: são atividades secundárias necessárias para atender a subsistência dos colonos. Tipos de cultivos: Mandioca – abastecimento interno; Tabaco/fumo – moeda de troca no comércio de negros; Aguardente e rapadura – importantes na troca de escravos; Algodão – abastecimento de mercado interno para a confecção de roupas; Pecuária – abastecimento (alimentos, animais, couro) do mercado interno - bovina e suína; Drogas do sertão – guaraná, cravo, pimenta, castanha, baunilha, plantas aromáticas e medicinais;
Atividades Complementares Obs.: a pecuária e a extração das drogas do sertão, foram importantes para o processo de ocupação do sertão (interior) do Brasil, fundamentais na ocupação das regiões sul, nordeste e Amazônica.
Questão da Mão de Obra Escravidão do índio x escravidão do negro Fatores da substituição do trabalho do índio pelo negro: Inadaptação do índio para o trabalho agrícola; Os negros apresentavam mais experiência ao trabalho agrícola; Vários setores da Igreja, entre os quais os jesuítas, se opuseram à escravidão indígena, mas não combateram a escravidão negra; Dizimação da população indígena devido as epidemias, guerras, fugas e etc; Falta de mão de obra nos engenhos açucareiros; A lucratividade do empreendimento do tráfico negreiro;
Sociedade Açucareira 1 º Obs.: A família era patriarcal – senhor de engenho. 2º Obs.: sociedade estamental/hierarquizada, geralmente não possibilitava uma mobilidade ou ascensão social.
Tráfico Negreiro Definição: era a atividade de comércio de humanos, no litoral africano, para servir de mão de obra escrava, principalmente nas colônias europeias, entre os séculos (XV - XIX). Fatores da intensificação da atividade: Falta de mão de obra para o cultivo da cana-de-açúcar; O comércio de escravos oriundo da África era bastante lucrativo, tanto para a Coroa portuguesa e mercadores de escravos; Funcionamento: Os traficantes/mercadores comercializavam os negros nas colônias portuguesas da África; Os negros apreendidos eram transportados através dos mares pelos navios negreiros/tumbeiros; Os escravos eram expostos como mercadorias e vendidos aos interessados;
Etnias Africanas Trazidas ao Brasil Bantos – oriundos do sul da África, geralmente de Congo, Angola e Moçambique, eram trazidos principalmente para capitania do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Pernambuco; Sudaneses – oriundos da região da África Ocidental, geralmente de Daomé, Nigéria e Guiné, eram trazidos principalmente para a Capitania da Bahia; Obs.: as capitanias da Bahia e Pernambuco foram as regiões que inicialmente receberam o maior número de escravos negros.
O Comércio Triangular
A Estrutura do Navio Negreiro
O Navio Negreiro
O Navio Negreiro - Rugendas
O Cotidiano dos Negros na Colônia Características: Chegando aos portos brasileiros, os negros eram vendidos nos mercados de escravos; Realizavam diversos trabalhos como: plantio do açúcar, plantio do algodão, posteriormente trabalharam na extração de metais e pedras preciosas e plantio do café, bem como o nas fazendas de criação de gado, no artesanato, na construção das vilas/municípios e trabalhos domésticos; O excesso de trabalho, a má alimentação, as péssimas condições de higiene, os castigos físicos, afetaram a saúde do escravo;
O Cotidiano dos Negros na Colônia 1ª obs.: a média de vida de um escravo era de aproximadamente de 7 a 10 anos de trabalho, segundo o historiador Roberto Simonsen. 2ª obs.: o escravo era considerado uma mercadoria de valor monetário.
Castigos Físicos
Castigos Físicos
Revoltas e Fugas Fatores: Eram meios de resistir à escravidão e os castigos físicos; Os escravos fugitivos eram perseguidos pelos capitães do mato (funcionários dos senhores de engenho); Obs.: Criação dos Quilombos – comunidades isoladas e autônomas, criadas por negros fugidos, para garantir a liberdade dos seus membros. Obs.: a escravidão negra é bastante dinâmica, rompendo com a interpretação da história tradicional que tratava o negro como um ser passivo, sem resistência ao trabalho escravo.
O Quilombo dos Palmares (século XVII) Localização: Serra da Barriga - Capitania de Pernambuco (hoje situada no estado de Alagoas). Características: Comunidade autônoma de escravos, índios e camponeses; Viviam da agricultura de subsistência e criação de animais; Chegou a abrigar mais de 20 mil fugitivos; Líder – Zumbi dos Palmares; Resistiu muitas expedições organizadas pela Coroa Portuguesa e pelas bandeiras; Destruição de Palmares: Liderados pelo bandeirante Domingos Jorge Velho, auxiliado por uma poderosa tropa bem armada, destruíram completamente o Quilombo dos Palmares; Zumbi anos mais tarde foi capturado e morto em Recife;
Resistência, Rugendas
Zumbi dos Palmares
Domingos Jorge Velho
Herança Cultural Negra Alimentos: feijoada, cocada, quindim, acarajé, vatapá, pé de moleque, caruru e etc; Religião: umbanda, candomblé, sincretismo; Música: caracterizada pela força rítmica, como lundus, congadas, samba, maxixes, maracatus e etc; Dança: capoeira, kuduro, samba, lambada, maracatu; Instrumentos musicais: atabaque, reco-reco, ganzá, agogô, berimbau, cuíca; Vocabulário: batuque, bengala, banana, xingar, macumba, fubá, moleque, cachimbo, quitanda, samba, chuchu, cachaça;
O elemento Branco/Europeu Características: O português vinha ao Brasil com a ambição de “valer mais”/enriquecer O colonizador português só concordava em vir para o Brasil se fosse ter um cargo de dirigente/liderança/administrativo O objetivo dos lusitanos era buscar as riquezas porém, sem realizar trabalhos braçais
O elemento Branco/Europeu Grupos de portugueses vindos aos Brasil: Fidalgos e militares – pessoas ligadas ao rei de Portugal, tiveram preferências nas concessões de terras; Clérigos – eram bispos, frades, jesuítas, padres responsáveis pela organização moral e espiritual da sociedade colonial; Degredados – criminosos, pecadores, excomungados que vieram para o Brasil; Lavradores, artífices, artesãos – vinham para o Brasil, por livre e espontânea vontade, desenvolver atividades econômicas;
Herança Cultural Portuguesa O idioma português; O cristianismo; Sistema político, jurídico, administrativo e econômico; Modo de vida dominante (roupas, comidas, construções habitacionais e etc); O conhecimento artístico, científico aos moldes europeus;