Desigualdades no mercado de trabalho

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Transcrição da apresentação:

Desigualdades no mercado de trabalho

Desigualdade Racial Recentemente, numerosos estudos sobre desigualdade racial têm sido realizados no Brasil, após anos de esquecimento, devido ao mito da “democracia racial”. Trata-se do mito de que existe na sociedade brasileira uma convivência harmoniosa, sem maiores conflitos e ou grandes desigualdades, relacionadas à questão racial. Segundo Hasenbalg (1995), o mito da democracia racial foi desenvolvido, sobretudo, pelas elites políticas e intelectuais, propondo uma falsa idéia de coexistência caracterizada pela harmonia e tolerância racial, além de ausência de preconceito e discriminação racial.

A partir do mito da democracia racial, as diferenças e desigualdades existentes na sociedade brasileira estariam associadas às desigualdades existentes entre as classes sociais e a desigualdade racial deixaria de ser tema relevante para a discussão da desigualdade social no país.

Foi a partir do início dos anos cinqüenta, principalmente, com os incentivos da UNESCO, empenhada em refutar dogmas racistas, com o fim do nazismo, que uma série de estudos sobre racismo foram desenvolvidos, sobretudo no Brasil. Motivada inicialmente em transmitir para o mundo o modelo de “relações raciais harmoniosas no Brasil”, teria descoberto o contrário. As pesquisas feitas em estados do Norte, Nordeste e Sudeste teriam demonstrado uma forte associação entre raça e status socioeconômico. (Hasenbalg, 1995: 359).

Os estudos contemporâneos a respeito da desigualdade racial tornaram-se extremamente importantes para o estabelecimento de debates a respeito das oportunidades socioeconômicas que os negros encontram ou não em diversas sociedades.

Segundo Fernandes (2004) investigações empíricas demonstraram que depois de mais de cem anos de abolição do sistema de escravidão no Brasil: “1- a população não-branca ainda está sobre-representada na base da hierarquia social. Pessoas com o mesmo nível de instrução, mas de heranças raciais diferentes, não têm as mesmas chances de oportunidade profissional e educacional (Hasenbalg, 1979; Hasenbalg e Valle Silva, 1991; Hasenbalg e Valle Silva 1988; e Andrews, 1992); e 2- ao controlar-se por origem familiar (renda dos pais, educação dos pais, etc.), a população não-branca mostra um alcance educacional significativamente inferior em relação à população branca. Uma proporção maior de não-brancos estuda em escolas com menos horas-aula (Rosemberg, 1986)”. (Fernandes, 2004: 32).

Os estudos apontam para a raça enquanto uma variável de estratificação social extremamente importante principalmente no que se refere ao processo de seleção social nos níveis mais elevados. Segundo Andrews (1992), com relação aos rendimentos, os pardos possuem rendimentos ligeiramente superiores aos dos pretos, enquanto ambos estariam muito abaixo dos brancos e “amarelos” no Brasil, assim como nos EUA.

Desigualdade de gênero Pode-se dizer que as desigualdades de gênero são bastante diferentes das desigualdades raciais. No que se refere ao Brasil, embora a desigualdade educacional tenha se mantido constante e até crescente após a industrialização nacional, as análises de gênero, comparando homens e mulheres, no que diz respeito à desigualdade educacional, não só diminuiu como também a escolaridade das mulheres teria superado a escolaridade dos homens no final do século passado. Este fenômeno também se observou em vários países como Estados Unidos, Alemanha, Hungria, Polônia e Suécia. (Blossfeld e Shavit, 1993).

Entretanto, para além da desigualdade de acesso à escolarização, a desigualdade de gênero ganhou novas feições, deixou de estar presente no universo da educação e da estratificação educacional e foi de certa forma transferida para o mercado de trabalho, no que diz respeito à alocação ocupacional, e salários, que mantiveram evidentes desigualdades.

A desigualdade de gênero deve ser analisada a partir de investigações a respeito dos diferentes processos sociais que causariam estas desigualdades, principalmente no que se refere à desigualdade de renda e status ocupacional.

Esta desigualdade se mantém mesmo analisando casos onde as mulheres tenham alcançado ou até superado o nível de escolaridade dos homens, conforme o caso brasileiro e dos países acima citados.

Em diversas sociedades ainda existe uma grande desigualdade com relação aos salários e uma forte resistência à entrada feminina em algumas áreas e ocupações de maior prestígio social.

Observa-se, analisando a desigualdade existente no mercado de trabalho, que um dos grandes problemas com relação à desigualdade entre homens e mulheres trata-se da segregação ocupacional.

A fim de propor explicações a respeito destes importantes problemas que envolvem a desigualdade de gênero, diferentes correntes teóricas da economia e da sociologia apresentam suas reflexões.

Teorias Econômicas 1- a abordagem neo-institucionalista, ou teoria da discriminação estatística, que apresenta o problema como sendo da oferta, discriminação por parte do empregador; 2- a abordagem neoclássica, ou abordagem do capital humano, que propõe o problema da desigualdade como sendo construído pela própria demanda.

Teorias Sociológicas As teorias sociológicas propõem, de modo geral, investigar e identificar os elementos estruturais que proporiam a sub-valorização de ocupações preferencialmente femininas.