Voando sobre 300 anos de ensino em Avintes por: José Vaz

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Transcrição da apresentação:

Voando sobre 300 anos de ensino em Avintes por: José Vaz

Avintes é um dorso de terra deitado entre dois rios

Desde a Alta Idade Média até ao fim do século XVII, Avintes terá sido uma pequena e insignificante aldeia de características rurais e piscatórias, tutelada e tributária de senhores religiosos e civis. Nota: Imagem do documento de 927 onde aparece a “vila de abientes na margem esquerda do douro”

No passado longínquo, Avintes tinha o seu território retalhado por terras, campos, quintas, leiras, fazendas, casas, moinhos, azenhas e vendas e via repartidas as suas rendas (numerário, trigo, centeio e/ou milho painço, galinhas, montados, carneiros e manteiga) por vários senhores, religiosos e civis como o Conde de Avintes, os Fidalgos do Terreiro, a Igreja, a Santa Casa da Misericórdia, o Cabido da Sé do Porto, particulares e desconhecidos

Mesmo sob o ponto de vista eclesiástico, só em 1675 é que Avintes deixou de estar subordinada à tutela eucarística do Arcediagado de Oliveira do Douro.

Avintes, é uma construção do século XVIII e, para o seu desenvolvimento, projecção e notoriedade, foi determinante: – a sua situação geográfica com recursos hídricos e terrenos propícios à introdução de cereais de alta rentabilidade – o milho grosso – maíz; – a existência de dois rios: um, para produzir a energia à “indústria” moageira e, outro, para o transporte de pessoas e de mercadorias; – e, também, a clarividência dos homens e das mulheres que souberam usar com sucesso os recursos do pé da porta

Avintes é uma filha do milho maíz A introdução do milho maíz e comercialização dos seus produtos panificáveis na Cidade do Porto, transformou radicalmente Avintes em todas as suas dimensões.

Muito provavelmente, a economia do milho fez nascer a necessidade do ensino oficial em Avintes …a par do fomento da instrução primária promovida no reinado de D. Maria I. Em 1747 era preciso saber fazer muitas contas para calcular as vendas semanais de pão e de farinha na Cidade do Porto de: (500 alqueires (x14kg) de farinha moída=7000kg.e 96 carros (x220kg)=21.120 kg de pão

Foi neste contexto de expansão que: aumentou a demografia e o património construído; enriqueceu a população; construí-se a nossa Domus Iustitia ao ar livre (a Pedra da Audiência); ampliou-se a igreja paroquial; …e apareceu a 1ª escola. de Avintes que apareceu a 1ª escola

A 1ª escola de Avintes, data de 1782…

…e situava-se no Lugar do Outeiro, perto do Lugar das Presas

Segundo o historiador Osório Gondim, esta escola funcionou durante 16 anos, de 1782 a 1798. Durante este tempo, estiveram matriculados 367 alunos. Era uma escola masculina e os alunos eram oriundos de lugares distantes da freguesia como: Azenhas, Campos, Casal, Loureiro (Ponte da Pedra)… e… 10 de Vilar de Andorinho, 5 de Oliveira do Douro, 1 da Alheira, 1 de Arnelas e 2 da Porta Nova (?)

Nas Listas das Companhias de Ordenanças de Avintes (recrutamento militar) de 1794 aparece a existência de um Professor do lugar de Areias e um Mestre de Meninos do lugar Rio da Azenha

De 1800 a 1870 a escola muda-se para o lugar de Cabanões De 1800 a 1837 foi ♂ e, a partir daquela data até 1870, tornou-se ♂♀

Em 1806 e 1815 registou-se: um insulto feito a um Professor Régio por um carpinteiro de Avintes; uma queixa feita à (junta?), por um mestre particular. Causa: o Professor Régio aceitou os alunos daquele sem passe (diploma?)

De 1871 a 1874 a escola “oficial” mudou para o lugar de Aldeia Nova

Em 2 de Janeiro de 1882, uma escola ♀ ocupou o antigo “Teatro Minerva de Curiosos”- o 1º teatro de Avintes

Entre 1874-1885 A escola oficial funcionou no antigo edifício da Escola Gratuita de Avintes

Em 1883, era publicado o projecto da nova escola na revista ilustrada de Portugal e do estrangeiro “Ocidente”

Planta do 1º e 2º pisos da Escola Primária de Avintes - 1883

Aos 12 dias do mês de Julho de 1885, foi inaugurada a nova escola de Cabanões na presença de 65 personalidades (incluindo crianças)

Entre 1870 e 1919, no lugar de Cabanões foi instituída, por legado de Manuel Lopes da Costa Soares, uma escola para meninas órfãs

O ensino particular muito cedo esteve presente em Avintes e a escola do benemérito Manuel Lopes da Costa Soares destinava-se, a ensinar: a religião, a ler, a escrever, a contar, a lavar, a coser, a engomar e a cozinhar Era uma escola interna que recolhia 4 ou 5 alunas, órfãs, dos 6 aos 16 anos; Até 1919 passaram 90 alunas pela Escola Costa Soares

De 1868 a 1874, criou-se, perto do Clube Recreativo Avintense, outra escola particular chamada Aula Gratuita de Avintes.

A “Aula Gratuita de Avintes era ♂, com uma sala espaçosa, bem iluminada, com capacidade para cem alunos e patrocinada e financiada pelo grande benemérito avintense Francisco Marques Rodrigues Júnior, que a mobilou, adquiriu mapas e pagou a um professor de francês de nome José Mateus Fuchini.

Escolas Particulares séc. XIX Em 1891: Escola de Manuel Lopes da Costa Soares, Escola da “Cadinha”; Escola da “Pega” Escola José Rodrigues; 1893: Prof Moreira Lopes (Escola Primaria e Secundária)

Em 1897, inaugurou-se a Escola do Palheirinho

A Escola Oficial do Palheirinho, foi mais uma dádiva do benemérito avintense Francisco Marques Rodrigues Júnior A sua primeira professora foi a avintense Quitéria Júlia de Sousa, produto do ensino feminino em Avintes; Em 1907, a EOP teve como professor, o celebre Augusto Ladeiro, que organizou o primeiro curso de instrução primária, de 1º grau, para adultos; Crentes nos ideais de iluminação do ensino republicano, a EOP benzeu o seu estandarte em 1907, e deu-lhe o nome de “O Democrata”;

O estandarte “O Democrata”

Em 1909, o parque escolar de Avintes era assim constituído: Cabanões 1♂, 1♀; Palheirinho♂; Cabanões♀ ((Esta Escola Feminina foi fundada por Manuel Lopes da Costa Soares e era administrado pela Câmara de Gaia. Tinha apenas duas alunas internas…”); Eram Profs. das Escola de Avintes: António de Oliveira Reis (tem prof. ajudante), Augusto Ladeiro (tem prof. ajudante) e Elisa Augusta Lopes Ribeiro

Professores de Avintes, em 1915 Nesta data, eram professores em Avintes: Viriato de Almeida; Abel Ribeiro da Silva; D. Carlota Magalhães; D. Quitéria de Sá; D. Adriana Pinto Brandão

Em Abril de 1916, inaugurou-se a Cantina Escolar de Avintes Em Abril de 1916, inaugurou-se a Cantina Escolar de Avintes. O seu objectivo era socorrer as crianças pobres com roupas e alimentos.

Em 1927, inaugurou-se a Escola do Magarão Em 1927, inaugurou-se a Escola do Magarão. Esta Escola foi construída e doada pelo médico avintense Dr. Adelino Gonçalves Gomes. A sua primeira professora foi a filha do doador, a D. Dália Gomes dos Santos. .

Nos anos trinta do séc. XX Foi inaugurada, em 1934, a Escola de Aldeia Nova cujo terrena foi oferecido pelo Dr. Laurentino Oliveira Reis. Durante muitos anos, foi professora desta escola a D. Maria Adelina. Em 1936, iniciam-se as aulas na Escola da Mata, em edifício cedido pelo benemérito Joaquim Santos Guimarães. e, finalmente, seguiram-se os novos edifícios das escolas de Espinhaço, Fontiela, Magarão, Cabanões e Aldeia Nova.

Nas décadas de 60 e 70, arrancou a Tele-Escola em Avintes O seu objectivo foi facultar aos mais carenciados a continuidade dos seus estudos. Entre outros, não podemos deixar de nomear um dos seus principais animadores: o Prof. Américo Augusto Esteves.

A partir de 1979, novo impulso foi dado ao pré- ensino com a criação da Rede Pública dos Jardins de Infância, em Avintes. Magarão; Fontiela; Cabanões; Aldeia Nova; Espinhaço.

De 1935 a 1996, ensinaram em Avintes cerca de 170 professores e professoras…

…e muitos milhares de alunos

E, em 15 de Setembro de 1997…inaugurou-se a Escola EB-2/3 de Avintes Dez anos são passados na caminhada, na experiência, nos ajustamentos e na resolução dos problemas nossos de cada dia mas, hoje, nesta cerimónia de profissão de fé no poder que o saber dá às futuras gerações, através do ensino, pensamos que o território educativo da Escola EB-2/3 de Avintes poderá afirmar: – jurei que havia de crescer mas, dez anos, é pouco tempo para que a árvore cresça em todo o seu esplendor.

Bibliografia e Fontes O Ensino em Avintes . Avintes: Edição da Comissão da Festa da Broa,1996 GONDIM, Inocêncio Osório Lopes – “Avintes e as suas Antiguidades”. Junta de Freguesia de Avintes: Avintes, 1985; Grilo de Gaia. 31 Dezembro 1891 Apontamentos Estatísticos :Instrução Primária. Câmara Municipal de Gaia, 1909, 76 Terra Portuguesa - Órgão do Partido Republicano Português - Gondomar, 1915 COSTA, Barbosa da – Subsídios para a história do ensino em Avintes. Abientes..Avintes: União Académica de Avintes, 1998, p4 PEREIRA, João Alves Pereira – A Cantina Escolar e o Sentimento da Pátria. Porto: Edição de Autor, 1916