CONSCIÊNCIA CRÍTICA E FILOSOFIA

O DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA Consciência – o desenvolvimento dessa característica mental nos permite estar no mundo com algum saber – “com-ciência”.

Biologia classifica o homem atual como homo sapiens sapiens – ser que sabe que sabe, ou seja, o homem toma posse de seu próprio saber. O homem, portanto, é um ser aberto, relacionando-se com o mundo e consigo mesmo.

Consciência pode centrar-se no próprio sujeito - interioridade ou sobre os objetos exteriores – alteridade Há duas dimensões no processo de conscientização: a consciência de si e a consciência do outro

Consciência de si = concentração nos estados interiores do sujeito – exige reflexão (falar, criar, afirmar, propor, inovar) Consciência do outro = concentração nos objetos exteriores – exige atenção (escutar, absorver, reformular, rever, inovar.

Despertar da consciência crítica ou senso crítico depende do harmonioso crescimento dessas duas dimensões – a reflexão sobre si e a atenção sobre o mundo

O principal veículo do processo de conscientização é o PENSAMENTO. Etimologicamente, PENSAR significa avaliar o peso de alguma coisa – o pensamento tem como missão tornar-se avaliador da realidade. É a FILOSOFIA que possibilita esse pensar crítico – desejar a verdade, amar a sabedoria.

FILOSOFIA Afinal o que é a filosofia? “A filosofia é o desenvolvimento e uso do saber em benefício do homem” Platão Etimologicamente é formada por dois termos gregos: filos, que traduz a idéia de amor, amizade, e sofia, que significa sabedoria.

O que é senso comum? “Consiste em uma série de crenças admitidas por um determinado grupo social e que seus membros acreditam serem compartilhados por todos os homens” Chaim Perelman

Muitas das noções do senso comum escondem idéias falsas, parciais, preconceituosas (ditados populares). Outras podem revelar uma profunda visão de vida – sabedoria popular. Principal característica do senso comum – FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO, isto é, as pessoas não sabem o porquê dessas noções.

O PAPEL DO CONHECIMENTO FILOSÓFICO O saber filosófico designava desde a Grécia Antiga, a totalidade do conhecimento racional desenvolvido pelo homem – INTERESSAVA CONHECER TODA A REALIDADE SEM DIVIDÍ-LA EM OBJETOS ESPECÍFICOS DE ESTUDO.

Idade Moderna – Amplo campo filosófico entrou num processo de redução. A realidade a ser conhecida passou a ser dividida, recortada, despertando estudos especializados. Era a separação entre ciência e filosofia. Muitas ciências se desprenderam do tronco comum da árvore abrangente da filosofia.

Ao se constituirem por um processo de especialização, essas ciências passaram a direcionar suas investigações a certos campos delimitados – Matemática, Biologia, Física, Sociologia, Psicologia, Antropologia...

Os dias atuais caracterizam-se como a “era dos especialista” O problema da especialização extrema é que ela conduz a uma pulverização do saber, à perda da visão mais ampla do conhecimento humano.

Neste contexto, a Filosofia passou a ter um papel, entre outros, de recuperar a unidade do saber, questionar a validade dos métodos e critérios adotados pelas ciências, isto é, desenvolver o trabalho de reflexão sobre os conhecimentos alcançados por todas as ciências.

A Filosofia procura as respostas à finalidade, ao sentido e ao valor da vida e do mundo. Pertence à Filosofia o estudo geral dos seres, do nosso conhecimento do valor das coisas – fundamentos do saber científico, lógica, política, ética, estética, etc.