Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista

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Transcrição da apresentação:

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista TEMA: ESCOLA E SEXUALIDADE

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista Nas sociedades pré-modernas, a denominação de sodomita era empregada a todos e todas que tinham práticas anti-naturais: onanismo, coito anal, cunilingus, felação. Há uma forte associação entre natureza e comportamento social em que o segundo é determinado pelo primeiro.

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista O advento da modernidade dá uma reviravolta nas concepções de mundo ao reconhecer a individualidade e buscar um consenso público que equacione a liberdade individual. Separação drástica entre natureza e sociedade.

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista O projeto republicano moderno de universalização do direito exige a laicidade do espaço público e a conjugalidade da esfera privada numa separação nítida entre o que é regulado publicamente e privadamente. A constituição dessas duas esferas com suas regulações específicas transfere para o âmbito privado a intimidade.

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista O público é constituído como âmbito em que o homem se identifica com a cidadania na qual se restringem os interesses privados em nome da igualdade pública universal. O cidadão é o reconhecimento da universalização da igualdade de direitos de todos os indivíduos.

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista A vida privada é confinada ao lar e torna-se lugar de proteção para a individualidade. Há uma alteração significativa da conjugalidade monogâmica ao se identificar a nupcialidade com o amor romântico a ser exercido pelo casal na manutenção da vida doméstica.

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista Conjugalidade: um homem deve desposar uma mulher e gerar uma prole (sexo reprodutivo). Amor romântico: as relações devem ser precedidas pela escolha desejosa entre os nubentes que tornam público o seu consentimento em viver juntos (aproximação do amor e do sexo).

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista Casamento civil: a instituição do casamento civil é a expressão da laicidade do registro da vida civil em que as partes envolvidas assumem consensualmente o compromisso (nupcialidade responsável e civilmente capaz)

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista A vida pública é organizada em torno a um conjunto de instituições que se tornam mediadoras dos processos de socialização e que permitem o usufruto da igualdade social e o reconhecimento do mérito individual.

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista Higienismo: política sanitária que busca promover, por um lado, a organização do espaço público através da urbanização e controle populacional e, por outro lado, a organização do espaço privado do lar na exigência que a casa e seus ocupantes sigam os padrões de higiene exigidos pela sociedade industrial (ênfase no discurso científico e eugenista)

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista Há uma pluralização de espaços disponíveis para a socialização e convivência dos cidadãos e que transparece numa cidade: Urbanização das vias públicas Embelezamento com os jardins e parques Construção de edifícios públicos neoclássicos pomposos Edificação de lugares de lazer e convivência social como clubes, teatros, cinemas

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista Escola republicana: torna-se a instituição responsável pela passagem da esfera privada à esfera pública por romper o egocentrismo da criança ao tornar-la um ser altruísta e socialmente responsável com a manutenção das formas sociais de regulação.

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista A escola republicana, laica e universal torna-se exemplo do prédio organizado segundo os princípios higienistas por sua arquitetura, por sua organização e salubridade das salas de aula, pela centralidade dada ao conhecimento e pela disciplinarização dos corpos dos alunos.

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista A escola deve educar a criança para a vida cidadã. Tornando-o capaz de reproduzir as relações sociais como um todo e a si como um indivíduo a partir de seu compromisso moral com o bem comum. A missão da escola é aperfeiçoar a vida da família e de outras instituições.

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista Essa dualidade entre espaço público de encontro da cidadania e espaço privado da conjugalidade transparece na heteronormatividade da vida cotidiana e torna a escola lugar de modelação dos corpos para a vida pública.

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista Contraditoriamente, o termo homossexual surge em 1869 para amparar as relações entre pessoas do mesmo sexo e contrapor-se, assim, aos termos impregnados com conteúdos morais: invertidos, sodomitas, pederasta, entre outros.

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista Devido aos princípios higienistas, entretanto, o termo, que deveria servir para designar imparcialmente indivíduos do mesmo sexo que se relacionavam, passa a servir para designar os que se contrapunham a conjugalidade por não poderem dispor da procriação e, portanto, compor uma família.

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista Os termos homossexual e heterossexual, por reduzir identidade de gênero à identidade sexual, provocam: a legitimação da heteronormatividade social culpabiliza a expressão homoerótica na razão direta da discordância entre identidade de gênero e identidade sexual naturaliza o distanciamento da esfera pública da esfera privada.

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista Hierarquia de gênero

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista A masculinidade cúmplice é o representante do ideal masculino disponibilizado socialmente por seus símbolos identitários A masculinidade subordinada distancia-se desse ideal por não portar os seus símbolos de forma acintosa, mas compartilha com esse a pactuação em torno a heteronormatividade

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista Os homossexuais masculinos estão na escala mais desvalorizada da masculinidade por romperem visivelmente com a heteronormatividade A feminilidade subordinada é complementar à masculinidade hegemônica e está orientada a satisfazer os interesses e os desejos dos homens (submissão, maternidade e afetividade)

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista A feminilidades enfática rejeita a totalidade do clichê da feminilidade subordinada, mas o reproduz como convenção a impedir a emersão de um outro feminino não subordinado A feminilidade resistente é a que busca não se subordinar e inclui as feministas, as lésbicas, as solteironas, as bruxas, as prostitutas

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista A escola reproduz essas desigualdades apontadas pela hierarquia de gênero ao manter práticas sexistas e homofóbicas em seu interior

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista SEXISMO: atitude de discriminação fundamentada no sexo Ex.: falocracia, machismo, misandria, misoginia são modalidades de sexismo. HOMOFOBIA:rejeição ou aversão a homossexual e a homossexualidade Dicionário Houaiss

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista A homofobia é um forma de sexismo? Sistema sexo/gênero, identidade e orientação sexual

Homofobia ou heterosexismo? Heterocentrismo Homonegatividade Homopreconceito Heteronormatividade Década de 30, estudos biométricos sobre comportamento desviante. In.: TREVISAN(2000)

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista Homofobia (1971) é a hostilidade geral, psicológica e social com aqueles e aquelas que se supõem desejar a indivíduos de seu próprio sexo ou tem práticas sexuais com eles. Forma específica de sexismo, a homofobia rechaça também a todos que não se coadunam com o papel predeterminado por seu sexo biológico. Construção ideológica consistente na promoção de uma forma de sexualidade (hetero) em detrimento de outra (homo). A homofobia organiza uma hierarquização das sexualidades e extrai delas conseqüências políticas. (BORRILLO, 2001, 36)

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista Lesbofobia Transfobia Gayfobia Homofobia

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista A homofobia irracional: forma brutal de violência movida irracionalmente que encontra suas origens nos conflitos individuais. (Homofobia individual) A homofobia cognitiva: forma cotidiana de violência eufêmica que tem suas raízes na atitude de desprezo para com o outro que rompe com a heteronormatividade compulsória. (Homofobia Social) Febrônio Ìndio do Brasil, desviante internado por 50 anos no manicômio judiciário. In.: TREVISAN(2000)

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista Por seu caráter de vigilância de gênero, a homofobia atinge: Especificamente a gays, lésbicas, bisexuais, travestis e transexuais. Geralmente a todos e todas por se submeterem à Masculinidade Hegemônica. TREVISAN(2000)

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista As mulheres, portanto, são vítimas da Homofobia E as lésbicas são duplamente vítimas por serem mulheres e lésbicas Aprofunda-se um duplo silenciamento sexual e de gênero das lésbicas, o que as invisibiliza como vítimas da violência lesbofóbica.

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista As travestis e as transexuais por romperem a isomorfia sexo/gênero são as maiores vítimas da homofobia. A transfobia é a reiteração de um forma específica de heterosexismo que se materializa muitas vezes como ato irracional de ódio à experiência não heterossexual. São as travestis e as transexuais as maiores vítimas de crimes hediondos para com a população GLBT.

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista Segundo o Grupo Gay da Bahia (GGB), no Brasil, no ano de 2007, houve 122 assassinatos de GLBT. 73% profissionais do sexo 65% menores de 21 anos Só nos três primeiros meses de 2008 já foram registrados 45 homicídios contra GLBTs

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista O Brasil é o campeão mundial de crimes homofóbicos com 122 assassinatos, seguido do México com 35 homicídios por ano e Estados Unidos, com 25.

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista Segundo a UNESCO, 44,9 dos alunos de Vitória e 40,9 de São Paulo não querem ter um colega de classe homossexual. Segundo a UNESCO, bater em homossexuais para os alunos é menos violento que atirar em alguém, estuprar, usar drogas, roubar e andar armado.

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista Rio de Janeiro, 2004: entre 15-18 anos: 40,4% foram discriminadas na escola por serem homossexuais, bissexuais, travestis, transexuais.   São Paulo, 2005: 32,6% identificaram a escola e a faculdade como espaços de marginalização e exclusão de LGBTT (perde só para “amigos e vizinhos” - 34%); 32,7% afirmaram ter sofrido discriminação por partes de professores(as) ou colegas. Belo Horizonte, 2005: 34,5% declararam sofrer na escola freqüentes ou eventuais discriminações homofóbicas instituição com maior freqüência de homofobia (perde para “locais públicos” e “de diversão”) JUNQUEIRA, (2008)

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista Anistia Internacional informa que nos EUA: Estudantes LGBTT: 26 insultos/dia 80% sofrem “grave isolamento social” 53% ouvem comentários homofóbicos por parte de professores e da administração 28% deixam a escola antes de obter o diploma (heteros: 11%) 9% são vítimas de agressão física Docentes: não intervêm em 97% dos casos podem ser demitidos se LGBTT (40 estados) National Gay and Lesbian Task Force Institute: 42% dos/as jovens homeless são LGBT (700 mil) 25% deles/as: expulsos/as de casa por sua família JUNQUEIRA, (2008)

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista Na escola, a homofobia se faz presente.... Livro didático Currículos Relações pedagógicas Chamada Brincadeiras e piadas “inofensivas” Bilhetes, carteiras, quadras, banheiros, Orkut Brigas e omissão Rotinas: ameaças, humilhações, intimidações, marginalização, exclusão... JUNQUEIRA, (2008)

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista Na escola, a homofobia se faz presente a partir do modelo hegemônico da masculinidade.... Os meninos devem exorcizar de si a feminilidade e a homossexualidade Devem ostentar atitudes viris, agressivas e crenças sexistas e homofóbicas Carreiras profissionais Dificuldade de demonstrar afeto Paternidade (ir)responsável “Masculinização da violência” Dificuldade p/ cuidar da própria saúde etc. JUNQUEIRA, (2008)

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista O heterosexismo restringe a participação política e o acesso a direito de pessoas LGBT: Homofobia Clínica Homofobia Antropológica Homofobia Liberal Homofobia Burocrática Homofobia Nazi

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista O heterosexismo, o racismo e outras formas de intolerância se conjugam na sobredeterminação da exclusão social. Pode-se associar orientação sexual e pertencimento étnico-racial quando se percebe que são as travestis pardas e negras que são as maiores vítimas de crimes hediondos.

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista O heterosexismo pressupõe que: a homofobia seja compulsória a homofobia seja elemento constitutivo da identidade masculina a homofobia seja guardiã do diferencialismo sexual a homofobia evite a desintegração psíquica e social a homofobia seja internalizada

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista A homofobia é resultante da laicidade pública e da restrição da vida privada à conjugalidade monogâmica e heteronormativa. Aos homossexuais só resta a vida doméstica que escapa a visibilidade pública e não pode ser percebida como espaço de constituição dos interesses públicos.

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista A domesticidade é extendida ao mundo público e torna-se via de acesso e do reconhecimento em que a entrada e a permanência se dá por redes de relativa invisibilidade social.

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista Combater a homofobia é opor-se a naturalização de sua invisibilidade para que se reconheça a legitimidade da diferença que não apenas os indivíduos LGBTs portam, mas que atravessa todo o sistema sexo/gênero.

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista A questão da diferença e sua inclusão não é apenas uma ação dos ou com os indivíduos “diferentes”, mas que se exerce na totalidade da sociedade contra suas estruturas hegemônicas sexistas, homofóbicas e heterocentradas.

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista Ampliar os espaços públicos de participação de LGBTs é um desafio não apenas por mais visibilidade, pois visibilidade é uma estratégia de luta e não um fim em si. Ser visível é articular esferas privadas e públicas, romper o silêncio que nos cerca e tornar a inclusão uma bandeira mais política e não apenas psi. Lutar pela igualdade sempre que as diferenças nos discriminem, lutar pelas diferenças sempre que a igualdade nos descaracterize. BSS

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista Ampliar os espaços públicos de participação de LGBTs é um desafio contra-hegemônico de reconhecimento da liberdade individual e da igualdade coletiva como expressões republicanas de uma sociedade mais fraterna e menos violenta.

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista Um reconhecimento não apenas como consumidor....

Sexismo, Homofobia e Instituição: um panorama da escola sexista Bibliografia ABRAMOVAY, Miriam. et alli. Juventude e Sexualidade. Brasília: UNESCO, 2004. BORRILLO, Daniel. Homofobia. Barcelona: Ediciones Bellaterra, 2001. BERNOS, Marcel. et alli. O Fruto Proibido. Lisboa: Edições 70, 1991. CARRARA, Sérgio; VIANNA, Adriana R. B.. "Tá lá o corpo estendido no chão...": a violência letal contra travestis no município do Rio de Janeiro. Physis ,  Rio de Janeiro,  v. 16,  n. 2, 2006 .  Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312006000200006&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 17  Maio  2008. doi: 10.1590/S0103-73312006000200006 DOVER, Kenneth. A Homossexualidade na Grécia Antiga. São Paulo: Nova Alexandria, 1994. HEILBORN, Maria. et alli. O Aprendizado da Sexualidade: reprodução e trajetórias sociais de jovens brasileiros. Rio de Janeiro: Garamond e Fiocruz, 2006. JUNQUEIRA, Rogério. A escola na construção da cidadania: o reconhecimento da diversidade sexual e o enfrentamento à homofobia. Disponível em: www.undimemg.org.br/Arquivos/Apresentacoes_Seminario/A%20Escola %20na%20Construção% 20 da%20Cidadania.ppt. Acesso em 22 Maio 2008. NAPHY, William. Bord To Be Gay: história da homossexualidade. Lisboa: Edições 70, 2004. PERROT, Michelle. et alli. História da Vida Privada, 4:da Revolução Francesa à Primeira Guerra Mundial. São Paulo: Companhia das Letras, 1991. RICHARDS, Jeffrey. Sexo, Desvio e Danação: as minorias na Idade Média. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993. SPENCER, Colin. Homossexualidade: uma história. Rio de Janeiro: Record. 1996. TAMAGNE, Florence. Mauvais Genre?: une histoire des representations de l’ homossexualité. Paris: Lamartiniere, 2001. TREVISAN, João, Devassos no Paraíso: a homossexualidade no Brasil, da colônia à atualidade. Rio de Janeiro: Record, 2000. WELZER-LANG, DANIEL. A construção do masculino: dominação das mulheres e homofobia. Rev. Estud. Fem. ,  Florianópolis,  v. 9,  n. 2, 2001 .  Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2001000200008&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 17  Maio  2008. doi: 10.1590/S0104-026X2001000200008