PAULO WADT, Embrapa Rondônia DAVI J. SILVA, Embrapa Semiárido

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Transcrição da apresentação:

ANÁLISE FOLIAR COMO FERRAMENTA COMPLEMENTAR NA RECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO DE CULTURAS AGRÍCOLAS PAULO WADT, Embrapa Rondônia DAVI J. SILVA, Embrapa Semiárido RENATO PRADO, Unesp Jaboticabal

Diagnose foliar (análise química foliar): Para que serve? É possível usar a análise foliar para a recomendação de adubação?

As diferentes diagnoses foliares Diagnóstico visual: danos morfológicos com grande impacto na produtividade ou na qualidade dos produtos Diagnóstico quantitativos (baseados na disponibilidade crescente do nutriente) (nível crítico/faixa de suficiência): limitações nos processos fisiológicos com médio a grande impacto na produtividade/qualidade Diagnósticos baseados no balanço nutricional (DRIS. CND): pouco a médio impacto na produtividade/qualidade

Prognósticos Diagnóstico visual: adição/correção do nutriente faltante/excessivo resulta em expressiva melhoria da condição nutricional da cultura Diagnóstico quantitativo: manejo (adição/redução) do nutriente deficiente ou tóxico melhora sensivelmente as condições de desenvolvimento da planta. Diagnóstico baseado no balanço: dezenas de fatores interagem simultaneamente, afetando o equilíbrio fisiológico, tornando o ajuste difícil.

As diferentes diagnoses foliares Diagnóstico visual: danos morfológicos com grande impacto na produtividade ou na qualidade dos produtos Diagnóstico quantitativos (baseados na disponibilidade crescente do nutriente) (nível crítico/faixa de suficiência): limitações nos processos fisiológicos com médio a grande impacto na produtividade/qualidade Diagnósticos baseados no balanço nutricional (DRIS. CND): pouco a médio impacto na produtividade/qualidade

Método baseado no teor (quantidades crescentes disponibilizadas)

Prognósticos Diagnóstico visual: adição/correção do nutriente faltante/excessivo resulta em expressiva melhoria da condição nutricional da cultura Diagnóstico quantitativo: manejo (adição/redução) do nutriente deficiente ou tóxico melhora sensivelmente as condições de desenvolvimento da planta. Diagnóstico baseado no balanço: dezenas de fatores interagem simultaneamente, afetando o equilíbrio fisiológico, tornando o ajuste difícil.

As diferentes diagnoses foliares Diagnóstico visual: danos morfológicos com grande impacto na produtividade ou na qualidade dos produtos Diagnóstico quantitativos (baseados na disponibilidade crescente do nutriente) (nível crítico/faixa de suficiência): limitações nos processos fisiológicos com médio a grande impacto na produtividade/qualidade Diagnósticos baseados no balanço nutricional (DRIS. CND): pouco a médio impacto na produtividade/qualidade

Como transformar os diagnósticos em prognósticos? Ajustes complexos baseados no histórico da área (adubações utilizadas x manejo cultural x diagnóstico nutricional) Ajustes simples baseados em tabelas de adubação

Análise de solos – mangueira semiarido pH em água: 6,8. Alumínio, cálcio, magnésio, potássio e sódio trocáveis em solução de Melich-1 (cmol kg-1): 0,05; 3,3; 0,9; 0,21 e 0,02, respectivamente. Fósforo disponível em Melich-1 (mg kg-1): 28. Acidez potencial a pH 7 (cmol kg-1): 0,50. Saturação por bases: 90%. Carbono orgânico oxidável (dag kg-1): 0,46. Teores totais de areia, silte e argila (dag kg-1): 90, 4 e 6. Teor de argila natural (dag kg-1): 4. Condutividade elétrica (dS m-1): 2,04.

Adubações de base.... Adubação em julho: 1.200 g/árvore de N na forma de nitrato de cálcio. Em agosto, 1.000 g/árvore de P2O5 na forma de fosfato monoamônio, 600 g/árvore de K2O na forma de sulfato de potássio e 600 g/árvore de MgO na forma de sulfato de magnésio. Em dezembro, as aplicações foram de 500 g/árvore de N na forma de uréia, 1.500 g/árvore de P2O5 na forma de superfosfato simples, 500 g/árvore de P2O5 na forma cloreto de potássio e 600 g/árvore de MgO na forma de sulfato de magnésio. Cada árvore também recebeu 3.000 g de calcário e 1.000 g de gesso, junto a adição de 40 L de esterco e 20 L de composto

Adubações complementares Via foliar foi aplicado 150 g/ha da mistura de adubo foliar com composição de 7,1% de cálcio, 5,7% de enxofre, 1,8% de boro; 0,8% de cobre, 2,0% de manganês, 0,1% de molibdênio e 9,0% de zinco. Aplicou-se também três vezes fertilizante foliar na base de quelatos orgânicos para o fornecimento adicional de sulfato de zinco, ácido bórico e borato de cálcio

Diagnose foliar Nutriente Índice Dris   Estado Nutricional N 0,46 Excesso P 1,02 Maior excesso K -0,21 Equilibrado Ca -0,61 Maior Insuficiência Mg 0,45 B -0,60 Insuficiência Zn -0,16 Fe 0,10 Mn -0,55 Cu -0,04 Macronutrientes (g kg-1): N (21,1), P (1,9) K (9,1), Ca (15,6) e Mg (3,4). Micronutrientes (mg kg-1): B (49), Cu (49), Fe (133), Mn (322) e Zn (35). Ao realizar o diagnóstico nutricional desse pomar chegou-se a seguintes informações: Ordem de Limitação Nutricional: Ca< B< Mn< K< Zn< Cu< S< Fe< Mg< N< P. IBNm: 0,38.

Prognostico baseado no histórico: Portanto, a recomendação geral indica a necessidade de aumentar a disponibilidade de Ca, B e Mn e de reduzir a disponibilidade de N e P. Avaliando a textura do solo, trata-se de um solo arenoso, com pH próximo a 7 na camada superior e saturação de bases de 90%, com teor de cálcio de 3,3 cmol kg-1. Nas adubações, tem sido aplicado calcário e gesso, além de cálcio via foliar e também na adubação no solo junto com a fonte de nitrogênio. Portanto, a disponibilidade de cálcio poderia ser aumentada melhorando o fluxo de massa deste elemento do solo para as raízes, manejando melhor a lâmina de irrigação. A utilização de fertilizantes com maior potencial de acidificar o solo também poderia ser indicada, pois além de facilitar a solubilização do cálcio já presente no solo, provavelmente ainda na forma de grânulos de calcário e, ou gesso, ajudaria a reduzir o pH do solo e assim melhorar a disponibilidade do Mn, que também está sendo apontado como um nutriente limitante por insuficiência (Tabela anterior)

Como transformar os diagnósticos em prognósticos? Ajustes complexos baseados no histórico da área (adubações utilizadas x manejo cultural x diagnóstico nutricional) Ajustes simples baseados em tabelas de adubação

Prognósticos Diagnóstico visual: adição/correção do nutriente faltante/excessivo resulta em expressiva melhoria da condição nutricional da cultura Diagnóstico quantitativo: manejo (adição/redução) do nutriente deficiente ou tóxico melhora sensivelmente as condições de desenvolvimento da planta. Diagnóstico baseado no balanço: dezenas de fatores interagem simultaneamente, afetando o equilíbrio fisiológico, tornando o ajuste difícil.

Os prognósticos são corretos?

Obrigado! paulo.wadt@embrapa.br