Temas da sociologia brasileira. In. Sociologia e Sociedade no Brasil. Octavio Ianni
A produção sociológica brasileira nos anos 1945-74. O primeiro diz respeito a crise de transição da sociedade baseada no capitalismo agrário a sociedade na qual o capitalismo industrial adquire preponderância sobre o agrário e todas as outras atividades produtivas.
O segundo refere-se à reinterpretarão da historia social do país, principalmente de algumas das suas fases, nas quais ocorreram mudanças conjunturais ou estruturais significativas.
O terceiro relaciona-se ao caráter da revolução burguesa, ou revolução brasileira, isto é, ao caráter da mudanças sociais, políticas, econômicas e culturais havidas no Brasil no curso da industrialização e ascensão da burguesia industrial.
A progressiva diferenciação interna do sistema socioeconômico, devido à expansão do setor industrial e do terciário, modificou substancialmente a estrutura e a hierarquia das classes sociais. Antes de 1930, a burguesia agrária, associada à comercial e à financeira, controlava o poder político.
Desde 1930, a composição de classes no poder começou a alternar-se Desde 1930, a composição de classes no poder começou a alternar-se. Surgiu nessa época uma aliança de classes sociais urbanas, na qual aquelas burguesias eram parte de um todo que se encontrava em franca diferenciação interna.
E desde 1964 é indiscutível a sua hegemonia e o comando nos assuntos de Estado, Nas relações de produção e na difusão da cultura a todas as classes.
Os interesses da sociologia brasileira pela América Latina cresceu contemporaneamente ao seu interesse pelas ralações interamericanas, principalmente com os Estados Unidos. A preocupação com dependência e imperialismo cresceu de forma particularmente acentuada nos anos 1964-74.
A interpretação e a reinterpretação de problemas e épocas, conforme elas aparecem na produção sociológica do período, mostram que surgiu, pela primeira vez de forma razoavelmente sistemática, a perspectiva político-econômica de classe operária.