Microeconomia A III Prof. Edson Domingues Aula 9

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
MICROECONOMIA I Pedro Telhado Pereira.
Advertisements

Introdução à Microeconomia Grupo de Economia da Inovação – IE/UFRJ
Introdução à Microeconomia Grupo de Economia da Inovação – IE/UFRJ
PARTE II Microeconomia.
Tipos de Indicadores Por Carlos Reis.
Revisão Tarifária Periódica de Distribuidoras de Eletricidade e
Diferenciação Horizontal de Produto
Teoria Econômica do Turismo Aspectos Microeconômicos
Administração de Marketing
Cleber Archanjo de Souza AULA 4 – 23/11/06 ENGENHARIA ECONÔMICA I.
Teoria dos Bens Públicos Prof. Giácomo Balbinotto Neto
Fundamentos de Economia
Introdução à Microeconomia Grupo de Economia da Inovação – IE/UFRJ
Introdução à Microeconomia Grupo de Economia da Inovação – IE/UFRJ
Mercados com Informação Assimétrica
Capítulo 4 Direitos de Propriedade, Externalidades, e Problemas Ambientais.
Investimento e o q de Tobin
CAPÍTULO 8 A FORMAÇÃO DE PREÇOS.
Teoria da sinalização (com base nos slides de Waltenberg, Fábio, Economia Social) Aula 28 de abril de 2014.
Economia e Gestão Financeira
Incentivos no Modelo Principal-Agente Fonte Robert S Pindyck & Daniel L Rubinfeld, Microeconomics, Sixth Edition, 2005.
Modelo de Sinalização no Mercado de Trabalho Michael Spence (1974) Market Signaling, Cambridge, MA: Harvard University Press.
Microeconomia A III Prof. Edson Domingues Aula 5 Bens Públicos
Microeconomia A III Prof
Microeconomia A III Prof. Edson Domingues Aula 6 Incerteza
Microeconomia A III Prof
Microeconomia A III Prof. Edson Domingues Aula 10 Teoria dos Jogos
Microeconomia A III Prof. Edson Domingues
Microeconomia A III Prof. Edson Domingues
Microeconomia I Prof. Edson Domingues Minimização de Custos
Microeconomia A III Prof. Edson Domingues Aula 4 Externalidades
Microeconomia A III Prof. Edson Domingues Aula 9
Microeconomia A III Prof
Microeconomia A III Prof
Microeconomia A III Prof
Capítulo 1 Introdução à administração e às organizações.
Microeconomia A III Prof. Edson Domingues Aula 3 – Bem-Estar
TEORIA DA PRODUÇÃO.
Introdução à Microeconomia Grupo de Economia da Inovação – IE/UFRJ
Mercados perfeitamente concorrenciais Prof. Jorge Mendes de Sousa
Desafios gerenciais Aula 4.
Introdução à Microeconomia
Prof.ª Me. Marcela Ribeiro de Albuquerque
Monopólio e Estratégias de Produtos
Fundamentos de Economia
TEORIA DA PRODUÇÃO E CUSTOS
Alavancagem Financeira Retorno sobre Investimento
DIREITO ECONÔMICO IRAPUÃ BELTRÃO.
TIPOLOGIA DAS INFRAÇÕES
A Restrição Orçamentária
Microeconomia A III Prof. Edson Domingues Aula 8
ELEMENTOS BÁSICOS NA ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO DE CAPITAL
Avaliação Econômica de Projetos TAMANHO
Programação não-linear (aula 2)
Economia da Educação Pedro Telhado Pereira Paulo Oliveira.
Introdução à Microeconomia
MICROECONOMIA I Pedro Telhado Pereira. Apresentação da Cadeira.
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO: Quanto sobra para a empresa?
Prof. João Carlos Bragança
Restrições Orçamentárias
Investimento Prof. Cleiton Silva FSA, 2012.
Produção Aula 8.
12/12/ MICROECONOMIA II P ROFESSORA S ILVINHA V ASCONCELOS 1 PPGEA - UFJF.
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Prof. Sylvio Augusto De Mattos Cruz
Aula 1. Introdução à Inferência Estatística
COMPLEMENTAÇÃO Aula 4 (2) - MICROECONOMIA Prof Isnard Martins
Universidade Federal de Itajubá Uma introdução à Economia Fred Leite Siqueira Campos.
Equilíbrio Geral: Produção Hal R. Varian Intermediate Microeconomics, 8th edition Capítulo 32 Tradução: Sergio Da SilvaSergio Da Silva.
Hold-up Hart, Referências Bibliográficas Paul Milgrom and John Roberts, “Economics, Organization, and Management”, Prentice Hall, Cap. 5 Hart,
Hal R. Varian Intermediate Microeconomics, 8th edition Capítulo 33 Tradução: Sergio Da SilvaSergio Da Silva Bem-Estar.
Transcrição da apresentação:

Microeconomia A III Prof. Edson Domingues Aula 9 1

Mercados com Informação Assimétrica Aula 9 Sinalização O Problema da Relação Agente-Principal 2

Referências VARIAN, H. Microeconomia: princípios básicos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. (tradução da sexta edição americana) Capítulo 36 – Informação Assimétrica PINDYCK, R. S., RUBINFELD, D.L. Microeconomia. São Paulo: Prentice Hall, 2002. (quinta edição) Capítulo 17 – Mercados com Informação Assimétrica 2 2

Sinalização de Mercado Os vendedores podem usar sinais para transmitir informações sobre a qualidade do produto aos compradores, o que reduz os problemas causados pela existência de informação assimétrica. 25

Sinalização de Mercado Sinal Forte Para que seja eficaz, um sinal deve ser mais facilmente transmitido por vendedores de alta qualidade do que por vendedores de baixa qualidade. Exemplo Trabalhadores muito produtivos sinalizam sua qualidade através da obtenção de elevado nível educacional. 26

Sinalização de Mercado Um Modelo Simples de Sinalização no Mercado de Trabalho Suponha Dois grupos de trabalhadores Capazes PMg = a2 Não-Capazes PMg = a1 a2 > a1 Participações no mercado de trabalho b : fração de capazes (1-b) : fração de não-capazes 27

Sinalização de Mercado Um Modelo Simples de Sinalização no Mercado de Trabalho Suponha Função de produção linear Y= a1 L1+a2L2 Mercado de trabalho competitivo 28

Sinalização de Mercado Com Informação Completa w = RmgP Salário dos capazes = a2 Salário dos não-capazes = a1 Com Informação Assimétrica w = produtividade média w = (1-b)a1 +b.a2 29

Sinalização de Mercado Sinalização Através da Educação Visando Reduzir a Informação Assimétrica e = índice de educação (anos de educação superior) Custo de obtenção do nível de educação e Capazes: c2e2 Não-capazes: c1e1 30

Sinalização de Mercado Sinalização Através da Educação Visando Reduzir a Informação Assimétrica Trabalhadores decidem quanto adquirir de educação Firmas decidem quanto pagar por trabalhadores com diferentes níveis de estudo 30

Sinalização de Mercado Sinalização Através da Educação Visando Reduzir a Informação Assimétrica Suponha que a educação não afete a produtividade do trabalhador. Hipótese 1: c2 < c1 . Logo, existe e* tal que: 31

Sinalização Sejam as seguintes escolhas: a2 para capazes com e* Capazes adquirem e* Não-capazes escolhem e = 0 Firma paga a2 para capazes com e* a1 para não-capazes com e = 0 Escolhas são um equilíbrio? Alguém gostaria de mudar? 39

Sinalização Avaliação Custo/Benefício - firma Firma paga pela produtividade marginal, produção é a mesma. Não têm razão para mudar escolha 39

Sinalização Avaliação Custo/Benefício - trabalhadores benefício dos não-capazes ao adquirir e* é menor que o custo benefício dos capazes ao adquirir e* é maior que o custo 39

Sinalização Escolhas são equilíbrio Nenhum trabalhador quer mudar. c2 < c1 implica que educação serve como sinal de produtividades diferentes. Equilíbrio separador: sinalização em que cada um toma uma ação que o separa do outro tipo. 39

Sinalização Equilíbrio separador: sinalização em que cada um toma uma ação que o separa do outro tipo. Ineficiente do ponto de vista social: gasto que não aumenta o produto social educação para produzir um sinal, mas produtividade não é afetada. produção não muda em relação ao equilíbrio sem sinalização. 39

Sinalização Equilíbrio separador Ineficiência devido à externalidade dos não capazes: salário pela produtividade média. Educação como sinalização é um benefício privado mas não social. 39

Sinalização E se capazes possuem custo com educação mais alto (c2 > c1 ) ? Pode ser mostrado que: Todos recebem salário pela produtividade média Equilíbrio agregador: nenhuma sinalização ocorre. 39

Sinalização Na verdade, a educação cumpre dois papéis: aumenta a produtividade e fornece um sinal útil acerca da disciplina e capacidade de trabalho do indivíduo. 40

Sinalização de Mercado Garantias e Certificados Fornecem sinalização que permite identificar produtos de alta qualidade e confiabilidade São instrumentos de decisão eficazes, pois o custo das garantias é muito elevado para os produtores de baixa qualidade 41

O Problema da Relação Agente e Principal - Incentivos Relação de Agenciamento O bem-estar de uma pessoa depende do que outra pessoa faz Agente Pessoa que atua Principal Pessoa que é afetada pelas ações do Agente 52

O Problema da Relação Agente e Principal Incentivos no Contexto da Relação entre Agente e Principal Formulação de um sistema de incentivos que compatibilize os objetivos do agente e do principal—um exemplo Os lucros também dependem da qualidade das peças e da confiabilidade dos trabalhadores. O alto custo do monitoramento faz com que seja difícil avaliar o trabalho do funcionário responsável pela manutenção 63

Receita da Produção de Relógios Azar Sorte Pouco empenho (a = 0) $10.000 $20.000 Muito empenho (a = 1) $20.000 $40.000 64

O Problema da Relação Agente e Principal Incentivos no Contexto da Relação entre Agente e Principal Formulação de um sistema de incentivos que compatibilize os objetivos do agente e do principal—um exemplo O funcionário encarregado da manutenção pode se empenhar muito ou pouco Os lucros dependem da combinação entre empenho do funcionário e outros fatores (azar ou sorte) Os proprietários não conseguem determinar se o funcionário se empenhou muito ou pouco quando o lucro é de $20.000 65

O Problema da Relação Agente e Principal Incentivos no Contexto da Relação entre Agente e Principal Formulação de um sistema de incentivos que compatibilize os objetivos do agente e do principal—um exemplo O objetivo do encarregado da manutenção é maximizar sua remuneração descontados os custos Custo = 0 para pouco empenho Custo = $10.000 para muito empenho w(R) = Remuneração do encarregado da manutenção baseada apenas na produção 66

O Problema da Relação Agente e Principal Incentivos no Contexto da Relação entre Agente e Principal Escolhendo um esquema de remuneração Salário Fixo w = 0: Baixo empenho, a = 0 Receita líquida esperada R = (20.000+10.000)/2= $15.000 (w=0 para facilitar os cálculos; pode ser o salário médio do mercado) 67

O Problema da Relação Agente e Principal Incentivos no Contexto da Relação entre Agente e Principal Escolhendo um esquema de remuneração Se R = $10.000 ou $20.000, w = 0 Se R = $40.000; w = $24.000 67

O Problema da Relação Agente e Principal Incentivos no Contexto da Relação entre Agente e Principal Escolhendo o empenho Alto empenho: w = (0+24.000)/2 - (10.000+10.000)/2 = 2.000 Baixo empenho: w = (0+0) / 2 = 0 67

O Problema da Relação Agente e Principal Incentivos no Contexto da Relação entre Agente e Principal Garantido o Alto empenho Receita líquida esperada = (20.000+40.000)/2-(0+24.000)/2 = 18.000 67

O Problema da Relação Agente e Principal Incentivos no Contexto da Relação entre Agente e Principal Esquema de participação nos lucros w = R - $18.000 se R>$18.000 w = 0 se R<$18.000 68

O Problema da Relação Agente e Principal Incentivos no Contexto da Relação entre Agente e Principal Escolhendo o empenho Alto empenho: w = {(20.000 -18.000)+(40.000 -18.000)}/2 - (10.000+10.000)/2 = 2.000 Baixo empenho: w = (0+20.000-18.000) / 2 = 1.000 67

O Problema da Relação Agente e Principal Incentivos no Contexto da Relação entre Agente e Principal Garantido o Alto empenho Receita líquida esperada = (20.000+40.000)/2-(20.000+22.000)/2 = 18.000 67

O Problema da Relação Agente e Principal Conclusão A estrutura de incentivos que recompensa o resultado obtido por altos níveis de empenho pode induzir os agentes a procurar alcançar os objetivos estabelecidos pelos proprietários. 69

Contratos de Incentivo Um trabalhador é contratado pelo principal para uma tarefa. Apenas o trabalhador conhece o esforço que ele faz (informação assimétrica). O esforço exercido afeta o lucro do principal.

Contratos de Incentivo O problema do principal: desenhar um contrato de incentivo que induza o trabalhador a exercer o esforço requerido para maximizar o lucro do principal.

Contratos de Incentivo e é o esforço do agente. Lucro do Principal Um contrato de incentivo é uma função s(y) especificando o pagamento ao trabalhador quando o retorno do principal é y. Então o lucro do principal é

Contratos de Incentivo Seja a utilidade (de reserva) de não trabalhar. Para fazer o trabalhadro participar, o contrato deve oferecer ao trabalhador a utilidade mínima O custo de utilidade para o trabalhador de um esforço e é c(e).

Contratos de Incentivo O problema do principal é escolher e para maximizar seu lucro. O principal estabelece um contrato que proporciona ao trabalhador sua utilidade de reserva. Assim, ...

Contratos de Incentivo O problema do principal é (restrição de participação) Sujeito a

Contratos de Incentivo O problema do principal é (restrição de participação) Sujeito a Substituindo e resolvendo

Contratos de Incentivo O problema do principal é (restrição de participação) Sujeito a Substituindo e resolvendo O lucro do principal é maximizado quando:

Contratos de Incentivo O contrato que maximiza o lucro do Principal exige um esforço do trabalhador em e* que equaliza o custo marginal de esforço do trabalhador com o pagamento marginal do principal a partir do esforço do trabalhador

Contratos de Incentivo O contrato que maximiza o lucro do Principal exige um esforço do trabalhador em e* que equaliza o custo marginal de esforço do trabalhador com o pagamento marginal do principal a partir do esforço do trabalhador Como o principal pode induzir o Trabalhador a escolher e = e*?

Contratos de Incentivo e = e* deve ser a escolha preferida do trabalhador.

Contratos de Incentivo e = e* deve ser a escolha preferida do trabalhador. Então o contrato s(y) deve satisfazer a restrição de incentivo-compatibilidade;

Contratos de Incentivo - Exemplos (i) Contratos de Aluguel: O principal mantem uma soma fixa R para ele e o trabalhador recebe todo lucro acima de R; i.e. Por quê este contrato maximiza o lucro do Principal?

Contratos de Incentivo - Exemplos Dado o contrato o pagamento do agente é e para maximizar isso o agente deve escolher o esforço tal que

Contratos de Incentivo - Exemplos De quanto deve ser a taxa de aluguel R? O principal deve cobrar o quanto for possível sem levar o agente a não participar, então R deve satisfazer

Contratos de Incentivo - Exemplos (ii) Contratos salariais: em contratos salariais, o pagamento ao trabalhador é w é o salário por unidade de esforço. K é o pagamento fixo. e K torna o trabalhador indiferente entre participar e não participar.

Contratos de Incentivo - Exemplos (iii) Tudo-ou-Nada: Escolha e = e* e receba um fixo L, ou escolha e ¹ e* e receba 0. A utilidade do trabalhador ao escolher e ¹ e* é -c(e), então o trabalhador escolherá e = e*. L é escolhido para tornar o trabalhadr indiferente entre participar e não participar.

Contratos de Incentivo A característica comun de todos os contratos eficientes de incentivo é que eles tornam o agente o beneficiário total dos resíduos sobre os lucros i.e. a última parcela dos lucros ganhos deve beneficiar inteiramente o trabalhador.

Resumo A informação assimétrica cria uma falha de mercado na qual os produtos de baixa qualidade tendem a fazer com que os produtos de boa qualidade saiam do mercado. Os mercados de seguros freqüentemente envolvem informações assimétricas porque o comprador do seguro possui melhores informações a respeito do risco envolvido do que a companhia seguradora. 89

Resumo A informação assimétrica pode tornar mais dispendiosa para os proprietários de empresas o monitoramento exato do comportamento de seus administradores. A informação assimétrica pode explicar a razão pela qual os mercados de trabalho apresentam substanciais níveis de desemprego mesmo quando há trabalhadores tenazmente procurando emprego. 90