Como ler uma imagem Análise da Imagem

Análise da Imagem “Aparentemente nada mais simples nem mais natural do que olhar e compreender uma fotografia, em geral, e de uma fotografia de imprensa em particular, feita como é para captar o olhar do espectador e ser interpretada à primeira vista”. (Martine Joly).

Análise da Imagem Como definimos uma boa fotografia? Em geral ela tem que ser nítida e de boa legibilidade (ou seja boa leitura). “Uma imagem bem legível e, por conseguinte, bem compreensível, é uma imagem sem ruído, sem parasitas, sem ambiguidades, sem dúvidas. Límpida, a boa fotografia de imprensa, “imagem do mundo”colhida no real, confirma assim a idéia de que o mundo em si mesmo é compreensível, previsível, reconhecido e reconfortante” (Martine Joly).

Análise da Imagem Outra definição de boa fotografia é a bem composta (herança de m olhar habituado a composição pictórica em perspectiva). O motivo principal tem que estar centrado, no eixo do nosso olhar. O ponto forte da imagem – presume-se está no centro -.

Análise da Imagem Mais uma regra: a fotografia não cortada. Não fragmentada. Em especial esta regra vale quando falamos de rostos. Mas são apenas convenções, tradições herdadas. No aparente erro da fotografia se encontra sua gramática, sua linguagem. É preciso então se despir destas questões e começar a decupar a imagem.

Análise da Imagem “ A imagem dá origem a uma história, que, por sua vez, dá origem a uma imagem”. (Alberto Manguel). Ler uma imagem é antes de mais nada procurar contextualizá-la em sua época. Ler uma imagem é um ato ou atitude ativa. Desejar ver, desejar ler. A percepção não é a única forma de acesso a uma imagem.

Análise da Imagem “A percepção não se separa da compreensão. Todo ato de ver implica em saber o que se ve.”(Lorenzo Vilches). Portanto, embora uma imagem possa remeter ao visível, toma alguns traços emprestados do visual, de qualquer maneira depende da produção de um sujeito. Devemos estudar como a imagem cria significados.

Análise da Imagem Muitos acreditam que a leitura de imagem seja algo natural: “O fato de o homem ter produzido imagens no mundo inteiro, desde a pré-história até nossos dias, faz com que acreditemos sermos capazes de reconhecer uma imagem figurativa em qualquer contexto histórico e cultural. No entanto deduzir que a leitura da imagem é universal revela confusão e desconhecimento.”(Martine Joly)

Análise da Imagem “O trabalho do analista é precisamente decifrar as significações que a “naturalidade aparente”das imagens visuais implica”. (Martine Joly) Podemos começar pensando nas funções comunicativas da imagem: Estética/arte; identidade; cartaz de estrada; imprensa, publicidade, propaganda, moda, etc.

Análise da Imagem Percebemos porém que isso muitas vezes é insuficiente. “Uma fotografia de imprensa, supostamente deveria ter uma função referencial e cognitiva, mas na realidade, situa-se entre a função referencial e a emotiva”. Também devemos separar a função explícita de uma função implícita. (Pierre Bordieu).

“Em certo sentido (percebido/nomeado) indica até que ponto a própria percepção das formas e dos objetos é cultural e como o que chamamos semelhança ou analogia corresponde a uma analogia perceptiva e não a uma semelhança entre a representação e o objeto: quando uma imagem nos parece semelhante é porque é construída de uma maneira que nos leva a decifrá-la como deciframos o próprio mundo”.