“Sífilis Congênita: aumento de casos e diagnósticos”

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Transcrição da apresentação:

“Sífilis Congênita: aumento de casos e diagnósticos” Carmen Silvia Bruniera Domingues Médica Pediatra, Sanitarista e Mestre em Ciências na área de Epidemiologia

NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 1986 – Sífilis congênita – Portaria MS nº 542, de 22/12/86 - Sífilis em gestante - Portaria MS nº 33, de 14/07/05 2010 – Sífilis Adquirida – Portaria MS N.º 2.472, de 31/08/2010

METAS REGIONAIS PARA A ELIMINAÇÃO – OMS/OPAS Metas de impacto Metas de processo (Cobertura) Sífilis: Taxa de incidência de casos de sífilis congênita: ≤ 0,5 por 1000 nascidos vivos; 2013 – Brasil – 4,7‡ casos por 1.000 NV Cobertura do pré-natal (pelo menos 1 consulta) de ≥95% - (97%* - Brasil) Cobertura da testagem de sífilis em gestantes ≥95% - (89,5%*) Cobertura de tratamento com penicilina em gestantes com sífilis ≥95% (86%‡) Fontes dados Brasil: Brasil /GARP 2014; ‡ Brasil – Sinan - 2014

COBERTURA DE CONSULTA PRÉ-NATAL, POR REGIÃO DE RESIDÊNCIA COBERTURA DE CONSULTA PRÉ-NATAL, POR REGIÃO DE RESIDÊNCIA. BRASIL, 2010/2011.

ESTUDOS DE SOROPREVALÊNCIA Sentinela Parturiente Nacional, jan 2010 a dez 2011 soroprevalência: 0,85% - sífilis Estudo Nascer no Brasil - prevalência de sífilis na gestação e testagem PN, 2011 a 2012 (Rosa MSM Domingues, Célia L Szwarcwald, et al.): - prevalência: 1,02% - sífilis Estudo soroprevalência no Sistema Prisional feminino ESP, ago 2012 a dez 2013 (PE – DST/Aids – Luiza Matida): - soroprevalência: 7,0% sífilis

BRASIL Sífilis em gestantes Sífilis congênita TD = 7,4 gestantes/1.000 NV Sífilis congênita 2007 – 2014* – 65.777 casos SC 5.897 (9%) abortos/natimortos 2013 – 13.705 casos SC TI = 4,7 casos SC/1.000 NV 999(7%) abortos/natimortos

Taxa de incidência de sífilis congênita (TISC) e taxa de detecção de sífilis em gestantes (TDSG) por 1.000 nascidos vivos-ano, segundo ano de diagnóstico. Brasil, 2007 a 2013. ↑ 2,0 vezes ↑ 1,9 vezes

O GRÁFICO QUE SERIA ESPERADO!! Sífilis em Gestantes Sífilis Congênita

Sul ↑ 2,7 x (2,8-7,3) Sudeste ↑ 2,4 x (3,7-8,7) Nordeste ↑ 1,8 x (3,0-5,3) Centro-Oeste ↑ 1,6 x (5,4-8,5) Norte ↑ 1,5 x (4,7-6,9) Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais

Nordeste e Sudeste ↑ 1,9 x (2,7-5,3) (2,7-5,1) Norte ↑ 1,7 x (2,1-3,5) Sul ↑ 2,3 vezes (1,8-4,1) Centro-Oeste ↑ 2,1 vezes (1,5-3,3) Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais

TAXAS DE DETECÇÃO DE SÍFILIS EM GESTANTE E DE INCIDÊNCIA DE SÍFILIS CONGÊNITA, POR UNIDADE FEDERADA, BRASIL, 2013.

Taxa de detecção de sífilis em gestante (TDSG por 1 Taxa de detecção de sífilis em gestante (TDSG por 1.000 nascidos vivos-ano) segundo Unidade Federada. Brasil, 2013. 7,4 Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais

Taxa de incidência de sífilis congênita (TISC por 1 Taxa de incidência de sífilis congênita (TISC por 1.000 nascidos vivos-ano) segundo Unidade Federada. Brasil, 2013. 4,7 Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais

↑ 2,0 vezes ↑ 2,5 vezes Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais

21.382 gestante com sífilis 13.739 sífilis congênita Perfil das gestantes com sífilis e sífilis congênita. Brasil, 2013. 21.382 gestante com sífilis 13.739 sífilis congênita Subnotificação de 25% a 34% (prevalência de 0,85% - 1,02%) 999 (7,3%) abortos e natimortos 2.925 (14%) tratamento inadequado ou não realizado (6,5% - 1.380) 7.753 (36%) diagnóstico de sífilis - 3ºT 5.760 (27%) gestantes com ≤ 19 anos 7.519 (35%) ≥ 8 anos de estudos 2.605 (12%) – cor de pele preta 9.996 (47%) - parda 10.280 (75%) mães realizaram PN (25% sem PN) 6.030 (59%) mães realizaram diagnóstico de sífilis no PN 4.408 (71%) mãe tratamento inadequado 1.124 (18%) parceiro tratado (82%) não tratado Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais

Óbitos por sífilis congênita, em menores de 1 ano de idade, segundo Região e ano do óbito. Brasil, 2000 a 2011. ↑ 2 x ↑ 3 x ↑ 1,4 x ↑ 2,6 x Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais

Taxa de mortalidade perinatal (TMPn) Taxa de mortalidade perinatal (TMPn)* e taxa de mortalidade infantil (TMI)* por sífilis congênita (SC), segundo ano do óbito. Brasil, 2000 a 2013. Aumento de 2,8 vezes Fonte: DataSus *TMPn – por 1.000 nascimentos e TMI por 1.000 nascidos-vivos (NV)

Taxa de mortalidade infantil por sífilis congênita (por 100 Taxa de mortalidade infantil por sífilis congênita (por 100.000 nascidos vivos-ano) segundo Unidade Federada . Brasil, 2011. 3,8 Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais

A transmissão vertical do HIV e/ou da Sífilis deve ser considerada um evento sentinela Cada criança infectada por transmissão vertical pode representar uma falha na identificação da gestante infectada ou na aplicação das medidas profiláticas para diminuir ou evitar a transmissão.

FATORES QUE CONTRIBUEM PARA PERSISTÊNCIA DA SC Acesso e a qualidade da assistência pré-natal: entrada tardia no PN ou diagnóstico de sífilis no 3º trim. (36%); dificuldade na captação e tratamento do parceiro sexual; abandono do pré-natal ou não realização de PN (25%); tratamento incompleto ou não realizado na gestante etc; Populações vulneráveis: adolescentes (27%), usuárias de drogas, vivendo em situação de rua, imigrantes, privadas de liberdade ou parceiras etc; Dificuldade na aplicação da penicilina em unidades de Atenção Básica; Estigma e discriminação relacionado com as infecções de transmissão sexual;

Ultrapassando Barreiras.... Somos Nós !!!!

CONSIDERAÇÕES 1 Oferecer teste para sífilis no PN (1º e 3º T) e no parto. Garantir início do tratamento o mais precocemente possível (ideal até a 20ª semana de idade gestacional). Teste rápido reagente para sífilis é igual a tratamento imediato principalmente para gestantes com maior vulnerabilidade Tratar gestante e seu parceiro sexual concomitante – aplicar penicilina G benzatina nas unidades de atenção básica. Anotar na carteira da gestante os “3D” – Data, Droga e Dose do tratamento da sífilis da gestante e parceiro sexual e orientar a gestante para levar este documento na admissão para o parto.

CONSIDERAÇÕES 2 Sangue do cordão umbilical NÃO deve ser utilizado para o diagnóstico sorológico devido à presença de sangue materno (com anticorpos maternos) e ocorrência de atividade hemolítica, o que pode determinar resultados falsos. NÃO dar alta da maternidade sem conhecimento do resultado do teste materno para sífilis, no momento do parto. Realizar no RN TODOS os exames do protocolo (VDRL, RX de ossos longos, líquor (incluindo o VDRL). Garantir o tratamento completo do RN durante 10 dias (inclusive RN com neurossífilis). Tratamentos interrompidos ou incompletos devem ser reiniciados. Seguir o recém-nascido exposto a sífilis materna pelo menos até 18 meses.

Se não fizermos a lição de casa... ...a cadeia de transmissão vertical da sífilis não quebra

OBRIGADA!