TUBERCULOSE E HANSENÍASE

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“ Crianças nesse mundo hoje passam fome, sofrem com o frio e por faltar um teto choram então a terra também choram o céu quando uma criança fica em silêncio”
Muitas vezes nem precisamos de palavras para identificar uma situação.
Jarbas Barbosa da Silva Jr. Secretaria de Vigilância em Saúde Ministério da Saúde Tuberculose e HIV/aids 19/08/2013.
Transcrição da apresentação:

TUBERCULOSE E HANSENÍASE Disciplina: Medicina de Saúde da Família Naianne Leão Rafaela Roschel Thiciana Bassitt 04 de novembro de 2013

TUBERCULOSE

Introdução Doença infecto-contagiosa; Causada pelo Mycobacterium tuberculosis (BAAR); Transmissão através de aerossóis.

Epidemiologia 90% dos casos ocorre em países subdesenvolvidos; Aproximadamente 80% dos casos ocorre na população economicamente ativa (entre 15 e 59 anos); O Brasil é o único país da América Latina incluído entre as vinte e duas nações responsáveis por 80% do total de casos de TB no mundo; Estima-se que um, em cada quatro brasileiros, esteja infectado pelo bacilo de Koch.

Epidemiologia anualmente, cerca de 90.000 novos casos da doença são notificados ao MS. Pouco mais da metade dos casos (53%) encontra-se relacionado à forma pulmonar bacilífera. As regiões Norte, Nordeste e Sudeste são aquelas que apresentam as maiores taxas de incidência da doença; A mortalidade por TB tem mostrado tendência de redução. Entretanto, a cada ano é observada a ocorrência de 5.500 mortes, sendo a principal causa de óbito entre pessoas que vivem com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS); Essas tendências epidemiológicas estão fortemente associadas às desigualdades sociais: os negros, por exemplo, têm apresentado um risco de morrer 2,5 vezes maior do que os brancos;

Fatores de risco Cor negra; Extremos de idade; Alcoolismo; Desnutrição; Más condições de moradia; Algumas ocupações profissionais; Pacientes imunodeprimidos.

Programas de Controle da TB Prevenção primária com a investigação de contatos e atividades educativas; Do diagnóstico precoce da TB, através da identificação e investigação de SR; Tratamento com esquema básico Descentralizado; Acompanhamento dos portadores da TB e seus contactantes; Coordenação do cuidado (promover uma interação com outros serviços / níveis de atenção.

Programas de Controle Caso suspeito é definido como todo individuo com sintomatologia clinica sugestiva ou seja tosse com expectoração por 3 semanas ou mais e/ou febre, perda de peso, diminuição do apetite somada a imagem radiológica.

Diagnóstico Escarro; Lavado Gástrico; Cultura; Radiografia.

Diagnóstico Teste tuberculínico ( Reação de Mantoux) : 0 a 4 mm – não reator: indivíduo não infectado pelo M. tuberculosis ou com sensibilidade reduzida; 5 a 9 mm – reator fraco: indivíduo vacinado com BCG ou infectado pelo M. tuberculosis ou por outras micobactérias; 10 ou mais mm – reator forte: indivíduo infectado pelo M. tuberculosis, que pode estar doente ou não, e indivíduos vacinados com BCG nos últimos dois anos.

Diagnóstico Um resultado entre 10 e 15 mm é duvidoso no período de até 10 anos depois da última BCG, mas sempre deverá se considerar a possibilidade de infecção pelo M. tuberculosis nas seguintes situações: Se a prova tuberculínica é maior que 15 mm, mesmo que o paciente tenha recebido BCG nos últimos 10 anos; Se a prova tuberculínica é maior que 10 mm e a última BCG foi aplicada há mais de 10 anos; Se o indivíduo esteve em contato com um caso de TB ou existe história familiar de TB (independentemente da vacinação de BCG);

Diagnóstico Pacientes com 2 baciloscopias diretas TB Pulmonar Bacilífera: Pacientes com 2 baciloscopias diretas 1 baciloscopia (+) e cultura (+) 1 baciloscopia (+) e imagem radiológica sugestiva

Diagnóstico Mais imagem radiológica sugestiva TB pulmonar escarro-negativa: Pacientes com 2 baciloscopias (-) Mais imagem radiológica sugestiva Achados clínicos Ou outros exames complementares

Diagnóstico Evidências clínicas Achados laboratoriais TB extrapulmonar: Evidências clínicas Achados laboratoriais Achados histopatológico Cultura (+) de material extrapulmonar

Papel do ambulatório Todo paciente SR deve ser encaminhado a uma UBS para investigação e tratamento; Cabe ao profissional de saúde notificar o caso ao Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN); Tratar como prioridade os pacientes que possuem baciloscopia (+); As UBS devem ter parceria com um laboratório que realiza a pesquisa do bacilo no escarro; Antes de iniciar o tratamento verificar fatores que dificultem a adesão;

Apresentação Clínica A fonte de contagio é um paciente bacílifero ainda não tratado ou em tratamento a menos de 2 semanas

Diagnóstico Diferencial Paracoccidioidomicose; Histoplasmose; Aspergilose; Pneumonias.

Tratamento Regime Fármacos Faixa de peso Unidades/dose Meses 2RHZE Fase intensiva RHZE* 150/75/400/275 Comprimido em dose fixa combinada 20 a 35 Kg 2 comprimidos 4 36 a 50 Kg 3 comprimidos >50 kg 4 comprimidos 4RH Fase de manutenção RH 300/200 ou 150/100 Cápsula 1 cápsula 300/200 2 1 cáp 300/200 + 1 cáp 150/100 2 cápsulas 300/200 As siglas utilizadas significam: R= Rifampicina, H= Isoniazida, Z= Pirazinamida e E= Etambutol

Prevenção Vacina BCG ao nascer Contra indicação: Imunodeficiência congênita ou adquirida, RN com menos de 2kg e crianças com lesões dermatológicas no local.

Quimioprofilaxia RN co-habitantes de foco tuberculoso ativo; Crianças contatos de casos baciliferos não vacinadas com BCG ou vacinadas há mais de 2 anos, com PPD igual ou superior a 5mm; Crianças contatos de casos baciliferos vacinadas com BCG há menos de 2 anos, com PPD igual ou superior a 10mm; Pessoa HIV + e que co-habita com indivíduo com TB pulmonar (BAAR +), quando afastada qualquer tipo de TB ativa; Pessoas HIV +, descartada TB ativa, com resultado de teste tuberculínico (PPD) superior à 5mm;

Quimioprofilaxia Pessoas imunocompetentes com reação tuberculínica recente (até 12 meses), isto é, que tiveram um aumento na resposta tuberculínica de, no mínimo, 10mm, visto que há maior risco de adoecimento nas pessoas recém infectadas;

hanseníase

HANSENIASE- Situando o Problema No mundo: Ocorre de forma endêmica nos países com condições precárias socioeconômicas. Estima-se cerca de 500.000 pessoas acometidas pela doença. No Brasil: Estima – se que haja cerca de 80.000 doentes. Tem apresentado redução significativa de sua prevalência ( de 16,4 por 10.000 habitantes em 1985 para 1,71 m 2004), aproximando-se da meta proposta pela OMS de eliminação da doença como problema de saúde pública, com a redução de sua prevalência para 1 caso por 10.000 habitantes no ano de 2005

O QUE É HANSENÍASE? É uma doença infecciosa, transmitida da pessoa doente para a sadia, através da bactéria Mycobacterium leprae, conhecido como “bacilo de Hansen” . Sua evolução é prolongada e ataca pele e nervos periféricos

VIAS DE TRANSMISSÃO A transmissão acontece no contato íntimo e prolongado com o doente, através das vias aéreas (respiração, espirro, tosse e fala). Pode também ser transmitida através do contato direto com feridas abertas do doente. Importante: Assim que a pessoa começa o tratamento deixa de transmitir a doença. A pessoa com hanseníase não precisa ser afastada do trabalho, nem do convívio familiar.

PERÍODO DE INCUBAÇÃO? Em média de 2 a 5 anos.

QUADRO CLÍNICO Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo com perda ou alteração de sensibilidade;  Área de pele seca e com falta de suor; com queda de pêlos, especialmente nas sobrancelhas; com perda ou ausência de sensibilidade; Sensação de formigamento (Parestesias) ou diminuição da sensibilidade ao calor, à dor e ao tato. A pessoa se queima ou machuca sem perceber. Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas, inchaço de mãos e pés. Diminuição da força dos músculos das mãos, pés e face devido à inflamação de nervos, que nesses casos podem estar engrossados e doloridos.

QUADRO CLÍNICO Úlceras de pernas e pés. Nódulo no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos. Febre, edemas e dor nas juntas. Entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz; Ressecamento nos olhos; Mal estar geral, emagrecimento; Locais com maior predisposição para o surgimento das manchas: mãos, pés, face, costas, nádegas e pernas Importante: Em alguns casos, a hanseníase pode ocorrer sem manchas.

Classificação clínica da hanseníase A hanseníase, para fins de tratamento, pode ser classificada em: Paucibacilar: de 1 a 5 lesões de pele (baixa carga de bacilos): Forma Indeterminada Forma tuberculóide Multibacilar: > de 5 lesões de pele (alta carga de bacilos). forma Dimorfa Forma Virchowiana

HANSENÍASE INDETERMINADA Cor mais clara Diminuição da sensibilidade

HANSENÍASE TUBERCULÓIDE Benigna e localizada Lesões únicas Alterações no nervo

HANSENÍASE BORDERLINE (OU DIMORFA) Lesões maiores Acomentimento dos nervos

HANSENÍASE VIRCHOWIANA Imunidade nula Bacilo se multiplica Quadro grave

diagnóstico Clínico – anamnese + exame físico criterioso Baciloscopia O diagnóstico deve ser feito e classificado como: Paucibacilares (PB): casos com ≤ 5 lesões de pele e ou apenas um tronco nervoso acometido; Multibacilares (MB): casos com > 5 lesões de pele e ou mais de um tronco nervoso acometido.

Estados reacionais São reações do sistema imunológico do doente ao bacilo Mycobacterium leprae Principal causa de lesões dos nervos e de incapacidades provocadas pela Hanseníase. Os estados reacionais, ou reações hansênicas, podem ser de dois tipos: Reação tipo I, ou reação reversa: novas lesões dermatológicas (manchas ou placas) e alterações de cor e edema nas lesões antigas, bem como dor ou espessamento dos nervos (neurites). Reação tipo II, ou eritema nodoso hansênico (ENH): se caracteriza por apresentar nódulos vermelhos e dolorosos, febre, dores articulares, dor e espessamento nos nervos e mal-estar generalizado.

Diagnóstico diferencial Ptiriase alba; Vitiligo; Nevos hipocrômicos; Doenças exantemáticas e reações alérgicas; Carcionama Basocelular; Xantomas tuberosos; Síndrome do túnel do carpo; Neuralgia parestésica.

tratamento Hanseníase tem cura!! O tratamento da pessoa com hanseníase é fundamental na estratégia de controle da doença, enquanto problema de saúde pública. A PQT combate o bacilo tornando-o inviável. PQT: Rifampicina, Dapsona e Clofazimina, com administração associada.

Esquema paucibacilar padrão oms Rifampicina: dose mensal de 600mg (2 cápsulas de 300mg) com administração supervisionada; Dapsona: dose diária de 100mg auto- administrada. Duração do tratamento: 6 a 9 meses Critério de alta: 6 doses em até 9 meses

Esquema multibacilar padrão oms Rifampicina: dose mensal de 600mg (2 cápsulas de 300mg) com administração supervisionada; Clofazimina: dose mensal de 300mg (3 cápsulas de 100mg) com administração supervisionada e uma dose diária de 50mg auto-administrada; Dapsona: dose diária de 100mg auto- administrada. Duração do tratamento: 12 a 18 meses Critério de alta: 12 doses em até 18 meses

Situações especiais Hanseníase e gravidez Hanseníase e Tuberculose Hanseníase e AIDS

Prevenção e tratamento de incapacidades Estas atividades não devem ser dissociadas do tratamento PQT; Acompanhar a evolução do comprometimento neurológico; Orientar atitudes de auto-cuidado nariz, olhos, mãos, pés); Casos que necessitem de cuidados mais complexos devem ser encaminhados para os centros de referência;

Vigilância epidemiológica As atividades de controle da hanseníase são: Descoberta precoce de todos os casos de hanseníase existentes na comunidade Busca ativa e passiva Investigação epidemiológica Tratamento adequado Notificação do caso

Referências bibliográficas Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Controle da hanseníase na atenção básica: guia prático para profissionais da equipe de saúde da família Brasília: Ministério da Saúde, 2001. 84p.: il. – (Série A. Normas e Manuais técnicos; n.111) Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Vigilância em Saúde: Dengue, Esquistossomose, Hanseníase, Malária, Tracoma e Tuberculose / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção a Saúde, Departamento de Atenção Básica . - 2. ed. rev. - Brasília : Ministério da Saúde, 2008. 195 p. : il. - (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica, n. 21).