PATOLOGIAS DE DIFÍCIL DIAGNÓSTICO EM INFECTOLOGIA

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Transcrição da apresentação:

PATOLOGIAS DE DIFÍCIL DIAGNÓSTICO EM INFECTOLOGIA ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS BENEDITO BARRAVIERA Professor Titular de Doenças Tropicais Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos – CEVAP Faculdade de Medicina de Botucatu - FMB Universidade Estadual Paulista - UNESP

ACIDENTE BOTRÓPICO – causado por serpentes do gênero Bothrops

DADOS IMPORTANTES A SEREM AVALIADOS História clínica – condições do acidente Epidemiologia – ambiente, local do acidente, mês de ocorrência, local da picada, sexo do acidentado Quadro clínico – ações do veneno Necrosante Coagulante Vasculotóxico Após concluir o DIAGNÓSTICO CLASSIFICAR O ACIDENTE LEVE, MODERADO OU GRAVE

MEDIDAS GERAIS INDICADAS TRATAMENTO MEDIDAS GERAIS INDICADAS Colocar o doente em repouso absoluto Transportar o mais rápido para Hospital onde há soro Retirar anéis e alianças dos dedos Fazer imunoprofilaxia contra tétano Manter o membro acometido em posição de drenagem postural Internar sempre o doente para avaliação tardia

MEDIDAS GERAIS CONTRA-INDICADAS TRATAMENTO MEDIDAS GERAIS CONTRA-INDICADAS Fazer torniquete ou garrote acima do local da picada Fazer perfurações ou cortes no local da picada Realizar fasciotomia na presença de sangue incoagulável Dar beberagens ao doente (alcoólicas ou não) Realizar teste intradérmico antes de aplicar o soro

LEVE MODERADO GRAVE Manifestações locais (calor, rubor, dor, edema) Discretas Evidentes Intensas Manifestações sistêmicas (hemorragias, choque) Ausentes Ausentes ou presentes Tempo de coagulação Normal Alterado Incoagulável Quantidade de veneno a ser neutralizado 100 mg 200 mg 300 mg Uso do garrote Ausente Ausente ou presente Presente Tempo decorrido até o socorro médico < 6 horas = 6 horas > 6 horas

TRATAMENTO 1-Internar sempre o doente 2-Realizar o Tempo de Coagulação antes e 12 horas após o início do tratamento 3-Limpeza local com KMnO4 4-Manter o equilíbrio hidro-eletrolítico (hidratação adequada) 5-Antibiótico se necessário – cefuroxima 125 a 250 mg por dose, duas vezes ao dia, via oral SOROTERAPIA ESPECÍFICA LEVE – 100 mg de soro antibotrópico IV MODERADO – 200 mg de soro antibotrópico IV GRAVE – 300 mg ou mais de soro antibotrópico IV

FÁCIES MIASTÊNICO OU NEUROTÓXICO

Exemplar de Crotalus durissus terrificus ACIDENTE CROTÁLICO – causado por serpentes do gênero Crotalus Exemplar de Crotalus durissus terrificus

QUADRO CLÍNICO – ACIDENTE CROTÁLICO MODERADO GRAVE Fácies miastênico Discreta ou ausente Evidente Mialgia Presente Visão turva Mioglobinúria Ausente ou presente Oligúria e/ou anúria Ausente Presente ou ausente Tempo de coagulação Normal Alterado Quantidade de veneno a ser neutralizado 150 mg 300 mg ou mais

TRATAMENTO DO ACIDENTE CROTÁLICO Tratamento específico com soro anticrotálico CASOS QUANTIDADE DE SORO Moderados 150 mg (10 ampolas) Graves 300 mg ou mais (20 ampolas ou +) Tratamento de suporte Hidratação adequada, Induzir diurese osmótica, Alcalinizar urina, Reavaliar o tempo de coagulação, Insuficiência renal aguda, Internação do doente

Boa constrictor FAMÍLIA BOIDAE Corallus caninus Eunectus murinus

Epidemiologia é muito importante Exemplar de Loxosceles sp São encontradas no interior de residências, nas grandes cidades e também na zona rural. Estas aranhas são pequenas, de um colorido marrom claro uniforme, medindo entre 8 e 15 mm de corpo, com pernas finas e longas, pelos curtos e escassos. Epidemiologia é muito importante Exemplar de Loxosceles sp

ACIDENTE LOXOSCÉLICO Ações do veneno – Proteolítico e Hemolítico Na forma cutânea, após 12 a 24 horas do acidente, instalam-se no local da picada, dor discreta do tipo queimação, edema e eritema, podendo haver mal-estar geral, febre e exantema do tipo escarlatiniforme. A forma cutâneo-visceral tem manifestações sistêmicas e instala-se em pequeno número de casos, principalmente em crianças. A ação hemolítica do veneno se manifesta por icterícia e hemoglobinúria. A urina torna-se escura, cor de “coca cola”.

TRATAMENTO O tratamento específico do loxoscelismo é feito à base de soro anti-loxoscélico. Está indicado nos acidentes com até 36 horas de evolução. Casos leves – acompanhamento clínico até 72 horas após a picada. Casos moderados – 5 ampolas de soro anti-loxoscélico + prednisona (adultos 40 mg/dia, crianças 1 mg/kg peso durante 5 dias). Casos graves – 10 ampolas de soro anti-loxoscélico + prednisona (adultos 40 mg/dia, crianças 1 mg/kg peso durante 5 dias). O tratamento complementar consiste na limpeza local com antisépticos (permanganato de potássio) e hidratação do doente. Deve-se avaliar a função renal diariamente.

ABELHAS – Apis mellifera

VESPAS SOCIAIS

ACIDENTES COM ABELHAS E VESPAS ABELHAS: Apis mellifera (abelha africanizada) VESPAS: Polibia paulista (paulistinha), Polister versicolor (marimbondo cavalo), Stenopolybia vicina (caçununga) CONDUTA -Remoção dos ferrões – cuidado para não comprimir o ferrão -Controle da dor (meperidina – 2 mg/kg peso corporal) -Combate a reações alérgicas (aminofilina, adrenalina, corticosteróides) -Medidas gerais de suporte (manutenção do equilíbrio hidro-eletrolítico e cuidados com a insuficiência respiratória) -Complicações – (cuidados específicos contra Insuficiência respiratória, insuficiência renal aguda e choque anafilático.

Phoneutria nigriventer

Tityus serrulatus

ACIDENTES COM ARANHAS PHONEUTRIA E ESCORPIÕES TITYUS O veneno tem efeito neurotóxico periférico, sendo a dor no local da picada de instalação imediata, com irradiação para todo o membro atingido. Clínica - dor local intensa Tratamento -Anestésico local – Xylocaina a 2% sem vasoconstritor - 2 a 4 ml aplicação local -O tratamento complementar da dor local pode ainda ser feito com banho de imersão em água morna e pelo uso de dipirona. -Soro anti-aracnídico 5 a 10 ampolas para casos moderados e graves. -Soro anti-escorpiônico 5 a 10 ampolas para casos moderados e graves.

Esta aula está disponível no seguinte endereço: http://www.barraviera.med.br Pela atenção, Muito obrigado !!!