CONTRIBUCÕES PARA UMA ONTOLOGIA DIGITAL III Colóquio Internacional de Metafísica (CIM) de abril de 2009, Natal, Brasil, UFRN Rafael Capurro Hochschule der Medien, Nobelstrasse Stuttgart, Alemania
R. Capurro: Ontología digital2 Índice Introducão A origem grega Esboço de uma ontologia digital Conclusão Bibliografia
R. Capurro: Ontología digital3 Introducão Vivemos em culturas digitais Estar na rede Metafísica e ontologia Heidegger e Cassirer „Esse est computari“
R. Capurro: Ontología digital4 A origem grega O que é o signo? „Indicacão e signo“ em „Ser e Tempo“ Heidegger: „Sofista“ ( ) O „separar“ (khorízein) como ato fundamental da matemática As mathematiká extraídas dos entes naturais (physei ónta)
R. Capurro: Ontología digital5 El origen griego O que é o lugar (tópos)? O lugar como „poder ser presente“ do ente O geométrico como o que não está em seu lugar Pontos, linha e monás
R. Capurro: Ontología digital6 A origem grega háma: ao mesmo tempo khóris: separado háptesthai: tocar-se metaxý: entremeio ephekhés: o seguinte ekhómenon: um depois do outro synekhés: ekhómenon sem entremeio
R. Capurro: Ontología digital7 A origem grega Todo ente (ón) é um hen Separação teológica e tecnológica O “Dasein“ como temporalidade “O sentido mais imediato do ser é o presente” (“das Gegenwärtige“) (Heidegger)
R. Capurro: Ontología digital8 A origem grega Os pontos têm um lugar e podem diferenciar-se um dos outros. Os números não têm lugar, mas se diferenciam entre si. Ambos são separados do ente natural (physis). O ente em sua potencialidade de ser digitalizado não tem um lugar própio ou é atópico enquanto concebido como número.
R. Capurro: Ontología digital9 A origem grega Níveis de abstração: O ente natural (physei ónta): determinado por unidade, lugar e posição (hen, tópos, thetós); o ponto (stigmé): determinado pela atopicidade e posicão (átopos, thetós) assim como pelo toque (synekhés, continuum); a unidade (monás): determinada pela atopicidade e aposicionalidade (átopos, áthetos).
R. Capurro: Ontología digital10 Esboço de uma ontología digital A separacão do número e do ponto se realiza hoje como ‘in-formação’ ou produção de ambos no meio digital. “tudo o que é, é uno” (hen on to pan)
R. Capurro: Ontología digital11 Esboço de uma ontologia digital Tipos de unidade (hen): como totalidade de partes (hólon) (synekhés ek póllon méron on) como algo que antecede a tal totalidade (hen alethós)
R. Capurro: Ontología digital12 Esboço de uma ontologia digital Se, como no caso de Parmênides, o hólon – ou seja a totalidade no sentido de totalidade composta de partes – se desprende do on, não há possibilidade de gênesis e ousía A ontologia digital permite ver somente a monás, mas não o hen (alethós)?
R. Capurro: Ontología digital13 Esboço de uma ontologia digital O ser humano não tem somente a possibilidade de buscar a permanência frente a um ente perene, mas também existir em relacão a um ente que é produzido pela téchne monás, ou seja, por um saber produtivo da unidade numérica.
R. Capurro: Ontología digital14 Esboço de uma ontologia digital O conceito de information retrieval = recuperação da información Como se diferencia a recuperação lógica da recuperação matemática do ente? O número e o lógos deixam aparecer o ente de uma maneira diferente da aparição natural
R. Capurro: Ontología digital15 Esboço de uma ontologia digital A produção tecnológica do ente onto- aritmo-lógico A impressão do ente onto-aritmo- lógico no meio digital khóra, ekmageion, informatio A ontologia digital como ontoaritmética digital
R. Capurro: Ontología digital16 Esboço de uma ontologia digital O hypokéimenon: O que subjaz ao contar? Simplemente a mónas enquanto que ela não está posta (áthetos) O hen como metapredicado
R. Capurro: Ontología digital17 Esboço de uma ontologia digital O ser do hen pode ser entendido desde o ponto de vista do: número: tem a ver com a hyle; do eidos: tem a ver com o lógos, ou com o schéma tes kategorías; da analogia: tem a ver com a relação de um com o outro.
R. Capurro: Ontología digital18 Esboço de uma ontologia digital O ser do hen desde o ponto de vista do número é (para Aristóteles) o originário. O que é uno desde o ponto de vista do número tem também um eidos, mas não vice-versa. A monás é portanto uma forma (entre outras) da unidade hen.
R. Capurro: Ontología digital19 Esboço de uma ontologia digital A atopicidade tópica dos números “intelligentiae separatae“ A mecânica celestial A maquinaria industrial A máquina numérica universal Hermenêutica digital
R. Capurro: Ontología digital20 Conclusão A ontologia digital pensa um código e um meio, o da rede digital global, na qual tem lugar nosso ser-no-mundo em diversas formas de chamar e ser chamados,
R. Capurro: Ontología digital21 Conclusão As quais questionam os limites clássicos da estrutura hierárquica um-todos dos meios de comunicação de massa inventados no século passado em contraposição à estrutura um-um dos meios individuais como o telefone.
R. Capurro: Ontología digital22 Conclusão Se recordarmos a palavra grega mensagem, angelía, podemos dizer que estamos confrontados com una nova situação angelética, cujo fundamento seria la ontologia digital.
R. Capurro: Ontología digital23 Conclusão Chamo angelética a ciência que se ocupa deste fenômeno cujo código é mensagem/mensageiro. A hermenêutica como teoria do compreender pressupõe este fenômeno.