AS AUTARQUIAS E A ECONOMIA SOCIAL Das visões mais ou menos displicentes às intervenções convincentes: a lógica da proximidade como paradigma de eficácia!

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AS AUTARQUIAS E A ECONOMIA SOCIAL Das visões mais ou menos displicentes às intervenções convincentes: a lógica da proximidade como paradigma de eficácia! Rogério Cação

Provocações Inocentes Será correcto falarmos de uma “família” da Economia Social ou deveríamos antes falar de um “bairro” da Economia Social, onde vivem famílias próximas que mal se conhecem e convivem pouco? A sermos uma Família, será que somos daquelas que só se encontra no Natal, a fazer de conta que somos muito felizes?

INCOMODIDADES A maioria da população mundial está parcialmente ou totalmente excluída da participação na produção, distribuição e consumo de bens e serviços Os modelos capitalista e consumista apelam à competição, mas não “socializam” as ferramentas para que todos o possam fazer Com o aumento das tecnologias a necessidade de mão de obra diminui e o grau de exigência aumenta: cada vez há mais gente de fora dos processos produtivos. As virtualidades da Economia Social são geralmente reconhecidas em teoria, mas nem sempre têm consequências políticas e/ou práticas Não temos uma cultura de valorização política da Economia Social O conceito de economia social pressupõe vínculos de parceria e intercooperação que, na realidade, não existem.

TRIVIALIDADES A ideia de ninguém ter razão (haja ou não haja pão) é portuguesíssima. Sobre qualquer assunto, Portugal garante-nos sempre pelo menos dez milhões de razões, cada uma com a sua diferençazinha, cada uma com a sua insolenciazeca do "eu cá é que sei". Não há neste abençoado território um único sujeito, seja eu ou ele cego, surdo e mudo, que não reclame a sua inobjectivável subjectividade. Lá diz o raio do povo, por tratar-se da única coisa em que o povo todo está de acordo, «Cada cabeça, cada sentença». Basta fazer-se uma reunião ou um júri, um governo ou uma comissão, para assistir-se ao milagre da multiplicação das opiniões. Miguel Esteves Cardoso, in 'A Causa das Coisas'

Beliscando conceitos … Economia: Ciência que estuda a produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Economia Social ou Solidária: Modelo económico de produção, distribuição e consumo de bens e serviços centrado no valor ser humano como referência fundamental.

Beliscando conceitos … Definição de Terceiro Sector ( OCDE) Sector entre o Estado e o Mercado, promotor de missões económicas e sociais, que prossegue o interesse público e cujo objectivo final não é a distribuição de lucro

A Economia Solidária e a sua relação com as autarquias Ao contrário da economia de mercado, a de cariz solidário procura valorizar o património, a identidade, os valores e a gastronomia local, garantindo a sua sobrevivência sustentável, tem preocupações ambientais, tenta valorizar a relação com o território em que está inserida a empresa ou instituição - promovendo o desenvolvimento local - e privilegia a interacção entre a prática e a reflexão teórica. RR Amaro A Economia Solidária busca transformar as RELAÇÕES ECONÓMICAS, transformação esta sustentada por VALORES que tratam as necessidades dos seres humanos e as considerem, individual e colectivamente, de forma justa, fraterna e sustentável (ARRUDA, 2004,Cherfem et al, 2007)

IDENTIDADES Valores –Democracia –Igualdade –Equidade –Solidariedade. –Responsabilidade social

IDENTIDADES PRINCÍPIOS –ADESÃO VOLUNTÁRIA E LIVRE –GESTÃO DEMOCRÁTICA PELOS MEMBROS –PARTICIPAÇÃO ECONÓMICA DOS MEMBROS. –AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA –EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO –INTERCOOPERAÇÃO –INTERESSE PELA COMUNIDADE

IDENTIDADES As Autarquias e as organizações de Economia Social são: –Parceiros naturais e incontornáveis –Interventores de proximidade –Promotores de participação cidadã –Construtores de Sociedades mais justas

REALIDADES Experiências extremamente positivas de parcerias de desenvolvimento. Domínios de forte cooperação em momentos concretos: –Habitação –Educação –Solidariedade Social Défice de participação nos processos políticos decisórios Visão subsidiária do papel das organizações da economia social Pouca formação e educação para a economia social

Só para terminar … A Economia Social é já hoje uma constelação de esperanças. Pode mesmo dizer-se que a esperança é um dos seus verdadeiros princípios motores. Por isso, o realismo presente no quotidiano das organizações que a integram, não as impede de viverem em função de um futuro que se quer melhor. Na verdade, ela é uma constelação de esperanças, que busca a sua razão de ser em realidades e problemas concretos. Rui Namorado in A Economia Social: uma constelação de esperanças

Futuro?