Comunicação Pastoral ao Povo de Deus

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Transcrição da apresentação:

Comunicação Pastoral ao Povo de Deus Documento 8 da CNBB 25 de outubro de 1976

Documento que denuncia alguns fatos e procura iluminá-los com a Palavra de Deus; Divide-se em: Fatos; O sentido dos Fatos; Alguns princípios pastorais e novos apelos ao Povo de Deus.

Padre Rodolfo Lunkenbein

No dia da chacina, tinham os atacantes tomado o pátio da Missão, para onde trouxeram preso um dos grupos que estava fazendo a demarcação. O diretor se achava no campo com um grupinho de Bororo iniciando uma lavoura de arroz no cerrado para o sustento da comunidade indígena. Foi chamado com urgência e, ao chegar à missão, percebeu que havia chegado a sua hora. Estavam diante dele os que lhe tinham jurado morte e alguns pistoleiros conhecidos na região. Procurou acalmar os ânimos.

A resposta a atitude pacificadora do Pe A resposta a atitude pacificadora do Pe. Rodolfo foi a violência contra ele, por palavras e ações. Testemunhas oculares contam que, quando o chefe dos atacantes puxou o revólver para atingir o padre, o capitão bororo, ali perto, quis segurá-lo para impedir o crime, mas foi baleado pelas costas deixando-o sem sentidos. O padre, já atingido no estômago, levou a mão à ferida, levantando o braço esquerdo para pedir calma. Seguiu-se, porém, um segundo tiro, sob o braço esquerdo, e um terceiro, no coração. Os poucos índios presentes, atarantados pelo súbito ataque, não puderam, como é fácil imaginar, nem defender-se, nem defender o sacerdote. Um deles, o bororo Simão, teve as entranhas rasgadas por uma faca e à mãe, que ocorrera a socorrê-lo, lhe cravaram uma bala no peito. Rodolfo é logo atendido pelas mulheres presentes e a enfermeira Irmã Margarida, mas morre segundos após. Simão Bororo também morreu. O padre morreu por defender a terra dos índios e o Índio por defender a vida do padre.

Pouco depois da morte do Pe Pouco depois da morte do Pe. Rodolfo e Simão, a área bororo de Meruri foi demarcada. A comunidade indígena conseguiu a posse e o uso exclusivo de sua área. O martírio de Rodolfo e Simão refloresce na vida e é celebrado todos os anos na lembrança.

Sequestro de Dom Adriana Hipólito Dom Adriano vivia na Baixada Fluminense, dormitório desarrumado e sem condições de vida humana, localidade sofrida, desconhecida pelos governantes, manchada pela difamação de certa imprensa e apresentada como cidade violenta. A região encontrou em dom Adriano um pastor solidário à sua gente e à sua sorte, de posição firme nas denúncias sobre o desprezo e a injustiça dirigidos contra Nova Iguaçu e sua população, que ele repetia sempre ser de gente boa, trabalhadora e sacrificada. As pequenas crônicas n’A Folha, semanário da diocese de Nova Iguaçu, relatam os problemas de sua gente sofredora. Os pobres da região tinham a quem recorrer.

Ainda em 1976, no dia 22 de setembro, o bispo dom Adriano Hipólito foi sequestrado, espancado e abandonado despido e com o corpo pintado de vermelho num matagal em Jacarepaguá. Seu carro foi levado, em seguida, até as proximidades da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na Glória, e destruído numa explosão. Na mesma madrugada, o presidente das Organizações Globo, Roberto Marinho, também seria vítima dos terroristas: uma bomba explodiu no telhado da sua residência no Cosme Velho, destruindo parte do segundo andar. O grupo Aliança Anticomunista Brasileira assumiu a autoria de alguns desses atentados, mas nenhum envolvido foi identificado pelas autoridades. Um bloco inteiro do noticiário do Jornal Nacional de 23 de setembro, que seria inteiramente dedicado ao sequestro e à bomba, foi censurado, sem poder ir ao ar.

Assassinato do Padre João Bosco Burnier

O padre João Bosco Penido Burnier foi baleado na nuca por um policial em outubro de 1976 quando defendia duas mulheres que eram torturadas em uma delegacia de Ribeirão Cascalheira (MT), em plena ditadura militar (1964-1985). Padre Burnier estava na delegacia ao lado do hoje bispo emérito da cidade de São Félix do Araguaia (MT), o espanhol dom Pedro Casaldáliga, que escreveu um livro no qual trata o jesuíta como um mártir. A ata na qual a Comissão Especial para os Mortos e Desaparecidos Políticos do Ministério da Justiça reconhece que Burnier foi uma das vítimas do regime militar foi publicada ontem no "Diário Oficial da União".

Segundo a Comissão, o sacerdote "morreu por causas não naturais em dependências policiais por ter participado ou ter sido acusado de participação em atividades políticas". O policial que atirou no padre nunca foi processado porque o regime considerou o fato um acidente. Segundo dom Casaldáliga, testemunha do homicídio, quando ambos chegaram à delegacia para defender as mulheres que eram torturadas, Burnier teve uma grande discussão com os policiais e ameaçou denunciá-los na Justiça antes de ser agredido, golpeado na cabeça com um revólver e assassinado com um tiro na nuca. O bispo emérito relata em um de seus livros que, após a missa de sétimo dia pela morte do padre, a população de Ribeirão Cascalheira foi em procissão até a delegacia, arrombou as portas e as grades e libertou os presos.

Ver: https://www.youtube.com/watch?v=8bo_3rUubEY

Outros fatos: Censura de Dom Helder Câmara; Ação violenta contra várias organizações e Institutos; Diversas prisões arbitrárias, sequestros, maus tratos, tortura...; Ações semelhantes também aconteceram em outros países da América Latina;

O sentido dos fatos: Questiona o que está por traz de todos estes fatos, não condena apenas aquele que puxa o revólver, ou prende as pessoas, mas o sistema que causa violência. Cita alguns fatos: A pobreza sem justiça; A impunidade de policiais criminosos; A má distribuição da terra; A situação dos índios; A segurança nacional e individual.

Alguns princípios pastorais e novos apelos ao Povo de Deus. O ser humano está sempre dividido entre o bem e o mal, por isso é necessária a conversão cristã para se deixar conduzir pelo Espírito Santo; Há aqueles que fazem o mal, sem se dar conta, acreditando que isto é realmente o melhor, para estes é necessário rezar como Jesus: “Pai, perdoai-lhes, por que não sabem o que fazem...”

A Igreja deve seguir o exemplo de Cristo A Igreja deve seguir o exemplo de Cristo. Ela não pode excluir ninguém e deve oferecer a todos, grandes e pequenos, os meios de salvação que recebeu de Cristo. Mas a sua opção ne seus prediletos são os fracos e oprimidos. Não pode ficar indiferente à espoliação do índio expulso de suas terras, à destruição de sua cultura.

Não pode fechar os olhos ante a grave situação de insegurança que vivem os pequenos, ante a fome dos pobres e a desnutrição das crianças. Não pode ignorar os desenraizados, os migrantes que buscam novas oportunidades e que somente encontram abrigo debaixo dos viadutos ou se aninham ao redor das grandes cidades...

Houve um tempo em que nossas pregações ao povo aconselhavam sobretudo a resignação e a paciência. Hoje, sem deixar de fazê-lo, nossa palavra se dirige também aos grandes e poderosos para apontar-lhes suas responsabilidades pelos sofrimentos do povo.

A Igreja não pode ser um poder como os outros poderes A Igreja não pode ser um poder como os outros poderes. Ela não deve confiar na força nem tentar usar as mesmas armas dos poderosos. Sua arma é a cruz! O documento finaliza pedindo a punição dos criminosos dos fatos que se sucederam.