MEDIDAS DA FREQÜÊNCIA DE UMA DOENÇA

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Transcrição da apresentação:

MEDIDAS DA FREQÜÊNCIA DE UMA DOENÇA NIGEL PANETH

MEDIDAS DA FREQÜÊNCIA DE UMA DOENÇA Tradução da 5ª parte do Curso de Epidemiologia I do Dr. Nigel Paneth, feita por Maria Rita Barros Justino, Farmacêutica Bioquímica, pós-graduada em Imunopatologia, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

TIPOS DE FRAÇÕES UTILIZADAS PARA DESCREVER A FREQÜÊNCIA DE UMA DOENÇA RAZÃO = uma fração na qual o numerador não é parte do denominador. Ex: Razão de morte fetal: Mortes fetais/nascidos vivos. Por definição, as mortes fetais não estão incluídas entre os nascidos vivos.

Mortes fetais/ todos os nascimentos. PROPORÇÃO – é uma fração na qual o numerador é parte do denominador. Ex: a taxa de mortes fetais: Mortes fetais/ todos os nascimentos. Todos os nascimentos incluindo os nascidos vivos e as mortes fetais. Os sinônimos para proporções são: RISCO, mas se expresso por 100 é uma PERCENTAGEM. Muitas frações em Epidemiologia são proporções.

TAXA Preferencialmente, é considerada como uma proporção que muda com o tempo, mas na prática, muitas vezes é usada como uma proporção, sem se referir ao tempo (como foi dito previamente para a taxa de mortes fetais).

TIPOS DE MEDIDAS DAS FREQÜÊNCIAS DAS DOENÇAS.   TAXA DE PREVALÊNCIA É dividida em dois tipos: TAXA DO PONTO DE PREVALÊNCIA. TAXA DO PERÍODO DE PREVALÊNCIA.

TAXA DO PONTO DE PREVALÊNCIA Proporção de indivíduos numa população específica com risco de ter uma doença de interesse num dado momento específico de tempo.

TAXA DO PERÍODO DE PREVALÊNCIA É a proporção de indivíduos numa população específica em risco, que tem uma doença de interesse num período específico de tempo. Ex: a taxa de prevalência anual; a taxa de prevalência do tempo de vida. (Quando o tipo de taxa de prevalência não é especificado, ele é usualmente o ponto de prevalência, ou é sua mais próxima aproximação prática).

TAXA DE INCIDÊNCIA 1 – Taxa de incidência cumulada.   Como a prevalência, está divida em dois tipos: 1 – Taxa de incidência cumulada. 2 – Densidade de incidência. (BHOPAL a chama de incidência tempo-pessoa).

TAXA DE INCIDÊNCIA 1. TAXA DE INCIDÊNCIA CUMULADA: É o número de casos novos da doença que ocorrem em um período específico de tempo numa população de risco no início do intervalo.

EXEMPLO DE TAXA DE INCIDÊNCIA CUMULADA Se contarmos todos os casos novos de Influenza ocorridos nos acadêmicos de mestre em ciências - MSU de, 01/09/1997 a 31/08/1998 e, tomarmos como denominador todos os acadêmicos inscritos em 01/09/1997, estaremos descrevendo a taxa de incidência cumulada de Influenza.

TAXA DE INCIDÊNCIA 2. DENSIDADE DE INCIDÊNCIA: O número de casos novos da doença que ocorreram num período específico de tempo numa população de risco durante todo intervalo.

TAXA DE INCIDÊNCIA 2. DENSIDADE DE INCIDÊNCIA (continuação): O denominador da incidência cumulada é diferente aqui devido a levarmos em conta: Estudantes que deixaram a escola durante o ano. Estudantes que morreram. Estudantes que tiveram Influenza e não a tiveram novamente no mesmo período. Estudantes que entraram atrasados no curso durante o ano.

TAXA DE INCIDÊNCIA 2. DENSIDADE DE INCIDÊNCIA (continuação): DENSIDADE DE INCIDÊNCIA requer ser somado o período de tempo em que cada indivíduo esteve presente na população e esteve em risco de tornar-se um caso novo da doença.  DENSIDADE DE INCIDÊNCIA caracteristicamente, usa-se pessoa-anos em risco, como denominador. (O período de tempo pode ser pessoa-meses, dias ou até mesmo horas, dependendo do processo da doença em estudo).

A TAXA DE MORTALIDADE é um tipo de taxa de incidência que discutiremos com maiores detalhes mais adiante. Ela é a medida mais amplamente utilizada em saúde pública, mas tem suas limitações.

USOS DAS TAXAS DE INCIDÊNCIA E DE PREVALÊNCIA INCIDÊNCIA é geralmente utilizada em doenças agudas adquiridas, prevalência para estados, condições ou atributos.  INCIDÊNCIA é mais importante quando se pensa na etiologia da desordem, prevalência quando se pensa na sobrecarga social da desordem incluindo os custos e os recursos consumidos como um resultado da desordem.  INCIDÊNCIA sempre requer uma duração, prevalência este pode ou não ser um requisito.

Na INCIDÊNCIA, a unidade de análise é o evento, na prevalência, é a pessoa. Assim, a incidência poderá exceder a 100% (Ex: a incidência anual de resfriados), a menos que uma convenção seja adotada para se contar somente os primeiros episódios de uma doença que possa ocorrer mais de uma vez. PREVALÊNCIA nunca excederá aos 100%. INCIDÊNCIA requer geralmente, inicialmente, um intervalo livre da doença antes que o contato inicie, porque a incidência é medida entre aqueles expostos aos riscos da doença.

USOS DA DENSIDADE DE INCIDÊNCIA E DA INCIDÊNCIA CUMULADA.  DENSIDADE DE INCIDÊNCIA fornece a estimativa do verdadeiro risco de adquirir uma doença a qualquer momento em dado tempo.  INCIDÊNCIA CUMULADA fornece a melhor estimativa de quantas pessoas terá a doença numa população.

RELAÇÃO ENTRE INCIDÊNCIA E PREVALÊNCIA   Em um ESTADO ESTÁVEL (Ex: se a incidência não muda e a população é estável).  Taxa de prevalência = Taxa de incidência vezes a duração da doença. (P = I x D)

JAN FEV MAR ABR MAI JUN AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL

1 - DENSIDADE DE INCIDÊNCIA PARA CADA MÊS: N nº de casos durante o mês, dividido por N em risco durante o intervalo. Ex: em agosto, 825 casos (pessoas) estiveram em risco no início do mês, e 800 no final. Em média, 812,5 crianças estiveram em risco durante o mês (800 delas contribuíram um mês e 25 contribuíram metade do mês). Ocorreram 25 casos em 812,5 pessoas em risco por mês – 0,03076 casos/pessoa-mês. Ou seja, 25/812,5/1 = 0,03076.

2 - DENSIDADE DE INCIDÊNCIA INICIAL: N nº de casos desde o início, dividido por N em risco desde o início. Ex: 200 casos ocorreram no final de agosto. 1000 casos (pessoas) estiveram em risco, no início de janeiro e, 800 no final de agosto. Em média, 900 pessoas estiveram em risco por 8 meses (800 delas contribuíram 8 meses e 200 contribuíram 4 meses). Ou seja, 200/900/8 meses = 0,0278 casos por pessoa-mês.

3 - INCIDÊNCIA CUMULADA PARA CADA MÊS: N nº de casos durante o mês, divido por N em risco no início do mês. Ex: 25 casos ocorreram em agosto entre 825 crianças em risco no início do mês, então 25/825 = 0,03030 casos/crianças/mês.

4 - INCIDÊNCIA CUMULADA INICIAL: N nº de casos no final do intervalo, dividido por N no início, dividido por N nº de meses que passaram. Ex: ocorreram 200 casos no final de agosto dentre os 1000 iniciais. A incidência mensal foi de 200/1000/8 meses ou 0,025, desde que, o nº de casos seja constante e o denominador não mude, a incidência cumulada é a mesma no final de cada intervalo, contanto que, você esteja no início do mesmo ponto.