Comunicação de Risco, Saúde e Ambiente: uma agenda em construção

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
MEIO AMBIENTE E URBANISMO
Advertisements

PARCERIAS: COM QUEM FAZEMOS?
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO QVT
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
MOTIVAÇÃO NO TRABALHO Profª Ana Lana.
Regina Célia Baptista Belluzzo
MANIFESTO DO MARKETING DE RELACIONAMENTO
JA Juventude em Ação: construindo a Agenda 21 na Escola
Organização Curricular da Escola
INTERAÇÕES Organizações como Sistemas Complexos
Administração Estratégica Modulo 1 – Planejar para a Incerteza
Aula 4: Análise da Situação de Saúde
“Funções Essenciais de Saúde Pública” nas Américas
GT EMPRESAS SAUDÁVEIS - PRINCIPAIS QUESTÕES LEVANTADAS Ponto de partida: distinção dos modelos de atuação predominantemente centrados no indivíduo daqueles.
Jornada Universitária da Saúde
GRS-GESTÃO DE REDES SOCIAIS um olhar coletivo sobre a cidade.
Empreendedorismo Risco Incerteza Inovação/ Mudança/ Dinamismo
Desenvolvimento organizacional
O PERFIL E PROCESSO DE TRABALHO DO AVISA
SÉCULO XX.
Agenda para ação em Promoção da Saúde e da qualidade de vida
A Responsabilidade Corporativa Natura
PSICOLOGIA DAS EMERGÊNCIA E DOS DESASTRES
Plano de Auto-Formação Local Comissão Gestora.
POLÍTICAS PÚBLICAS, TERRITÓRIO E [IN]JUSTIÇA AMBIENTAL
OBSERVATÓRIOS URBANOS
Desenvolvimento e Capacitação: o papel da gestão de pessoas
Desenvolvimento Comunitário
Participação Cidadã no PJU Síntese da Proposta
Gestão do Conhecimento em Saúde no Brasil – Avanços e Perspectivas
Teorias Modernas de Gestão
1 Inovação na Gestão e Desenvolvimento Regional 2. Congresso Internacional de Inovação Margarete Maria Gandini Coordenadora-Geral de APLs – DECOI/SDP Porto.
“Educação para o desenvolvimento da Amazônia” A UNAMA NO BRASIL NOVAS ARQUITETURAS DE NEGÓCIOS: Formação de Redes Interorganizacionais Profª Gleides Magalhães.
Laura C. M. Feuerwerker* * Doutora em Saúde Pública.
Avaliação como ferramenta de mudança na rede de atenção a saúde
Escola de Formação Política Miguel Arraes
Avaliação de Iniciativas e Programas Intersetoriais em Saúde: Desafios e Aprendizados  Natureza complexa das iniciativas e programas intersetoriais em.
SEMINÁRIO DE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO E MOBILIZAÇÃO EM VIGILÂNCIA SANITÁRIA Brasília, dezembro de 2005.
A importância dos RECURSOS HUMANOS na empresa moderna.
Papel das Escolas na Saúde Pública do Século XXI Antônio Ivo de Carvalho Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca / FIOCRUZ Setembro de 2004.
Avaliação na Atenção Básica
Unidade VII A Perspectiva Pós-Moderna
Determinantes da Saúde
De forma participativa é possível começarmos a resolver os problemas ambientais, sociais e econômicos do nosso país, da nossa região, da nossa cidade ,
METODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA
Projetos Comunitários Lilian Kelian
Gestão Cooperativa em UCs: desafios e perspectivas – Litoral Norte SP Ilhabela – SP Maio 2009 Gilberto Sales
Território É mais que uma área geográfica é um espaço social em permanente construção com um perfil demográfico, epidemiológico, administrativo, tecnológico.
Ouvidoria como Instrumento de Gestão  Uma manifestação, quando registrada na Ouvidoria, recebe um tratamento que a torna parte dos processos em nossas.
Utilização da avaliação em situ(ação) em tempos de turbulência Beth Moreira Rio de Janeiro- Dezembro de 2012.
REESTRUTURAÇÃO CURRICULAR DOS CURSOS TÉCNICOS
Gestão Escolar: desafios e construção do saber para o Século XXI
QUALIDADE DE VIDA SANDRA PULINO 2013.
Determinantes Sociais: Conceito e Ação para a Promoção da Saúde
LOGÍSTICA E ESTRÁTEGIA OPERACIONAL
VIGILÂNCIA EM SAÚDE.
Rejane de Oliveira Pozobon
ARQUITETURAS PEDAGÓGICAS PEAD PÓLO – SÃO LEOPOLDO Profs. Drs.- Dóris Fiss, Leonardo Porto e Jaqueline Picetti.
Estância Turística de Santa Fé do Sul
Plano Nacional de Formação Pedagógica Inicial de Monitores - CEFFA Brasil PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE MONITORES CEFFABRASIL.
Promoção da Saúde e as ESP’s do século XXI Antônio Ivo de Carvalho Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca / FIOCRUZ Maio de 2005.
VIGILÂNCIA EM SAÚDE.
Plano, Projeto e Programa FSV – Faculdade Salesiana de Vitória Disciplina: Adm. e Planejamento em Serviço Social II Docente: Juliane Barroso.
A Política Nacional de Humanização
Profª Camila Taquetti TRABALHO EM REDE: um desafio e uma necessidade ao atendimento social.
EDUCAÇÃO POPULAR CONCEITO Compreende-se a Educação Popular em Saúde (EPS) a perspectiva teórica orientada para a prática educativa e o trabalho social.
Faculdade Católica Salesiana do Espírito santo Disciplina: Planejamento e gestão em serviço sociais II Docente: Juliane Barroso.
Objetivos O Programa de Redução da Violência Letal tem como objetivos: mobilizar e articular a sociedade em torno do tema dos homicídios construir mecanismos.
twitter.com/funasa.
MÉTRICAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE: experiências em andamento no ICICT/FIOCRUZ Brasília, 1 agosto de 2008 Cícera Henrique da Silva Michele Nacif Antunes Maria.
Transcrição da apresentação:

Comunicação de Risco, Saúde e Ambiente: uma agenda em construção Promoção da Saúde: Intersetorialidade; Comunicação; Educação Popular; Participação Social e Planejamento Participativo Comunicação de Risco, Saúde e Ambiente: uma agenda em construção Maria Cristina S. Guimarães ICICT/FIOCRUZ

Por que falar em Risco? Conceito recorrente na/da Modernidade – complexo e multifacetado Conceito “filho” do tempo – aponta para o futuro Inseparável da incerteza, da ameaça e do perigo Quantificável, é da ordem da ciência Perceptível, é da ordem da cultura Restrito (sujeito consciente) ou amplo (coletivo, [não]intencional) Pressupõe decisão Relação intrínseca com acesso e uso de informação (amplifica ou atenua percepção de risco; orienta tomada de decisão).

Comunicação de risco Comunicação de risco: componente estratégico na gestão de desastres naturais (ou não) e nas emergências de saúde pública. Diferentes tipos de crise manifestam ameaças diferentes e impõem diferentes exigências de comunicação (comunicação de risco x comunicação de crise). Pressuposto básico: assimetria de informação entre emissor e receptor (especialistas e poder público x sociedade). Meta clara: mudança de comportamento Foco privilegiado: indivíduo (cognoscente)

Por que repensar Comunicação de risco? pouco eficaz quando pensada divorciada da gestão de risco pouco eficaz quando pensada fora da cultura e do território pouco eficaz quando pensada como processo de educação deve ser pensada como espaço para construção coletiva de alternativas e estratégias frente a uma percepção compartilhada de risco “um processo interativo de troca de informação e opinião entre indivíduos, grupos e instituições” The National Research Council, 1989

Algumas perspectivas importantes Confiança (fonte > conteúdo > frequência > incidência) Percepção de risco (familiaridade; natural ou tecnológico; voluntário ou involuntário, pontual ou estratificado, próximo ou distante, geração futura etc.) Risco e valores (cultura, perfil demográfico etc.) Risco e probabilidade Efeitos indiretos de amplificação social (Internet)

Repensar Comunicação de risco Vencer a ênfase na “percepção pública equivocada” Investigação empírica sobre o que preocupa a coletividade Identificar outras racionalidades e promover aprendizado comum entre especialistas e leigos

Uma agenda para investigação Desafio: Comunicação de risco como prática indissociada das ações de promoção de saúde Ponto de partida: Determinantes sociais (capacidade de mobilização é influenciada pela percepção das condições sociais e pelo acesso à informação como guia para resolução dos problemas) Foco no território (espaço social e geográfico) e na coletividade Estratégias de comunicação de risco devem ter como orientador a identificação do comportamento no acesso e uso da informação

Determinantes Sociais Modelo de análise para comunicação de risco em saúde e ambiente Determinantes Sociais Condições Moderadoras Padrão de comunicação Percepção de risco Acesso à informação Posição sócio- econômica (SEP) — Renda — Educação Sócio-demográficas (SD) — Idade — Sexo — Raça/etnia Redes sociais — Capital social —Recursos — Conscientização e percepção de ameaças ambientais — Mudanças comportamentais em relação a ameaças Processamento de informação Uso da informação (Taylor-Clark, Koh, and Viswanath, 2007)