O perfil cognitivo do leitor imersivo LUIZ AGNER COMUNICAÇÃO IMPRESSA E DIGITAL O perfil cognitivo do leitor imersivo Curso: Publicidade e Propaganda FACHA – Faculdades Hélio Alonso Março 2012
Plano de aula Os 3 diferentes tipos de leitores Os novos modos de leitura As operações mentais do leitor virtual Os 3 estilos de navegação
Conceito de leitura Conceito de leitura expandido Inclui o leitor de cidades, de vídeos e de tvs, de imagens, formas hídridas de signos e processos de linguagem.
Conceito de leitura
Chartier e a leitura Autores não escrevem livros, escrevem textos que se tornam objetos diversificados. O efeito que o texto produz em seus receptores não é independente das formas materiais que o texto suporta. As formas materiais modelam o tipo de legibilidade do texto.
Formas materiais da leitura O pergaminho O códice medieval O livro O jornal O computador O tablet
Os tipos de leitores O leitor contemplativo O leitor fragmentado O leitor imersivo
1. Leitor contemplativo Contemplativo Medidativo Leitura silenciosa Local da leitura Biblioteca Individual Privada Leitor do livro
1. Leitor contemplativo Dominante a partir do século 16 Leitura individual, silenciosa, de foro privado, relação de intimidade. Retiro voluntário, espaço privado. Leitura emancipada de celebrações familiares, religiosas ou eclesiásticas Imobilidade: é plena de energia mental Local: biblioteca.
1. Leitor contemplativo Esse leitor não sofre Não é acossado por urgências do tempo Diante de si: signos duráveis, imóveis, localizáveis, revisitáveis. Contempla e medita. O sentido soberano é a visão Imaginação.
2. Leitor fragmentado Se move Recebe fragmentos Publicidade Jornais, TV Telégrafo Cidades Consumo Multidões Estações Ferrovias Leitura de fragmentos de notícias
2. Leitor fragmentado Revolução Industrial Século XIX: o capitalismo traz transformações urbanas nas cidades Mudanças profundas no modo de viver das pessoas Locomotivas, estações ferroviárias Comunicações: telégrafos, telefones, jornais com notícias rápidas
2. Leitor fragmentado Crescimento da população dos centros urbanos Redes elétricas iluminam as cidades Cidade-vitrine: boulevards, galerias, parques, teatros, cafés Espaço urbano em movimento contínuo, cenário volátil Publicidade: manter a ilusão de que há mudanças
2. Leitor fragmentado Cidade: superpovoada de imagens Fragmentação sob o efeito do transitório e do excessivo. Velocidade, superficialismo, efemeridade, hiperestesia. Leitor do jornal: fatias da realidade Leitor fugaz, novidadeiro, memória curta.
2. Leitor fragmentado Linguagens efêmeras, híbridas, misturadas – o jornal. Intermediário entre o leitor do livro e o leitor imersivo do ciberespaço. Preparou a sensibilidade perceptiva humana para o leitor imersivo.
3. Leitor imersivo Leitor virtual Hipertexto Hipermídia Ciberespaço Interage Internauta, navegador, usuário
3. Leitor imersivo A revolução do livro eletrônico está na alteração dos suportes materiais e na maneira de ler As características cognitivas deste tipo de leitor foram ainda pouco exploradas. Grandes transformações sensórias, perceptivas e cognitivas; de sensibilidade
3. Leitor imersivo Transformações sensórias baseadas: Decodificação ágil de sinais e rotas semióticas Operações inferenciais, métodos de busca e solução de problemas
3. Leitor imersivo O errante O detetive O previdente
O internauta errante O raciocínio humano é de 3 tipos: abdução, indução e dedução Raciocínios mistos são + comuns O internauta errante emprega o poder humano de abdução (adivinhação) Isto é: elaborar uma regra a título de experiência (hipóteses) Parte de um efeito e remete-o a uma causa hipoteticamente
O internauta errante A abdução é instintiva e racional ao mesmo tempo É por meio desse tipo de raciocínio que a criatividade se manifesta O número de hipóteses corretas geradas é alto O ser humano emprega um insight natural O novo: apreendido por adivinhação
O internauta errante O usuário vai presumindo, adivinhando onde deve clicar por ensaio e erro A capacidade de navegar não se assemelha às habilidades de ler ou escrever Implica outro tipo de alfabetização, semióticamente mais complexo: uma compreensão geral do modo de operação do computador.
O navegador detetive Recorre aos ensinamentos da indução e o poder da experiência A indução é um modo de raciocínio que adota uma conclusão aproximada. Utiliza o argumento estatístico Trabalho de detetive: segue pistas, escolhendo as que são mais prováveis
O navegador detetive Perguntas: “Onde estou? Para onde quero ir?” O navegador detetive é aquele que aprende com a experiência
O infonauta previdente Internalizou as regras do jogo da navegação Sua mente está sob o domínio de hábitos e associações que levam a procedimentos navegacionais condizentes O processo de entendimento consiste no reconhecimento de uma classe de situação Navegação de rotina
O infonauta previdente Os experientes conhecem grande número de esquemas de navegação É uma operação dedutiva de raciocínio A dedução é a construção de uma imagem ou diagrama O esquema mental é disparado e guia a execução dos procedimentos Rapidez da performance dos experts
O infonauta previdente Dispõe de memória de longa duração, sedimentada pela prática Execução maquinal de procedimentos Navegar é um ato de cumplicidade com os programas, cujos segredos já estão decifrados
Concluindo Há vários modos de ler Ler livros é somente um deles O hipertexto/hipermídia cria um novo modo de ler Leitura imersiva – é atividade nômade de perambulação, juntando fragmentos, segundo uma lógica associativa e de mapas mentais, pessoais e intransferíveis.
O que vimos Há vários modos de leitura 3 tipos de leitores: 3 operações mentais: 3 perfis de leitores imersivos:
O que vimos Há vários modos de leitura 3 tipos de leitores: O contemplativo, o fragmentado, o imersivo 3 operações mentais: Abdutivo, indutivo e dedutivo 3 perfis de leitores imersivos: O errante, o detetive e o previdente
Para saber mais... Lucia Santaella “Navegar no Ciberespaço: o perfil cognitivo do leitor imersivo”
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