O perfil cognitivo do leitor imersivo

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Elementos do Jornalismo On-line
Advertisements

Plano de Aula LUIZ AGNER COMUNICAÇÃO IMPRESSA E DIGITAL
AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
Letramento: um tema em três gêneros
CONCEITUANDO APRENDIZAGEM E INOVAÇÃO
Teorias dos Processos de Criação em Artes e Mídias
Regina Célia Baptista Belluzzo
O perfil cognitivo do leitor imersivo Curso: Publicidade e Propaganda FACHA – Faculdades Hélio Alonso Março 2012 LUIZ AGNER.
TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO: ensinando e aprendendo com as TIC
A VIDA TEM A COR QUE VOCÊ PINTA
AS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO
Unidade iii Marxismo Slides utilizados na disciplina – Sociologia Aplicada para o Curso de Administração/UFSC Por Prof. Juliana Grigoli.
INAF Só 26% da população tem domínio pleno das habilidades
Livro didático 2011 Matemática. A Matemática no Ensino Fundamental Matemática forma de interação humana. Matemática modelo abstrato para compreensão e.
O ensino da língua: complexidade do objeto e articulação entre os objetivos Irandé Antunes.
RECUPERAÇÃO PARALELA LÍNGUA PORTUGUESA 17/03/2009
O Processo de construção de conhecimento matemático e o fazer didático
Competência Leitora As práticas de leituras escolares são cruciais para o desenvolvimento da competência leitora dos alunos.
A ciência é uma metamorfose do senso comum....
2.° Bimestre/ A criança, a Natureza e a Sociedade. 2. Objetivos
TECNOLOGIA EDUCACIONAL II Curso de Pedagogia – 4º Período Aula 01.
TECNOLOGIA EDUCACIONAL II Curso de Pedagogia – 4º Período Aula 02.
Leitura O que é leitura? O que é texto? O que é leitor?
Tecnologia e TICs Mas. o que são mídias. O que é tecnologia
LIBÂNEO, J. Carlos. Didática. SP: Cortez, 1994.
O desafio de ensinar matemática
A Evolução das Mídias Audiovisuais
Lucia Kubiak Leitura aos Portadores de Necessidades Especiais Auditiva
A experiência de escrever e ler é uma experiência rica e complexa. Exige habilidade e conhecimento básico: entender a língua, o assunto, certas entrelinhas.
Ubiquitous learning Raquel Bambirra nov 2013
Reunião de Pais e Professoras E. M. ERWIN PRADE 2008
TÉCNICO EM CONTABILIDADE SUBSEQUENTE
Aprendizagem Colaborativa/Cooperativa:
Contornos arquitetônicos Maria Helena Pereira Dias.
Professor Andre Moura Hipermídia Professor Andre Moura
Profa. Reane Franco Goulart
GESTÃO DAS INFORMAÇÕES DA ORGANIZAÇÃO
Como resolver problemas
O aluno elaborando conceitos
Competências e Habilidades
PROFESSORA ZÉLIA TURIBIO
FACIMINAS – Faculdade de Ciências Aplicadas de Minas
Parte 2 Métodos e técnicas de pesquisa
SOCIOLOGIA SOCIO Indivíduo membro da sociedade; Associado; Parceiro; SOCIEDADE Reunião de indivíduos que vivem sob leis comuns; Associação de pessoas com.
Defesa - Monografia Fabrícia Pereira Vieira Santos
Gestão da Inovação Tecnológica
A Era da Informação Web Webwriting é o conjunto de técnicas para a distribuição de conteúdos em ambientes digitais.
Rethinking Literacy Education in New Times:
Conceitos importantes... Aula: 10/09/2012
O que é Design ? Denomina-se Design qualquer processo técnico e criativo relacionado à configuração, concepção, elaboração e especificação de um artefato.
Organograma Simplificado da Diretoria de Tecnologia Educacional
METODOLOGIA PARA QUEM QUER APRENDER Progetec: Marli Borges da Costa
Mitos sobre o ato de escrever
Informação e conhecimento organizacional Os ambientes organizacionais complexos são apoiados por informação e conhecimento, o que de fato traduz a importância.
Disciplina: Tópicos Especiais I Professora: Simone Alunas: Adiceia, Fernanda, Karine, Lyana, Sandra e Valéria UNIMINAS Pedagogia Gestão e Tecnologia Educacional.
Por que o jornal na escola?
PRÁTICA DE LEITURA PRÁTICA DE PRODUÇÃO DE TEXTOS
Complexidade, Tecnologia e sua presença no processo de representação da informação. Maria José Vicentini Jorente Dunia Llanes Padron.
Links são pontos do hipertexto a serem clicados para que o leitor tenha acesso a outros blocos de informação. As informações de cada bloco devem.
CONTEXTUALIZAÇÃO ACADEMICA BAIXO NÍVEL – Necessidade de ler e produzir IMPORTANCIA DA PESQUISA – Livros usuais de metodologia da pesquisa.
BIBLIOTECA INSTRUMENTO DE APOIO AO LETRAMENTO Autora: Gisley Nunes Barbosa Feliciano Sérgio PREFEITURA MUNICIPAL DE IPATINGA CENFOP – Centro de Formação.
“Um país se faz de homens e livros”
Componentes do Jornalismo Online
AULAS 9 E 10 Os gêneros textuais. Mario, Eu te odeio muito. Você disse que tinha que trabalhar, então por que o seu carro está AQUI, na casa DELA? Você.
O T EXTO NÃO É PRETEXTO. M ARISA L AJOLO O texto não é pretexto para nada. Ou melhor, não deve ser. - Texto – ponto de encontro entre dois sujeitos:
LEITURA EM ANÁLISE DOCUMENTÁRIA Profa. Giovana Deliberali Maimone.
TIPOS DE LEITORES.
Ciberespaço e leitura:
MODELO SIMPLIFICADO DE PROJETO QUANTITATIVO
PROVA BRASIL – A Prova Brasil visa avaliar o desempenho em língua portuguesa e matemática de estudantes de 4ª e 8ª séries (5° e 9° ano) de escolas.
Transcrição da apresentação:

O perfil cognitivo do leitor imersivo LUIZ AGNER COMUNICAÇÃO IMPRESSA E DIGITAL O perfil cognitivo do leitor imersivo Curso: Publicidade e Propaganda FACHA – Faculdades Hélio Alonso Março 2012

Plano de aula Os 3 diferentes tipos de leitores Os novos modos de leitura As operações mentais do leitor virtual Os 3 estilos de navegação

Conceito de leitura Conceito de leitura expandido Inclui o leitor de cidades, de vídeos e de tvs, de imagens, formas hídridas de signos e processos de linguagem.

Conceito de leitura

Chartier e a leitura Autores não escrevem livros, escrevem textos que se tornam objetos diversificados. O efeito que o texto produz em seus receptores não é independente das formas materiais que o texto suporta. As formas materiais modelam o tipo de legibilidade do texto.

Formas materiais da leitura O pergaminho O códice medieval O livro O jornal O computador O tablet

Os tipos de leitores O leitor contemplativo O leitor fragmentado O leitor imersivo

1. Leitor contemplativo Contemplativo Medidativo Leitura silenciosa Local da leitura Biblioteca Individual Privada Leitor do livro

1. Leitor contemplativo Dominante a partir do século 16 Leitura individual, silenciosa, de foro privado, relação de intimidade. Retiro voluntário, espaço privado. Leitura emancipada de celebrações familiares, religiosas ou eclesiásticas Imobilidade: é plena de energia mental Local: biblioteca.

1. Leitor contemplativo Esse leitor não sofre Não é acossado por urgências do tempo Diante de si: signos duráveis, imóveis, localizáveis, revisitáveis. Contempla e medita. O sentido soberano é a visão Imaginação.

2. Leitor fragmentado Se move Recebe fragmentos Publicidade Jornais, TV Telégrafo Cidades Consumo Multidões Estações Ferrovias Leitura de fragmentos de notícias

2. Leitor fragmentado Revolução Industrial Século XIX: o capitalismo traz transformações urbanas nas cidades Mudanças profundas no modo de viver das pessoas Locomotivas, estações ferroviárias Comunicações: telégrafos, telefones, jornais com notícias rápidas

2. Leitor fragmentado Crescimento da população dos centros urbanos Redes elétricas iluminam as cidades Cidade-vitrine: boulevards, galerias, parques, teatros, cafés Espaço urbano em movimento contínuo, cenário volátil Publicidade: manter a ilusão de que há mudanças

2. Leitor fragmentado Cidade: superpovoada de imagens Fragmentação sob o efeito do transitório e do excessivo. Velocidade, superficialismo, efemeridade, hiperestesia. Leitor do jornal: fatias da realidade Leitor fugaz, novidadeiro, memória curta.

2. Leitor fragmentado Linguagens efêmeras, híbridas, misturadas – o jornal. Intermediário entre o leitor do livro e o leitor imersivo do ciberespaço. Preparou a sensibilidade perceptiva humana para o leitor imersivo.

3. Leitor imersivo Leitor virtual Hipertexto Hipermídia Ciberespaço Interage Internauta, navegador, usuário

3. Leitor imersivo A revolução do livro eletrônico está na alteração dos suportes materiais e na maneira de ler As características cognitivas deste tipo de leitor foram ainda pouco exploradas. Grandes transformações sensórias, perceptivas e cognitivas; de sensibilidade

3. Leitor imersivo Transformações sensórias baseadas: Decodificação ágil de sinais e rotas semióticas Operações inferenciais, métodos de busca e solução de problemas

3. Leitor imersivo O errante O detetive O previdente

O internauta errante O raciocínio humano é de 3 tipos: abdução, indução e dedução Raciocínios mistos são + comuns O internauta errante emprega o poder humano de abdução (adivinhação) Isto é: elaborar uma regra a título de experiência (hipóteses) Parte de um efeito e remete-o a uma causa hipoteticamente

O internauta errante A abdução é instintiva e racional ao mesmo tempo É por meio desse tipo de raciocínio que a criatividade se manifesta O número de hipóteses corretas geradas é alto O ser humano emprega um insight natural O novo: apreendido por adivinhação

O internauta errante O usuário vai presumindo, adivinhando onde deve clicar por ensaio e erro A capacidade de navegar não se assemelha às habilidades de ler ou escrever Implica outro tipo de alfabetização, semióticamente mais complexo: uma compreensão geral do modo de operação do computador.

O navegador detetive Recorre aos ensinamentos da indução e o poder da experiência A indução é um modo de raciocínio que adota uma conclusão aproximada. Utiliza o argumento estatístico Trabalho de detetive: segue pistas, escolhendo as que são mais prováveis

O navegador detetive Perguntas: “Onde estou? Para onde quero ir?” O navegador detetive é aquele que aprende com a experiência

O infonauta previdente Internalizou as regras do jogo da navegação Sua mente está sob o domínio de hábitos e associações que levam a procedimentos navegacionais condizentes O processo de entendimento consiste no reconhecimento de uma classe de situação Navegação de rotina

O infonauta previdente Os experientes conhecem grande número de esquemas de navegação É uma operação dedutiva de raciocínio A dedução é a construção de uma imagem ou diagrama O esquema mental é disparado e guia a execução dos procedimentos Rapidez da performance dos experts

O infonauta previdente Dispõe de memória de longa duração, sedimentada pela prática Execução maquinal de procedimentos Navegar é um ato de cumplicidade com os programas, cujos segredos já estão decifrados

Concluindo Há vários modos de ler Ler livros é somente um deles O hipertexto/hipermídia cria um novo modo de ler Leitura imersiva – é atividade nômade de perambulação, juntando fragmentos, segundo uma lógica associativa e de mapas mentais, pessoais e intransferíveis.

O que vimos Há vários modos de leitura 3 tipos de leitores: 3 operações mentais: 3 perfis de leitores imersivos:

O que vimos Há vários modos de leitura 3 tipos de leitores: O contemplativo, o fragmentado, o imersivo 3 operações mentais: Abdutivo, indutivo e dedutivo 3 perfis de leitores imersivos: O errante, o detetive e o previdente

Para saber mais... Lucia Santaella “Navegar no Ciberespaço: o perfil cognitivo do leitor imersivo”

Baixar esta aula Apresentação de hoje: www.agner.com.br/download/facha_CID Inscrever-se no Grupo no Facebook: “FACHA – Comunicação Impressa Digital” Textos na pasta na xerox.