AULA Estudos de Teste Diagnóstico

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AULA Estudos de Teste Diagnóstico

1. Quais as características que um instrumento diagnóstico deve ter? Validade e Confiabilidade 2. Desenvolvimento de teste diagnóstico – como é feito?

Validade diagnóstica O processo de VALIDAÇÃO é um processo de testar uma hipótese – “se alguém tem determinado atributo e meu teste mede este atributo, meu teste terá validade” Tipos de VALIDADE: Validade de face ou conteúdo – inferências possíveis Validade de construto – objetivo x subjetivo Validade de critério (sensibilidade e especificidade) - Comparação com um padrão (padrão-ouro)

Artigo 1 1. Moraes & Reichenheim. Validade do exame clínico do recém-nascido para a estimação da idade gestacional: uma comparação do escore New Ballard com a data da última menstruação e ultra-sonografia. Cad Saúde Pública. 2000;16(1):83-94.

Instrumentos para avaliar idade gestacional: Data da última menstruação – DUM - tempo Ultrassonografia – exame de imagem – antropometria Escore New Ballard – sinais físicos e neurológicos – maturidade do RN

Validade do New Ballard

Avaliação do desempenho de um instrumento diagnóstico Possíveis Resultados de um Instrumento Diagnóstico para Identificar Atributo Atributo (padrão-ouro) TESTE PRESENTE AUSENTE TOTAL Positivo a Verdadeiro positivo b Falso positivo Testes positivos Negativo c negativo d Verdadeiro negativo Testes negativos Atributo + Atributo - a + b + c + d

Propriedades do teste – Sensibilidade – dado que existe atributo, qual a probabilidade do teste acertar? Padrão-ouro: USG concordante (72) Prevalência PT no grupo estudado: 30% Se=50% New Ballard RNPT(22) RNT (50) + 11 Verdadeiro positivo - Falso negativo TOTAL Atributo+ Atributo -

Propriedades do teste – Especificidade – dado que não existe atributo, qual a probabilidade do teste acertar? Padrão-ouro: USG concordante (72) Prevalência PT no grupo estudado: 30% Sp=90% TESTE RNPT (22) RNT (50) + 5 Falso positivo - 45 Verdadeiro negativo TOTAL Atributo+ Atributo -

Valores preditivos – dado que o teste foi positivo ou negativo, qual a probabilidade de acerto? PRESENTE AUSENTE TOTAL + Verdadeiro positivo Falso positivo Testes positivos - Falso negativo Verdadeiro negativo Testes negativos Atributo+ Atributo -

Prevalência no grupo estudado: 30% Valores preditivos Maternidade IFF Prevalência no grupo estudado: 30% Em 1.000 puérperas – 300 PT VPP = 150/220 =69% VPN = 630/780 = 80% TESTE HIV+ (300) HIV neg (700) TOTAL + 150 Verdadeiro positivo 70 Falso positivo 220 Testes positivos - Falso negativo 630 Verdadeiro negativo 780 Testes negativos Se=50% SP=90%

Mudança do valor preditivo de acordo com a prevalência Maternidade Baixo risco Prevalência RNPT= 9% 1.000 puérperas - 90 RNPT VPP = 45/126 = 35% VPN = 819/864 = 95% TESTE PT+ (90) RNT(910) TOTAL + 45 Verdadeiro positivo 81 Falso positivo 126 Testes positivos - Falso negativo 819 Verdadeiro negativo 864 Testes negativos Se=50% SP=90%

Confiabilidade dos testes diagnósticos

Medida de concordância: K = Proporção observada – Proporção esperada Coeficiente kappa Medida de concordância: K = Proporção observada – Proporção esperada 1 – proporção esperada K= 1 – concordância perfeita K ≥ 0,80 – excelente concordância 0,60≤K<0,80 – boa concordância 0,40 ≤K<0,60 – concordância razoável K < 40 – concordância ruim

Cálculo do kappa – concordância entre dois neonatologistas κ = 91%– 65% = 0,74 1 – 65%

Artigo 2 Castro CB, Costa PA, Ruffino-Netto A, Maciel EL, Kritski AL. Avaliação de um escore clínico para rastreamento de suspeitos de tuberculose pulmonar. Rev Saude Publica. 2011;45(6):1110-6.

Diferentes pontos de corte para um mesmo teste diagnóstico: sensibilidade ou especificidade?

Curva ROC

Diferentes testes combinados Não existe teste diagnóstico com sensibilidade e especificidade = 100 % O clínico não pode se basear em apenas um teste para diagnosticar uma doença. Os testes múltiplos aumentam a qualidade do diagnóstico. Podem ser feitos: em paralelo ou simultâneos (OU) em série ou sequência (E)

Testes simultâneos (“ou”) Realizam-se os dois testes simultaneamente: O paciente é considerado positivo se qualquer resultado é positivo (teste A ou B) São utilizados: quando há urgência de um diagnóstico quando os testes disponíveis não têm sensibilidade ótima ou dificuldade de acesso faz aumentar a sensibilidade e diminuir a especificidade (corre-se o risco de tratar pacientes que não têm a doença) faz aumentar o VPN e diminuir o VPP

Investigação de tuberculose em sistema prisional (supondo uma prevalência de 20%) Dois testes: A - baciloscopia do escarro (SE=80% e especificidade=80%) B - Rx tórax (SE=90% e especificidade=90%) A 200 800 + 160 - 40 640 B 200 800 + 180 80 - 20 720

Diminuo especificidade 24242424 Sensibilidade = 98% Diminuo especificidade Downloaded from: StudentConsult (on 16 July 2010 03:03 PM) © 2005 Elsevier 24

Testes em sequência (“e”) Realiza-se o primeiro teste: Somente os positivos ao primeiro teste são encaminhados a um segundo teste São utilizados: quando não há urgência, quando um dos testes é desconfortável, invasivo ou caro deve-se usar primeiro o de maior sensibilidade / mais barato / menos invasivo. o segundo teste é o mais específico e só é realizado se o anterior for positivo faz aumentar o VPP

Algoritmo para diagnóstico da infecção pelo HIV 26262626 Algoritmo para diagnóstico da infecção pelo HIV 26

Validade da sequência de testes Aumento especificidade Diminuo sensibilidade 27